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Um outro aspecto interessante que ressalta das duas citações de Fromkin e Rodman (1993) aqui transcritas é o paralelismo que nelas é estabelecido entre a "faculdade da linguagem" e certas

ENQUADRAMENTO TEÓRICO

10 Um outro aspecto interessante que ressalta das duas citações de Fromkin e Rodman (1993) aqui transcritas é o paralelismo que nelas é estabelecido entre a "faculdade da linguagem" e certas

Apesar da importância concedida, nos termos referidos, à natureza implícita do conhecimento da língua, parece-nos relevante lembrar, neste momento, que - se bem que tal implicitude corresponda a uma propriedade não só fundamental na caracterização intrínseca desse conhecimento como também definidora da relação que os falantes normalmente mantêm com a interiorização dos mecanismos da sua língua - existem falantes e situações em que se afigura possível, quando não conveniente, tornar explícitas certas propriedades do conhecimento da língua. Neste âmbito, assumem uma especial importância certas práticas formais, explícitas e estruturadas - de que a escolarização constitui um exemplo bastante significativo - que visam desenvolver determinadas formas de consciencialização/explicitação de alguns dos seus aspectos , indo nesse sentido as seguintes palavras de Pmto (1994) :

biologicamente determinadas. A ideia de que a linguagem faz parte das capacidades biológicas inatas, independentes da consciência, do controlo voluntário e das aprendizagens culturais dos indivíduos, encontra-se, na verdade, bem ilustrada nestas duas passagens, sendo esse um argumento muito caro aos autores generativistas e encontrado em alguns dos textos do seu principal mentor. Entre tais textos, citamos, p. ex., Chomsky (1975:9; 1988:4) - quando, para defender o carácter geneticamente programado da espécie humana para adquirir a linguagem, o autor compara essa característica à programação genética humana para desenvolver braços e pernas em vez de asas -, ou Chomsky (1986:22), que afirma que "(...) o conhecimento de uma língua particular cresce e amadurece (...) do mesmo modo que o sistema visual ou outros «órgãos» (...)". Cf. ainda as seguintes palavras de Halle (1990:65) - "(...) the ability of humans to acquire the language of their community is more like their ability to learn to walk upright and rather unlike the ability that dogs, cats, and elephants have to acquire the same bahavior - in those special cases where the latter have been trained to perform this feat. (...)" (Halle, 1990:65) - e de Pinker (1994): "Language is no more a cultural invention than is upright posture. (...) [Language is] one of nature's engineering marvels. (...)" (Pinker, 1994:18-19).

11 De entre os falantes que se diferenciam por deles se poder esperar um maior poder de explicitação do

conhecimento da língua implícito destacam-se, naturalmente, os linguistas, por trabalharem numa ciência que conta entre os seus principais objectivos o de explicitar a gramática implícita, como expressamente afirmado por Chomsky (1965a:6 e ss).

12 Referiremos, neste ponto, a visão (relativamente distante das perspectivas até ao presente mencionadas)

dos autores que advogam que a aprendizagem, enquanto interiorização de conhecimentos, não se traduz somente na explicitação de conhecimentos, aceitando-se a existência de uma forte componente implícita, inconsciente e tácita nos processos de aprendizagem, o que dá origem à noção de "aprendizagem implícita" {"implicit learning"), definida por Reber (1993:5) da seguinte forma: "Implicit learning is the acquisition of knowledge that takes place largely independently of conscious attempts to learn and largely in the absence of explicit knowledge about what was acquired." (Reber, 1993:5). De acordo com Lieberman (2000), as intuições - por exemplo, as "intuições sociais" - constituem um exemplo destes processos de "aprendizagem implícita" (no mesmo texto, o autor afirma que as teorias relativas à "aprendizagem implícita" surgem como uma alternativa deliberada às teses "inatistas" da gramática generativa (Lieberman, 2000:113), assim como explora as questões neurobiológicas suscitadas pela aceitação de tal "aprendizagem implícita" (Lieberman, 2000:113 e ss.)).

"A consciência fonética/fonológica e também a consciência linguística (mais ampla) estão obviamente ligadas ao conhecimento implícito e explícito das estruturas da língua (/. e., da gramática). (...) O conhecimento implícito identifíca-se com o conhecimento inconsciente, automático, tácito, subjacente ao uso que fazemos da linguagem e o conhecimento explícito remete para a capacidade de manipular os objectos linguísticos, de analisar, por exemplo, a estrutura morfológica interna das palavras.

O conhecimento implícito e explícito das estruturas da língua passará igualmente por uma sensibilização da criança para o modo como a linguagem se encontra organizada. (...)"

(Pinto, 1994:23-24)

"Os referidos conhecimentos implícito e explícito, no entanto, vão jogar diversamente na linguagem oral e na linguagem escrita. Enquanto, para uma boa proficiência da linguagem falada, parece ser suficiente o conhecimento (compreensão) tácito, implícito, do sistema de regras (sobretudo morfológicas) da língua, para atingir um bom domínio da linguagem escrita, torna-se necessário tanto o conhecimento implícito como o explícito, sobretudo da estrutura morfofonémica. Os programas educativos destinados à aprendizagem da escrita e da leitura deveriam, por isso, contemplar de um modo especial a estrutura morfofonémica. Por outros termos, as crianças deveriam aprender ou tornar consciente que as palavras são constituídas por morfemas e estes por fonemas. (...)"

(Pinto, 1994:24)

1.1.1.3-O carácter universal, inato e homogéneo do conhecimento da língua e a sua independência em relação a factores de natureza individual, social, contextual ou outros

Na teoria generativa, o carácter universal da linguagem é merecedor de uma importância muito clara. Observações (por vezes recolhidas junto de autores provenientes de outras orientações teóricas) como o facto de não ser conhecida nenhuma comunidade humana que desconheça ou que não faça uso da linguagem verbal (cf., p. ex.: G. A. Miller, 1978:2; Fromkin e Rodman, 1993:25) e aquelas em que se sublinha que só os seres humanos afectados de condições patológicas graves e raras não

são possuidores de linguagem (Fromkin, 1976:4; Foss e Hakes, 1978:3; G. A. Miller, 1978:2; Pinto, 1980:1; Caplan, 1984:8-9; Chomsky, 1988:2, 38; Crain e Lillo-Martin, 1999:4, 6, 14-34) fundamentam frequentemente essa importância concedida ao universalismo .

Esta universalidade da linguagem verbal humana enquanto realidade presente em todas as sociedades, culturas e indivíduos motiva consequentemente que se afirme que todas as línguas do mundo apresentam um certo número de propriedades comuns - os denominados universais linguísticos™ - que, de acordo com os pressupostos da teoria generativista, poderiam formar, no seu conjunto, uma "gramática universal" (Greenberg, Osgood e Jenkins, 1963; Chomsky, 1965a:27, 35-36, 118; 1966a:l e ss.;

1967:131 e ss.; 1986:22 e ss., 67; 1995:5; Greenberg, 1966; McNeill, 1970:70-72; Foss e Hakes, 1978:7-12; G. A. Miller, 1978:2; Goodluck, 1986:54-55 e ss.; 1991:3-4; Raposo, 1992:46 e ss.; Brito, 1998:440; Crain e Lillo-Martin, 1999:4, 55-56 e ss.).

1 Sobretudo para os autores ligados ao generativismo, a linguagem é não só um elemento universal a

todos os membros da espécie humana, nos termos referidos, mas também uma propriedade que lhes é exclusiva e específica (cf., p. ex.: Chomsky, 1966b:19-20 e ss.; 1975:5, 40-41; 1986:16, 24; 1988:2, 38; Bouton, 1975:10; Foss e Hakes, 1978:3; G. A. Miller, 1978:2; Villiers e Villiers, 1978:173 e ss.; Pinto, 1980:1; Pinker, 1990:199; 1994:16 e ss.; Raposo, 1992:15; Brito, 1998:437).

Por outro lado, nesta teoria a linguagem não é apenas um elemento "específico da espécie" (no sentido de ser, como o admitem os autores citados, exclusiva dos humanos); é igualmente "específica na espécie", visto que ela corresponde a uma componente modular da mente humana (vd. 1.1.1.1 e cf., entre outros: Chomsky, 1986:22; 1988:35; 1995:2; Garfield, 1987:10 e ss.; Pinker, 1990:200; Raposo, 1992:15; Brito, 1998:441; D. W. Carroll, 1999:55-56; Crain e Lillo-Martin, 1999:61-70).

Este último aspecto colide com as propostas da psicologia construtivista, em que a linguagem é concebida como um sistema simbólico não-específico que obedece as mesmas leis e princípios que governam outras capacidades, como o raciocínio lógico, a memória, etc. (cf., p. ex.: Piaget, 1973:11-13, 30-31, 135-154, 163 e ss., 203-205; Bronckart, 1977:6,43 e ss.).

Um outro ponto que nos parece relevante salientar neste momento prende-se com as implicações biológicas da especificidade humana da linguagem: segundo Chomsky (1975:40-41), existiriam limitações biológicas ao aparecimento da linguagem noutras espécies, tais como certas formas de organização neuronal e aspectos como, entre outros, a lateralização. Perspectivando a questão a partir de um ângulo inverso, Vihman (1996:1) afirma que terá sido a linguagem a determinar, no Homem, o desenvolvimento de certas estruturas anatómicas e propriedades biológicas especializadas ou adaptadas à actividade linguística.

Para uma revisão exaustiva deste assunto com base em argumentos neurológicos e neurolinguísticos, cf. o estudo de Geschwind (1965).

14 Um dos autores a quem se deve uma exploração muito aprofundada dos denominados universais

linguísticos é Joseph Greenberg (cf. Greenberg, ed., 1963; 1966; 1974; Greenberg, Osgood e Jenkins,

Desta verdadeira centralidade reconhecida pela linguística generativa aos aspectos universais da linguagem, resulta a posição - expressa, por exemplo, em textos como os de Chomsky (1957:13; 1965a:27, 35-36, 118, 209-210; 1966a:l e ss.;

1967:132 e ss.; 1995: 5-6), Fodor e Katz (eds., 1964:19) e Raposo (1992:15-16) - de que, em linguística, um objectivo verdadeiramente importante a ter em consideração é a caracterização da gramática universal, defendendo-se, paralelamente, que o estudo das gramáticas particulares se deve subordinar a esse desígnio fundamental.

Estas considerações, conjugadas com as que exporemos em 1.1.2.1 relativas à identificação do conhecimento da língua com a própria noção de gramática, conduzem- nos à conclusão logicamente necessária de que o conhecimento da língua é também uma propriedade universal - na medida em que é comum, enquanto componente do conhecimento humano, a todos os membros da espécie - e definível em função igualmente de um conjunto mais ou menos estrito de propriedades universais, atestadas nos estados da mente/cérebro de todos os falantes de todas as línguas do mundo, de acordo com a teoria generativa 5.

Ainda de acordo com os pressupostos da teoria linguística que temos vindo a citar, este carácter universal da linguagem - e, consequentemente, do conhecimento da língua, como dissemos - prende-se claramente com uma outra propriedade que a teoria lhe reconhece: o seu carácter inato (cf. Chomsky, 1975:12, 27, 30; 1978:200, 201; 1986:23 e ss.; 1988:2, 4). Com efeito, para o pensamento generativista todas as

15 A questão da universalidade de certas propriedades linguísticas e da interacção dessa universalidade

com as particularidades características das diversas línguas encontra alguma resposta, de forma muito particular, em dois dos modelos teóricos da gramática generativa relativamente recentes: a teoria dos princípios e parâmetros e a teoria da optimidade, mais concretamente. Na primeira dessas formulações teóricas, a gramática universal é entendida como o conjunto de princípios que são universais, invariáveis e invioláveis em todas as línguas, sendo a variação entre línguas explicada pela fixação particular, em cada uma delas, de parâmetros específicos que obedecem aos princípios universais (Chomsky, 1986:67, 71, 152 e ss.; Raposo, 1992:47; Fikkert, 1994:3-4; Meisel, 1995:10). Na teoria da optimidade, por outro lado, a universalidade reside em restrições que, sendo universais a todas as línguas, são hierarquizadas de forma particular pela gramática de cada uma destas (Archangeli, 1997:2, 11; Kager, 1999:xi, 3-4; J. Costa, 2001:14, 20-21,30, 31).

características humanas universais são, necessária e obrigatoriamente, inatas, como é explícito e patente na seguinte citação de Crain e Fodor (1993:170):

"Our particular emphasis has been constructions which linguistic theory predicts should require little or no learning because they involve principles which are universal and hence innate."

(Crain e Fodor, 1993:170; itálico nosso)16

Esta associação do carácter universal ao carácter inato do conhecimento da língua, nos termos da linguística generativa atrás expostos, faz-nos recuperar, neste ponto, um tópico central desta teoria, ao qual foram anteriormente feitas algumas referências: o carácter natural, biologicamente determinado, desse conhecimento da língua, cuja aceitação é patente, p. ex., nas passagens em que a linguagem e a sua aquisição e desenvolvimento são comparadas a outras aquisições como as da locomoção, da visão, etc. (cf. Chomsky, 1975:9; 1986:22; 1988:4; Halle, 1990:65; Fromkin e Rodman, 1993:12-13; Pinker, 1994:18-19)17. Na verdade, esta assunção da

linguagem não como uma instituição cultural criada pelo homem18 mas como uma das

Esta associação liminar entre universalidade e inatismo é alvo de uma leitura muito crítica por autores provenientes de áreas como a biologia, por exemplo. Compare-se, a este propósito, a citação de Crain e Fodor (1993:170) reproduzida no corpo do texto com as seguintes palavras de Cellérier (1979): "Prendre l'universalité comme critère de l'innéité ne paraît pas suffisant selon les normes de la biologie contemporaine. Tous les organismes suivent les lois de la gravitation, néanmoins, nous n'en concluons pas que ces lois sont innées. L'anémie hémolytique congénitale n'est pas universelle, cependant nous la tenons pour innée." (Cellérier, 1979:137).

17 Vd. nota 10.

18 Certos autores inscritos em tradições teóricas diferentes do generativismo concluem, porém, que a

linguagem é, acima de tudo, uma instituição cultural, em detrimento da visão "psicologista" ou "biologista" encontrada nos textos da linguística generativa que temos vindo a referir. Nesta visão, alternativa e contrária à perspectiva generativista, acentuam-se ainda os valores sociais, comunicacionais e "instrumentais" da linguagem. Confrontem-se, a propósito e por exemplo, as palavras de Chomsky (1978:199; 1984:16; 1986:46) e de Pinker (1994:18) referidas no texto com a seguinte citação, extraída de Martinet (1960): "Ouve-se por vezes falar da linguagem como de uma faculdade humana (...). O que não pode dizer-se é que ela resulte do exercício natural de algum órgão, como por exemplo a respiração ou a marcha, que constituem, por assim dizer, a razão de ser dos pulmões e das pernas. (...) Somos assim levados a situar a linguagem entre as instituições humanas, maneira de ver que apresenta inegáveis vantagens: as instituições humanas resultam da vida em sociedade, e o mesmo sucede com a linguagem, que é essencialmente um instrumento de comunicação. (...)" (Martinet, 1960:13).

Refira-se ainda, a propósito deste tópico, a perspectiva da denominada psicologia soviética, que enfatiza a natureza eminentemente social da linguagem em todos os seus aspectos, como é deixado

suas propriedades biológicas inatas - o que, neste quadro de pensamento, se liga intimamente, como vimos, à sua universalidade -, conjugada com a importância, também referida anteriormente, concedida à implantação neurológica da linguagem, permite-nos compreender melhor, por exemplo, certas afirmações em que Chomsky (1978:199; 1984:16; 1986:46) considera o estudo da linguagem como uma componente da biologia19, assim como pontos de vista como o vertido nas palavras de Pinker (1994)

que passamos a transcrever, onde se compara a linguagem a um instinto natural humano:

"Language is not a cultural artifact that we can learn the way we learn to tell time or how the federal government works. Instead, it is a distinct piece of the biological makeup of our brains. Language is a complex, specialized skill, which develops in the child spontaneously, without conscious effort or formal instruction, is deployed without awareness of its underlying logic, is qualitatively the same in every individual, and is distinct from more general abilities to process information or behave intelligently. For these reasons some cognitive scientists have described language as a psychological faculty, a mental organ, a neural system, and a computational module. But I prefer the admittedly quaint term "instinct." It conveys the idea that people know how to talk in more or less the sense that spiders know how to spin webs."

(Pinker, 1994:18)

patente, p. ex., pelas seguintes palavras de Vygotsky (1934:5): "A função primordial da fala é a comunicação, o intercâmbio social." (Vygotsky, 1934:5).

Demonstrando, contudo, que a aceitação do carácter eminentemente "natural" (em detrimento do "cultural") da linguagem não constitui necessariamente um argumento privativo dos autores generativistas, Benveniste (1966:259) afirma: "(...) la comparaison du langage avec un instrument (...) doit nous remplir de méfiance, comme toute notion simpliste au sujet du langage. Parler d'instrument, c'est mettre en opposition l'homme et la nature. La pioche, la flèche, la roue ne sont pas dans la nature. Ce sont des fabrications. Le langage est dans la nature de l'homme, qui ne l'a pas fabriqué. Nous sommes toujours enclins à cette immagination naïve d'une période originelle où un homme complet se découvrirait un semblable, également complet, et entre eux, peu à peu, la langage s'élaborerait. C'est là la pure fiction. Nous n'atteignons jamais l'homme séparé du langage et nous ne le voyons jamais l'inventant. (...) C'est un homme parlant que nous trouvons dans le monde (...) et le langage enseigne la définition même de l'homme." (Benveniste, 1966:259).

Esta forma de se conceber a linguagem como um elemento fortemente determinado pelos factores biológicos inatos - recusando, consequentemente, qualquer importância aos factores de natureza social e cultural - dará corpo a um conjunto de pressupostos subscritos pela linguística generativa, ao qual passaremos a referir-nos como "visão homogeneizadora do conhecimento da língua" e cuja apresentação mais detalhada remetemos para o ponto 1.3 deste trabalho.

Tal visão homogeneizadora encontra fundamento e representatividade nas seguintes palavras de Chomsky (1965a:3), nas quais, através da teorização de comunidades linguísticas perfeitamente homogéneas, se postula a existência de sujeitos ideais entre os quais se verifica uma absoluta e invariável coincidência de "estados da mente" relativamente à língua falada na comunidade linguística em que cada qual teoricamente se insere:

"Linguistic theory is concerned primarily with an ideal speaker-listener, in a completely homogenous speech-community, who knows its language perfectly and is unaffected by such grammatically irrelevant conditions as memory limitations, distractions, shifts of attention and interest, and errors (random or characteristic) in applying his knowledge of the language in actual performance."

(Chomsky, 1965a:3)

Referindo-se a esta mesma perspectiva conceptual, Hinskens, Van Hout e Wetzels (1997:2) recorrem à expressão "assunção da invariância" ("invariance assumption ") (vd. citação na nota 56).

1.1.2-O conceito de conhecimento da língua e os conceitos de gramática, competência e língua-I

Finalizaremos o exame crítico do conceito de conhecimento da língua e da sua caracterização intrínseca com a identificação ou aproximação de tal conceito a outras noções igualmente importantes na teoria linguística contemporânea, como sejam as de gramática, competência e língua-I, tratando de cada uma delas em separado.

1.1.2.1 - Conhecimento da língua e gramática

Em linguística generativa, o termo gramática apresenta-se-nos como um termo consideravelmente ambíguo21, pois por seu intermédio podemos referir-nos, simultânea

ou indistintamente :

1) Ao conjunto de mecanismos finitos que asseguram a geração do