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Mobilização Articular

No documento GISELLE DE ALBUQUERQUE (páginas 75-81)

2.6.1 Definição

O termo manipulação pode ser definido como uma técnica específica na qual a

cápsula articular é alongada por meio de uma manobra brusca na articulação, mas, esta

definição é tão ampla que pode ser aplicada a qualquer técnica manual aplicada à

articulação em uma disfunção que movimente as duas superfícies articulares (EDMOND,

2000).

Edmond (2000) ainda define a mobilização articular em um sentido mais restrito

como sendo um movimento lento e passivo realizado em uma superfície articular

A mobilização articular é usada para alongar ou liberar determinadas estruturas

de modo a restaurar a mecânica articular normal com menos trauma que no alongamento

passivo. Refere-se às técnicas usadas para tratar disfunções articulares como rigidez,

hipomobilidade articular reversível ou dor (KISNER e COLBY, 1998).

De acordo com Edmond (2000) a mobilização articular promove o movimento

ideal, sem dor e mantém a extensibilidade da articulação e de outras estruturas

periarticulares e/ou aumenta a extensibilidade quando restrições periarticulares estão

presentes.

A avaliação é de extrema importância para identificação do problema, para

verificar as estruturas que podem estar causando a sintomatologia ou a diminuição da

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n. 02-2004

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amplitude de movimento (KISNER e COLBY, 1998).

O terapeuta deverá estar apto a escolher técnicas adequadas e seguras para o

tratamento da limitação funcional do paciente, pois, o uso indiscriminado de técnicas de

mobilização articular quando não são indicadas é potencialmente prejudicial para as

articulações do paciente (KISNER e COLBY, 1998).

2.6.2 Técnicas

As técnicas manuais de mobilização articular são uma forma de amplitude

passiva de movimento usada para aprimorar a artrocinemática articular (HARRELSON e

LEAVER-DUNN, 2000).

De acordo com Harrelson e Leaver-dunn (2000) o movimento articular é

constituído por movimentos fisiológicos e acessórios:

O movimento fisiológico (alongamento) representa a maior parte da amplitude e

pode ser medido com um goniômetro. Os movimentos fisiológicos ocorrem nos principais

planos de movimento, ou seja, na flexão-extensão, abdução-adução e rotação.

O movimento acessório (mobilização), também chamado de artrocinemática é

necessário para a amplitude fisiológica normal de movimento, ocorre simultaneamente

com o movimento fisiológico e não pode ser medido com exatidão, este movimento é

descrito pelos termos rotação, ondulação e deslizamento.

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2.6.3 Problemas Relacionados à Restrição do Movimento Articular

As restrições na cápsula articular pode ser acompanhadas por uma limitação na

amplitude de movimento articular, as restrições são geralmente resultado de

imobilização ou inflamação das estruturas articulares e de outras estruturas adjacentes

à articulação (EDMOND, 2000).

Quando uma articulação é imobilizada ocorre diversas mudanças na cápsula

articular, o conteúdo intracelular de água diminui e conseqüentemente há uma

diminuição na distância entre as fibras que constituem a cápsula articular, estas

alterações ocasionam um aumento na formação de ligações transversas entre as fibras

e adesões capsulares (EDMOND, 2000).

Com a imobilização ocorre proliferação fibroadiposa, que provoca adesões

intra-articulares, alterações bioquímicas em tendões, ligamentos e nos tecidos

capsulares da articulação, assim como, contraturas articulares e enfraquecimento

ligamentar. Com lesões ou degeneração da cápsula, ocorre diminuição do feedback

proprioceptivo que poderá ocasionar alterações nas respostas de equilíbrio do indivíduo

(KISNER e COLBY, 1998).

A imobilização e a inflamação quase sempre ocorrem simultaneamente. A

inflamação produz hipertrofia do revestimento sinovial da articulação por causa da

invasão de fibras de tecido conjuntivo, isto resulta em fibrose do revestimento sinovial e

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conseqüentemente contraturas articulares. Devido tal similaridade entre as duas

respostas, a mobilização articular é indicada no tratamento de hipomobilidade articular

conseqüente de uma inflamação (EDMOND, 2000).

2.6.4 Efeitos Fisiológicos

Acredita -se que a mobilização articular possa reverter os problemas da

imobilização. Edmond (2000) relata que a mobilização promove movimentos entre as

fibras capsulares, aumenta o conteúdo de água intersticial e a distâncias entre as fibras.

Os efeitos da mobilização articular incluem alívio das restrições capsulares,

ruptura das aderências e separação de tecido impactado, facilita a cicatrização e restaura

a ampli tude de movimento, além de proporcionar o movimento e a lubrificação para a

cartilagem articular normal (HARRELSON e LEAVER-DUNN, 2000).

A analgesia e a diminuição da tensão muscular são conseguidas pela

estimulação das fibras de condução rápida, de forma a bloquear as pequenas fibras

dolorosas e através da ativação dos mecanorreceptores dinâmicos, a fim de produzir o

relaxamento reflexo (HARRELSON e LEAVER-DUNN, 2000).

2.6.5 Sistema de classificação

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mobilização, que estão classificadas como:

Grau I: movimento de pequena amplitude no início, usado quando a dor e o

espasmo limitam o movimento no início de sua amplitude;

Grau II: movimento de grande amplitude dentro da amplitude média de

movimento, usado quando o espasmo limita o movimento mais precocemente com uma

oscilação rápida do que com uma oscilação lenta, ou quando o aumento lento da dor

restringe o movimento durante sua amplitude;

Grau III: movimento de grande amplitude vai até o limite patológico na amplitude

de movimento, é usado quando o indivíduo sente dor, a resistência devido ao espasmo,

tensão do tecido inerte ou a compressão tecidual limitam o movimento próximo do final da

amplitude;

Grau IV: movimento de pequena amplitude exatamente no final da amplitude de

movimento, usado quando a resistência limita o movimento, porém dentro desta

classificação o indivíduo não tem dor nem espasmo muscular;

Grau V: é uma propulsão rápida e de pequena amplitude que ocorre no final da

amplitude de movimento, geralmente é acompanhada por um ruído feito estalido

denominado manipulação.

2.6.6 Duração e repetições

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mobilizações com duração de até 30 segundos com uma a três oscilações por segundo

(HARRELSON e LEAVER-DUNN, 2000).

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2.6.7 Mobilização patelar

Os tecidos musculares, incluindo a unidade funcional inferior e os estabilizadores

passivos patelares, têm uma função chave na biomecânica patelar. Para corrigir

desequilíbrios nos tecidos moles peripatelares, necessita-se de uma combinação entre

mobilidade e treinamentos muscular (VEZZANI, 2003).

A mobilização da patela pode ser realizada por meio dos deslizamentos

látero-medial ou craniocaudal, dependendo da patologia e dos objetivos. O deslizamento

superior aumenta a extensão do joelho, o deslizamento inferior aumenta a flexão do

joelho, o deslizamento medial alonga o retináculo lateral, o deslizamento lateral alonga as

estruturas mediais retraídas, com isso contribuem para o ganho ou manutenção da

amplitude de movimento do joelho (VEZZANI, 2003).

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