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Este projeto de intervenção é uma proposta que possibilita um aprendizado qualificado junto aos portadores de hipertensão arterial sistêmica com o objetivo de focar na importância da adesão ao tratamento desta patologia, partindo do ponto de que a falta de conhecimento e orientações dificulta a adesão ao tratamento.

Diante do exposto, visa-se então, a necessidade da realização desse projeto, pois a Unidade de Saúde da Família estudada, comporta um alto índice de hipertensos cadastrados no programa hiperdia (786 cadastrados com hipertensão de um total de 3.439 utentes) e cerca de menos de 30 % desse total realiza consultas e periódicas. Com essa perspectiva o projeto de intervenção irá incentivar a adesão ao tratamento da HAS, para que, assim, possa-se contribuir para melhoria na qualidade de vida, alcançando o controle dessa patologia, além de contribuir com o aumento da adesão ao programa que engaja o hipertenso.

Compreendendo que a estratégia de saúde da família nos possibilita vivenciar grandes oportunidades para o desenvolvimento de um Sistema Único de Saúde (SUS), apesar das dificuldades e barreiras que são encontradas diariamente, desde o financiamento à adesão dos indivíduos ao serviço. Desafios são enfrentados rotineiramente e as recompensas são gratificantes, principalmente quando temos a oportunidade de planejar de forma ordenada a realização de trabalhos com o intuito de prevenir os agravos à saúde, e ao percebermos que um hipertenso está com a Pressão Arterial (PA) controlada, vemos o quanto importante é a adesão ao acompanhamento pela esquipe da ESF.

O Departamento da Atenção Básica ainda destaca que, um dos principais objetivos é gerar novas práticas de saúde, nas quais haja integração das ações clínicas e de saúde coletiva. Para que essa nova prática se concretize, faz-se necessária a presença de um profissional com visão sistêmica e integral do indivíduo, família e comunidade, um profissional capaz de atuar com criatividade e senso crítico, mediante uma prática humanizada, competente e resolutiva, que envolve ações de promoção, de proteção específica, assistencial e de reabilitação. Um profissional capacitado para planejar, organizar, desenvolver e avaliar ações que respondam às reais necessidades da comunidade, articulando os diversos setores envolvidos na promoção da saúde (BRASIL,2010).

É de extrema importância o desenvolvimento de um projeto de intervenção no contexto da promoção em saúde, em especial no que se refere a pacientes portadores de hipertensão e da mesma forma de outras doenças crônicas. Estas advêm do novo modelo de vida dos brasileiros, onde o acesso a recursos tecnológicos, envelhecimento populacional,

sedentarismo e outros hábitos de vida têm tomado acentuado espaço em nosso atual contexto de vida.

Diante de tantas mudanças, a atenção primária à saúde necessita de uma nova reordenação dos serviços prestados aos usuários de saúde, a nossa porta de entrada tem sido procurada com mais frequência por pacientes com doenças de caráter crônico, o que a configura como grande responsável na resolutividade dos problemas neste nível.

Através da implantação do SUS que, a partir de 1994, se inicia um novo modelo assistencial, A ESF (Estratégia de Saúde da Família) com a finalidade de trabalhar o preceito da promoção à saúde, sendo esta uma importante ferramenta adotada na política pública brasileira (LOPES et al., 2010).

Um dos recursos para prover tais cuidados integrais pode ser pelo desenvolvimento de grupos educativos, principalmente se esses se constituírem em espaços de interação e discussão coletiva entre equipe e comunidade. Nesse sentido, autores como Carneiro (2012) e Fortuna (2011) apontam que, tradicionalmente, nos grupos educativos, há predominância de passagem de informação, centradas em patologias, com o predomínio de concepções pedagógicas tradicionais e transmitidas de forma verticalizada, fragilizando a integração e discussão coletiva.

Modificações de estilo de vida são de fundamental importância no processo terapêutico e na prevenção da hipertensão. Alimentação adequada, sobretudo quanto ao consumo de sal, controle do peso, prática de atividade física, tabagismo e uso excessivo de álcool são fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados.

Entende-se, diante do exposto, que o conceito prevenção obedece a etapas e paradigmas, onde diversas situações podem ser enquadradas de acordo com o estado e situação de saúde do indivíduo. Nesse momento a promoção da saúde toma grande importância configurando-se como item fundamental no processo da atenção primária à saúde, onde os profissionais inseridos na estratégia de saúde da família necessitam estar sensíveis aos hábitos de vida da comunidade sob sua responsabilidade.

A todos os atores envolvidos na atenção primária, desde profissionais a gestores, principalmente os que estão inseridos na estratégia saúde da família, resta o desafio maior:

gerenciar, que vai desde atuar com precisão propondo abordagens coletivas (grupos, campanhas e outros), além de ações individuais e de rotina nas unidades (consultas médica, de enfermagem, de odontologia e/ou com os profissionais do NASF), acrescentando-se, nesse

mesmo contexto, uma atuação de qualidade e efetiva dos ACS nas visitas domiciliares para que o acompanhamentos seja feito adequado e com foco na morbidade cuidada.

Diante de tudo o que foi explanado sobre o agravo da hipertensão arterial, fica muito claro a dimensão do problema, bem como a necessidade de atuação frequente frente às necessidades de saúde deste público. A promoção à saúde realizada de forma eficaz pode minimizar gastos públicos que vão desde os farmacoterápicos ao alto custo das internações provenientes de complicações advindas da HAS.

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