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Legislação Florestal

No documento Planejamento paisagístico ambiental (páginas 106-109)

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E INCENTIVOS À PRESERVAÇÃO: Parte

SAIBA MAIS: LEI 6.938/81.

4. Legislação Florestal

5. Política Agrícola6. Mineração 7. Fauna Silvestre8. Agrotóxicos9. Parcelamento de Solo

10. Gestão Ambiental e as Políticas Urbanas

11. Crimes Ambientais

12. Avaliação e Valoração de Impacto Ambiental

13. Incentivos à Preservação Ambiental

Bibliografia consultada

Atividades

Planejamento Paisagístico Ambiental

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O código florestal é entendido como um patamar mínimo, cabendo as demais instâncias, além da União, complementarem.

As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação estabelece.

As ações ou omissões contrárias às disposições do Código Florestal na utilização e exploração das florestas são consideradas uso nocivo da propriedade.

4.1 Código Florestal Federal (Lei 4.771/65) e Código Florestal Estadual (Lei 9.519)

As florestas são classificadas quanto à preservação em florestas de preservação permanente e podem ser criadas pela lei ou por ato declaratório (Lei 4.771/65), ou não permanentes. Quanto à variabilidade, podem ser homogêneas, com uniformidade florestal e dominância de uma espécie ou heterogêneas quando apresentam diversidade de espécies. Quanto ao tipo de reposição, elas podem ser nativas ou exóticas.

As florestas, quanto ao primitivismo, podem ser primitivas ou secundárias. As primitivas são florestas intocadas, já as secundárias podem ser regeneradas ou plantadas. As florestas regeneradas são aquelas cujo reestabelecimento ocorreu mediante elementos da floresta primitiva, recompostas por espécies do próprio meio, sem ação antrópica. As florestas plantadas são criadas pela intervenção do homem, também denominadas de florestas artificiais.

As florestas inexploráveis estão previstas no Código Florestal, na condição de impossibilidade de exploração, independente de situadas em áreas de domínio público ou privado.

As Florestas Nacionais são áreas com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas, tendo como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos de exploração sustentável de florestas nativas (Lei n° 9985/00).

A floresta nacional é de posse e domínio público e as áreas particulares incluídas nos seus limites devem ser desapropriadas.

As populações tradicionais que estejam habitando as florestas na época de sua criação podem permanecer, respeitando o regulamento e o plano de Manejo da Unidade.

O Código Florestal determina a proteção de florestas nativas e define áreas de preservação permanente (APP), reserva legal e servidão florestal, além do manejo para linhas de transmissão e as modalidades de licenciamento florestal.

4.1.1 Área de Preservação Permanente (APP)

A área de preservação permanente é uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica,

a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

A preservação e a conservação dessas áreas são obrigatórias em uma faixa de 10 a 500 m nas margens dos rios, a beira de lagos e de reservatórios de água naturais ou artificiais, os topos de morro, encostas com declividade superior a 45° e locais acima de 1800 m de altitude.

A faixa marginal mínima de preservação obrigatória será: de 30 m para os cursos d'água de menos de 10 m de largura; de 50 m para os cursos d'água que tenham de 10 a 50 m de largura; de 100 m para os cursos d'água que tenham de 50 a 200 m de largura; de 200 m para os cursos d'água que tenham de 200 a 600 m de largura e de 500 m para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 m. Ainda, nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", a área de preservação deve apresentar um raio mínimo de 50 m de largura (Lei n° 7.803/89).

A APP é uma limitação administrativa e não precisa ser levada aos registros imobiliários para a averbação, pois a definição das mesmas já é prevista na legislação, e o seu cumprimento deve ser efetivado por todos.

As APP’s existem independentemente do seu registro ou averbação no Registro de Imóveis, e o proprietário do imóvel deve respeitá-las, na forma e nos limites que a lei estabelecer.

4.1.2 Reserva Legal

A reserva legal é definida pelo Código Florestal como sendo uma área localizada no interior de uma propriedade rural, excetuada a de preservação permanente, destinada ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas.

As florestas e outras formas de vegetação nativa, excetuando as APP’s, são definidas como reserva legal desde que sejam mantidos, no mínimo 80 % na propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazônia Legal; 35 % na propriedade rural situada em área de cerrado localizada na Amazônia Legal, sendo no mínimo 20 % na propriedade e 15 % na forma de compensação em outra área, desde que esteja localizada na mesma bacia hidrográfica, e seja averbada nos termos; 20 % na propriedade rural situada em área de campos, em área de floresta ou outras formas de vegetação nativa localizada nas demais regiões do País (Lei n° 2.166-67/01). A localização da reserva legal deve ser aprovada pelo órgão ambiental, sendo necessário considerar no processo de aprovação, a função social da propriedade. Para cumprimento da manutenção ou compensação da área de reserva legal em pequena propriedade, podem ser considerados os plantios de árvores frutíferas ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas (Lei n° 2.166-67/01).

A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, de desmembramento ou de retificação da área (Lei n° 2.166-67/01).

A averbação da reserva legal da pequena propriedade é gratuita, sendo dever do Poder Público prestar apoio técnico e jurídico. Na posse, a reserva legal é assegurada pelo Termo de Ajustamento de Conduta, firmado pelo possuidor com o órgão ambiental competente, com força de título executivo e contendo a localização da reserva legal, as suas características ecológicas básicas e a proibição de supressão de sua vegetação.

4.1.3 Servidão Florestal

A servidão florestal é o mecanismo que permite ao proprietário de imóvel rural oferecer parte de sua propriedade para figurar como reserva legal de terceiros, desde que esteja localizada na mesma bacia hidrográfica. O dono de uma área poderá emitir certificado e negociar um valor com os interessados em preservá-la a fim de compensar a destruição de reserva legal nas terras. O proprietário rural poderá instituir servidão florestal, mediante a qual voluntariamente renuncia, permanente ou temporariamente, aos direitos de supressão ou exploração da vegetação nativa, localizada fora da reserva legal e da área com vegetação de preservação permanente. Para que se constitua a servidão florestal é necessário o seu registro no Cartório de Registro de Imóveis competente, sendo que a mesma pode ser instituída por Escritura Pública, Contrato ou Testamento.

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