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Inter-relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade

5 A PRESENÇA DOS ASPECTOS CTS NOS CONTEÚDOS RELACIONADOS À

5.1.7 Inter-relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade

Neste derradeiro tópico, pretende-se discutir as interações entre os três elementos da tríade CTS. Na Tabela 7, são apresentados os dados identificados na investigação com os LD.

TABELA 7: INDÍCIOS DAS INTER-RELAÇÕES ENTRE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE Livro – Código de Identificação Número de indícios das interações entre ciência, tecnologia

e sociedade

LD1- Bonjorno et al. (2016) 2

LD2- Barreto Filho e Silva (2016) 5

LD3- Nani et al. (2016) 3

LD4- Martini et al. (2016) -

LD5- Yamamotto e Fuke (2017) 4

Total 14

FONTE: O autor (2021).

A identificação dessas evidências não foi algo muito fácil, tendo em vista os pressupostos defendidos dentro da Educação CTS. Porém, apesar de essas evidências escolhidas não estarem organizadas dentro das perspectivas que são defendidas aqui, é possível discutir e analisar os conteúdos que são apresentados apontando potencialidades e equívocos que, uma vez discutidos e refletidos de maneira coerente, permitem explorar possibilidades dentro das ideias apresentadas nessas discussões.

Pelo indicativo da Tabela 7, as interações CTS foram as que menos apareceram nos textos investigados com o tema energia elétrica, mesmo numa perspectiva reduzida, distorcida e simplificada. De fato, esses indicativos já foram citados, em grande parte, nas categorias anteriores dentro das possibilidades de interação que permitiram essas discussões.

Assim, os recortes dos textos que podem ser úteis para a discussão dessa categoria são apresentados na sequência.

Ao apresentar o processo histórico de alguns dispositivos elétricos no tópico

“A Histórica Conta”, o LD1 propõe o texto “Movidos a eletricidade” (LD1, 2016, p. 132), o qual relata fatos históricos que mudaram completamente o modo de vida das pessoas, citando o telégrafo e o telefone no processo de comunicação. Cita também o intenso trabalho de Thomas Edison e sua equipe na produção da lâmpada. Cita o início da iluminação pública no Brasil e a grande demanda que existia, assim como os temores que muitos tinham da luz incandescente, alegando que ela poderia trazer problemas de saúde, indicando a falta de conhecimento da população sobre a tecnologia recente.

Para explorar esse texto, o livro propõe questões que questionam os estudantes sobre o que é uma patente e propõe uma pesquisa sobre a matriz energética brasileira e as relações sobre o progresso científico no fim do século XIX com as novas tecnologias desenvolvidas e o sistema econômico vigente da época.

Essa proposta de atividade tem potencial para discutir os elementos da Educação CTS se o professor conseguir discutir os elementos científicos, tecnológicos e sociais que estão explícitos e implícitos dentro do texto, relacionando-os mutuamente, assim como provocando os educandos a refletir para além do que lhes é apresentado.

Discussões históricas são apresentadas fazendo um relato de muitas invenções que foram produzidas na época, assim como discute-se um pouco do processo de invenção que reuniu várias pessoas e muito tempo de pesquisa, como no caso da lâmpada incandescente. Porém, tanto no texto como no livro em geral, Thomas Edison é figurado como o principal inventor, e não se comenta sobre outros pesquisadores que também contribuíram com ideias inovadoras sobre essa lâmpada, como Joseph Swan.

A discussão sobre o direito de patentes e a matriz energética brasileira também configura-se em pontos importantes, pois amplia os conhecimentos sobre os interesses comerciais, econômicos e políticos que estão intrínsecos nas práticas científicas e tecnológicas e nos resultados promovidos nos meios sociais e ambientais.

Contudo, a discussão sobre o progresso científico, desenvolvimento tecnológico e a influência do sistema econômico apresentada nas respostas do livro faz clara alusão e tenta aclamar o sistema capitalista como o grande promotor de benefícios e maravilhas para a sociedade. Ora, tal discussão já foi promovida quando

se discutiu a categoria 5.1.2 ao se comentar sobre a Natureza da Tecnologia, em que se deve ter a responsabilidade de denunciar os prejuízos que a CT também promove na sociedade. O LD1 (2016, p. 133) faz defesa explicita ao sistema econômico, enaltecendo as maravilhas da CT promovidas pelos interesses financeiros ao indicar que “no sistema capitalista busca-se o lucro nas relações comerciais e de produção”, assim como ao pontuar que “o sistema investe em tecnologia para melhorar os lucros obtidos nessas relações e, portanto, pode ajudar no desenvolvimento científico”.

Assim, deve-se promover discussões com os educandos ampliando as percepções acerca das relações CTS envolvidas nesse contexto, denunciando a glamourização da CT promovida pelos interesses econômicos, os quais objetivam o lucro promovendo uma cultura de consumo e alienação da sociedade, como Nuñes (2000) defendeu.

Ainda em LD1, encontra-se um outro texto no tópico “Pensando as Ciências:

Física e Tecnologia”, em que destaca-se o texto “A guerra das correntes”. Nesse texto, o livro faz uma breve discussão sobre o embate científico e tecnológico que ocorreu entre os séculos XIX e XX, tendo como principais personagens Thomas Edison e Nicola Tesla.

Como já dito anteriormente, “a guerra das correntes” foi um período da história da humanidade em que é possível observar como a ciência, a tecnologia e a sociedade se envolveram de maneira intensa, produzindo grandes transformações em cada uma delas. Essas transformações continuam até hoje influenciando os três componentes e produzindo diversas mudanças influenciadas pela produção de energia elétrica. Entretanto, LD1 não dá o devido destaque aos fatos e acontecimentos ocorridos, permitindo reconhecer nesse momento histórico por ele descrito como uma possibilidade de evidência dentro das interações CTS defendidas.

Em um dos trechos, o livro defende que “as relações sociais, a política, a economia e as artes foram transformadas pela corrente elétrica que iluminava as noites, movia máquinas, diminuía as distâncias entre as pessoas e tornava tudo maravilhosamente mais rápido” (LD1, 2016, p. 178, grifo nosso). Em outro momento, ele indica que “a necessidade de mudanças era grande, e a busca por soluções incentivava a pesquisa científica da mesma forma que acirrava as competições entre os laboratórios e os pesquisadores” (LD1, 2016, p. 178, grifo nosso).

Ora, apesar de LD1 repetir certas distorções, induzindo o leitor a considerar a pesquisa científica como uma “maravilha necessária” que estava atendendo as

necessidades da população (sendo que, muito além disso, a pesquisa estava empenhada em criar novas necessidades para atender as demandas capitalistas), é possível perceber elementos das interações CTS nesses trechos, como as transformações nos vários setores sociais, incluindo a ciência e a tecnologia, e as disputas entre os pesquisadores para ganhar os créditos da distribuição de energia.

Porém, o texto mantém um discurso muito simplista e neutro, não permitindo que, tanto o professor (que não está familiarizado com os princípios da Educação CTS) quanto os educandos possam refletir sobre as interações de maneira mais crítica.

O LD2 foi o livro que apresentou mais evidências de propostas que se

aproximam dos princípios da Educação CTS, de acordo com a Tabela 7. Na sequência, serão discutidas duas dessas propostas.

No tópico “Lendo a Física”, o LD2 apresenta o texto “Lixo eletrônico”, o qual aborda o problema que os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos estão provocando no ambiente, discutindo a obsolescência perspectiva e programada, a falta de reflexão sobre a aquisição desses produtos, a produção de leis que regulamentem o descarte, a logística reversa e a necessidade de discutir esse tema com a sociedade (LD2, 2016, p. 22).

Ao abordar esses pontos, o LD2 promove uma aproximação do que está sendo discutido numa perspectiva mais crítica e alinhada aos princípios CTS. Embora o texto esteja disposto na unidade 1, especificamente no capítulo 1, que analisa a história do eletromagnetismo, é possível para o professor estabelecer conexões futuras com os demais conteúdos que discutirá com os educandos, visto que:

A consciência é muito mais impositiva que as leis, e pode transformar uma sociedade. […] A família e a escola, desde cedo, são decisivas para formar cidadãos atentos para a necessidade da harmonia com o ambiente, porque dele depende nossa sobrevivência. Não se trata de privar alguém de um produto eletrônico, mas é preciso trocar de celular o tempo todo só para acompanhar a última palavra em tecnologia? Esse tipo de consumo gera uma conta ambiental desproporcional, que vai ser cobrada em algum momento (LD2, 2016, p. 22, grifo nosso).

O LD2 sugere também o documentário “Quem matou o carro elétrico?”

(PAINE, 2006), que possibilita discussões interessantes nessa categoria. Nesse documentário, são explorados os problemas de saúde que os habitantes do estado da Califórnia, nos EUA, estavam enfrentando com o alto grau de poluição do ar, fortemente influenciado pelos carros movidos a gasolina em 1996. Assim, o governo propõe uma lei na qual as montadoras devem desenvolver tecnologias mais saudáveis

baseadas nas baterias elétricas. Uma montadora automobilística desenvolve um carro elétrico que procura atender ao pedido governamental e amenizar a crise ambiental, entregando o protótipo criado a uma parcela pequena da população americana, indicando, dessa maneira, que pretendia continuar o projeto que desenvolvesse um carro durável, silencioso e menos poluente. Entretanto, os interesses financeiros e econômicos das montadoras e de outros setores, como o governo federal, a indústria do petróleo, órgãos de pesquisa e o descaso da população contribuíram para que esse importante projeto tecnológico fosse abandonado.

Isso mostra como setores da sociedade determinam as pesquisas científicas e tecnológicas e como estas não são neutras dentro do que pontuou Dagnino (2008).

O documentário dessa proposta tem duração de 92 minutos e promove uma importante reflexão trazendo especialistas de diversas áreas da sociedade americana envolvidas no processo desse protótipo: técnicos responsáveis pelo carro, representantes de órgãos governamentais, usuários do veículo, entre outros.

Apresentando seus argumentos, todos pontuaram fatos relevantes que permitem ao expectador tirar suas conclusões sobre como as práticas científicas e tecnológicas podem ser orientadas de acordo com os interesses dominantes. Nesse sentido, o documentário leva a refletir sobre esses interesses ao indicar que:

Nunca se ouviu a expressão: "Morte por um milhão de cortes"?

Cortes pequeninos um dia farão alguém sangrar até morrer.

A luta pelos carros elétricos foi, simplesmente..., uma luta sobre o futuro.

Golias ganhou esta rodada.

Mas agora, Golias tem novos problemas.

Os preços da gasolina subiram.

Os EUA estão envolvidos na guerra no Oriente Médio...

e o aquecimento global é uma ameaça cada vez maior.

O que podemos fazer para remodelar o futuro? (PAINE, 2006, grifo nosso).

O questionamento sobre o futuro do planeta, caso os combustíveis fósseis continuem a serem explorados dentro dos padrões atuais, é uma problematização importante que permite ao educando refletir sobre os impactos produzidos pelos automóveis movidos com esses combustíveis e reconhecer a importância dos veículos elétricos.

Tais reflexões estão alinhadas aos pressupostos CTS e é possível reconhecer aqui semelhanças com o episódio histórico em que Rachael Carson sintetiza aquilo que a comunidade científica já sabia sobre o efeito dos pesticidas sobre o meio

ambiente, conseguindo sensibilizar a sociedade a refletir sobre a responsabilidade da ciência e dos limites do progresso tecnológico (STRIEDER, 2012).

O LD3 traz no tópico “A Física tem história” o texto “Urbanização, energia e eletricidade” no qual é possível encontrar importantes discussões sobre o crescimento da população urbana mundial, destacando a revolução industrial e os avanços tecnológicos ocorridos pelas máquinas térmicas e pela eletricidade.

O texto faz defesas do desenvolvimento tecnológico provocado pela eletricidade ao pontuar que esse:

permitiu alimentar as cidades com iluminação abrangente e mais duradoura, possibilitando também o desenvolvimento das telecomunicações e de outros confortos. A construção das primeiras usinas termelétricas, no final do século XIX, anunciava um futuro de energia aparentemente ilimitada, sustentando novos padrões de consumo.

Outros fatores, como a melhoria da qualidade de vida nas cidades, avanços da medicina, ampliação de saneamento básico e hábitos pessoais de higiene e melhoria dos padrões de alimentação e moradia, acarretaram quedas expressivas nas taxas de mortalidade infantil e aumento da expectativa de vida, contribuindo para a explosão demográfica nas cidades. (LD3, 2016, p. 198, grifo nosso).

Entretanto, o LD3 aponta aspectos preocupantes que acompanharam esse processo de urbanização, no qual essas tecnologias não atenderam e persistem até os dias atuais:

Contudo, uma parte significativa dessa população, atualmente estimada em um bilhão de pessoas, vive em condições precárias, habitando favelas ao redor do globo, e merece o acesso aos benefícios anunciados pela modernidade.

Em sua opinião, seria interessante propor aos governos a criação de políticas públicas para incentivar o aumento da polução rural? Justifique.

(LD3, 2016, p. 198, grifo nosso).

Ainda em LD3, foi possível identificar discussões pertinentes quanto ao funcionamento e uso das usinas termelétricas que, no contexto brasileiro, entram em funcionamento em momentos críticos de fornecimento de energia pelas hidrelétricas.

O texto destaca os problemas ambientais provocados por essas usinas como poluição atmosférica, efeito estufa, variação de temperatura e consequente alteração em ecossistemas aquáticos que são fontes de água para essas usinas, alterações no microclima local e chuva ácida. Dessa maneira, um questionamento é feito “Com tantos aspectos negativos do ponto de vista ambiental, o que justifica a instalação de uma usina termelétrica em determinada localidade?” (LD3, 2016, p.

180, grifo nosso).

Paralelamente à discussão sobre as usinas termelétricas, o LD3 apresenta um box que comenta sobre a usina hidrelétrica de Belo Monte, destacando seu potencial de produção de energia que atenderá uma demanda de 60 milhões de pessoas, impulsionando o crescimento do país, entretanto indica que existem setores da sociedade que não concordam com a construção dessa usina, orientando os estudantes da seguinte forma “pesquise e debata com seus colegas as vantagens e desvantagens da construção dessa usina e aponte algumas alternativas que poderiam evitar a sua construção” (LD3, 2016, p. 181, grifo nosso).

As propostas apresentadas por LD3 permitem intensas discussões sobre a Educação CTS e a Educação Ambiental dependendo de como esses textos são trabalhados com os educandos. Nesse sentido, Gonzalez-Gaudiano e Lorenzetti (2009) pontuam que o professor pode demarcar, numa linguagem fleckiana, seu estilo de pensamento dentro da Educação Ambiental de duas maneiras: estilo de pensamento ecológico e estilo de pensamento crítico-transformador. Segundo os autores, o primeiro é focado nos processos de conservação e preservação dos recursos naturais fortemente alinhados à ecologia. Já o segundo analisa os problemas ambientais em suas múltiplas dimensões: naturais, históricas, culturais, sociais, econômicas e políticas, preparando o indivíduo para agir numa perspectiva crítica, ética e democrática. Nesse sentido, o segundo estilo é aquele que tem mais afinidades com a Educação CTS aqui proposta.

O LD5 faz numa abordagem do texto “Capacitores e o fator de potência” no tópico “A física no cotidiano”. Nesse texto, o livro faz um debate sobre a crise de fornecimento e distribuição de energia elétrica em 2001, a qual gerou racionamentos e blecautes de energia em diversas partes do país. Na busca de resolver esse problema, uma das medidas tomadas foi a de aumentar o fator de potência dos equipamentos industriais, em que as indústrias deveriam instalar capacitores em paralelo aos circuitos dos equipamentos, melhorando a eficiência das máquinas. De acordo com o texto:

A medida funcionou tão bem que em 09 de setembro de 2010, a ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica) criou o artigo 95 da resolução 414, exigindo fator de, no mínimo, 0,92 para as unidades que forem supridas com mais de 1000V e obrigando a medição do fator dessas unidades pelas concessionárias. […] (LD5, 2017, p. 171, grifo nosso).

Nesse exemplo, o texto permite refletir como a sociedade, representada em sua função política, pode elaborar ações que permitam orientar o devido uso da

tecnologia e ciência disponíveis por meio de leis devidamente debatidas com outros elos sociais na busca de resolver problemas como a falta de energia e o seu uso racional.

Outro texto que merece destaque é o que está intitulado “Magnetotactismo”, que busca descrever esse fenômeno presente em alguns seres vivos, principalmente microorganismos. Ao explorar esses conceitos dentro do ambiente natural, ou seja, o campo geomagnético, o texto indaga sobre a influência dos seres vivos aos campos eletromagnéticos tecnologicamente desenvolvidos:

Assim sendo, como ficamos nós, os seres humanos, sujeitos cada vez mais a campos magnéticos produzidos por aparelhos, produtos da crescente tecnologia? Como é a resposta do ser vivo a campos eletromagnéticos de baixa frequência, como os produzidos por redes de transmissão? O número crescente de publicações a este respeito […], entretanto, não tem ainda respondido a esta questão. O que é aceito pela ciência é o papel do meio ambiente na vida na Terra, onde cada organismo está em completa harmonia com este meio, constituindo algo mais que simples equilíbrio ecológico e que é sensível a estímulos muito mais fracos do que aqueles que a Ciência tem esperado […]. Esta percepção necessita de estudos mais aprofundados para se compreender um pouco mais sobre a vida na Terra. (LD5, 2017, p. 191, grifo nosso).

Nesse caso, as indagações são muito pertinentes devido às interferências que a ciência e a tecnologia fazem nos ambientes naturais e nos seres vivos. Tais interferências devem ser minuciosamente pensadas e avaliadas na busca de se preservar a vida no planeta Terra. Infelizmente, a história da ciência tem mostrado que os interesses econômicos não levam em consideração essa preocupação.

Assim, ao destacar esses indícios, primou-se por apontar as aproximações que estes têm com a proposta CTS. Todavia, nenhum dos livros analisados desenvolveu uma proposta CTS genuína dentro dos princípios dessa forma de educação. Dessa maneira, no Quadro 16, é indicada uma atividade em que se abarca uma discussão envolvendo os três elementos CTS.

QUADRO 16: ATIVIDADE SOBRE AS INTERAÇÕES ENTRE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE

Produção de Energia nas Usinas Hidrelétricas

Introdução: A energia elétrica consumida no Brasil é majoritariamente produzida por usinas hidrelétricas. Todavia, essa forma de produção possui prós e contras que devem ser discutidos pela sociedade, garantindo a instrumentação dos indivíduos nas possíveis tomadas de decisões. Nesta última aula, os estudantes farão essa reflexão.

Conteúdo específico: Produção de energia elétrica nas usinas hidrelétricas.

Conteúdo privilegiado: Benefícios e malefícios da produção de energia elétrica no Brasil.

Duração: 100 minutos

Objetivos:

Reconhecer a importância das usinas hidrelétricas na matriz energética brasileira.

Observar como essa forma de produção impacta a vida das pessoas e o meio ambiente.

Refletir sobre os benefícios e malefícios produzidos pelas usinas hidroelétricas na sociedade.

Problematização inicial:

Esta problematização se iniciará comentando com os estudantes que os processos de produção de energia elétrica apresentam pontos negativos e positivos. Dessa maneira, será proposta a eles a seguinte pergunta: Quais são as formas de produção de energia que mais impactam o meio ambiente?

Organização do conhecimento:

Depois da problematização inicial, serão fornecidos dois textos aos estudantes que tratam sobre os pontos positivos e negativos da construção de duas usinas hidrelétricas brasileiras: a usina de Itaipu e a usina de Belo Monte. Isso permitirá uma discussão e reflexão sobre os benefícios e malefícios dessa forma de produção.

Em seguida, será proposta a organização da turma para a produção de um júri simulado.

Nesse júri, os educandos e o pesquisador farão a composição dos elementos de um júri: juiz, advogados de defesa, promotoria e jurados. O réu será a usina hidrelétrica, a ser julgada por supostos impactos ambientais que esteja cometendo no meio ambiente. Dessa forma, os prós e contras dos processos de produção das usinas hidrelétricas serão postos à discussão pelo grupo.

Aplicação do conhecimento:

Ao término desta aula, será proposta uma atividade com textos que falam sobre a produção de energia elétrica por meio de usinas hidrelétricas. Os estudantes deverão analisar esses textos e produzir um vídeo (5 a 10 minutos) em grupo que apresente a situação do Brasil frente ao mundo quanto à utilização dessa forma de produção apresentando os pontos positivos e negativos.

Atividade:

Em grupos de três a quatro integrantes, leiam os textos seguintes que tratam sobre a produção de energia elétrica por meio das usinas hidrelétricas:

“As usinas hidrelétricas suprem apenas 2,5% da energia total e 15% da eletricidade produzida pela humanidade”.

“As usinas hidrelétricas costumam gerar muitas polêmicas quando construídas, pois, se de um lado elas visam a atender as demandas energéticas, por outro, elas geram graves impactos ambientais e sociais, dos quais podemos citar a perda da vegetação em áreas de inundação; a remoção de famílias em áreas atingidas pelas barragens; a liberação de gás metano na atmosfera; e alterações nos cursos d'água utilizados pelas usinas.”

“Apesar das muitas críticas e oposições, as usinas hidroelétricas são amplamente empregadas em países com elevado potencial hidráulico, tais como o Brasil, Estados Unidos, Rússia

“Apesar das muitas críticas e oposições, as usinas hidroelétricas são amplamente empregadas em países com elevado potencial hidráulico, tais como o Brasil, Estados Unidos, Rússia