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6. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA OBJETO DO ESTUDO E SEU SETOR DE

6.1 O Cenário da Educação Superior no Brasil

6.1.1 Instituições

Segundo o resumo técnico da educação superior, editado pela Diretoria de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior (DEAES), do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), órgão ligado ao Ministério da Educação, 2.013 era o número de instituições de ensino superior (IES) no país, no final de 2004, com, pelo menos, um curso de graduação em funcionamento (154 instituições a mais do que em 2003). Embora representando um crescimento de 8,3% em relação ao ano anterior, mostrou-se bem inferior aos percentuais observados nos anos de 2001, 2002 e 2003 – 17,9%, 17,7% e 13,6%, respectivamente. O resumo técnico preliminar do Cadastro Nacional de Docentes (DEAES/INEP/MEC), contudo, apresenta dados mais atualizados e totaliza em 2.314 o número de instituições de ensino superior (legalmente existentes e cadastradas junto ao INEP em 15/09/2005), crescimento, portanto, de 14,95% em relação ao exercício de 2004.

Quadro 20 – Número de IES no Brasil, por categoria administrativa, em 15/09/2005. Fonte: DEAES/INEP/MEC (2005, p. 09)

Se considerarmos as diversas unidades da federação e não levarmos em conta a categoria administrativa, as divisões podem ser assim apresentadas:

Quadro 21 – Número de IES no Brasil, por unidade da federação, em 15/09/2005. Fonte: DEAES/INEP/MEC (2005, p. 10)

Os números demonstram a consonância entre população total, renda e número de instituições de ensino superior. Exceção feita à Bahia, apenas os Estados do Sul e do Sudeste têm mais de uma centena de IES. São Paulo é a unidade da federação com o maior número – 568. Santa Catarina contava, em 15/09/2005, com 108 instituições de ensino superior. Entretanto, a sinopse do ensino superior54, divulgada no final de 2006, atualizou os números e demonstrou que o Brasil terminou o ano de 2005 com 2.165 IES e Santa Catarina, com 99 instituições (reduções de 6,44% e 8,33%, respectivamente). Na verdade, consideradas como parâmetro de comparação as informações preliminares de setembro de 2005, o final de 2005 demonstrou um movimento indiscutível de ajustamento no setor: nenhum estado da federação apontou crescimento no número de IES, sendo que a maioria apresentou decréscimo nesse número.

Quadro 22 – Evolução percentual no Número de IES no Brasil, por unidade da federação – setembro a dezembro de 2005 Fonte: DEAES/INEP/MEC (2005, adaptado pelo autor)

Segundo o Censo da Educação Superior, o setor experimentou um crescimento acentuado entre 1990 e 2004, tendo o número de IES saído de 918, em 1990, para 2.013, em 2004 (crescimento de 119%). No sul, o crescimento foi ainda mais acentuado, tendo o número de unidades saído de 147 para 335, no mesmo período (crescimento de 128%).

Quadro 23 – Crescimento das IES no Brasil, por região – 1990 a 2004 Fonte: MEC/INEP/DEAES (2004, p. 09)

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Conclusão interessante pode ser extraída do fato de os dados do final de 2005 terem demonstrado crescimento no número de IES comparativamente a 2004:

Quadro 24 – Crescimento das IES no Brasil, por região – 2004 a 2005 Fonte: MEC/INEP/DEAES (2005, adaptado pelo autor)

Todas as regiões demonstraram acréscimo no número de IES quando comparados os anos de 2004 e 2005, mas decréscimo, quando comparados os dados de setembro de 2005 e dezembro do mesmo ano. Isso demonstra que várias instituições foram credenciadas a operar em 2005, mas um número muito grande de IES fechou suas portas no mesmo ano (a venda pura e simples ou a transferência de mantença não representariam o decréscimo no número de unidades).

Quando a categoria administrativa da IES é levada em conta, o estudo com dados de 2004 (em relação a 2003), demonstra que o número de instituições aumentou tanto no setor público quanto no privado. As instituições públicas federais cresceram 4,8% (4 novas instituições); as estaduais, 15,4% (10 novas instituições); e as municipais, 5,1% (3 novas unidades). No setor privado, as 137 novas unidades de ensino superior representaram um crescimento de 8,3% em relação ao ano anterior, o menor índice desde 1997 (entretanto, o setor privado ainda representa a maioria do número de IES – 88,9%).

Quadro 25 – Distribuição das IES no Brasil, por categoria administrativa – 2001 a 2004 Fonte: MEC/INEP/DEAES (2004, p. 10)

Figura 26 – Percentuais de crescimento das IES privadas no Brasil – 2001 a 2004 Fonte: MEC/INEP/DEAES (2004, p. 10)

Os dados de 2005 demonstram que, considerado o ano de 2004, o movimento de crescimento continuou em ambas as esferas – pública (3,13%) e privada (8,11%).

Quadro 26 – Distribuição das IES no Brasil, por categoria administrativa – 2005 Fonte: MEC/INEP/DEAES (2005, adaptado pelo autor)

Tomada como foco a região sul, a exemplo do que se observa no país, 89% das instituições pertencem ao setor privado, tendo este registrado um crescimento de 10,4% no ano (praticamente representando todo o crescimento ocorrido na região, dado ter havido uma única inclusão no número de IES públicas – Universidade Estadual do Rio Grande do Sul). Embora expressivo, representa, apenas, metade do crescimento anualmente registrado nos últimos cinco anos. Aliás, a exemplo do que ocorre no restante do país, o crescimento como um todo vem diminuindo gradativamente desde 2001 (quando atingiu pujantes 22,2%), ficando em 9,5% em 2004 e 7,55% em 2005.

Quadro 27 – Distribuição das IES na Região Sul – 2001 a 2004 Fonte: MEC/INEP/DEAES (2004, p. 12)

Entretanto, a análise dos números de crescimento deve ser mais cautelosa e considerar a categoria em que se enquadra a IES. A legislação educacional brasileira permite a estruturação das instituições de ensino superior em categorias diversas de organização acadêmica:

 Universidades – devem realizar, necessariamente, atividades de ensino, pesquisa e extensão, contar com um mínimo de 1/3 de doutores e mestres em seu quadro docente e com, pelo menos, 1/3 de seus professores contratados em regime de tempo integral. Detêm autonomia para criação de cursos de graduação, mas devem, obrigatoriamente, se submeter ao crivo da autoridade competente no reconhecimento dos mesmos. Representavam 7,5% das IES em 2005;

 Centros Universitários – dedicam-se, principalmente, ao ensino de graduação, sem exigência legal de que desenvolvam atividades de pesquisa ou extensão. Deverão, contudo, até dezembro de 2007 (decreto no 4.914, de 11 de dezembro de 2003), contar com 33% de seus docentes com contrato de tempo integral. Representavam 4,6% das IES em 15/09/2005, sendo pertencentes quase que exclusivamente ao setor privado (97,5%);

 Faculdades, Escolas e Institutos – estas instituições se dedicam, com exclusividade quase total, ao ensino de graduação. Em geral pequenas (média de 610 alunos em 2004), são basicamente privadas (94,2% em 2004). Dentro do setor privado, as IES comunitárias, confessionais e filantrópicas participam com 18,9% das instituições (dados de 2004). Representam imensa maioria das IES – 86% em 15/09/2005.

 Centros de Educação Tecnológica e Faculdades de Tecnologia – embora representando em 2005 apenas 9,4% do número de IES do sistema, estas instituições – que se dedicam a um modelo de educação profissionalizante, ministrando cursos de menor duração e mais voltados às necessidades imediatas do mercado – foram as que mais cresceram (eram 16 em 1999, segundo o Censo de Educação Superior; em 2005, já somavam 217 – impressionantes 1256% de crescimento).

Quadro 28 – Número de IES no Brasil, por organização acadêmica, em 15/09/2005. Fonte: DEAES/INEP/MEC (2005, p. 10)

Santa Catarina, que em 2004 contava com 94 IES (99 no final de 2005), contava, igualmente, com a seguinte distribuição por categoria administrativa e organização acadêmica:

Quadro 29 – Caracterização das IES em Santa Catarina - 2005 Fonte: MEC/INEP/DEAES (2005)

Todavia, se observarmos os diferentes modelos de organização acadêmica em relação às matrículas na graduação e à oferta de cursos de graduação, os números percentuais são bem distintos, com as universidades representando quase 60% das matrículas e do número de cursos ofertados.

Quadro 30 – Matrículas na educação superior por organização acadêmica - 2004 Fonte: MEC/INEP/DEAES (2004)

Quadro 31 – Cursos de graduação ofertados, por organização acadêmica – Brasil (2004) Fonte: MEC/INEP/DEAES (2004)