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Capítulo V – Vertente 1.º CEB

5.3. Intervenção com a Comunidade Educativa

Sabe-se que a família é um fator relevante e condicionante na vida do aluno, principalmente nas suas aprendizagens e implicação na escola. Espera-se assim que o docente, através da sua ação, seja capaz de “Relaciona[r]-se positivamente com crianças e com adultos, no contexto da especificidade da sua relação com as famílias e com a comunidade, proporcionando, nomeadamente, um clima de escola caraterizado pelo bem- estar afetivo que predisponha para as aprendizagens.” (Decreto-Lei n.º 241/2001, Anexo n.º2, II alínea l).

Particularizando assim a ação realizada, quis-se combater o desinteresse por parte de algumas famílias no envolvimento da vida escolar dos seus educandos através de momentos de cooperação na realização de uma atividade. Através desta, pretendeu-se envolver diretamente os pais, valorizando a sua interação e assumindo-os como agentes motivadores de sucesso escolar nesta e futuras aprendizagens.

Assim e tendo em conta a aproximação da época natalícia, foi conjeturada uma atividade que envolvesse toda a comunidade educativa, numa planificação conjunta com as colegas estagiárias em contexto Pré-Escolar nas salas da Pré I e Pré II, bem como em contexto de 1.ºCEB nas salas do 2.ºA e 4.ºA.

109 Após uma discussão sobre que tipo de colaboração seria prestada pelos pais e que tipo de envolvimento teria a restante comunidade escolar, concluiu-se que seriam elaborados enfeites de natal reciclados, pelos pais e crianças, para colocar em árvores de natal. Posteriormente, seria realizada uma exposição onde ocorreria uma votação, ganhando a árvore que a comunidade elegeria como a mais bem enfeitada, seguindo a temática selecionada e respeitasse a condicionante da sua criação, a reciclagem.

Estando a ideia delineada, seguiu-se o contato formal29 e direto com a diretora da escola para aprovação da atividade e utilização dos espaços comuns da instituição para a exposição. As restantes turmas foram informadas e confirmaram a sua participação em Conselho Pedagógico bem como a temática escolhida pelos alunos para os seus enfeites.

Desta forma, os grupos formados foram: Pré I, Pré II, 1.ºA, 2.ºA, 3.ºA, 3.ºB, 4.ºA e ainda alguns elementos do CAO que, como supracitado, partilha o espaço físico da escola.

A temática dos enfeites para cada árvore baseou-se, no caso específico do 3.ºB, através da criação de um campo lexical em torno da palavra Natal, passando-se depois à votação, dentro da turma, sobre que palavra adotar para a temática do grupo. O resultado desta votação foi: brilhantes.

Após a decisão de cada temática, dentro de cada grupo, foi elaborado um pedido formal30 aos encarregados de educação, pedindo o seu auxílio na concretização dos enfeites. Estes seriam realizados com recurso a materiais reciclados para que não houvessem quaisquer custos na sua criação e ao mesmo tempo criar consciência da importância da reutilização e reciclagem de materiais.

Foi estabelecido um prazo limite de entrega de duas semanas, cumprido por todos os grupos, para que houvesse tempo ainda de realizar a exposição, respetiva votação e anunciado o vencedor na festa de Natal.

Para colocar os enfeites tiveram que ser criadas oito árvores de metal, para que suportassem o peso dos enfeites, tarefa que coube às estagiárias uma vez que se tratou de um trabalho minucioso.

29 Ver Pasta 2, Apêndice J – Atividades para a Comunidade, 1.ºCEB, Pedido à diretora

30Ver Pasta 2, Apêndice J – Atividades para a Comunidade, 1.ºCEB, Pedido aos Encarregados de Educação

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Figura 36.

Boletim de voto

Estas foram depois numeradas de um a oito colocando- se a numeração no topo em forma de estrelas, facilitando a sua identificação no boletim de voto (Figura 36), e posteriormente enfeitadas pelos respetivos grupos. Previamente, e em contexto de sala de aula, cada aluno explicou como realizou o seu enfeite e que tipo de ajuda teve do seu encarregado de educação.

Note-se que, de todo o grupo, apenas uma criança não apresentou qualquer enfeite, pelo que a estagiária, em particular, facultou-lhe algumas bolas em cartão para que decorasse com um familiar, facilitando assim todo o processo. Sabendo-se da sua situação familiar complicada e não implicada na vida escolar da criança, quis-se que esta não se sentisse excluída da atividade uma vez que, entre alunos surgiram comentários negativos sobre a situação. Foi com muita satisfação que, no dia da decoração da árvore, a aluna mostrou o trabalho que realizou em conjunto com a mãe, muito feliz e orgulhosa do mesmo.

Figura 37.

Tômbola de voto

No último dia de estágio, a seis de dezembro, foi preparado o local da exposição, afixando-se cartazes e colocada uma tômbola de votos (Figura 37) para que toda a comunidade educativa pudesse votar, anonimamente, e sem qualquer tipo de influência pois as árvores não foram identificadas pelo grupo que as criou mas sim por números.

Cada grupo fez também a sua votação, acompanhado das estagiárias e/ou professores/ educadores de cada grupo, com a condição de que não poderia votar na sua própria árvore. Esta exposição manteve-se durante mais duas semanas, prolongando-se até à festa de Natal da escola, a dezoito de dezembro, marcando também o final do primeiro período para as crianças.

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Figura 38. Figura 39.

Árvore do 3.ºB Exposição de árvores de Natal

Os resultados da votação foram recolhidos e quantificados pelas estagiárias, sendo a árvore vencedora a cinco, ou seja, a da turma A do 3.º ano com a temática: corações. O grupo vencedor foi anunciado, como referido, na festa de Natal por uma das estagiárias a toda a comunidade presente, e ainda entregue um certificado de participação31 a todos os intervenientes na atividade.