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3) Demais Juízes Militares (ordem inversa da hierarquia); 4) Parquet (salvo em inquirição de testemunha da Defesa); 5) Defesa (salvo em inquirição de testemunha da Defesa)

DILIGÊNCIAS

Após as oitivas, tanto o MP quanto a defesa possuem o prazo de cinco dias para solicitar a realização de diligências. O deferimento ou indeferimento caberá ao Conselho de Justiça, o qual fixará prazo máximo para o cumprimento.

 Art. 427. Após a inquirição da última testemunha de defesa, os autos irão conclusos ao auditor, que deles determinará vista em cartório às partes, por cinco dias, para requererem, se não o tiverem feito, o que for de direito, nos termos deste Código.

Cumpridas as diligencias, abre-se vista ao MP e a defesa.  ALEGAÇÕES ESCRITAS

A defesa e a acusação possuem o prazo de oito dias para alegações escritas, nos termos do art. 428 do CPPM.

 Art. 428. Findo o prazo aludido no artigo 427 e se não tiver havido requerimento ou despacho para os fins nele previstos, o auditor determinará ao escrivão abertura de vista dos autos para alegações escritas, sucessivamente, por oito dias, ao representante do Ministério Público e ao advogado do acusado. Se houver assistente, constituído até o encerramento da instrução criminal, ser-lhe-á dada vista dos autos, se o requerer, por cinco dias, imediatamente após as alegações apresentadas pelo representante do Ministério Público.

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Dilatação do prazo

§ 1º Se ao processo responderem mais de cinco acusados e diferentes forem os advogados, o prazo de vista será de do ze dias, correndo em cartório e em comum para todos. O mesmo prazo terá o representante do Ministério Público.

Certidão do recebimento d as alegações. Desentranhamento

§ 2° O escrivão certificará, com a declaração do dia e hora, o recebimento das alegações escritas, à medida da apresentação. Se recebidas fora do prazo, o auditor mandará desentranhá-las dos autos, salvo prova imediata de que a demora resultou de óbice irremovível materialmente.

SESSÃO DE JULGAMENTO

As partes, novamente, poderão fazer alegações. Aqui, serão orais. A acusação possui três horas para falar e a defesa possui, também, três horas, podendo haver réplica de uma hora e mais uma hora para tréplica feita pela defesa.

Nas Decisões do Conselho de Justiça os votos são proferidos na seguinte ordem: 1) Juiz-Auditor;

2) Juízes Militares (ordem direta da hierarquia); 3) Juiz-Presidente.

Não há prazo para os membros do Conselho emitirem os seus votos, os quais possuem o mesmo peso.

Destaca-se que, durante a instrução criminal, tanto o Conselho Permanente quanto o Conselho Especial, poderão funcionar com cinco, quatro ou três membros, desde que estejam presentes o Juiz-Auditor e o Juiz-Presidente. Contudo, no dia da Sessão de Julgamento o Conselho só poderá funcionar com a totalidade dos seus membros (cinco).

4. RITO ESPECIAL DE DESERÇÃO E DE INSUBMISSÃO DENÚNCIA

A denúncia deve ser oferecida em cinco dias, pouco importando se o indiciado está preso ou solto.

O juiz singularmente irá decidir se recebe (cabe HC) ou rejeita (cabe RESE) a denúncia, nos termos dos arts. 34 a 35, 77 a 78, 454, § 3º, 457, § 3º, 463, § 3º, e 516, a, todos do CPPM.

Haverá a citação pessoal, não sendo possível deve ser feita por edital INSTRUÇÃO CRIMINAL

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Cada parte pode arrolar até três testemunhas, primeiro são ouvidas as de acusação e depois as de defesa.

O interrogatório do acusado é o último ato. DILIGÊNCIAS

Após as oitivas, ocorrem os pedidos de diligências, no prazo de cinco dias para cada uma das partes.

Caberá ao Conselho decidir sobre o deferimento e indeferimento das diligências, fixando prazo (a depender do caso concreto) para que sejam cumpridas.

Cumpridas as diligências, iremos para a sessão de julgamento. Percebe-se, portanto, que no rito especial não há a fase de alegações escritas.

SESSÃO DE JULGAMENTO

A acusação possui o prazo de 30 minutos para os debates orais e a defesa também possui prazo de 30 minutos. Caso haja réplica e tréplica o prazo será de 10 minutos para cada uma das partes.

OBS: Todas as observações acerca da ordem das inquirições e da ordem dos votos das decisões do Conselho de Justiça são aplicáveis aos ritos especiais de deserção e insubmissão

5. SENTENÇA

A sentença é proferida no dia da sessão de julgamento, com a absolvição ou condenação do acusado. Contudo, a sentença escrita com relatório, com todos os fundamentos jurídicos poderá ser lida no mesmo dia do julgamento ou em outro dia designado pelo Conselho.

Caso a leitura seja feita em outro dia, as partes não precisam estar presentes. Caso estejam,  já serão consideradas intimadas, iniciando o prazo recursal.

6. RECURSOS

CONTRA AS DECISÕES DOS CONSELHOS 6.1.1. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Contra as decisões interlocutórias dos Conselhos, a depender de qual seja, caberá RESE ou correição parcial. Ambos os recursos, terão efeito regressivo, ou seja, o próprio Conselho irá  julgar.

Caso a decisão seja mantida, serão remetidos ao STM. Será possível, ainda, embargos declaratórios.

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6.1.2. SENTENÇA E DECISÃO COM FORÇA DE DEFINITIVA

Caberá apelação seja sentença de absolvição própria ou imprópria ou de condenação. Além disso, cabe ainda embargos de declaração.

CONTRA DECISÃO DO TJ/TJM

A depender da decisão, caberão embargos, agravo regimental ao próprio TJ ou TJM, recurso especial ao STJ e recurso extraordinário ao STF.

Não cabe recurso especial perante o STM. CONTRA DECISÃO DO STM

A depender da decisão, caberão embargos, agravo regimental ao próprio STM e recurso extraordinário ao STF.

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SUJEITOS PROCESSUAIS

1. INTRODUÇÃO

Os sujeitos processuais no Processo Penal Militar são: •  Juiz;

• Ministério Público; •  Acusado;

•  Defensor

• Assistente do MP;

• Auxiliares do Juiz (técnicos judiciários, analistas judiciários e oficiais de justiça); •  Peritos

•  Interpretes.

Iremos estudar cada um deles. Percebe-se que são os mesmos sujeitos processuais do CPP Comum.

Obs.: vítimas e testemunhas não são tratadas como sujeitos processuais, nem pelo CPP e nem pelo CPPM.

2. JUIZ

FUNÇÃO DO JUIZ E SUA INDEPENDÊNCIA

As funções do juiz encontram-se previstas no art. 36 do CPPM, vejamos:

 Art. 36. O juiz proverá a regularidade do processo e a execução da lei, e manterá a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força militar (ou policial).

A força militar a que se refere o art. 36 é a polícia militar, no caso de crime de competência da Justiça Militar Estadual ou das forças armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica) no caso de competência da Justiça Militar da União.

Obs.: Nada obsta que o Juiz da auditoria militar da União solicite, por exemplo, escolta de preso à polícia militar.

§ 1º Sempre que este Código se refere a juiz abrange, nesta denominação, quaisquer autoridades judiciárias, singulares ou colegiadas, no exercício das respectivas competências atributivas ou processuais.

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Observe-se que o §1º do art. 36 define quem será considerado Juiz, podendo ser Conselho (colegiado) ou singularmente (apenas um).

§ 2º No exercício das suas atribuições, o juiz não deverá obediência senão, nos termos legais, à autoridade judiciária que lhe é superior.

CASOS DE IMPEDIMENTOS

Os casos de impedimentos do CPPM são, praticamente, os mesmos do CPP comum, estão previstos no art. 37.

Pode ser declara de ofício ou a requerimento das partes.

 Art. 37. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:

a) como advogado ou defensor, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar de justiça ou perito, tiver funcionado seu cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim até o terceiro grau inclusive; igual CPP

b) ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; igual CPP

c) tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão; igual CPP

d) ele próprio ou seu cônjuge, ou parente c onsanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, for parte ou diretamente interessado. igual CPP

Inexistência de atos

Parágrafo único. Serão considerados inexistentes os atos praticados por juiz impedido, nos termos deste artigo.

Obs.: são hipóteses que recaem sobre os juízes, membros dos Conselhos (Permanente ou Especial), bem como sobre os membros do STM.

Os atos processuais praticados pelo juiz impedido são considerados inexistes. CASOS DE SUSPEIÇÃO

Os casos de suspeição encontram-se previstos no art. 38 do CPPM, também pode ser declarado de ofício pelo juiz ou a requerimento das partes.

 Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o não fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

a) se for amigo íntimo ou inimigo de qualquer delas; igual CPP

b) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, de um ou de outro, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; igual CPP

c) se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim até o segundo grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser  julgado por qualquer das partes; igual CPP

d) se ele, seu cônjuge, ou parente, a que alude a alínea anterior, sustentar demanda contra qualquer das partes ou tiver sido procurador de qualquer delas; igual CPP

e) se tiver dado parte oficial do crime;

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g) se ele ou seu cônjuge for herdeiro presu ntivo, donatário ou usufrutuário de bens ou empregador de qualquer das partes; igual CPP

h) se for presidente, diretor ou administrador de sociedade interessada no processo; igual CPP

i) se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes. igual CPP

Note que apenas a alinha “e” do art. 38 do CPPM não encontra correspondência no CPP comum.

Imagine que um oficial das forças armadas tome conhecimento da prática de crime militar e da autoria. Este oficial possui o dever de comunicar (chamado de parte oficial do crime), por escrito, o crime militar ao seu comandante. Se no futuro, o oficial que deu parte oficial do crime estiver integrando o Conselho, será considerado suspeito.

 Art. 39. A suspeição entre adotante e adotado será considerada nos mesmos termos da resultante entre ascendente e descendente, mas não se estenderá aos respectivos parentes e cessará no caso de se dissolver o vínculo da adoção.

 Art. 40. A suspeição ou impedimento decorrente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento que lhe deu causa, salvo sobrevindo descendentes. Mas, ainda que dissolvido o casamento, sem descendentes, não funcionará como juiz o parente afim em primeiro grau na linha ascendente ou descendente ou em segundo grau na linha colateral, de quem for parte do processo.

 Art. 41. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz, ou de propósito der motivo para criá-la.

Em relação ao art. 41 do CPPM, imagine que o defensor do acusado ofenda (por escrito ou verbalmente) qualquer um dos cinco juízes que compõe o Conselho de Justiça, causando-lhe aborrecimento/irritação. Apesar disso, este juiz não será considerado suspeito e nem impedido.

No documento CS - DIREITO PROCESSUAL MILITAR 2019.1.pdf (páginas 75-81)

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