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Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente

No documento Planejamento paisagístico ambiental (páginas 98-100)

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E INCENTIVOS À PRESERVAÇÃO: Parte

SAIBA MAIS: LEI 6.938/81.

2.3 Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente

Os principais instrumentos da política nacional do meio ambiente são o licenciamento ambiental e o estudo de impacto ambiental.

2.3.1 Licenciamento Ambiental

O licenciamento ambiental consiste no procedimento administrativo pelo qual o órgão

ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades que utilizem recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que possam causar degradação ambiental. O objetivo do licenciamento é controlar atividades potencialmente poluentes, buscando um padrão de atuação sustentável para prevenir possíveis danos ambientais. Neste sentido, o licenciamento ambiental operacionaliza os princípios da precaução, da prevenção e do poluidor-pagador.

O licenciamento condicionará determinada atividade potencialmente lesiva ao meio ambiente à adoção de tecnologias adequadas à prevenção de riscos ambientais, como verdadeiros custos de produção. Outra função importante do licenciamento ambiental é a imposição de medidas mitigadoras e compensatórias para a degradação ambiental que está prestes a ser autorizada. Torna-se assim, instrumento voltado para o desenvolvimento sustentável.

As licenças necessárias para a execução de um empreendimento potencialmente impactante ao ambiente podem ser expedidas isoladas ou sucessivamente, sendo a Licença Prévia (LP), a Licença de Instalação (LI) e a Licença de Operação (LO) (Resolução 237/97).

A LP atesta a viabilidade ambiental do projeto da atividade e aprova sua concepção. Pode ser precedida de EIA-RIMA, dependendo do impacto ambiental a ser gerado pela atividade. Deve ser instruída com certidão da Prefeitura atestando a sua compatibilidade com os usos do solo. Assim, a LP não autoriza alterações físicas no local do empreendimento proposto, tais como corte de árvores, aterros ou obras. A LP tem validação por um período mínimo estabelecido no cronograma e máximo de cinco anos.

constantes dos planos, programas e projeto aprovados, incluindo medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante. Permite, portanto, que o empreendedor passe a materializar o projeto aprovado. A LI tem validação por um período mínimo estabelecido no cronograma e máximo de seis anos.

A LO autoriza a operação da atividade ou empreendimento. A LO tem validação por um período mínimo de quatro anos e máximo de 10 anos.

O órgão ambiental poderá modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação,suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer violação ou inadequação de normas legais, omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença, superveniência de riscos ambientais e de saúde (Resolução 237/97).

2.3.2 Competência para o licenciamento ambiental

A Constituição Federal de 1988 indica que a União, Estados, DF e Municípios podem exigir o licenciamento ambiental.

As competências de cada órgão são estabelecidas pela Resolução 237/97. De maneira geral, o IBAMA é órgão executor federal do SISNAMA, possuindo ordem de competência originária, para obras com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional e supletiva, determinadora de sua atuação no caso de inexistência do órgão estadual, ou inaptidão para o seu licenciamento.

O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal tem como atribuição o licenciamento de empreendimentos desenvolvidos em mais de um município ou em unidade de conservação de domínio estadual, bem como aqueles localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente. Ainda, este órgão licencia atividades delegadas pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio. No Rio Grande do Sul, o CONSEMA é o órgão superior com caráter deliberativo e normativo, sendo a SEMA responsável pelo licenciamento das atividades potencialmente poluidoras.

O órgão ambiental municipal (SMMA) realiza licenciamentos de atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio, quando o município estiver cadastrado ao órgão estadual (SEMA).

2.3.3 Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA)

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é um diagnóstico do empreendimento que está em processo de licenciamento pelo órgão ambiental. O EIA/RIMA tem como objetivo evitar que um projeto se revele posteriormente danoso para o meio ambiente. Vinculado ao licenciamento ambiental, destina-se também a avaliar impactos e definir medidas mitigadoras ou compensatórias pela introdução de uma atividade potencialmente degradante.

órgão ambiental que deve contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do empreendimento, considerando a hipótese da não execução desse empreendimento. É necessário identificar e avaliar os possíveis impactos ambientais gerados durante a implantação, operação e desativação do empreendimento, bem como definir a área geográfica afetada direta ou indiretamente pelos impactos (área de influência do empreendimento), considerando a microrregião e a bacia hidrográfica na qual o projeto se localiza.

No EIA/RIMA, devem constar os planos e programas proposto e em implantação, operação e desativação do empreendimento, sejam eles governamentais ou não, em linguagem acessível para a população. Programas de monitoramento e auditorias necessárias para as fases de implantação, operação e desativação do empreendimento e a avaliação dos efeitos diretos e indiretos sobre a saúde humana também devem estar descritos no relatório.

A análise dos efeitos ecológicos e socioeconômicos da área de influência acarretados pela não-realização do empreendimento, também deve compor o EIA/RIMA. Contudo, esta análise é realizada somente quando o projeto causar grandes impactos ambientais, sem possibilidade de mitigação aceitável, e quando os resultados econômicos e sociais sejam desprezíveis.

Obedecendo o Código de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (Lei Estadual 11.520/00) e o CONAMA, determina-se que o EIA/RIMA deve ser elaborado por uma equipe técnica habilitada

multidisciplinar,cadastrada no órgão ambiental competente. Esta equipe não necessita estar associada ao empreendedor (proponente) do projeto, contudo, será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados e não poderá assumir o compromisso de obter o licenciamento do empreendimento.

Os custos do EIA/RIMA são arcados pelo proponente do projeto. Uma vez concluído o EIA, deve ser elaborado o RIMA, com a recomendação técnica elaborada pela equipe multidisciplinar, quanto à alternativa mais adequada do ponto de vista ambiental.

A realização de audiência pública é obrigatória para o órgão ambiental. Essa audiência não tem caráter decisório, tendo o objetivo de escuta da opinião pública. Este sistema normativo reconhece o direito de todos terem acesso às informações a respeito do licenciamento e do EIA/RIMA e o dever do Poder Público em informar periodicamente a população a respeito dos licenciamentos e realização dos estudos.

Obras de grande porte instaladas ou em operação antes da Resolução 01/86, deverão realizar o EIA/RIMA, sempre que o órgão ambiental julgar necessário, inclusive depois do início de obra ou atividade.

No documento Planejamento paisagístico ambiental (páginas 98-100)