• Nenhum resultado encontrado

Conforme Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), a hipertensão arterial (HA) ou hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das patologias que acomete grande parte da população brasileira sendo a mais frequente das doenças cardiovasculares. É também como fundamental fator de risco para as complicações mais comuns como acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio (IAM), além da doença renal crônica terminal.

O Ministério da saúde alerta que Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um problema grave de saúde pública no Brasil e no mundo. Ela é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo responsável por pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral, por 25% das mortes por doença arterial coronariana e, em combinação com o diabete, 50% dos casos de insuficiência renal terminal. A prevalência na população urbana adulta brasileira varia de 22,3% a 43,9%, dependendo da cidade onde o estudo foi conduzido (BRASIL, 2006, p. 9).

O programa saúde da família nasceu num contexto onde sofria críticas, estas o colocavam numa posição de atenção restritiva. Porém, seu crescimento nos últimos anos e sua evidente importância o elevou a uma estratégia de mudança nos moldes da atenção básica. O controle e detecção da hipertensão arterial têm sido atribuição fundamental na saúde da família, configurando-se desta forma ação imprescindível na saúde do adulto em seu estádio inicial, sendo também uma estratégia de trabalho após o pacto pela Saúde em de defesa da vida, de 2005 (RABETTI; FREITAS, 2011).

“A equipe deve cumprir carga horária de 40 horas semanais. Cada unidade básica de saúde atende uma população de até 4.000 pessoas” (BRASIL, 2011).

4.1 CLASSIFICAÇÃO

A hipertensão arterial tem diversas formas de ser classificada, segundo Brasileiro Filho (2000) as principais são: a) suas causas (hereditariedade e fatores ambientais), b) aspectos hemodinâmicos (resistência periférica/débito cardíaco); c) característica clínica (rigidez arterial, hipertrofia cardíaca, concentração plasmática de aldosterona elevada,

hiperatividade do sistema nervoso simpático, disfunção endotelial, obesidade e alteração de adipocinas plasmáticas) e prognósticos.

De acordo com a evolução do prognóstico, a hipertensão arterial pode ser benigna ou maligna. Segundo o mesmo autor na hipertensão arterial benigna, que corresponde a grande maioria dos casos, as cifras tensionais não são muito elevadas.

Ainda neste contexto Brasileiro Filho (2000) indica que na maioria dos casos, os pacientes são assintomáticos ou apresentam manifestações inespecíficas como: cefaleia, tonteira, ou cansaço e ainda se tratando de hipertensão arterial maligna se torna mais grave, geralmente indicam a lesão vascular, com manifestações especificas relacionadas com órgãos servidos pelos vasos afetados, como angina ou o acidente vascular cerebral.

4.3 DIAGNÓSTICO

Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006) é necessário ter cautela antes de diagnosticar alguma pessoa como hipertensa, tanto pelos riscos de um diagnóstico falso positivo como pela repercussão na própria saúde do indivíduo e custo social resultante.

Em indivíduos sem diagnostico prévio e níveis de PA elevada em aferição, recomenda-se repetir a aferição de pressão arterial em diferentes períodos, e em pelo menos de oito a dez dias antes de caracterizar a presença de HAS.

De acordo Smeltezer e Bare (2005), a hipertensão arterial é diagnosticada através de exames laboratoriais rotineiros que incluem a urinálise, bioquímica sanguínea, glicemia em

jejum, creatinina, potássio, analise dos níveis de sódio, colesterol total e lipoproteína de alta densidade (LDH) e um eletrocardiograma com 12 derivações.

A avaliação dos exames pode ser feita pelo médico da ESF sendo ele o responsável em fechar o diagnóstico e caso seja necessário ele também pode pedir acompanhamento de um cardiologista.

4.4 TRATAMENTO

Basicamente, há duas abordagens terapêuticas para a hipertensão arterial: o tratamento baseado em modificações do estilo de vida e o tratamento medicamentos. A abordagem mais fácil e principal para a prevenção da hipertensão é a adoção de hábitos de vida saudáveis.

As principais estratégias para o tratamento não farmacológico consistem em controle de peso, adoção de hábitos alimentares saudáveis, redução do consumo de sal de bebidas alcoólicas, abandono do tabagismo e prática de atividade física regularmente.

Sendo a hipertensão primaria uma doença que não tem cura, seu tratamento deve persistir por toda a vida. No entanto, geralmente pode ser controlada por dois tratamentos distintos as modificações no estilo de vida e com uso de medicamentos.

4.5 COMPLICAÇÕES

A elevação da pressão arterial representa um problema de saúde comum com consequências generalizadas e, algumas vezes devastadoras, quase sempre permanece assintomática até uma fase tardia da sua evolução, constituindo um dos fatores de risco mais importante na cardiopatia coronariana e nos acidentes vasculares cerebrais, além disso, pode resultar em hipertrofia cardíaca com insuficiência cardíaca (cardiopatia hipertensivo), dissecção da aorta e insuficiência renal (ROBBINS, 2000).

A lesão característica da hipertensão, no coração, apresenta-se como hipertrofia, ou seja, espessamento das paredes do ventrículo esquerdo, com aumento do peso a diminuição da cavidade. Esse aumento da massa ventricular esquerdo não é acompanhado pelo aumento da

circulação coronária, o que acarreta alteração entre gasto energético e oferta, levando a isquemia miocárdica. (BRASIL, 2006).

4.6 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE

De acordo com a Política de Educação Permanente em Saúde (BRASIL, 2004), a integralidade do atendimento é a referência central para orientar as ações de saúde voltadas, ao mesmo tempo, para o indivíduo, a família e a comunidade, em grau de complexidade crescente e nos aspectos preventivo, curativo e de promoção. A EPS destina-se à transformação do modelo de atenção, fortalecendo a promoção e a prevenção em saúde, para que a atenção integral seja a referência do trabalho visando a autonomia dos sujeitos na produção da saúde.

A Educação Permanente em Saúde (EPS) é uma perspectiva de aprendizagem no trabalho, é uma estratégia de educação para as equipes de saúde e para os usuários em geral.

Desenvolvida no próprio cenário, trabalha com grupos educativos, usando a problematização de situações e a educação popular como ferramentas de trabalho. Nos grupos troca-se saberes, posições, poderes, afetos e mudanças no processo de trabalho.

Observou-se que no município de Custódia não foi realizado projetos de intervenção com foco na educação à saúde de hipertensos, da mesma forma que não foram desenvolvidos qualquer outro tipo trabalho sobre educação permanente com equipes de saúde da família e usuários.

5. MÉTODOS

5.1 Tipo de Estudo:

Trata-se de um projeto de intervenção para desenvolver estratégias para melhoria da adesão ao tratamento dos pacientes portadores da hipertensão arterial sistêmica da UBS Matadouro. Como benefício, espera-se conseguir captar maior número de usuários com hipertensão arterial a realizar consulta de acompanhamento mensal e uma maior participação nos grupos de educação permanente.

Para tanto, a partir do Método Simplificado do Planejamento Estratégico Situacional – PES, foi elaborado o plano de intervenção que ocorreu em três etapas sendo: a) diagnóstico situacional e b) revisão bibliográfica.

Este projeto de intervenção que está sendo realizado na unidade de saúde da família do Matadouro que após levantamento situacional constatou-se que: o número de hipertensos cadastrados na área de atuação da ESF Matadouro é menos do que relatado pelas agentes comunitárias de saúde, posteriormente foi observada juntamente com a equipe da unidade a dificuldade de realização de ações de promoção/educação em saúde com este público (dificuldades vivenciadas pela não adesão/participação nas ações de educação em saúde) e analisando nosso contexto de atenção à saúde no que se refere ao assunto prevenção e promoção.

5.2 Local do Estudo e Caracterização da População:

A pesquisa será realizada no município de Custódia/PE, localizada na mesorregião do Sertão Pernambucano. A população recenseada e estimada é de 36.184 habitantes, e a maioria da população residente é urbana. O município atualmente conta com 11 Unidades Básicas de Saúde (UBS), que funcionam como Estratégia de Saúde da Família, o que representa uma cobertura total da população adscrita no Sistema Local de Saúde.

Documentos relacionados