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Responsável pelas importantes vitórias de Israel nas guerras de invasão dos seus vizinhos árabes, Dayan foi também um dos principais arquitectos dos acordos de paz de Camp David, os primeiros que se firmaram entre o governo israelita e um país árabe. Moshé Dayan nasceu em 20 de Maio de 1915, em Deganya- Israel, ainda na época denominada de Palestina, por ser do domínio Britânico.

Iniciou a carreira militar na guerrilha judaica, que combatia os ataques árabes contra os judeus que habitavam Israel. Preso durante dois anos pelas autoridades britânicas, liderou depois as forças judaicas da Palestina, que combateram a França na Síria. Perdeu, então, o olho esquerdo e passou a usar um tapa- olho.

Em 1948, na luta pela independência, comandou a região militar de Jerusalém. Na chefia das Forças armadas desde 1953 por cinco anos, planeou e liderou a invasão da península do Sinai, em 1956, o que lhe valeu a reputação de grande comandante militar. Dayan foi eleito para o Knesset (Parlamento) em 1959 e designado Ministro da Agricultura.

Em Junho de 1967, como Ministro da Defesa, comandou a Guerra dos Seis Dias, que recebeu esta denominação devido ao efectivo contra-ataque israelita à ofensiva árabe, promovido pelo Egipto. O presidente Nasser, procurando fortalecer o mundo árabe, tomou medidas importantes: Nasser deslocou forças árabes para a fronteira com Israel, exigiu a retirada de representantes militares da ONU, mantidos na região desde 1956, e ameaçou fechar a navegabilidade do Estreito de Tiran aos israelitas.

No entanto, a reacção israelita a essas medidas foi rápida e decisiva: atacou o Egipto, a Jordânia e a Síria, encerrando o conflito num curto espaço de tempo: 5 a 10 de Junho (6 dias) de 1967. Israel dominava as forças aéreas e, por terra, contava com forças blindadas comandadas pelo General israelita, Moshé Dayan. O resultado da guerra aumentou consideravelmente o estado de Israel com as conquistas das áreas do Egipto, Faixa de Gaza, Península de Sinai, região da Jordânia, a Cisjordânia, o sector oriental de Jerusalém, partes pertencentes à Síria e às colónias de Golan.

Gioconda Cardoso 112 A Guerra dos Seis Dias fortaleceu o Estado de Israel, e Dayan passou a exercer crescente influência na política externa. O acordo militar dos árabes com os soviéticos garantia ao presidente do Egipto, Anuar Sadat, um imenso suprimento de armas, com destaque para os mísseis. Discretamente, Sadat cuidava de obter apoio da Arábia Saudita. Esses movimentos não escapavam ao serviço secreto israelita. O exército foi colocado de prontidão total. Os relatórios que chegavam da região do Sinai, davam conta dos preparativos militares do Egipto para cruzar o canal do Suez. Sabia-se que um satélite soviético lançado há pouco, orbitava sobre o Sinai e que mandava informações ao Egipto e à Síria. O próprio rei Hussein, da Jordânia, fez uma viagem secreta a Telavive e alertou o comando militar israelita, de que o Egipto e a Síria tinham feito um acordo e o ataque a Israel aconteceria em poucos dias. Moshé Dayan, no entanto, não acreditou nos avisos e não autorizou nenhum ataque surpresa, apesar do novo comandante das Forças Armadas israelitas, David Elazar, ter pedido a Moshé Dayan, então ministro da Defesa, autorização para lançar um ataque surpresa contra os egípcios.

Nesse meio tempo, guerrilheiros palestinianos sequestraram um comboio, que levava emigrantes judeus soviéticos para um campo de trânsito na Áustria e exigiram o encerramento desse campo.

O seu prestígio declinou em Outubro de 1973, quando o Egipto e a Síria atacaram Israel de surpresa e desencadearam a guerra de Yom Kippur.

A Comissão Agranat foi estabelecida em Novembro de 1973, por determinação governamental, para investigar os acontecimentos que antecederam a Guerra de Yom Kippur e a falta de preparo do país, diante de um conflito eminente com os seus vizinhos árabes.

Depois de 140 sessões e 58 depoimentos, a Comissão concluiu que as Forças de Defesa de Israel (FDI), sob o comando do então Chefe do Estado- Maior, David Elazar, foram responsáveis pelas falhas que permitiram o ataque surpresa contra Israel, pelas forças do Egipto e da Síria, no dia 6 de Outubro.

O relatório interino, de 1 de Abril de 1974, concluiu que as FDI, através de Elazar e os comandantes, falharam na elaboração de um plano detalhado de defesa; na elaboração de instruções claras para os comandos da Região Sul; e que o Chefe do Estado- Maior não avaliara de forma adequada o quadro pré- guerra e recomendações incisivas, em tempo

Gioconda Cardoso 113 hábil, para a mobilização dos reservistas. A Comissão determinou, portanto, que Elazar deixasse o cargo imediatamente, e foi o que sucedeu.

O relatório da Comissão Agranat acusou também o Serviço de Inteligência Nacional de não prever o ataque surpresa, afirmando que o então chefe da Inteligência militar, Eliyahu Zeira (Eli), falhara em sua missão. Zeira e seus assessores, também foram afastados de seus cargos. O relatório responsabilizou, ainda, o chefe do Comando do Sul, Shmuel Gonen, pela deslocação inadequada das divisões de blindados nesse fronte.

Para finalizar, o documento afirmou que tanto a Primeira- Ministra Golda Meir quanto o ministro da Defesa, Moshé Dayan, não poderiam tomar outras medidas de prevenção além daquelas que foram tomadas pelas FDI.

Em 1978, como Ministro do Exterior do governo Menachem Begin, tornou-se um dos arquitectos dos acordos de Camp David, assinados no ano seguinte pelo Egipto e Israel.

Moshé Dayan morreu em Telavive, em 16 de Outubro de 1981.

A sua filha é uma das mais conhecidas pacifistas de Israel e parlamentar trabalhista.

YITZHAK RABIN:

1922 (Março): Yitzhak Rabin nasceu em Jerusalém.

O seu pai, Nechemia, imigrara dos EUA para Israel, tendo servido como voluntário na Legião Judaica durante a Primeira Guerra Mundial.

A sua mãe, Rosa, fora um dos primeiros membros do Haganah. Yitzhak Rabin frequentou a escola primária em Telavive e foi aluno do Colégio Agrícola Kaduri, na Baixa Galileia, tendo-se graduado com distinção.

1941: Após completar os seus estudos, serviu no Palmach.

1948: Serviu nas Forças de Defesa de Israel (FDI) durante 27 anos.

1964-68: Foi Chefe do Estado-Maior, posto que ocupava durante a Guerra dos Seis Dias (Junho de 1967).

Gioconda Cardoso 114 1949: Rabin foi membro da delegação israelita, durante as primeiras negociações com o Egipto.

ENCARGOS MILITARES:

1941-1947: Membro do Palmach. 1947: Oficial de Operações do Palmach. 1948: Comandante da Brigada Harel.

1953-1956: Comandante do Centro de Treinamento das Forças de Defesa de Israel. 1956-1959: Comandante Chefe da Região Norte.

1959-1963: Vice-Comandante do Estado-Maior. 1964-1968: Comandante Chefe do Estado-Maior. 1968-73: Embaixador de Israel nos EUA.

1973: Retorna a Jerusalém e torna-se activo no Partido Trabalhista. É eleito para o 8º

Knesset.

1974: Chefe do Governo que tomou posse em 2 de Junho de 1974, após a queda do governo de Golda Meir.

1975: Como Primeiro-Ministro conduz as negociações que, por intermédio de mediação americana, resultam no acordo interino entre Israel e o Egipto.

1976 (Junho): O Governo chefiado por Yitzhak Rabin ordena a execução da Operação Entebe, que liberta no Uganda os reféns judeus do sequestro do avião da Air France.

1977-84: Yitzhak Rabin é membro da oposição na Knesset.

1985-90: Rabin torna-se membro do Governo de Unidade Nacional, no período da 10º

Knesset, ocupando o posto de Ministro da Defesa até Março de 1990.

1989 (Maio): O Governo israelita adopta um plano para um arranjo com os palestinianos, em etapas, que serve de base aos subsequentes esforços pela consecução da paz.

1992: Após ser escolhido como líder do Partido Trabalhista de Israel em Março, Yitzhak Rabin conduz o partido à vitória nas eleições de Junho de 1992.

Gioconda Cardoso 115 1993: No seu papel de Primeiro-Ministro, assina a Declaração de Princípios entre Israel e os Palestinianos, em 13 de Setembro de 1993.

1994: O Acordo do Cairo com os palestinianos em Maio de 1994 e a declaração do fim do estado de guerra com a Jordânia em 24 de Julho de 1994.

1994: Yitzhak Rabin foi um dos três laureados com a suprema honra do Prémio Nobel da Paz, em 10 de Dezembro de 1994.

1995: Acordo interino com os palestinianos, em 28 de Setembro de 1995. 4 de Novembro de 1995, 21h 40m: Yitzhak Rabin foi assassinado.

PALESTINA: