Monografias do Curso de Fisitoerapia da Unioeste
n. 02-2004
ISSN 1678-8265
Corrente interferencial é o fenômeno que ocorre quando se aplicam duas
correntes de média freqüência, com amplitude modulada em baixa freqüência, para
finalidades terapêuticas no mesmo ponto ou série de pontos de um determinado meio,
com freqüências levemente diferentes, essas correntes irão interagir entre si. Em
decorrência da interferência das ondas, as amplitudes das correntes são somadas
algebricamente e surge uma nova onda com freqüência igual a média aritmética das duas
freqüência (MARTIN, 1998).
De acordo com Martin (1998) a impedância da pele à eletricidade é inversamente
proporcional à freqüência da corrente elétrica, no entanto, acredita-se que as correntes
de média freqüência, associadas a resistência relativamente baixa da pele, sejam mais
agradáveis que as correntes de baixa freqüência. Sendo assim, verifica-se que com a
utilização de uma média freqüência, é possível uma penetração mais tolerável da
corrente através da pele (MARTIN, 1998).
Low e Reed (2001) concluem que a utilização de correntes de média freqüência
passa muito mais facilmente através da pele do que correntes de baixa freqüência devido
a impedância mais baixa oferecida pelos pulsos elétricos muito curtos.
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Na terapia interferencial usa-se duas correntes de média freqüência, uma das
correntes tem sua freqüência fixa de 4000 Hz, enquanto que a outra pode ser ajustada
entre 4000 Hz e 4250 Hz (estes valores podem variar entre os diferentes estimuladores
interferenciais). A superposição das duas correntes alternadas denomina-se interferência,
nesse ponto onde ocorre à intercessão das duas, surge uma nova corrente com
amplitude modulada (MARTIN, 1998).
Figura 05: Onda de amplitude modulada (c) gerada pela interferência entre as ondas (a) e (b), defasadas.
Fonte: MARTIN, 1998.
A freqüência de modulação da amplitude pode ser modulada pela freqüência. A
aplicação de uma freqüência de varredura de 10 Hz irá resultar numa freqüência de
modulação de amplitude que varia entre 100 a 110 Hz, o que origina uma freqüência
média variável entre 4050 a 4055 Hz (MARTIN, 1998).
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A intensidade da corrente pode ser ajustada no próprio aparelho ou por meio de
controle remoto dependendo do equipamento (MARTIN, 1998).
À medida que a intensidade aumenta o indivíduo irá sentir uma sensação de
formigamento que é concomitante à estimulação seletiva dos tipos de nervos, a partir do
momento em que a intensidade é suficientemente aumentada ocorrerá uma contração
muscular, no entanto, a intensidade apropriada é aquela em que o paciente não sinta
desconforto ou dor(MARTIN, 1998).
2.9.4 Distribuição da Corrente
O método tradicional de amplitude da terapia interferencial é a técnica tetrapolar,
onde o equipamento libera duas correntes alternadas não moduladas em circuitos
separados. Quando estas correntes se superpõem no tecido, ocorre a interferência
(MARTIN, 1998).
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Figura 06: Dois circuitos dispostos perpendicularmente entre si, com interseção na área-alvo.
Fonte: MARTIN, 1998.
Método tetrapolar com vetor automático, presente em alguns aparelhos, com
objetivo de variar as potências das correntes entre si. Com isto, o padrão de interferência
irá girar, assegurando que uma ampla área poderá ser coberta pela corrente interferencial
(MARTIN, 1998).
Figura 07: Instalação da varredura em vetor, permitindo que a área da corrente de modulação da amplitude abranja uma grande região.
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Para o método bipolar são utilizados dois eletrodos e duas correntes alternadas
que superpõem-se dentro do aparelho, com este método de dois pólos a profundidade da
modulação é sempre de 100% e tem o mesmo valor em todo o trajeto entre os pólos
(MARTIN, 1998).
2.9.5 Estimuladores Interferentes
Os estimuladores interferentes são geralmente estimuladores de dois canais que
resultam em correntes alternadas, com freqüência de milhares de ciclos por segundo em
cada canal. Na aplicação clínica, ambos os canais possuem correntes alternadas
levemente distintas e os eletrodos são posicionados em uma orientação quadripolar
(ROBINSON e SNIDER-MACKLER, 2001).
Ambos os canais irão interagir e produzir forças eletromotrizes responsáveis pelo
movimento iônico dos tecidos. A corrente interferente presume um condutor homogêneo
para sua real eficácia, mas os tecidos humanos não são homogêneos na condução de
corrente elétrica e a soma de efeitos tensionada através dos dois canais não tem
probabilidade de ocorrer precisamente (ROBINSON e SNIDER-MACKLER, 2001).
Como as freqüências de estimulação da técnica interferente são mais altas que
as usadas com procedimentos de corrente pulsada. A impedância do tecido é reduzida,
assim como as correntes são induzidas em níveis mais profundos de tecido que a
indução por aparelhos que geram freqüências muito mais baixas (ROBINSON e
SNIDER-Monografias do Curso de Fisitoerapia da Unioeste
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MACKLER, 2001).
2.9.6 Efeitos Fisiológicos da Corrente Interferencial
A corrente interferencial vetorial ativa de forma seletiva as fibras nervosas
aferentes mielinizadas originando analgesia, normalização do equilíbrio neurovegetativo
com conseqüente relaxamento e melhora da circulação sangüínea (MARTIN, 1998).
Segundo a teoria proposta por Melzack e Wall tanto as fibras de grande quanto
as de pequeno diâmetro projetam-se para a substância gelatinosa e para as primeiras
células de transmissão central. O efeito inibitório exercido pela substância gelatinosa
sobre os terminais das fibras aferentes é exacerbado pela atividade nas fibras de grande
diâmetro e deprimido pela atividade das fibras de pequeno diâmetro (GUIRRO e
GUIRRO, 2004).
Em relação à normalização do equilíbrio nerurovegetativo, ou seja,
amortecimento do sistema ortossimpático que se refere ao relaxamento e melhora da
circulação, isto contribui para a liberação dos mediadores químicos tais como as
prostaglandinas responsáveis pelo efeito da analgesia (MARTIN, 1998).
As prostaglandinas sensibilizam as terminações nervosas e outros agentes por
inibir os canais de potássio através de reações de fosforilação mediados por segundos
mensageiros, que facilita m a abertura dos canais de cátion aos agentes nocivos (RANG,
DALE e RITTER, 2001).
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3 METODOLOGIA
Este estudo é parte do projeto de pesquisa intitulado “Análise da Eficácia de um
Protocolo de Intervenção Fisioterapêutica em Pacientes Acometidos por Osteoartrite de
Joelho”, sendo que o mesmo obteve a aprovação pelo COMITÊ DE ÉTICA EM
PESQUISA da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE –
CEPE/UNIOESTE. Neste capítulo serão mostrados os equipamentos utilizados, bem
como a metodologia desenvolvida.
No documento
GISELLE DE ALBUQUERQUE
(páginas 87-94)