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1 – População de Armadores e M estres – Caracterização

A população de armadores e mestres inquirida encontra-se compreendida entres os 23 e os 65 anos, e caracteriza-se por ser adulta envelhecida. Os valores médios aferidos são superiores à idade média, mais dois anos, determinada no Censos 2011, de 44,6 anos para a população empregada na pesca no território continental, com excepção da comunidade do Centro.

As comunidades do Norte e Sul possuem valores acima da média confirmando que a população empregue neste sector está a envelhecer. A comunidade do Centro apresenta a média de idades inferior à média do Censos 2011, contudo é superior ao valor aferido pelo Censos 2001, com a população a envelhecer um ano. Esta é também a comunidade onde se encontram valores díspares para o mestre com menor idade e também a idade mais elevada, 23 e 65 anos respectivamente. Estes valores confirmam um pequeno rejuvenescimento, mas também a continuação da actividade ao longo do tempo, além da idade da reforma destes profissionais que pode ocorrer aos 55 anos.

No que respeita à instrução dos pescadores, verifica-se uma baixa escolaridade em todas as comunidades. Confirma-se que a escolaridade obrigatória de 9 anos, desde 1986, não foi satisfeita para mais de 70% de toda a população.

A comunidade do Norte apresenta valores baixos para a conclusão do secundário ou do 3º ciclo do ensino básico, o 9.º ano. Nas comunidades do Centro e Sul, que também têm os indivíduos com as idades mais jovens, verifica-se que começam a ter a escolaridade obrigatória concluída.

Os profissionais da pesca cont inuam a iniciar a actividade muito cedo, mais de 80% iniciaram antes de perfazer os 18 anos, confirmando os baixos níveis de escolaridade concluída, e também o longo tempo de exercício da profissão. Com a comunidade do Norte a ter 90% dos seus profissionais ligados a esta actividade há mais de 20 anos, inclusivamente 60% há mais de 30 anos. Na comunidade do Sul a ocupação da act ividade das pescas é desenvolvida há mais de 20 anos, para 80% dos

seus profissionais, em que 40% a desenvolvem há mais de 30. A comunidade do Centro tem os valores menos concentrados, o que corrobora com a ideia de que é uma população com maior rejuvenescimento e comprova com a idade média dos pescadores ser mais baixa comparada com as outras.

A pesca é uma actividade que é iniciada por razões diferentes, não sendo possível evidenciar um único motivo unânime com as três comunidades em estudo, mesmo com a possibilidade de resposta em mais do que uma opção.

A Norte distingue-se, com perto de 70% de respostas, a pesca como única opção dos inquiridos ou tradição familiar, 40% e +/ - 30%, respectivamente. Contudo, com valores acima dos 30%, os restantes inquiridos indicam que o gosto pela actividade os fez iniciar a mesma.

A comunidade do Centro tem cerca de 40% dos inquiridos a manifestar a tradição familiar como razão para a sua escolha, contudo o gosto pela actividade é marcadamente mais elevado, 60%.

A comunidade do Sul tem os seus profissionais a evidenciar o gosto pela pesca e a tradição familiar, 90% e 70%, respectivamente, como razões para o início da actividade. 10 % dos seus profissionais aponta os ganhos proporcionados para o acesso à profissão.

Os ganhos auferidos, regra geral, são suficientes para todas as comunidades, acima de 60% de respostas, com disparidades nas repostas da comunidade do Centro, onde também se encontram inquiridos para quem os rendimentos da actividade são muito maus, maus, bons e muito bons, 15%, 9%, mais de 15% e 5%, respectivamente. Para as outras comunidades, Norte e Sul, os restantes 30% e 40% de respostas, os rendimento auferidos são negativos, com a comunidade Norte a considerar próximo de 30% como mau, e a comunidade do Sul a dividir-se entre muito mau e mau.

As condições de trabalho para a comunidade de Sines são apenas boas ou suficientes, 70% ou 20%, respectivamente. Paras as outras duas comunidades há uma percentagem de pescadores insatisfeitos. Porém, a maioria considera serem suficientes, 60% para o Centro, e boas, 50% para o Norte.

A classificação das comunidades quanto a perspectivas futuras da actividade de pesca que desenvolvem não é positiva. Em termos geográficos, apenas 20% dos inquiridos da região Centro classifica o futuro como bom ou muito bom, permit indo aferir que os rendimentos auferidos bons e muito bons lhes estão relacionados.

2 – Características da Actividade

Os profissionais da pesca inquiridos são armadores ou mestres. Por conseguinte, previa-se que as categorias profissionais fossem todas acima de pescador e marinheiro-pescador. Os valores encontrados para as categorias referidas são residuais, inferiores a 10 % em cada situação e para cada região.

As categorias profissionais de arrais de pesca, contramestre pescador, contramestre e mestre-costeiro são acedidas com um mínimo de 1 ano ou seis meses de embarque em embarcações não registadas na pesca local. Da análise dos resultados pode aferir-se que as comunidades do Norte e Sul têm mais de 80% de marítimos detentores de embarcações ou apenas mestres da pesca local inquiridos estiveram ligados à pesca costeira ou do largo. Na comunidade Centro esse valor é mais baixo, aproximando-se de metade dos inquiridos, quase 50%.

Estes profissionais que já estiveram ligados à pesca costeira e do largo possuem licenças para a pesca polivalente distintas em termos de regiões, com excepção das armadilhas que tem percentagem idêntica nas três.

Quanto à licença para linhas e anzóis, verifica-se um aumento de licenças à medida que se desce de Norte para Sul, e diminuição, também de Norte para Sul para as redes de emalhar. Importa salientar que a quase a totalidade dos inquiridos da Póvoa de Varzim e Vila do Conde possui licença para as Redes de Emalhar, e também ser a única comunidade com licença para redes envolventes, mas com uma representação diminuta de 5%.

Não há concordância regional para melhorias dentro dos portos de trabalho. A comunidade do Norte aponta as condições de saída para a faina como necessária de

alterar (mais de 30%). Porém, das opções que podiam seleccionar, 60% considera que não foram indicadas as escolhas a melhorar.

Na região Centro, Peniche e Nazaré, é muit o claro que as condições de acostagem das embarcações da pesca local devem ser melhoradas, mais de 70% de respostas. As restantes respostas não evidenciam a necessidade de alteração ou melhoria de outras condições de trabalho.

A Sul, em Sines, os inquiridos manifestaram vontade de alterar as condições de acostagem, com mais de 40% de respostas, mas também expressaram a necessidade de melhores condições de saída do porto, 20%. Isto deve-se ao elevado número de embarcações de pesca recreativa que fundeia as suas embarcações no porto de pesca para evitar pagar mensalidade na marina de Sines. O fluxo de embarcações no porto de pesca impossibilita o circuit o de embarcações num único sentido.

3 – Acidentes de Trabalho

Dos resultados pode depreender-se que os marítimos sabem o que é um acidente de t rabalho e um acidente marít imo.

Nas três comunidades em estudo as opiniões e percepções dos perigos não são muito diferenciadas analisando cada conjunto de perigos identificados. Apenas com a percepção destes profissionais é possível int roduzir medidas preventivas.

A comunidade do Norte dá maior importância a aspectos meteorológicos e desse modo perigos que não estão inerentes à organização das tarefas e local de trabalho. A comunidade do Centro também considera o estado do mar (40%) potenciador de acidentes de trabalho, todavia o trabalho repetitivo e a má manutenção dos equipamentos tem maior import ância no risco do acidente.

Dos 17 perigos listados, a comunidade Sineense deu maior importância a 4 (estado do mar, aperto ou esmagamento, esforço físico e trabalho repetitivo), todos eles de natureza diferenciada. O primeiro não é possível controlar, os restantes com a

devida organização do trabalho podem ser corrigidos os esforços e assim minimizados os riscos de acidente.

Os acidentes ocorridos nas embarcações dos mestres inquiridos apresentam diferenciação geográfica relativamente aos profissionais afectados: no Norte e Centro são os trabalhadores remunerados ou pescadores quem mais sofre acidentes, e no Sul são os mestres quem tem acidentes. A excepção da região sul deve-se ao facto de a maioria dos inquiridos exercer a actividade como pescador isolado, pelo que a maioria dos acidentes ocorre na categoria de armador / mestre.

Segundo os inquiridos os acidentes de trabalho têm maior ocorrência durante o dia, verificando-se não é uma verdade absoluta para todo o território do cont inente, pois no Norte 60% dos acidentes ocorre durante a noite.

A actuação de cada mestre em caso de acidente corresponde às obrigações de segurança marítima, tanto na deslocação até ao porto mais próximo como na chamada para o Serviço de Emergência, pelo que não há diferenciação regional.

A comprovação da não existência de turnos de trabalho por parte de todas as comunidades permite aferir que é uma realidade de todo o sector pesqueiro.

Dos resultados obtidos da análise das perguntas com resposta aberta é possível dizer para as causas dos acidentes que a perda de controlo de uma máquina é comum a todas as comunidades, com destaque para a região Norte, onde as respostas correspondem a mais de 80%. Na região Centro o desvio por transbordo ou derrubamento também é causador de acidentes.

Ao analisar as causas dos acidentes por contacto – modalidade da lesão verifica-se que existem diferenças entre as comunidades. A comunidade do Norte destaca o contacto com agente material cortante, afiado ou duro; na comunidade do Centro os acidentes recordados ocorrem essencialmente por afogamento ou entalação, esmagamento. A comunidade Sul destaca acidentes por pancada por objecto em movimento, colisão.

As consequências dos acidentes possuem maior concordância, com as feridas e lesões superficiais a ser recordadas por cerca de 30% inquiridos, em todas as regiões. As deslocações, entorses e distensões possuem também realce por parte de todos os inquiridos, com destaque para a comunidade do Norte que recorda mais de 40% de lesões deste tipo. As lesões internas ou concussões, embora com percentagem mais baixa são importantes referir, pois todas as comunidades tiveram casos. Importa ainda destacar o afogamento e asfixia identificados pela comunidade do Centro, cerca de 30% dos inquiridos recordam um acidente com consequência mortal.

Estes resultados são concordantes com a análise do sector das pescas realizada no estudo do GEP do M TSS de 2007 onde se refere que “ a maioria dos acidentes não mortais provocam feridas e lesões superficiais (52%), concussões e lesões internas (16%) e deslocações e entorses (12%)” .

Analisada a parte do corpo atingida por consequência dos acidentes de trabalho verifica-se que todas as comunidades reconheceram que são as extremidades superiores (não especificadas) as mais atingidas. A comunidade Norte também identifica as costas (coluna e vértebras) como parte do corpo atingida. Nesta análise volta a ser encontrada referência ao acidente morta na comunidade Centro.

O resultado do inquérito corrobora as conclusões do estudo anteriormente citado de que “os acidentes provocam lesões nas extremidades superiores (incluindo mãos e braços) e nas extremidades inferiores (Pernas e pés), que representam, respectivamente, 34% e 21% dos acidentes” .

No moment o do acidente a act ividade do pescador acidentado é ident ificada como estando a alar as redes ou aparelhos, mais de 35% para todas as regiões. Com mais de 25% as comunidades Centro e Sul também identificaram a tarefa largar redes ou aparelhos. As restantes tarefas não têm percentagens residuais, mas não evidenciam outras tarefas em que ocorram acidentes.

Esta é a conclusão da maioria dos estudos que abordam esta temática, em especial, o de Chauvin & Le Bouar, que indica que, pelo menos 56% dos acidentes ocorrem nestas circunstâncias.

4 – Avaliação e Prevenção de Riscos

Todos os inquiridos confirmam cumprir as obrigações legais de utilização do auxiliar de flutuação individual durante a faina.

Quando analisadas as perguntas referentes a questões de organização do trabalho verifica-se que na comunidade do Norte não têm lista de verificação com os equipamentos de segurança. A comunidade do Sul afirma ter a lista de verificação contudo uma parte dos pescadores não a utiliza antes de cada saída para a faina. Apenas a comunidade do Centro afirma ter e utilizar a lista de verificação.

Embora a lista de verificação seja utilizada de forma clara e inequívoca pela comunidade do Centro, t odas as comunidades fazem a verificação dos equipamentos de segurança antes de cada saída para a faina, indicando que existem procedimentos de segurança que lhes estão int rínsecos.

5 – Análise da Relação de Dependência entre as Actividade e as Lesões

Quando uma embarcação está na faina, as operações relacionadas com os apetrechos e equipamentos de pesca são as mais perigosas. De acordo com as respostas obtidas, as correspondentes a acidentes durante as operações de pesca representa cerca de 81% do t otal. No entanto, este valor está influenciado por o inquérito se basear em acidentes recordados pelos pescadores que obviamente são levados a reter exemplos que mais os afectaram e, consequentemente, mais graves e directamente relacionados com a sua act ividade profissional.

O estudo da relação de dependência entre a actividade do pescador no momento do acidente e as lesões sofridas vem comprovar que as actividades de largar e alar redes e aparelhos de pesca e a preparação do pescado provoca a maioria dos acidentes de trabalho provoca lesões diversas, desde feridas, fracturas, entorses e concussões.

Analisando a relação de dependência das actividades da faina de pesca com as consequências dos acidentes, para as várias comunidades, constata-se que que o perfil das lesões indicadas para cada uma das actividades de pesca é diferente: no Norte e Sul, mas com diferente expressão, as lesões mais relevantes são as entorses, feridas e concussões, enquanto no Centro, para além destas lesões, os inquiridos indicam o afogamento como uma das lesões que ocorreram e se recordavam.

Conforme refere o artigo de 2005 de Chauvin & Le Bouar “ Durante a operação de lanço e, especialmente, no momento de alar as artes os pescadores têm de enfrentar o maior risco, o de “ serem atingidos por, empurrados contra, esmagados por …” . Enfrentam diversos perigos: a própria arte e os movimentos mais ou menos controlados dos vários elementos da palamenta e apetrechos da embarcação” .

Quando analisamos a relação de dependência entre as actividades do pescador no momento do acidente com a parte do corpo lesada verifica-se que a parte corpo mais atingida são os membros superiores (49,1%). Estas lesões, em particular as que afectam as mãos, estão relacionadas com as tarefas de manipulação e preparação de pescado que conduzem também a lesões nas cost as (17,5%).

A análise desta relação para as comunidades traduz-se num perfil diferenciado em que, por exemplo, a preparação do pescado, no norte afecta as costas dos pescadores, no centro as costas e as extremidades superiores e no sul as extremidades superiores e inferiores.

V – Conclusão

A investigação desenvolvida, inspirada nos princípios gerais da prevenção de acidentes de trabalho, permitiu interligar a percepção dos acidentes de trabalho na actividade pesqueira em três regiões costeiras atlânticas com comunidades piscatórias de grande tradição. O trabalho abordou a pesca local, embarcações inferiores a 9 metros, que representa mais de 90% da frota de pesca nacional. É particularmente nas embarcações de pesca local que se tem verificado a ocorrência de muitos acidentes marítimos, nem sempre identificados como acidentes de trabalho.

A componente prática foi desenvolvida através de questionário, com o objectivo de obter uma caracterização actualizada do sector da pesca local, especificamente referente aos pescadores com categorias profissionais mais elevadas: armadores e mestres.

Para a obtenção de respostas, o papel das associações de pesca locais foi fundamental. A proximidade destes interlocut ores com os inquiridos permitiu a obtenção de uma amostra significativa para as três comunidades (Norte, Centro e Sul).

No conjunto dos inquiridos foi possível evidenciar que a actividade de pescar é quase exclusivamente masculina, com excepção de uma pescadora arrais de pesca da Nazaré, todos os restantes inquiridos eram do sexo masculino. Também se comprovou que a média de idade dos pescadores inquiridos é muito elevada: quer quanto à média do sector como para a média da população empregada.

Da análise dos resultados do inquérito no que respeita aos acidentes de trabalho verifica-se que é quando as embarcações estão na faina que ocorrem os mais graves. Podem distinguir-se duas situações de trabalho particularmente perigosas: a operação com os equipamentos de pesca (lanço e alagem das redes e aparelhos) e o processamento e manipulação do pescado.

A diferenciação de perspectivas, comportamentos e visões sobre a actividade da pesca é clara nas respostas que os inquiridos dão, em particular, nas questões relacionadas com a actividade da pesca e acidentes de trabalho.

Quando se procedeu à análise das relações de dependência entre as actividades de pesca desempenhadas aquando dos acidentes recordados pelos inquiridos verifica-se que, embora seja clara para todos quais as actividades mais perigosas, a visão sobre as consequências dos acidentes (expressa em termos das lesões sofridas e a parte do corpo atingida) é muito diferenciada de comunidade para comunidade.

Constata-se que existe uma variedade muito grande de causas e situações que conduzem à ocorrência de acidentes que são muitas vezes acentuadas pelas condições naturais específicas da actividade. Esta actividade é desenvolvida em situação de oscilação permanente e, em que as condições adversas para a sua realização se fazem sentir em muit os dias do ano, em particular na região Norte e Centro.

Os inquiridos salientam que as causas mais importantes dos acidentes de trabalho resultam da má organização e métodos de trabalho (ritmo de trabalho, esforço físico e trabalho repetitivo) e das condições atmosféricas adversas (estado do mar, chuva e vento, frio e calor).

Assinalou-se que as comunidades demonstram uma percepção diferenciada das consequências dos acidentes ocorridos na realização das tarefas da faina cujos motivos terão explicação provável nos usos e costumes e tradições diferentes das comunidades analisadas.

Assim, além dos factores específicos da act ividade de pesca do mar devemos ter em conta na avaliação dos riscos as jornadas de trabalho longas e repetitivas, as limitações de espaço das embarcações, o içar das capturas, o possível embaraço das artes, causa eventual de naufrágio dos barcos e a falta de manutenção de máquinas, equipamentos e aparelhos que potenciam o índice de sinistralidade deste sector.

A prevenção de acidentes deve incluir uma abordagem que minimize os problemas derivados das carências de organização e métodos de t rabalho e a saída das embarcações em condições atmosféricas adversas. M ais uma vez, devem ser os armadores e mestres a avaliar e tomar as decisões correctas antes de ir para o mar e, em condições mau tempo, saber quando é que deve ser terminada a faina.

Os pescadores têm vindo a frequentar cursos de formação e seminários sobre segurança e prevenção, no decorrer da sua formação inicial e contínua essencial para o exercício da actividade. M as será que a mensagem da segurança é aceite pelos seus destinatários?

A segurança no sector das pescas não tem tido melhorias acentuadas e os pescadores nem sempre a consideram prioritária. Os índices de acidentes mortais e totais continuam dos mais elevados de todos os sectores económicos.

Está na hora de avaliar as percepções de risco dos pescadores e os meios para influenciar esta percepção.

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