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2 CAMINHOS TEÓRICOS – METODOLÓGICOS, PERCURSOS, PERCALÇOS E

2.2 Caminhos metodológicos: percursos, percalços e trilhas sonoras

2.2.5 Interlocutoras/pensadoras da pesquisa

As interlocutoras/pensadoras da pesquisa estão distribuídas em diversos grupos que compõem os movimentos lésbicos no estado de Pernambuco. Das 18 (dezoito) participantes estão alocadas nos diversos espaços de atuação dos movimentos lésbicos, distribuídos entre 11 (onze) grupos da sociedade civil, deles 06 (seis) com personalidade jurídica.

Nas redes de atuação feminista estadual participam de 02 (dois) espaços o Fórum de Mulheres de Pernambuco e o Coletivo de Lésbicas e de Mulheres Bissexuais de PE – COMLESBI. A nível nacional participam de 05 espaços, sendo eles: Rede Nacional de Lésbicas e Bissexuais Negras Feministas Autônomas – CANDACES-BR, Articulação Brasileira de Lésbicas - ABL, Rede Nacional de Promoção em Saúde e Controle Social da

72 Saúde das Lésbicas Negras – SAPATA, Articulação de Mulheres Brasileiras - AMB e

Movimento Negro Unificado - MNU. Internacionalmente, algumas das

interlocutoras/pensadoras estão ligadas à Marcha Mundial de Mulheres.

A nível estadual na atuação para a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, atuam no Fórum LGBT de PE e o Coletivo de Lésbicas e Mulheres Bissexuais de Pernambuco - COMLESBI, que pode ser categorizado como movimento de lésbicas, de lésbicas e de mulheres bissexuais, feminista, mas também como movimentos que integram a sigla LGBT.

Em espaços paritários que dizem do local de controle social que atuam a sociedade civil e os movimentos sociais, estão articuladas em dois grupos, no Comitê Interinstitucional Pró-Lésbicas de Mulheres Bissexuais - CIPLMB e no Conselho Estadual de Políticas para a População LGBT de Pernambuco. As distribuições de atuação mais detalhadas poderão ser vistas na tabela 3, assim como nos demais capítulos.

Treze entrevistadas participam do COMLESBI e delas 05 (cinco) permanecem na atuação no coletivo, 04 (quatro) já participaram e hoje estão em outros espaços de militância, como o Fórum de Mulheres de Pernambuco, outras estão trabalhando no governo ou atuando nas universidades.

As demais interlocutoras/pensadoras fazem parte da gama de movimentos lésbicos em Pernambuco, mesmo que em algumas redes que não levantam a bandeira de luta das lesbianidades, como prioridade, no entanto, achei importante ver a leitura que essas militantes lésbicas tem feito sobre a atuação dos movimentos lésbicos, como campo político e na articulação dos movimentos, o que proporcionou certa amplitude para a pesquisa.

73 Tabela 3 - Interlocutoras/pensadoras da pesquisa

QUANT. INTERLOCUTORAS/ PENSADORAS

GRUPO E REDES QUE PARTICIPAM, PARTICIPARAM

ANO DE FUNDAÇÃO

CIDADE ABRANGÊNCIA

1. Josenita Duda Ciriaco

Fórum de Mulheres de Pernambuco 1988 Recife Estadual AME – Associação de Mulheres Entendidas 2001 Camaragibe Local AMHOR – Articulação e Movimento Homossexual do

Recife.

1991 Recife Estadual

2. Iris de Fátima da Silva

AMHOR – Articulação e Movimento Homossexual do Recife.

1991 Idem Idem

Comitê Interinstitucional Pró-Lésbica e de mulheres bissexuais de Pernambuco

2012 Recife Estadual 3.

Abinéia Claudino Miranda Associação Sertão LGBT do Vale do São Francisco Articulação Brasileira de Lésbicas – ABL 2016 Petrolina Local 2004 Petrolina Nacional 4. Adriana Gomes da Silva ASSERCO - Associação Sertão das Cores 2004 Salgueiro Local 5. Ana Marta Vieira dos

Santos

Movimento LGBT Leões do Norte

2001 Recife Estadual

6. Marta Carmelita Bezerra de Almeida

Rede SAPATÁ - Rede Nacional da Promoção e Controle Social da Saúde das Lésbicas Negras

2007 Recife Nacional Movimento Negro Unificado 1978 Recife Nacional 7. Renya Carla Medeiros da

Silva

Coletivo LGBT de Passira 2011 Passira Local 8.

Daniele Felix de Melo Silva Coletivo LGBT de Passira 2011 Passira Local

9. Rivânia Rodrigues da Silva

Grupo Somos Todos Iguais 2011 Recife Local

Cidadania Feminina 2002 Recife Local

Fórum LGBT de PE 2004 Recife Estadual

COMLESBI – Coletivo de Lésbicas e Mulheres Bissexuais de Pernambuco

2009 Idem Idem

Comitê Interinstitucional Pró-Lésbica e de Mulheres Bissexuais de Pernambuco

2012 Idem Idem

10. Ana Paula Lopes de Melo

Fórum de Mulheres de Pernambuco 1988 Recife Estadual 11.

Michely Farias Rocha Marcha Mundial das Mulheres – MMM Coletivo Lutas e Cores 2000 2014 Caruaru Caruaru Internacional Estadual Conselho Estadual de políticas para a população LGBT de

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F onte: dados da pesquisa

Pernambuco

12. Camila Roseno Marcha Mundial das Mulheres – MMM 2000 Petrolina Internacional 13. Lucineia Maria da Silva

(Nome social Kássa Silvestre)

AMAS LGBT – Associação Mata Sul de pessoas LGBT 2013 Joaquim

Nabuco Local 14.

Micheline Américo da Silva

COMLESBI – Coletivo de Lésbicas e mulheres Bissexuais de Pernambuco

2009 Recife Estadual Bloco da Diversidade 2009 Recife Estadual

15. Irene de Fátima Fonseca Freire

Bloco da Diversidade 2009 Recife Estadual COMLESBI – Coletivo de Lésbicas e mulheres

Bissexuais de Pernambuco

2009 Idem Idem

Comitê Interinstitucional Pró-Lésbica e de mulheres bissexuais de Pernambuco

2012 Idem Idem

16.

Verônica Maria Ferreira Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB 1994 Recife Nacional Fórum de Mulheres de Pernambuco 1988 Recife Estadual

17. Cintia Fernanda Gomes

COMLESBI – Coletivo de Lésbicas e mulheres Bissexuais de Pernambuco

2009 Idem Idem

CANDACES-BR - Rede Nacional de Lésbicas e Bissexuais Negras Feministas Autônomas

Idem Idem Idem

Comitê Interinstitucional Pró-Lésbica e de mulheres bissexuais de Pernambuco

Idem Idem Idem

18.

Ana Carla da Silva Lemos

Grupo LUAS – Liberdade, União Afetivo Sexual de Lésbicas e mulheres bissexuais

2007 Recife Idem

COMLESBI – Coletivo de Lésbicas e mulheres Bissexuais de Pernambuco

Idem Idem Idem

Comitê Interinstitucional Pró-Lésbica e de mulheres bissexuais de Pernambuco

75 A amostra dos grupos se caracterizam na pluralidade dos espaços de militâncias, ficando de fora o Ocupe Sapatão, que foi trabalhado por Carvalho (2017) como uma atuação diferenciada e anarquista:

Mas o que as diferenciam é a compreensão de que não há enfretamento possível com o aparelhamento dos movimentos sociais lésbicos e feministas. Para elas é preciso romper com essa relação com o Estado e/ou partidos políticos, que, por vezes, está no seio dos movimentos sociais, principalmente, no processo de construção das políticas públicas. O Ocupe Sapatão seria, de acordo com suas militantes, um “agente de pressão autônoma da sociedade civil”. (CARVALHO, 2017, p. 73)

A autora observa que o “coletivo adota um direcionamento político de base ideológica anarquista”. Também não estão como interlocutora/pesquisadora desta pesquisa o Ou Vai Ou Racha: Bloco Rachístico Carnavalesco, que por conflitos políticos e pessoais encerrou as atividades e o Grupo Labrys que está localizado na zona norte do Recife e começou a atuar em 2017 e o Ocupe Sapatão já trabalhando por Carvalho (2017). Para tal afirmação, em cada região foi realizado o levantamento de grupos do estado que tivesse atuação lésbicas, através de consultas em redes, grupos e militantes de atuação nos campos feministas e LGBT.

O que apareceu como possibilidade de interlocução são grupos feministas que tem se formado nas universidades, como grupo de estudos e de atuação política, que vem pautando as lesbianidades. Esses grupos aparecem mais nos interiores que na capital, talvez seja pela ausência da pluralidade de grupos para atuação, o que não faz parte do recorte dessa pesquisa.