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Para a recolha de dados válidos para a consecução dos objetivos definidos nestes estudos, elaborou-se um instrumento de recolha de dados que consistiu num guião de entrevista que depois foi adaptado para os diferentes grupos. Os protocolos de entrevista (Anexos 1, 2 e 3) foram elaborados de forma a permitem obter dados sobre as seguintes dimensões:

Estudo 2 — Estudo com professores: Caracterizar o entrevistado; Conhecer a opinião dos professores sobre a função da avaliação no processo de ensino e aprendizagem; Averiguar as perceções dos professores sobre as causas de insucesso na aprendizagem da disciplina de BGG; Averiguar as perceções de professores sobre as causas de insucesso na avaliação externa da disciplina de BGG; Descrever os conhecimentos dos professores sobre as finalidades do ensino da disciplina de BGG; Averiguar as representações da influência da realização do exame nacional nas práticas pedagógicas e de avaliação dos professores; Identificar as opiniões dos professores sobre as características do exame nacional de BGG; Averiguar as medidas sugeridas pelos professores para promover o sucesso na aprendizagem da disciplina; Averiguar as medidas sugeridas pelos professores para promover o sucesso na avaliação externa de BGG; Identificar a opinião dos professores sobre a existência de exames nacionais.

Estudo 3 — Estudo com alunos: Caracterizar o entrevistado; Conhecer a opinião dos alunos sobre a função da avaliação no processo de ensino e aprendizagem; Averiguar as perceções de alunos sobre as causas de insucesso na aprendizagem da disciplina de BGG; Averiguar as perceções dos alunos sobre as causas de insucesso na avaliação externa de BGG; Descrever os conhecimentos dos alunos sobre as finalidades do ensino da disciplina de BGG; Averiguar a relevância do exame nacional para a vida escolar dos alunos; Identificar as opiniões dos alunos sobre as características do exame nacional de BGG; Averiguar as medidas sugeridas pelos

alunos para promover o sucesso na aprendizagem da disciplina; Averiguar as medidas sugeridas pelos alunos para promover o sucesso na avaliação externa de BGG; Identificar a opinião dos alunos sobre a existência de exames nacionais.

Estudo 4 — Estudo com Encarregados de educação: Caracterizar o entrevistado; Conhecer a opinião dos EE sobre a função da avaliação no processo de ensino e aprendizagem; Averiguar as perceções dos EE sobre as causas de insucesso na aprendizagem da disciplina de BGG; Averiguar as perceções dos EE sobre as causas de insucesso na avaliação externa de BGG; Descrever os conhecimentos dos EE sobre as finalidades do ensino da disciplina de BGG; Averiguar a relevância do exame nacional para a vida escolar dos alunos do ponto de vista dos EE; Identificar as opiniões dos EE sobre as características do exame nacional de BGG; Averiguar as medidas sugeridas pelos EE para promover o sucesso na aprendizagem da disciplina; Averiguar as medidas sugeridas pelos EE para promover o sucesso na avaliação externa de BGG; Identificar a opinião dos EE sobre a existência de exames nacionais.

O protocolo de entrevista inicial, antes de adaptado para os outros grupos de respondentes e antes de aplicado, foi validadoa priori por especialistas em Ciências da Educação para haver a certeza que se recolheriam dados válidos e que permitissem a consecução dos objetivos da investigação. Segundo De Ketele & Roegiers (1993), a validação a priori do instrumento de recolha de dados consiste numa tripla verificação: (i) a verificação da pertinência das informações que serão recolhidas através do instrumento, ou seja, verificar se as informações a recolher são necessárias, suficientes e acessíveis; (ii) a verificação da validade do instrumento, ou seja, verificar se as informações que serão recolhidas com o instrumento são as que pretendemos recolher; (iii) a verificação da fiabilidade dos procedimentos de recolha de informações com um determinado instrumento, ou seja, verificar se o instrumento permite recolher informações independentemente da pessoa que está a recolhê-las.

Levaram-se em consideração todos os comentários e sugestões dos especialistas para a reformulação do guião de entrevista. Posteriormente, fez-se a adaptação do mesmo para os grupos dos alunos e dos encarregados de educação.

confidencialidade das respostas e a exclusiva utilização da informação para a finalidade da investigação. As entrevistas foram feitas com gravação de som, por permitir um melhor tratamento posterior dos dados, podendo aceder a estes todas as vezes que a investigadora considerasse necessário. De referir que não foi efetuada gravação de imagem por se considerar não trazer nenhuma mais-valia à investigação, podendo até ter sido um fator de intimidação dos inquiridos.

Antes da realização de cada uma das entrevistas, fez-se um primeiro contato informal para informar os entrevistados acerca dos objetivos da entrevista, da finalidade do estudo e da importância da sua colaboração, de modo a criar um clima de confiança e a motivar o entrevistado.

As entrevistas foram efetuadas mediante marcação prévia de dia e hora, como forma de garantir a disponibilidade dos entrevistados. O local de realização das entrevistas foi escolhido pelos inquiridos, com exceção dos alunos, cujo local foi previamente combinado com os respetivos encarregados de educação, após a assinatura destes do pedido de autorização (Anexo 4) para a realização da entrevista e respetiva gravação áudio. A maioria dos professores preferiu realizar as entrevistas na respetiva escola, tendo sido pedida autorização à direção da escola (Anexo 5). Os restantes entrevistados preferiram realizar as entrevistas em casa ou no seu local de trabalho, locais a que a investigadora se deslocou, ou no gabinete de trabalho da investigadora, quando assim preferiram. Em todos os casos, houve sempre a preocupação de realizar as entrevistas num local tranquilo e que garantisse a confidencialidade e proporcionasse o bem-estar dos entrevistados.

No final das entrevistas, foi sempre dada a oportunidade aos entrevistados para explicar melhor algum aspeto abordado ou acrescentar outros relacionados com o tema que não tenham sido abordados.

As entrevistas tiveram a duração média de cerca de 40 minutos para professores e cerca de 20 minutos para alunos e encarregados de educação e foram gravadas em suporte áudio, sendo posteriormente transcritas.

3.4.5. Tratamento de dados

As entrevistas realizadas e gravadas em suporte áudio foram transcritas para posterior tratamento de dados que se centrou na análise qualitativa de conteúdo das respostas dos vários

entrevistados. A análise de conteúdo não só permite a análise de dados qualitativos de documentos, como também permite a análise de respostas abertas relativamente a questionários e entrevistas (Bardin, 2007). Segundo Lessard- Hébert et al (2008), a primeira fase de análise deste tipo de dados é a redução de dados que consiste na seleção, simplificação e transformação de todo o material compilado, que permitirá passar às fases seguintes, a apresentação dos dados e a interpretação e verificação de conclusões. Deste modo, definiram-se categorias de resposta para cada questão a posteriori, porque emergiram do discurso dos participantes, categorias essas que são diferentes em termos do seu conteúdo e devem: permitir classificar as respostas de todos os sujeitos; permitir incluir respostas (ou outras unidades de análise) idênticas entre si na mesma categoria; impedir classificar a mesma unidade de análise em mais do que uma das categorias definidas (Ghiglione & Matalon, 1997, Vala 1999).

Sempre que possível, utilizaram-se categorias iguais para os três grupos, o que facilitou a procura de pontos de encontro e pontos de discordância entre eles, permitindo estabelecer as comparações e relações que são necessárias para responder à questão de investigação.

Para registar os dados utilizaram-se tabelas organizadas por dimensões, com as respetivas categorias de resposta, registando-se a presença/ausência de cada uma das categorias. As respostas obtidas foram sujeitas a uma análise qualitativa de conteúdo. No caso dos professores, procurou-se confrontar as respostas dos professores corretores e não corretores, procurando pontos de encontro e/ou de desconformidade entre as suas respostas.

Sempre que se julgou pertinente, recorreu-se à transcrição de respostas dadas como meio de demonstrar a classificação efetuada.

Para comparação de resultados entre os três grupos, elaboraram-se tabelas das dimensões comuns, procedendo-se a uma análise comparada de resultados.