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6 Análise da FMEA com outras Técnicas

6.7 Diagrama de causa e efeito

6.7.4 Interacção entre o diagrama de causa – efeito e a FMEA

O diagrama de causa – efeito ou os 5 M’s como é vulgarmente chamado deve ser utilizado na parte de definição das causas dos potenciais modos de falha porque facilita a organização e visualização das causas, estabelece um processo metódico de análise que ajuda a assegurar o não esquecimento de nenhuma das causa que podem originar um potencial modo de falha.

6.8

O método Brainstorming

O Brainstorming (ou "tempestade de ideias") é uma técnica para recolha de ideias orientada para a resolução de problemas em grupo. (Sousa, 2007). De entre diversos outros métodos, o brainstorming propõe que um grupo de pessoas – de uma até dez pessoas – se reúna e compartilhe os seus pensamentos e ideias sobre temas, numa atmosfera de relaxamento, que incentiva o conhecimento colectivo, sem restrições.

As pessoas que se envolvem neste método devem ser de sectores e competências diferentes, pois as suas diversas experiências podem colaborar com a

"tempestade de ideias" que se forma ao longo do processo de sugestões e discussões. Nenhuma ideia é descartada ou julgada como errada ou absurda. Todas as ideias são ouvidas e trazidas até o processo de brainwriting, que constitui a compilação ou anotação de todas as ideias ocorridas no processo de brainstorming, numa reunião com alguns participantes da sessão de brainstorming; este processo vai evoluindo as ideias até à chegada da solução efectiva.

A técnica de brainstorming tem várias aplicações, mas é frequentemente usada no desenvolvimento de novos produtos, publicidade, resolução de problemas, gestão de processos, gestão de projectos e formação de equipas.

6.8.1 Procedimento de aplicação:

1. Definir o problema ou a questão como um desafio criativo. Isto é extremamente importante. Um desafio mal definido pode dar origem a muitas ideias, mas que não conseguem resolver o problema. Um desafio bem definido gera as melhores ideias para resolver o problema. Desafios criativos começam tipicamente com: "De que maneira poderíamos nós...?" ou "Como poderíamos nós...?". O desafio maior é ser conciso e compenetrado no que e está a fazer, a ponto de excluir qualquer informação que não seja o desafio em si. Por exemplo: "De que forma poderíamos nós melhorar o produto X?" ou "Como poderíamos incentivar mais pessoas para se juntarem à nossa equipa?".

2. Estabelecer um tempo limite. Cerca de 25 minutos, mas a verdade é que só a experiência vai mostrar quanto tempo é necessário. Uma equipa maior pode precisar de mais tempo para obter e expor todas as ideias. Alternativamente, podemos dar um limite de ideias que se podem gerar, por exemplo, um mínimo de 50 ideias.

3. Assim que começa o brainstorming, os participantes começam a dizer possíveis soluções para o problema, enquanto o moderador as escreve – geralmente, num quadro branco que seja visível para todos. Não deve haver absolutamente nenhuma crítica de ideias. Não importa se a ideia é considerada impossível ou idiota, ela deve ser escrita. Deve-se encorajar todo o tipo de ideias, mas não se deve encorajar a crítica.

4. Quando o tempo de participação acabar, deve-se seleccionar as cinco melhores ideias, em conjunto com todos os participantes.

5. Anotar cerca de cinco critérios de avaliação das melhores ideias para resolver o problema. Os critérios devem começar com a palavra "deve", por exemplo, "deve ser

economicamente eficiente", "deve ser admissível", "deve ser possível para terminar antes de 15 de Julho".

6. Deve-se dar uma pontuação de 0 a 5 pontos, dependendo da forma como se reúne cada critério. Depois de todas as ideias terem sido pontuadas, comparar a pontuação. 7. A ideia com a melhor classificação será a melhor para resolver o problema

.

6.9

O método Brainwriting

Originada no Instituto Battelle em Frankfurt. É uma variação do brainstorming, com a diferença essencial de que todas as ideias são escritas, trazendo como consequência calma e ordem no processo. Ao retirar a interacção oral, elimina a possibilidade de o líder do grupo favorecer determinados participantes mais activos e extrovertidos. No brainwriting, todas as pessoas podem ter ideias simultaneamente e são incentivadas a desenvolver as ideias geradas pelos outros participantes (Figura 46). É apenas uma variação da metodologia, com a mesma finalidade de gerar ideias inovadoras.

6.9.1

Procedimento de aplicação:

1. Identificação do tema central por parte do líder da sessão.

2. Os participantes, sentados numa sala, escrevem individualmente as suas ideias durante cerca de cinco minutos.

3. Cada participante passa a sua folha de papel à pessoa sentada ao seu lado, que acrescentará as suas próprias ideias, durante mais cinco minutos. Este processo pode repetir-se diversas vezes mas, geralmente, três passagens são suficientes.

4. O líder da sessão recolhe os papéis e lê as ideias ou afixa-as num quadro.

O Brainstorming e o Brainwriting clássicos são baseados em dois princípios e quatro regras básicas:

Princípios:

1. Suspensão do julgamento; 2. Quantidade origina qualidade.

Regras

1. Eliminar qualquer crítica;

2. Apresentar as ideias tal qual elas surgem na cabeça; 3. Quanto mais ideias surgirem, melhor;

4. As ideias potencialmente boas devem ser aperfeiçoadas.

6.9.2 Composição do grupo

A maioria dos grupos de Brainstorming e Brainwriting são constituídos por dois elementos:

• O líder (moderador). • A equipa.

Devem ser escolhidas pessoas que tenham alguma experiência com o problema em causa. É necessário não misturar os chefes com os trabalhadores. Deve ser uma equipa multidisciplinar. A maioria das pessoas não se consegue libertar nem ser suficientemente criativo diante do seu chefe. O líder de grupo deve ser familiar com o processo de brainstorming e ter facilidade em manter-se relaxado, e numa atmosfera

descontraída. Deve-se utilizar esta técnica para problemas que tenham um final em aberto.

Como em todas as técnicas criativas, o problema deve ser descrito em termos específicos para que ideias específicas possam ser concebidas.