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– Interlocuções entre conhecimento e saber no campo das Ciências Sociais e Aplicadas

No documento ANAIS – Mostra Científica 2022 (páginas 129-147)

Palavras-chave: Imposto Sindical. Tributo. Revolução Industrial. Fábricas. Sindicatos.

Trabalhadores. Lei. Obrigatoriedade. Contribuição. Políticos.

1 INTRODUÇÃO

O resumo apresentado abordará a incidência do imposto sindical, a sua aplicação e as suas mudanças ao longo do tempo, dessa forma, precisa-se saber inicialmente qual a função do imposto em uma civilização . O imposto é um tipo de tributo, um montante de dinheiro cobrado pelo Estado para os civis, que pode ser direto ou indireto, para a garantia da funcionalidade de serviços públicos e coletivos e custear as despesas administrativas do Estado. Com isso todos devem pagar impostos em uma sociedade para que não fira o princípio da isonomia. Os impostos diretos são aqueles que a pessoa que gera a dívida do imposto a partir de um fato gerador, o cidadão o paga com a intenção de quitar o débito com a Receita Federal. Eles incidem diretamente sobre a renda da pessoa, é de acordo com o que ganha, como imposto de renda. Já o imposto indireto é descontado de acordo com o que consome, não de acordo com a renda. O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), por exemplo, é um tributo indireto, pois o imposto é aplicado somente sobre a parte da renda que é usada no consumo.

2 IMPOSTO SINDICAL: contexto histórico e sua aplicabilidade

Depois de uma explanação concisa sobre impostos, para um melhor entendimento, agora se pode discorrer sobre impostos sindicais e seus efeitos.

É constatado que esse imposto foi criado no Governo de Getúlio Vargas em 1940, ele surgiu com o objetivo de defender os direitos e interesses trabalhistas, sejam eles particulares ou coletivos. O advento da Revolução Industrial trouxe vários aspectos para a população

87Aluna do curso de Direito da Faculdade São Luís de França.

trabalhista do mundo inteiro, antes os trabalhos eram mais manuais, com a manufatura muitos trabalhavam no campo, como camponês, artesãos, entre outros. A revolução começou no século XVIII na Inglaterra, mas em nosso país ocorreu somente no final do século XIX e começo do século XX. O governo de Getúlio Vargas, que teve início em 1930, incentivou o desenvolvimento do setor industrial nacional no país, os ricos cafeicultores de São Paulo foram os primeiros a investirem nas indústrias, as primeiras principais atividades industriais foi a produção de tecido, processamento de alimentos. Com o advento dessa revolução, foi existindo no ramo trabalhista muitas indústrias que eram comandadas por grandes burgueses industriais.

Em 1940, ainda com Vargas no poder, houve muito incentivo nas indústrias e surgimento das estatais.

Por conta disso, o aumento de pessoas empregadas em indústrias foi significante, surgindo o pensamento sindicalista, que em tese dizia-se que o objetivo era para melhorar as condições de vida da classe operária. Os sindicalistas seriam os mediadores do operários e a fábricas, pois durante um tempo os trabalhadores viram-se sem muitos direitos, salários irregulares, e eram até explorados, fora os vários imigrantes que vinham com o desejo de trabalhar e eram enganados com falsas promessas. Os trabalhadores ao verem os seus direitos serem violados faziam manifestações e os sindicalistas ajudavam nas conquista. Com a Revolução de 1930, Vargas acabaria atrelando a estrutura sindical ao Estado com o Decreto-lei nº 19.770, de março de 1931; Decreto nº 24.694, de julho de 1934; e Decreto-Decreto-lei n.º 1.402, de julho de 1939. 0 Estado, com estes dispositivos, passou a ter o direito de controlar toda a vida sindical do país, determinando o modo como funciona a entidade, como é criada, como deve funcionar. E ao longo do tempo obtiveram conquistas como a Lei de Férias, descanso semanal remunerado, jornada de oito horas, regulamentação do trabalho da mulher e do menor, entre outros.

O tributo sindical foi regulamentado em 1940, por intermédio do Decreto-lei nº 2.377, que dispunha sobre o pagamento e a arrecadação das contribuições devidas aos sindicatos pelos integrantes das categorias econômicas ou profissionais representadas pelas referidas entidades.

Tal imposto foi disciplinado, desde 1943, na Consolidação das Leis do Trabalho, pelos arts.

578 a 610. Assim estava assegurado ao Estado o direito de controlar esse recurso financeiro, tendo o poder de determinar a forma como deveria ser distribuída entre as organizações sindicais e, também, a maneira, quando e onde teria de ser aplicado. Porém, essa

regulamentação do imposto não era muito viável para os trabalhadores, porque o imposto era obrigatório e poderia ser facultativo ao trabalhador vincular-se ao sindicato, mas é obrigatório o pagamento do imposto, tornando-se uma afronta ao direito individual, sendo que o poder público era quem determinava onde deveria ser aplicada a arrecadação financeira do sindicato.

Para os trabalhadores, essa contribuição corresponde a um dia de salário por ano (art.

580, I da CLT), já para as empresas, o valor varia de acordo com o seu capital social, aplicando-se a tabela progressiva constante do art. 580, III da CLT.A maior parte dos recursos são direcionados, por força da lei, a atividades assistenciais, atribuindo somente um perfil assistencialista ao sindicato. Vale lembrar, também, que para o trabalhador beneficiar-se dos serviços assistenciais dos sindicatos, tem de sindicalizar-se, pagando à entidade mensalidades adicionais. Por conseguinte, somente os associados dos sindicatos usufruíram desses serviços assistenciais. Desta maneira, todos contribuem para os sindicatos, entretanto somente filiados têm o direito de usufruir do resultado dessas contribuições. Os líderes dos sindicatos eram apoiados na contribuição compulsória, mas somente os associados daquela categoria profissional é quem participava da escolha dos dirigentes das entidades. E como dizia o pensador: "O maior mito sobre os sindicatos é que os sindicatos são para os trabalhadores. Os sindicatos são para os sindicatos, assim como as corporações são para as corporações e os políticos são para os políticos." Sowell, 2017.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, o imposto sindical permite a manutenção do sindicalismo controlado pelo Estado - pois garante financeiramente a estrutura oficial - fortalecendo e sustentando uma burocracia sindical e reduzindo a influência dos sindicatos entre os trabalhadores em geral, tornando as entidades de representação fracas, em termos de base, à medida que possibilita a sustentação financeira do organismo, mesmo deixando fora dos sindicatos a grande massa de assalariados.

Esse desestímulo à sindicalização é reforçado pelo fato de as vantagens trabalhistas, conquistadas pelos sindicatos, se estenderem a toda a categoria profissional, independentemente do trabalhador ser associado ou não do organismo de representação profissional. Tal quadro gera uma espécie de acomodação do profissional, no sentido de considerar que não precisa participar da vida sindical, pois já há quem, garantido por lei,

negocie as questões trabalhistas em seu nome. Por outro lado, é importante observar que muitos dirigentes sindicais não têm interesse em realmente estimular a sindicalização entre os trabalhadores. Isto pela circunstância de a manutenção financeira estar plenamente garantida pelo imposto sindical, pago por toda a categoria profissional. Portanto, não precisam correr o risco de aumentar o número de associados e, com isso, fortalecer uma possível oposição dentro do sindicato.Para os trabalhadores, a contribuição corresponde a um dia de salário por ano (art.

580, I da CLT), já para as empresas, o valor varia de acordo com o seu capital social, aplicando-se a tabela progressiva constante do art. 580, III da CL. E em 2017, a Lei da Reforma Trabalhista determinou, dentre mais de 200 alterações normativas, o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical. A arrecadação das entidades com a contribuição sindical somou R$ 65,50 milhões em 2021. Esse valor é 97,5% inferior ao registrado em 2017, último ano em que o pagamento foi obrigatório.

Portanto, diante do conteúdo exposto, infere-se que a análise da obrigatoriedade de impostos é muito importante para o avanço do Direito Tributário, pois analisa-se o motivo da sua taxação de acordo com acontecimentos passados, e com a não obrigatoriedade dos impostos sindicais, isso foi uma avanço para a população trabalhista do país.

REFERÊNCIAS

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

AGÊNCIA SENADO. Contribuição Sindical. 2015. Disponível em:

https://www12.senado.leg.br/noticias/entenda-o-assunto/contribuicao-sindical

SOUZA, Isabela. História do Sindicalismo no Brasil e no Mundo. 2017. Disponível em:

https://www.politize.com.br/sindicalismo-no-brasil-e-no-mundo/

SOWELL, Thomas. Fatos e Falácias da Economia. Record, 2017.

FEMINICÍDIO NO BRASIL: UMA BREVE ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DA LEI Nº 13.104, DE 9 DE MARÇO DE 2015 - LEI DO FEMINICÍDIO

José Walter Santos Hora¹ Alex Sant’Anna Góes² Thais Suellen Andrade de Almeida³ Eixo 2 - Interlocuções entre conhecimento e saber no campo das Ciências Sociais e Aplicadas

Palavras-chave: Feminicídio. Lei do Feminicídio. Alteração do artigo 121 do Código Penal.

1 INTRODUÇÃO

Feminicídio é um tipo de crime de ódio baseado no gênero, amplamente definido como o assassinato de mulheres em contexto de violência doméstica ou em aversão ao gênero da vítima. No entanto, as definições variam dependendo do contexto cultural. A autora feminista Diana E. H. Russell foi uma das primeiras a usar o termo, e - atualmente - define a palavra como: "a matança de mulheres por homens, porque elas são mulheres” (GEBRIN e BORGES, p.61).

No Brasil, o feminicídio foi introduzido no Código Penal Brasileiro através da Lei 13.104/2015. Isso se deu em função do aumento exponencial das taxas de homicídio de mulheres, em função da condição de gênero. Em verdade, o feminicídio, portanto, é uma qualificadora nova do crime de homicídio. Isso resulta na tentativa de frear a crescente violência que afeta a mulher pela questão de gênero.

O presente trabalho tem como objetivo apresentar um breve resumo que analise e discuta o feminicídio no Brasil, a partir da sua previsibilidade e tipificação na Lei 13.104/2015, para punir os homicídios contra as mulheres pela condição de gênero.

2 UMA BREVE ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DA LEI Nº 13.104, DE 9 DE MARÇO DE 2015 - LEI DO FEMINICÍDIO

De acordo com Nucci, em Manual de Direito Penal, 2021, o crime de feminicídio foi introduzido na legislação brasileira com intento de proteção à mulher em face desta violência alarmante que impõe às mulheres uma situação degradante e humilhante em função do gênero.

Neste sentido, a Lei do Feminicídio, 13.104/2015 alterou o art. 121 do Código Penal, como forma de apresentar uma circunstância qualificadora do crime de homicídio de mulheres em razão do gênero (feminicídio). Assim, também, o diploma legal supramencionado - lei 13.104/2015 - alterou o art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, com intuito incluir o feminicídio nos crimes hediondos.

Contudo, até o ano de 2015, não se tinha uma legislação que aplicasse uma penalidade especial para o homicídio que era praticado por razões da condição do sexo feminino, ou seja, não existia uma pena maior. Não havia, portanto, uma tipicidade criminal a respeito do homicídio contra mulher pela condição de gênero.

Assim sendo, aprimorar a lei penal para combater o crime de homicídio contra as mulheres já estava mais do que atrasado. Isso porque o Brasil foi um dos últimos países da América Latina a criar uma legislação específica para combater o homicídio das mulheres em função do gênero. Sem falar que é fundamental, portanto, num contexto de aumento significativo de índices de assassinatos de mulheres - simplesmente - pela condição de gênero.

Com a sanção da Lei do Feminicídio, as penas para este caso passam a ser de 12 a 30 anos de prisão. O Brasil possui níveis alarmantes de feminicídio. Segundo dados do Mapa da Violência, 2015. Neste sentido, o Brasil desponta em altos índices de crime contra mulheres.

Isto é, ainda é o 5º país do mundo que mais comete homicídio de mulheres em razão de gênero.

Ressalta-se, por sua vez, que à época do isolamento social - pelas razões da pandemia do coronavírus - os números de feminicídio cresceram, conforme dados Mapa do Feminicídio, 2021.

Embora se tenha uma realidade degradante, no que tange aos altos índices de feminicídio no Brasil, a Lei 13.104/2015 (Lei do Feminicídio) consolida-se como um marco legal importante para proteção da violência contra as mulheres. Por fim, é consabido que o feminicídio é considerado uma das principais causas de morte da população feminina em face do gênero e por isso uma norma jurídica que estabeleça punições claras sobre este tema, para tanto, torna-se necessário e fundamental.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, pode-se dizer que o feminicídio é a morte violenta de mulheres por razões de gênero. Tratando-se de um crime de ódio. Logo, feminicídio é o assassinato de mulheres pelo fato de serem mulheres num ciclo sinistro de violências e torturas encerrado com a bárbara e degradante extirpação da identidade feminina.

Portanto, o feminicídio - enquanto crime tipificado – só recebe status na legislação penal, a partir de 2015 com a publicação da lei 13.104/2015, alterando o Código Penal, no art.

121. Neste sentido, é mister salientar que a Lei do Feminicídio busca proteger as mulheres em função da violência de gênero, como também, punir com rigor, à luz do ordenamento jurídico pátrio, aqueles agressores que matam as mulheres em razão do gênero.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Código Penal. Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940. 3ª. Ed. São Paulo:

Edipro, 2019.

BRASIL. Lei 13.104 de 09 de março de 2015. Disponível em:

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13104

GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Curso de Direito Penal: parte especial. São Paulo:

Saraiva, 2016.

GEBRIN, Luciana Maisbashi; BORGES, Paulo César Corrêa. Violência de gênero

Tipificar ou não o femicídio/feminicídio? Disponível em:www2.senado.leg.br. acesso em:

nov/2022.

MATO GROSSO DO SUL (Estado). Secretaria de Estado de Cidadania e Cultura.

Subsecretaria de Estado de Políticas Públicas para as Mulheres. Mapa do Feminicídio: Mato Grosso do Sul. Volume III. Mato Grosso do Sul, 2022.

NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 17. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021.

EUTANÁSIA: DIREITO A VIDA OU À LIBERDADE INDIVIDUAL?

Maria Ismeny de Sousa88 Emerson Vieira Souza89 Ingrid Victoria Nunes da Silva90

Eixo 2 – Interlocuções entre conhecimento e saber no campo das Ciências Sociais e Aplicadas

Palavras-chave: Eutanásia. Liberdade Individual. Direito à Vida. Dignidade da pessoa humana.

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo tem por objetivo a análise do conceito de eutanasia, buscando compreender o significado em relações jurídicas observando a predominância dos direitos fundamentais em especial da dignidade da pessoa humana e da liberdade individual, para a realização deste trabalho foi realizada uma pesquisa em todos os meios disponíveis, pesquisa doutrinária, jurisprudencial e da legislação vigente, que tivesse relação com o tema, realizando uma análise sobre a legalização da eutanásia em nosso ordenamento jurídico, e a relação com o direito a vida, a liberdade individual, e a dignidade da pessoa humana, que são princípios constitucionais vigentes.

2 EUTANÁSIA NO BRASIL É CRIME?

A eutanásia é uma palavra de origem grega que tem como significo boa morte. Através desse meio busca-se abreviar a vida em uma doença incurável, para isso, é adotado alguma medida para acelerar a morte de outra pessoa com o mínimo de sofrimento possível. Um exemplo de procedimento é a injeção legal que um indivíduo aplica em outro. No entanto, não seria eutanásia se o sujeito entregasse a injeção letal para que o enfermo aplicasse em se

88Graduando em Direito (FSLF). E-mail: <maria.ismeny@sousaoluis.com.br>.

89Graduando em Direito (FSLF). E-mail: <emerson.vieira@sousaoluis.com.br>.

90Graduando em Direito (FSLF). E-mail: <ingrid.victoria@sousaoluis.com.br>.

mesmo, seria caracterizado como suicídio assistido.

A nossas leis encaram essas situações como crime, sendo, quem praticar eutanásia ou suicídio assistido em pacientes, podem ser punidos de acordo com o artigo 122 do Código Penal, “Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: Pena - reclusão, de 06 (seis) meses a 02 (dois) anos ". No Brasil entende-se que se alguma pessoa está pensando em morrer, não podemos incentivar e contribuir para que ele aconteça. Tanto a eutanásia, quanto o suicídio assistido são proibidos.

Não existe no Brasil um tipo penal específico para a eutanásia, mas é considerado como crime de homicídio. Código Penal brasileiro vigente institui o tipo do homicídio privilegiado, nestes termos:

[...] art. 121, §1º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

O motivo de relevante valor social ou moral que tenha sido considerado pelo médico ao praticar a eutanásia pode vir a ser considerado como causa especial de redução de pena, mas a conduta continua a ser típica, ou seja, a caracterizar homicídio.

De acordo com Hegel (19992), “[...] afinal, o êxito letal é a última e incontornável fronteira, geralmente pensada em relação ao outro e quase nunca em relação a si (Hegel, 1992).”. O autor expõe sua crítica a problemas éticos em relação a momentos em que se tenta o fim da vida como no caso da eutanásia. Outro problema comum de bastante debate sobre a eutanásia é a responsabilidade ética dos médicos, uma vez que eles têm o dever de promover a saúde em todo ciclo da vida, sendo a prática da eutanásia uma contradição a esses valores.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Destarte, que esse resumo tem a finalidade de compreender a Eutanásia, nos fazendo refletir, o direito á vida, a liberdade de escolha e a uma morte digna. Tendo em vista que a vida é um direito indisponível conforme segura a Magna Carta.

Conclui-se que, conforme já foi dito anteriormente, a vida configura um bem inviolável e indisponível, que não deve ser desrespeitado. Entretanto, tem defensores desta prática que consideram que deve haver um respeito à liberdade de escolha do indivíduo. Desse

modo, a luta pelo respeito à vida, em quaisquer circunstâncias e sempre prezando o indivíduo.

REFERÊNCIAS

BATISTA, Rodrigo Siqueira; SCHRAMM, FR. Eutanásia: pelas veredas da morte e da autonomia. SciELO, Jun, 2007. Disponível em:

<https://www.scielo.br/j/csc/a/YzfWXq4yZvc9whnZpktyWHs/?lang=pt>.

CARDOSO, Daniele Regina. Eutanásia: o confronto entre o direito á vida e a liberdade de escolha por uma morte digna. Jusbrasil, 2017. Disponível em:

<https://danielecardoso93.jusbrasil.com.br/artigos/514881851/eutanasia-o-confronto-entre-o-di reito-a-vida-e-a-liberdade-de-escolha-por-uma-morte-digna/amp>.

BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 31 dez. Disponível em:

<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. A fenomenologia do espírito. Ed. Vozes, Petrópolis, 1992.

DIREITO TRIBUTÁRIO: O QUE EU TENHO A VER COM ISSO?

REFLEXÕES SOBRE A CIDADANIA TRIBUTÁRIA NO BRASIL

Marcelo Marcos Santos Filho91 Yan Capua Charlot92

Eixo 2 - Interlocuções entre conhecimento e saber no campo das Ciências Sociais e Aplicadas

Palavras-chave: Cidadania Fiscal. Direito Tributário. Justiça Social.

1 INTRODUÇÃO

Este estudo investiga a relação existente entre a ciência do Direito Tributário e o cidadão e qual a importância de se construir uma visão mais próxima e consciente do contribuinte a seu respeito. Com ponto de partida na Constituição Federal de 1988, que ocupa a centralidade do ordenamento jurídico brasileiro, analisa-se, sob a perspectiva do Direito Tributário e da jusfilosofia relacionada à concepção de democracia deliberativa, a temática da cidadania tributária no Brasil.

Para o alcance dos objetivos propostos realizou-se um levantamento e a análise da bibliografia especializada e da legislação pertinente ao tema. Daí se buscou investigar de que maneira a participação popular direta, num verdadeiro modelo de democracia deliberativa , pode alterar ou, ao menos, melhorar o quadro social contemporâneo, sobretudo no que atine ao pagamento proporcional de tributos.

Urge uma reforma tributária que não onere tanto o consumo e que se dirija predominantemente a taxar aqueles que mais têm condições de arcar com a tributação.

Justifica-se uma abordagem específica dos direitos fundamentais do contribuinte de forma a melhor conscientizar os cidadãos nesta seara tão negligenciada.

91Marcelo Marcos Santos Filho, Graduando em Direito 6º período e monitor da disciplina de Direito Tributário - FSLF. E-mail: marcelo.marcos@sousaoluis.com.br

92Yan Capua Charlot, professor da disciplina de Direito Tributário e Coordenador Pedagógico - FSLF. E-mail:

yan.wagner@sousaoluis.com.br.

2 CONCEPÇÃO DE CIDADANIA TRIBUTÁRIA

Verifica-se que alguns autores já se debruçaram sobre a questão da formação da cidadania no Brasil, a exemplo de José Murilo de Carvalho. Especificamente sobre a crise de legitimidade do Poder Legislativo, aduz que:

A representação política não funciona para resolver os grandes problemas da maior parte da população. O papel dos legisladores reduz-se, para a maioria dos votantes, ao de intermediários de favores pessoais perante o Executivo. O eleitor vota no deputado em troca de promessas de favores pessoais; O deputado apóia o governo em troca de cargos e verbas para distribuir entre seus eleitores. Cria-se uma esquizofrenia política: os eleitores desprezam os políticos, mas continuam votando neles na esperança de benefícios pessoais.

(2002, p. 223-224).

Sobre a cidadania tributária, nota-se a carência de estudos científicos que foquem de modo robusto e específico sobre o tema. As menções a uma consciência fiscal são por vezes colaterais e superficiais. No presente estudo, adota-se como referencial teórico a democracia deliberativa, que defende o exercício da cidadania além do processo eleitoral, “exigindo uma participação mais direta dos indivíduos no domínio da esfera pública, em um processo contínuo de discussão e crítica reflexiva das normas e valores sociais” (MEDEIROS, s.d., s. p).

Quanto ao conceito de contribuinte, apesar de não serem todos os cidadãos sujeitos passivos tributários, todos arcam com o seu pagamento, sobretudo levando-se em conta a proporção dos impostos incidentes sobre o consumo. Logo, ainda que não se considerem como tais, sob este aspecto, todos os cidadãos são efetivamente contribuintes. E isto ressalta a importância de um incremento da consciência fiscal, como ressalta Hugo de Brito Machado (2009, p. 38).

Existe também um estudo do fenômeno tributário no país do ponto de vista histórico, que se debruçou sobre como se chegou a um modelo de manutenção da desigualdade social através da regressividade da matriz tributária brasileira:

Infelizmente, o instrumental teórico disponibilizado pelo direito tributário brasileiro para a análise desse fenômeno social se mostra muitas vezes insuficiente, incapaz de apreender os diversos elementos de influência e estruturação da tributação e das tomadas de decisão que envolvem esse campo de estudo. Fruto de uma busca por autonomia enquanto campo científico, o direito tributário acabou se centralizando na análise do sistema

No documento ANAIS – Mostra Científica 2022 (páginas 129-147)