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Recursos ambientais passíveis de monitoramento e indicadores de qualidade ambiental

No documento Planejamento paisagístico ambiental (páginas 65-67)

PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO AMBIENTAL: Parte

1. Monitoramento ambiental

1.3 Recursos ambientais passíveis de monitoramento e indicadores de qualidade ambiental

Os recursos ambientais são partes integrantes dos ecossistemas. Segundo Rocha (1999) são vários os tipos de ecossistemas naturais que fazem parte do ecossistema terrestre. Dentre eles, podemos destacar e caracterizar, com base nos estudos do referido autor, em termos de importância condicionada pelos impactos ambientais, como:

1.3.1 Ecossistema ligado ao recurso água

A água é um recurso natural renovável e o ciclo hidrológico é indispensável para a vida vegetal e animal. De acordo com a sua distribuição espacial podem ser superficiais, subsuperficiais ou oceânicas. Esse recurso esta sendo afetado pelas atividades humanas, o que reflete em impactos ambientais, decorrentes, principalmente, da poluição por resíduos de agrotóxicos e fertilizantes aplicados na agricultura, produtos químicos residuais das minerações (mercúrio), por lançamento de esgotos sem tratamento nos lançantes de rios e lagos, poluição industrial (resíduos tóxicos), por lançamento de águas residuais das atividades das indústrias, com mais de 40 º C, nos rios (poluição térmica), poluição natural e por atividades rurais de criação de animais, como suínos e aves (lançamento dos dejetos resultantes da criação de maneira inadequada nos rios e no solo, podendo contaminar o lençol freático). Tais tipos de poluição ambiental das águas aumentam a proliferação de algas, causando a eutrofização, e a população de bactérias responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, o que resultam no aumento da demanda biológica por oxigênio (DBO), reduzindo a disponibilidade do oxigênio aos seres vivos que habitam nesse ecossistema, podendo causar a morte desses.

Desta maneira o monitoramento dos recursos hídricos adquire importância relevante, para a definição de medidas que evitam ou minimizam os impactos, através do estudo de indicadores ambientais que expressam a qualidade da água. Dentre eles podemos citar:

Parâmetros físicos e químicos da água (condutividade hidráulica, teores de oxigênio disponível),

presença de metais pesados (Pb, Cd, Hg), pH, concentração de nutrientes totais dissolvidos (NO3- ), turbidez, alcalinidade);

Indicadores biológicos (biota aquática por exemplo)

Qualidade inodora da água: A presença de cheiro pode ser um indicador de algo em

decomposição ou produto químico;

Qualidade da cor e gosto da água. Indicador de algo solubilizado;

Exames bacteriológicos, coliformes e químicos em laboratórios especializados;

Obs.: Carpas colocadas em gaiolas, dentro dos rios, se nadarem em sentido a favor ou lateralmente às correntezas, é indicador de que o rio está poluído.

A atmosfera terrestre é constituída por vários compostos gasosos diferentes, sendo que alguns são indispensáveis a vida, como o oxigênio. Esse é o ar utilizado para a respiração e a pela proteção dos seres vivos terrestres dos raios ultravioletas, pois a sua acumulação na atmosfera forma a denominada camada de ozônio (O3), que filtra a radiação solar refletindo os raios ultravioletas para o espaço. No entanto a concentração de alguns gases na atmosfera torna-se prejudicial à vida terrestre ocasionando a diminuição da camada de ozônio (gases como o CloroFluorCarbono (CFC)) provocando a redistribuição direta dos raios solares, o aumento da temperatura terrestre, chamado “efeito Estufa”( gases como o vapor da água, CO2, CH4, NO e CFCs), a incidência de chuvas ácidas, com acidez acima do normal que uma chuva pode apresentar ( gases como os nitrogenados e enxofre associam-se com o vapor de água e oxigênio produzindo as precipitações ácida). As principais fontes de poluição são as indústrias, combustão doméstica e industriais, veículos motorizados (monóxido de carbono, chumbo, partículas sólidas e óxidos de nitrogênio), queimadas e CloroFluorCarbono (CFC).

A legislação de cada país define o padrão de qualidade do ar a ser usado como instrumento de controle e monitoramento ambiental do ar. Padrões de qualidade do ar segundo a resolução nº 003 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) referem-se à concentração de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, segurança e o bem-estar da população, a flora e fauna e o meio ambiente.

Através de programas de monitoramento avalia-se os indicadores referentes aos teores dos gases acima citados na atmosfera, Partículas Totais em Suspensão (PTS) e Partículas Inaláveis (PI10), contribuindo para o estudo da qualidade do ar e tomadas de decisões alternativos para minimizar os teores de gases lançados na atmosfera que ultrapassam padrões de qualidade.

1.3.3 Ecossistema ligado ao recurso solo

O solo é considerado essencial aos seres vivos desde os primórdios da vida na terra, quando as plantas se adaptaram à vida terrestre, onde antes se desenvolviam apenas em ambiente aquático. Por meio do solo as plantas podem obter os nutrientes e a água necessários, uma vez que, não sobreviriam apenas com a lenta liberação de nutrientes pelo intemperismo da rocha e apenas com a água proveniente das precipitações. Dessa forma o solo funciona como um reservatório de nutrientes e água para as plantas, pois apresenta a capacidade de reter os nutrientes, impedindo-os de serem lixiviados e removidos com a água da chuva, e a propriedade de capilaridade, fenômeno pelo qual a o solo não saturado retêm água mesmo contra a ação da gravidade.

O manejo inadequado do solo por práticas da agricultura e por uso antrópico inadequado nos centros urbanos (lixo tóxico) condiciona a contaminação desse ecossistema. A degradação do solo por práticas mecânicas e culturais (queimadas, revolvimento solo, pastoreio excessivo) aumentam as erosões, principalmente em solos com ausência de cobertura vegetal, ocasionando o assoreamento de rios, perda de solo e matéria orgânica, redução da fertilidade natural, entupimento de estradas e canais de drenagem, destruição de estradas e mesmo casas. Verificam-se ainda as contaminações do solo por aplicações excessivas de agrotóxicos (sem considerar o período de carência dos produtos) e de adubos nitrogenados e fosfáticos (químicos ou orgânicos sem tratamento), aumentando os teores de substâncias químicas, com potencial

contaminante, e metais pesados, como o mercúrio e cádmio, afetando a saúde da população e ocasionando a morte de animais silvestres e edáficos. Os lixos tóxicos provenientes dos resíduos domésticos e industriais dos centros urbanos ocasionam a contaminação do solo, afetando a saúde da população próxima às áreas contaminadas. Como exemplos de lixos tóxicos podemos citar as substâncias químicas presentes nos detergentes, plásticos e aerossóis, pilhas, baterias, resíduos industriais, que são incorporados ao solo através de sistemas de drenagem, acúmulo de lixo ou da rede de esgoto.

Assim o monitoramento do solo através do estudo de indicadores de qualidade do solo, como substâncias químicas, indicadores microbiológicos (bactérias), e metais pesados presentes nesse ecossistema, além de indicadores de degradação das características físicas, químicas e biológicas, potencializadas pelos processos erosivos do solo, condicionam a avaliação dos impactos do uso do solo na agricultura e, como meio de descarte de resíduos dos centros urbanos, estimando cenários futuros e direcionando alternativas e políticas públicas para solucionar esses impactos ambientais do solo.

No documento Planejamento paisagístico ambiental (páginas 65-67)