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3 ASPECTOS LEGAIS E DE CONTROLE DA CONCENTRAÇÃO

3.4 Internacionalização das concentrações empresariais

Na atual condição de globalização dos mercados, as empresas vislumbram uma série de vantagens em realizar investimentos extraterritoriais; acesso a novos clientes, expandir a sua expertise para setores carentes, diluição de riscos e obtenção de redução de custos, principalmente em insumos como matéria- prima e mão-de-obra. Em 2012, o Brasil foi considerado o país mais atrativo para realizações de aquisições e os valores em investimento chegaram a US$ 11 bilhões no primeiro trimestre. No entanto, em 2013 houve uma redução significativa no interesse das empresas estrangeiras em virtude da estagnação da economia brasileira, crescimento da inflação, variação cambial e aumento das taxas de juros. Ainda assim, segundo relatório da KPMG de fusões e aquisições, cerca de 84 operações foram executadas envolvendo entrada da capital estrangeiro no país (figura 3) e 20 transações envolvendo a saída desse capital (figura 4).

Figura 3 – Transações envolvendo a entrada de capital estrangeiro no Brasil.

Fonte: Relatório de desempenho de Fusões e Aquisições no 2º trimestre de 2013 – KPMG.

Figura 4 – Transações envolvendo a saída de capital estrangeiro do Brasil.

Fonte: Relatório de desempenho de Fusões e Aquisições no 2º trimestre de 2013 – KPMG

Além dos entraves econômicos, a mudança da legislação antitruste brasileira proporcionou maior autonomia aos órgãos fiscalizadores e, por consequência, maior rigor na aplicação legal. De acordo com art. 2º da nova lei:

Art. 2o Aplica-se esta Lei, sem prejuízo de convenções e tratados de que seja signatário o Brasil, às práticas cometidas no todo ou em parte no território nacional ou que nele produzam ou possam produzir efeitos. § 1o Reputa-se domiciliada no território nacional a empresa estrangeira que opere ou tenha no Brasil filial, agência, sucursal, escritório, estabelecimento, agente ou representante.

§ 2o A empresa estrangeira será notificada e intimada de todos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial, agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.

No que se refere à análise do caput do artigo, Forgioni (2010, p. 458) diz que há três ordens de medidas que visam dirimir conflitos entre os países que seria a criação de uma autoridade antitruste internacional ou intermediação da Organização Mundial do Comércio, a harmonização das legislações, evitando assim grandes diferenças entre os sistemas legais que dificultam a resolução de conflitos e a celebração de tratados de colaboração entre os países.

Além dos entraves econômicos, a mudança da legislação antitruste brasileira proporcionou maior autonomia aos órgãos fiscalizadores e, por consequência, maior rigor na aplicação legal. De acordo com art. 2º da nova lei:

Art. 2o Aplica-se esta Lei, sem prejuízo de convenções e tratados de que seja signatário o Brasil, às práticas cometidas no todo ou em parte no território nacional ou que nele produzam ou possam produzir efeitos. § 1o Reputa-se domiciliada no território nacional a empresa estrangeira que opere ou tenha no Brasil filial, agência, sucursal, escritório, estabelecimento, agente ou representante.

§ 2o A empresa estrangeira será notificada e intimada de todos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial, agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.

No que se refere à análise do caput do artigo, Forgioni (2010, p. 458) diz que há três ordens de medidas que visam dirimir conflitos entre os países que seria a criação de uma autoridade antitruste internacional ou intermediação da Organização Mundial do Comércio, a harmonização das legislações, evitando assim

grandes diferenças entre os sistemas legais que dificultam a resolução de conflitos e a celebração de tratados de colaboração entre os países.

Conforme visto nas figuras 3 e 4, muitos países investem no Brasil, desde os mais próximos na América do Sul aos mais longínquos como Japão e Austrália, em virtude disto, o CADE faz intercâmbios frequentes com as maiores agências fiscalizatórias de direito concorrencial do mundo. Em 19 de novembro do corrente ano, o órgão e a Superintendência de Control Del Poder de Mercado – SCMP, autoridade antitruste do Equador, celebraram memorando de entendimento para promoção de trocas de informações e experiências em matérias de defesa da concorrência, segundo notícias do site do órgão.

Ademais, o CADE também teve seus esforços reconhecidos ao receber quatro estrelas no ranking realizado anualmente pela revista britânica Global Competition Review – GCR, especializada em política de concorrência e regulação. Neste ranking com cinco estrelas estão apenas: União Europeia, França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos e Japão. A GCR ressaltou a adoção do novo regime de análise prévia, que permite ao CADE analisar atos de concentração mais simples no prazo médio de 19 dias, um dos mais rápidos do mundo, o aperfeiçoamento os métodos de negociação em programa de leniência e intensificação do trabalho para encerrar processos antigos.

De acordo com informações do site, o CADE afirma que desde a vigência da nova lei foram aprovadas 250 operações em um prazo médio de 25 dias, anteriormente o tempo médio era de 154 dias. Do montante de 250 aprovações, 227 são sumárias, ou seja, operações sem maiores impactos concorrenciais e correspondem a 90% do total. Ademais, os processos ordinários, aqueles que demandam análise mercadológica e legal e podem gerar empecilhos à concorrência, somam 23 com tempo aproximado de 69 dias.

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