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2.1.1. Localização Geográfica

Quando falamos do Egipto, temos de ser um pouco específicos quanto à altura a que nos referimos. Na realidade a Civilização Antiga Egípcia é frequentemente dividida em três períodos distintos de modo a facilitar a localização/identificação da época a que nos referimos:

 Antigo Reinado – entre sensivelmente 2700 a.C. e 2200 a.C.;  Egipto Médio – entre sensivelmente 2100 a.C. e 1700 a.C.;  Novo Egipto – de 1600 a.C. a 1000 a.C.

O Egipto atingiu muito cedo um nível de civilização bastante alto. Podemos questionar por que terá sucedido tal facto! A explicação não é difícil de encontrar por qualquer um que se debruce sobre o assunto. A terra era generosa para com o seu povo; o solo era muito fértil devido à presença do Nilo, o qual todos os anos, sofria cheias transbordando as suas margens e alagando os

campos que o circunscreviam. Para além deste pormenor, o clima era aprazível facilitando o desenvolvimento da agricultura com boas colheitas.

Sendo um país rico, o único problema residia na possibilidade de ocorrência de guerras com outros países que poderiam atentar contra tanta sus tansa. Contudo o Egipto possuía fronteiras de ordem natural, uma vez que se encontrava rodeado de desertos, providenciando assim uma barreira às forças invasoras tal como podemos confirmar num mapa da época (Figura2.1).

Figura2.1 - Mapa Antigo Egipto (Extraído de http://www.ancient- egupt.org/topography/giza/index.html)

Figura 2.2 - Mapa Actual Egipto

(Extraído de http://go.hrw.com/atlas/span_htm/egypt.htm)

2.1.2. O Povo

Por volta de 3000 a.C. as duas nações mais antigas desta região tinham-se unificado e formado uma nação única, o Egipto, no qual as regras eram iguais em todo o seu território.

A agricultura tinha sido desenvolvida de forma a tirar proveito dos períodos regulares, secos e húmidos, ao longo do ano.

Como o Nilo se comportava de forma disciplinada, transbordando durante as estações de chuva e providenciando uma terra fértil, tornou-se possível fomentar o crescimento de óptimas colheitas implementando-se um complexo sistema de irrigação que permitia que as terras se tornassem mais ricas, mesmo nos períodos de seca.

É de notar que para este desenvolvimento era fundamental saber em que época se iniciariam as chuvas que fariam transbordar o Nilo, o que acabou por fundamentar o desenvolvimento da Astronomia, no intuito de desenvolver um calendário informativo fidedigno (sobre qual nos debruçaremos mais tarde).

A larga área que a nação Egípcia cobria, requeria uma administração complexa, incluindo inclusive sistemas de impostos de forma a poderem ser mantidos os exércitos que orientavam, entre outras, a boa cidadania. É de notar que uma das bases de tributação era a área de terra de cultivo.

À medida que a sociedade se tornava mais complexa, tornava-se necessário a existência de escrita e de numerais, de forma a ser possível registarem-se os ganhos e as transacções que se efectuavam diariamente.

Em 3000 a.C., os Egípcios já tinham desenvolvido a sua escrita hieroglífica, e foi este facto que demarcou o início do período do Antigo Reinado, que ficou imortalizado pela construção das Pirâmides, por exemplo a Pirâmide de Giza, que foi construída por volta de 2650 a.C., denotando um vasto, conhecimento Arquitectónico e de Engenharia. Este artefacto demonstra já claramente o elevado nível de conhecimentos que esta sociedade possuía no tempo a que nos referimos.

2.1.3. O Calendário Egípcio

Como observamos anteriormente, era vital para o povo Egípcio ter noção de quando as enchentes do Nilo começariam a ocorrer, uma vez que disso dependia o sucesso da agricultura, bem como a subsistência dos habitantes. A existência de um calendário, o mais fidedigno possível, era portanto fundamental.

Na realidade este povo, era também a nível da astronomia muito avançado, e se aqui fazemos uma incursão sobre algo que aparentemente nada tem a ver com o conteúdo do nosso trabalho, é de facto pela magnificência do mesmo.

O início do ano era marcado pela subida heliacal da estrela Sirius (a primeira vez que esta aparecia no céu após um período da sua ausência). Sirius trata-se da estrela mais brilhante do céu, também conhecida por estrela do Norte. No calendário actual, isto ocorre em Julho, o Nilo transbordava pouco depois desta data, pelo que fazia sentido o início do ano coincidir com o início de toda uma época de trabalho. A subida heliacal de Sirius chamaria, assim, a atenção da população para o início das cheias.

O ano era constituído por 365 dias e isto era certamente sabido por volta de 2776 a.C. pois este valor foi utilizado num calendário civil de registo de datas importantes. Mais tarde surgiu um valor mais aproximado, 365 dias e 1

4 de dia, que era a duração exacta de um ano. No entanto, este valor nunca foi utilizado para actualizar o calendário Egípcio, pelo que não existiram anos bissextos como na actualidade.

Para além deste calendário, era tido em conta um outro calendário em paralelo, o calendário lunar, o qual sabemos ser um dos modos de prever as alterações a nível

meteorológico. O calendário civil era dividido em 12 meses, todos eles compostos por 30 dias, tendo no final do ano um período de 5 dias para festejos, formando assim os 365 dias.

Para além da magnitude de um conhecimento desta envergadura ser um dado adquirido naquele tempo (e como tal, merecer este lugar de destaque), é ainda de notar que, apesar do calendário Egípcio ter sofrido várias alterações ao longo dos tempos, acabou por constituir a base para os Calendários Gregoriano e Romano. Introduzido por Júlio César, em Roma, por volta do ano 46 a.C. é também deste calendário que provém o calendário actual!!!

Tudo isto demonstra o nível de conhecimento já atingido pela civilização Egípcia há mais de quase 5000 anos!

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