Investigação das violações de Direitos Humanos

Ainda que os aplicadores da lei devam respeitar as normas de Direitos Humanos, pode ser que, no exercício de suas atividades, violem tais direitos, quebrando-se a relação de confiança com a comunidade. Nesta hipótese, se faz importante a responsabilização dos funcionários pelos seus atos.

Não há que se falar em cumprimento de ordens superiores como justificativa para a execução de condutas manifestamente ilegais, especialmente quando tiverem relação direta com violações graves do Direito Internacional, tais como genocídio e tortura, o que deverá conduzir à responsabilização de oficiais superiores em decorrência da expedição de tais ordens. (CICV, 2016, p. 54). Para além da responsabilização administrativa, a violação dos Direitos Humanos também pode constituir um delito penal, o que, neste caso, demandará investigação pelos órgãos jurisdicionais e a consequente apuração dos fatos delituosos.

Por fim, há que se ressaltar os mecanismos internacionais para fiscalização das atividades de aplicação da Lei. Tratam-se das comunicações interestatais, as quais se caracterizam como procedimentos especiais em que um Estado Parte denuncia um integrante do mesmo pacto pela violação de Direitos Humanos enumerados em dado instrumento em que ambos são signatários.

As comunicações interestatais representam “forma de acesso aos órgãos protetivos internacionais, para que uma Comissão possa intervir caso haja alguma violação de algum direito humano, inclusive com visitas in loco, para melhor se apurar a violação de direitos” (NOMIZO; CATOLINO, 2015, p. 220), possibilitando, então, a investigação de possíveis violações de Direitos Humanos pelos estados.

Tendo em vista que há uma denúncia por desrespeito aos Direitos Humanos, é imprescindível que o devido processo legal seja garantido, a fim de que o Estado Parte denunciado exerça o contraditório e a ampla defesa e se manifeste plenamente em face da denúncia.

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Resumo da Aula 4

Esta aula teve por objetivo tratar dos principais elementos que possibilitam a aplicação da Lei em matéria de Direitos Humanos, elucidando as suas premissas básicas, como o Estado Democrático de Direito e os princípios que regem a Administração Pública (legalidade e proporcionalidade, nos seus subprincípios da necessidade, adequação lógica e razoabilidade).

Além disso, foram abordadas as responsabilidades dos organismos aplicadores das normas que estabelecem os Direitos Humanos: manutenção da ordem pública, prevenção e detecção de crimes e a prestação de assistência às pessoas em condição de vulnerfim, tratou-se do comando, gestão e investigação das violações de Direitos Humanos, abordando-se a forma como as agências devem operar na aplicação da lei e, no caso de transgressão capaz de violar Direitos Humanos, poderão ser objeto de investigação e responsabilização nos âmbitos administrativos e penal.

Atividade de Aprendizagem

Quais são os princípios do regime jurídico-administrativo aplicáveis à atividade de execução da lei? Quais são as reponsabilidades dos aplicadores da lei?

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Resumo da disciplina

Esta disciplina teve por objetivo tratar do conceito e da estruturação normativa e organizacional referentes aos Direitos Humanos. Para tanto, foram compreendidos os conceitos e objetos desta classe de direitos, assim como o conteúdo jurídico relativo à celebração e incorporação dos tratados e convenções dos Direitos Humanos no Brasil.

O atual cenário jurídico em que os Direitos Humanos estão inseridos no Brasil também foi objeto de estudo, além da discussão dessa categoria de direitos a partir de alguns vetores contemporâneos, como: religião, etnia e gênero.

Por fim, os principais elementos que possibilitam a aplicação da Lei em matéria de Direitos Humanos foram analisados, os quais têm como premissas básicas o Estado Democrático de Direito e os princípios que regem a Administração Pública. As responsabilidades dos organismos aplicadores das normas que estabelecem os Direitos Humanos também foram estudados, conforme a manutenção da ordem pública, a prevenção de crimes e a prestação de assistência às pessoas.

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