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Capítulo V – Vertente 1.º CEB

5.5. Reflexão crítica sobre a Intervenção realizada no 3.ºB

Para este grupo de alunos, o primeiro contato com a estagiária já tinha sido feito no ano transato, em contexto de prática pedagógica conjunta com outra colega durante a Licenciatura em Educação Básica. Desta forma, toda a receção ao grupo foi de alegria e excitação e, uma vez já tirado o constrangimento de um elemento novo na sala de aula, todas as interações foram mais pessoais e confiantes pois já conheciam a estagiária.

Assim, quis-se fortalecer ainda mais esses laços, uma vez que a prática seria mais longa que a anterior, de forma a conhecer melhor as suas dificuldades, aptidões e personalidades a fim de auxiliá-los ao máximo nas aprendizagens objetivando sucesso escolar.

Evidentemente, o reconhecimento da EB1/PE do Lombo Segundo já previamente efetuado facilitou toda a intervenção realizada pois, para além do seu espaço físico, também já se tinham travado interações com o pessoal docente e não docente.

Tudo isto, aliado ao fato de já ter trabalhado em conjunto com o professor cooperante, permitiu facilitar o à-vontade e segurança perante todo o grupo tomando o papel principal nas suas aprendizagens. Obviamente cada passo tomado era proposto e refletido com o professor cooperante que auxiliou e partilhou estratégias e metodologias de sucesso devido à sua experiência profissional.

Após o decorrer da semana dirigida à observação participada, iniciou-se a intervenção pedagógica que envolveu propostas de aprendizagens baseadas no currículo indicado para o ano escolar descrito, bem como a consolidação de conhecimentos adquiridos no ano transato.

Sentiu-se logo a pressão de alcançar objetivos específicos num determinado e curto espaço de tempo, não se enquadrando com a realidade de que a criança aprende a ritmos diferentes. Como referem Vayer e Roncin (1994), “A atividade que conduz a pessoa a aprender algo deve ser limitada no tempo e corresponder ao que são as capacidades de atenção ou de interesse dela.”, ou seja, para que a criança seja capaz de adquirir e organizar os conhecimentos é necessário que o adulto ajuste “(…) a sua pessoa e as suas propostas à dupla realidade: a realidade pessoal, que são os imperativos escolares, e a realidade da criança.” (pp.152-153).

Contudo, devido à limitação temporal para aquisição e compreensão de conhecimentos por parte do professor cooperante, tendo em conta a quantidade de matéria ainda por aprender, toda a prática foi delineada para cumprir objetivos concernentes às

119 áreas curriculares de Português, Matemática e Estudo do Meio. Seguiram-se assim as diretrizes e Plano Anual do professor cooperante para o grupo, bem como o horário escolar que determinava a carga horária prevista e estipulada para cada uma dessas disciplinas.

Como já referido, as dificuldades no domínio do Português foram prontamente detetadas daí a urgência de investigar, refletir e agir sobre a prática desenvolvida para que, as necessidades apontadas fossem colmatadas com estratégias apropriadas. Nesta disciplina em particular, a sua estruturação foi compreendida em três fases: motivação, ação e consolidação, tratando-se de facilitar todo o processo de aprendizagem. Este modelo já era utilizado pelo professor cooperante que fez questão em transmiti-lo à estagiária para que aplicasse da mesma forma.

Relativamente à Matemática, foi imperativo o uso de materiais auxiliares à aprendizagem para que, através dos mesmos, se conseguisse a concretização real dos conceitos abstratos. Naturalmente, quis-se também transparecer o ideal de que a Matemática pode ser divertida e mais fácil de compreender se utilizarmos materiais de apoio. O mesmo sucedeu com o Estudo do Meio que envolveu também o recurso a tecnologias, nomeadamente vídeos e jogos interativos que tinham como principal função permitir a ligação entre conceitos abstratos à realidade da criança.

Destas três áreas curriculares, a que mais trabalho e empenho necessitou foi a de Português, principalmente pelas dificuldades apresentadas pelos alunos e complexidade da língua portuguesa. Contudo, e refletidos nas avaliações, os conhecimentos adquiridos foram positivos.

No que concerne à Matemática, foi a disciplina que surgiu como mais intuitiva à estagiária, proporcionada pelo recurso a materiais numa aprendizagem ativa de conceitos matemáticos.

O Estudo do Meio por sua vez demonstrou ser a disciplina mais desafiante a nível da quantidade de conhecimentos a adquirir, necessários para uma precisa e correta transmissão dos mesmos, pela estagiária à turma. Isto porque, por parte dos alunos, surgiu muito interesse e necessidade de esclarecimento acerca de conhecimentos relativos ao seu quotidiano, neste caso, o seu corpo.

Como suporte de tais aprendizagens, e causadora de algum distúrbio na turma, surgiu a cooperação entre alunos. Por não se encontrarem habituados a tal realidade, e achando necessário incutir espírito de partilha, aceitação e entreajuda na turma, partiu-se para a sua implementação frequente. Com efeito, não se tornou tarefa fácil de executar,

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porém e já perto do término do estágio, provou haver melhorias na sua prática que, se continuada pelo professor cooperante, traria grandes benefícios à turma.

Para com os alunos com NEE, ficou o sentimento de que poderia ter sido feito algo mais para auxiliá-los nas suas aprendizagens. Apesar da tentativa de apoio individual pela estagiária ou colega, a diferenciação pedagógica na turma provou-se fraca/insuficiente tomando como imperativo a consciencialização de que seriam necessárias melhores adaptações e mais apoios por parte da estagiária para que esta fosse mais positiva. Esta dificuldade sentida em diferenciar pedagogicamente surgiu, apesar das bases teóricas adquiridas, num momento em que, até à data, não tinham sido observáveis muitas estratégias desencadeadoras de novas aprendizagens nas escolas.

Em suma, a prática pedagógica desenvolvida na turma B do 3.º ano foi bastante positiva, tanto a nível pessoal como futuramente profissional, uma vez que fez crescer o à-vontade e segurança necessária para enfrentar o enorme papel de docente de uma turma, criar relações de confiança com as crianças, e saber que, conforme a situação e de acordo com a formação adquirida, foi feito de tudo para que as aprendizagens das crianças fossem significativas e de qualidade.

121 Capítulo VI – Vertente Educação Pré-Escolar

Uma vez que o ambiente educativo desta intervenção pedagógica foi o mesmo que a anterior na valência de 1.º CEB, foi apenas feito o contato com o grupo de crianças da Pré I e a educadora cooperante, baseando-se exclusivamente da observação participante e interações realizadas durante uma semana e posteriormente continuada durante toda a intervenção realizada.

Através dos dados recolhidos, constatou-se que o modelo pedagógico adotado nesta sala era do MEM, que apesar de ainda estar a ser implementado, já apresentava a organização espacial caraterística deste modelo. As crianças ainda apresentavam alguma dificuldade a cumprir a rotina diária e seguir com alguns procedimentos do mesmo.

Toda a prática pedagógica planeada foi realizada em conformidade com algumas dificuldades e problemáticas encontradas no grupo, mas também correspondendo aos seus interesses e sugestões transmitidos em Reunião de Conselho.

Sendo assim, todas as estratégias e metodologias foram contextualizadas em cooperação com as crianças descrevendo-se assim neste capítulo todo o processo realizado, a sua avaliação com base no seu bem-estar e implicação nas atividades (SAC), a atividade realizada para a comunidade educativa, finalizando com as considerações finais sobre a intervenção.