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LÍNGUA, LÍNGUA STANDARD, VARIEDADE DE LÍNGUA E DIALETO.

No documento – PósGraduação em Letras Neolatinas (páginas 47-91)

Para compreender as diferenças entre os conceitos de língua, língua standard, variedade de língua e dialeto, recorremos a importantes teóricos no assunto.

4.1 - Língua padrão e dialeto

Segundo o linguista Gaetano Berruto em Fondamenti di Sociolinguistica, uma língua é todo sistema linguístico (conjunto de formas, paradigmas, regras, etc., organizado em numerosos subsistemas em diversos níveis de análise) com uma peculiaridade em termos de características estruturais. Enquanto uma noção variacionista afirma que a língua é a soma de variedades que formam um diassistema, a sociologia da linguagem afirma que a língua é todo sistema linguístico socialmente desenvolvido:

Una nozione variazionistica: una lingua è una somma di varietà di lingua, formanti un diassistema (cfr § 3.1.3) una nozione tipicamente sociolinguística (o anche di sociologia del linguaggio): una língua è ogni sistema linguistico socialmente sviluppato , che sia lingua ufficiale o nazionale in qualche paese , che svolga un’ ampia gamma di funzioni nella società , che sia standartizzato e sia sovraordinario ad altri sistemi linguistici subordinati eventualmente presenti nell’uso della comunità (che se sono imparentati geneticamente con essa

saranno i suoi dialetti. (Fondamenti di Sociolinguistica, Gaetano Berruto, p.181) 10

Para compreender tais diferentes perspectivas, Kloss (1978:23-60) introduziu as noções de Abstandsprache (língua por distanciamento, segundo a proposta terminológica de Muljacic) e de Ausbausprache (língua por elaboração):

Una língua per distanziazione è riconosciuta automaticamente come língua a sé, diversa dalle altre lingue, sulla base delle cacatteristiche strutturali a tutti i livelli che la caratterizzano e la differenziano; una lingua per elaborazione è una lingua per così dire sviluppata, che soddisfa o è in grado di soddisfare (crf.sopra § 6.1) tutta la gamma di funzioni richieste dalla società , in particolare gli usi scritti formali e tecnologici, e può valere come mezzo di espressione di tutti gli aspetti della cultura e della vita moderna. Le lingue storico-naturali esistenti al mondo sarebbero dunque riportabili a uno dei tre casi seguenti: o si tratta di lingue sia per distanziazione che per elaborazione (per esempio, l’italiano, il francese, il tedesco, il cinese, ecc), o si tratta di lingue solo per distanziazione.

(p.182) 11

10 Uma noção variacionistica diz que uma língua é uma soma de variedades de línguas,

formadoras de um diassistema (cfr § 3.1.3) . E uma noção tipicamente sociolinguística (ou também de sociologia da linguagem): uma língua é cada sistema linguístico socialmente desenvolvido , que seja língua oficial ou nacional em qualquer pais, que desenvolva uma ampla gama de funções na sociedade , que seja padronizada e seja super-ordenada a outros sistemas linguísticos subordinados eventualmente presentes no uso da comunidade (que se relacionadas geneticamente com essa, serão os seus dialetos).

11Uma língua por distanciamento é reconhecida automaticamente como língua para si

mesma, diferente das outras línguas, características estruturais a todos os níveis que a caracterizam e a diferenciam; uma língua por elaboração é uma língua por assim dizer desenvolvida, satisfaz e é capaz de satisfazer toda a gama de funções da sociedade, em particular os usos escritos formais e tecnológicos, e pode valer como meio de expressão de todos os aspectos da cultura e da vida moderna. As línguas histórico-naturais existentes no mundo seriam então reportáveis a um dos três casos seguintes: ou se trata de língua seja por distanciamento ou por elaboração (por ex. italiano, o Francês, português, alemão, chinês, etc.) ou se trata de línguas só por distanciamento.

Standard (padrão) é em sociolinguística um termo polissêmico , e pode ser entre outras suposições ou em perspectiva social e normativa , prescritiva, indicando então a norma codificada de referência para o bom uso correto da língua, ou em perspectiva linguística e descritiva. Neste segundo sentido, padrão é mais “um conjunto de traços não socialmente marcados pela língua”, que representam o uso médio dos falantes cultos. Entretanto, sempre, os dois sentidos tendem a sobrepor-se, também na terminologia dos linguístas. Além disso, se sobrepõe, não raramente, àquele de língua padrão, o conceito de língua nacional: é assim, por exemplo, em uma das caracterizações clássicas mais amplamente citadas pela noção de Garvin- Mathiot (1956)

De fato Garvim e Mathiot definem língua padrão nos termos das seguintes propriedades fundamentais: estabilidade flexível, intelectualização, função de modelo de referência, função de prestígio, função unificadora, devido ao fato de servir como elo de ligação entre falantes da variedade sócio- geográfica diferentes da mesma língua, fazendo, no interno, participantes da mesma comunidade; função separadora, serve como um símbolo de unidade nacional diferente opondo-a, em direção ao externo, a outras unidades nacionais. Agora é claro que as duas últimas propriedades se adicionam bem mais ao status de língua nacional do que ao de língua padrão. Contudo, é fato que as línguas nacionais tendem a ser também línguas padrão: a função nacional implica um grau de padronização, e um certo grau de padronização favorece a suposição de língua nacional.

Entretanto, se a variedade padrão de uma língua coincide com uma variedade sócio-geográfica localizável, esta é sempre falada por uma élite sócio-cultural, pela classe dominante em um centro de notável relevância

cultural, econômica e política (no desenvolvimento diacrônico respectivamente, é a variedade típica de uma élite cultural e da classe dominante para ser promovida a variedade padrão). Em cada caso, em cada sociedade a variedade padrão é sustentada implicitamente e explicitamente com força das classes dominantes, através da escola, da administração, das mass media, e em geral da ideologia predominante.

À noção de língua padrão se opõe a de dialeto. Como muitas vezes acontece com noções de amplo emprego e pertencente à linguagem comum, uma definição unívoca de dialeto é um assunto bastante espinhoso. Como já pudemos observar en passant, o conteúdo preciso daquilo que se refere com o termo ‘dialeto’ pode variar sensivelmente de comunidade para comunidade e em relação à condição local. Em vias preliminares, os dialetos são as variedades linguísticas definidas na dimensão diatópica (geográfica), típicas e tradicionais de uma determinada região, área ou localidade. Como tais, os dialetos, não são nunca variedade padrão (mesmo que possam gozar de um certo grau de padronização e codificação), mas são subordinados a uma língua padrão, composta de variedades estritamente relacionadas ou mais ou menos distantes, que fazem dela seu teto. Para estabelecer que um determinado sistema linguístico X é um dialeto da língua Y são, portanto, necessárias três condições: a) que X tenha uma boa vizinhança estrutural com Y; b) que X tenha Y como língua teto c) que X tenha parentesco genético com Y.

Porém ocorrem imediatamente aqui detalhes: Coseriu distingue muito oportunamente entre dialetos primários e dialetos secundários ou terciários.

I primi sono varietà geografiche sorelle, coetanee, del dialetto da cui si à sviluppata la varietà standard di quella lingua, e che esistevano prima della promozione e costituzione di questa a standard (tali sono tipicamente i vari dialetti italo- romanzi, dotati di una storia paralllela a quella del toscano su cui si è formato l’italiano standard: piemontese, lombardo, veneto, siciliano, ecc. ; che sarebbero propriamenti dialetti italiani, ma non dialetti dell’italiano , data la distanza strutturale pur sempre relativamente rilevante e l’autonoma tradizione; dialetti secondari o terziari sono le varietà geografiche formatesi per differenziazione diatopoica, locale della lingua comune – nel primo caso – o della lingua standard dopo la sua diffusione – nel secondo caso – (esempio tipico: gli attuali italiani regionali – vale a dire le forme dell’italiano com’è parlato nelle diverse regioni – che in questo senso sono dialetti, secondari o meglio, terziari dell’italiano.(p. 188) 12

Ou seja, segundo Cosseriu, os dialetos primários são variedades geográficas irmãs do dialeto do qual se desenvolveu a variedade padrão da língua e que já existiam antes da constituição da língua padrão e os secundários ou terciários, são as variedades geográficas formadas pela diferenciação diatópica.

Destas considerações resultam já dois princípios básicos. De acordo com Berruto:

“a) Fra lingua e dialetto non esiste alcuna differenza eminentemente linguistica, pertinente alla strutura del sistema: in base alle sole caratteristiche linguistiche , non è possibile dire se un certo sistema linguistico o varietà linguistica X è uma lingua o un dialetto (anzi, dal punto di vista linguistico interno non ha senso); b) la distinzione fra nozione di lingua

12 Os primeiros são variedades geográficas irmãs, pares, do dialeto do qual se

desenvolveu a variedade padrão daquela língua , e que existiam antes da promoção e constituição desta padrão (é o caso dos dialetos ítalo-romanos, dotados de uma historia paralela àquela do toscano sobre o qual se formou o italiano padrão: piemontês, lombardo, venêto, napolitano, siciliano, etc. ; que seriam propriamente dialetos italianos e não dialetos do italiano, por causa da distancia estrutural e da tradição autônoma); dialetos secundários ou terciários são as variedades geográficas formadas pela diferenciação diatópica , local da língua comum – no primeiro caso – (exemplo típico: os atuais italianos regionais – pode-se dizer as formas do italiano como é falado nas diversas regiões – que neste caso são dialetos , secundários ou melhor terciários, do italiano.

(historische Sprache, nei termini di Coseriu 1980: l'italiano, il francese, il cinese,...) e quella di dialetto deve necessariamente essere fondata su criteri sociali (o sociolinguistici). Un corollario di (a) è che, nella realtà fenomenologica dei sistemi linguistici, ciò in cui si imbatte il linguista non è quindi, a rigore, definibile a prima vista come lingua o come dialetto, anche se normalmente , almeno il linguagio comune, si parla di lingua (e anche se sarebbe tecnicamente più preciso parlare di dialetti). Un altro avvio corollario é che fra lingue e dialetti non vi è alcuna differenza di natura; essi condividono in ugual misura le proprietà semiologiche costitutive e qualificanti do ogni sistema linguistico in quanto tale. Vi è invece differenza di raggio funzionale, sociale e comunicativo: un dialeto ha poca o nulla Ausbau. Con una formulazione banale ma efficace, si può infondo dire che < uma lingua è un dialetto che há fatto carriera>.” (p. 188 - 189)13

Gaetano Berruto afirma que do ponto de vista estrutural não existe nenhuma diferença entre língua e dialeto e que apenas com base na linguística não é possível dizer se um determinado sistema linguístico ou variação linguística é língua ou dialeto. Além do mais, entre língua e dialeto não existe diferença de natureza. O que existe são diferenças de raio funcional, social e comunicativo. Como Berruto mesmo reforça << uma língua é um dialeto que fez sucesso>>.

13a)Entre língua e dialeto não existe alguma diferença eminentemente lingüística, pertinente à

estrutura do sistema: com base apenas nas características lingüísticas , não é possível dizer se um certo sistema lingüístico ou variedade lingüística X é língua ou dialeto (ou melhor, do ponto linguistico interno não tem sentido); b) A distinção entre noções de língua (linguagens históricas, nos termos de Coseriu 1980: o italiano, o francês, o chinês,... ) e de dialeto deve ser necessariamente fundamentadas em critérios sociais (ou sociolingüísticos) . Um corolário de (a) é que , na realidade fenomenológica dos sistemas lingüísticos, nos quais se encontram o lingüista não é então, a rigor, definível à primeira vista como língua ou como dialeto, mesmo que normalmente , pelo menos a linguagem comum se fala de língua ( e mesmo se fosse tecnicamente mais preciso falar de dialetos). Um outro inicio corolário é que entre língua e dialetos não existe alguma diferença de natureza; essas compartilham em igual medida as propriedades semiológicas e constitutivas e qualificantes de cada sistema lingüístico em quanto tal. O que existe é diferença de raio funcional, social e comunicativo: um dialeto tem pouca ou nenhuma Ausbau. Com uma formulação banal mas eficaz, se pode no fundo dizer que <uma língua é um dialeto que fez sucesso>. (BERRUTO, 2006. p.188 - 189)

Os dialetos, então, estão sempre sociolinguisticamente subordinados, no repertorio linguístico dos quais são membros, a uma língua. Os dois conceitos, neste sentido, são, portanto, relativos um ao outro. Isso não significa, porém, que, como gostariam alguns (por ex. Alinei 1981), uma propriedade definidora da noção de dialeto seja aquela de ser falado por grupos socialmente subordinados ou por membros das classes sociais mais baixas. Se trata, de fato, de uma das características que podem sempre ser constatados em muitas comunidades. Pode coincidir a dialetofonia, como resultado de razões históricas e de dinâmicas de sociolinguísticas, mas que não tem pertinência para distinguir conceitualmente o dialeto.

Outras características do mesmo gênero são atribuídos ao dialeto como propriedade definidora da mesma noção, mas que na realidade não representam muito mais que concretizações exteriores vindas para identificar com o dialeto naquelas particulares condições sócio-culturais de apenas uso falado, a esfera predominantemente ou exclusivamente familiar, confidencial, local, quotidiana, de emprego do dialeto. No geral, todos estes fatores não fazem mais que confirmar a relatividade do conceito de dialeto, que pode incorporar de maneira compensadora estas e outras caracterizações quando é visto como << o dialeto X na comunidade linguística Y>>. Os valores que o dialeto assume algumas vezes em repertórios linguísticos únicos, em relação às outras variedades que coexistem, são multiformes e podem, também, variar muito, tornando impossível uma concessão unitária neste nível de generalização.

A presença dos dialetos atualmente é muito viva na Itália e normalmente os italianos conhecem e usam tanto o italiano quanto o seu dialeto, porém seu

uso vai depender da situação comunicativa em que está inserido, refletindo assim uma relação diglóssica, sobre a qual trataremos mais profundamente na próxima seção.

4.2 - Diglossia

Segundo Ferguson (1959) diglossia é, basicamente, a co-presença de mais línguas ou variedades sócio-geográficas diversas de língua sócio- funcional bem diferenciadas, isto é, usadas por comunidades falantes com especialização para diferentes funções, versos bilinguismo que é co-presença de mais línguas não socialmente diferenciadas.

Com o termo ‘diglossia’ Ferguson (1959) pretendia na verdade falar sobre uma situação mais particular, caracterizada por uma detalhada série de propriedades.

Si ha infatti diglossia in una comunità parlante , quando questa presenta le seguenti caratteristiche: a) esistenza di vari dialetti primari di una lingua (varietà low, basse); b) esistenza di una varietà sovrapposta ai dialetti (varietà high, alta); c) stabilità della coesistenza di varietà alta e varietà bassa; d) la varietà alta è sensibilmente differente dalle altre (è geneticamente imparentata, ma con una distanza strutturale relativamente alta); e) la varietà alta è veicolo di una prestigiosa tradizione letteraria ; f) la varietà alta è altamente codificata, standardizzata; g) la varietà alta è appresa a scuola attraverso istruzione formale; h) la varietà alta è impiegata per quasi tutti gli scopi (i) scritti e (ii) parlati formali; i) alta non è usata da alcun setore della comunità per la conversazione ordinaria.

(p.192) 14

14Entende-se então por diglossia uma comunidade falante, quando esta apresenta as

seguintes características: a) existência de vários dialetos primários de uma língua (variedade

low, baixas); b) existência de uma variedade sobreposta aos dialetos (variedade high, alta); c)

estabilidade da coexistência de variedades altas e variedades baixas; d) a variedade alta é sensivelmente diferente das outras (é geneticamente relacionada , mas com uma distância

Como se vê, a definição de diglossia é, em Ferguson, muito específica. Ele cita como exemplo de casos diagnósticos o Haiti, a Suíça alemã, os países árabes e a Grécia:

Haiti , con il francese varietà alta (A) e creolo varietà bassa (B); Svizzera tedesca , con tedesco Hochsprache (Schriftsprache) A e tedesco svizzero (Schwyzertütsch) B; paese arabi, con arabo classico A e varietà arabe locali B; e Grecia moderna , con Katharévousa A e dhimotiki B. Ferguson osserva inoltre che la situazione di diglossia è diversa, nonostante le somiglianze superficiale, da da quella , ben nota in Europa, di copresenza di una lingua standard con i suoi dialetti: la differenza fondamentale (Ferguson 1959: 336-37) sta nel fatto che nella situazione di diglossia nessun segmento della comunitá parlante usa A per la normale conversazione quotidiana , e anzi l’eventuale uso di A in questa viene sentito come pedante e artificiale, e in certi casi anche come sleale nei confronti della comunità. (p.192) 15

Nesta definição fergusoniana existem alguns pontos potencialmente problemáticos ou críticos. Berruto cita os mais relevantes .

Un primo punto è quello che riguarda l’appartenenza delle varietà A e B allo stesso sistema, che ci porta alla delicata

estrutural relativamente alta); e) a variedade alta é veículo de uma prestigiosa tradição literária; f) a variedade alta é altamente codificada , padronizada; g) a variedade alta é aprendida na escola através de instrução formal; h) a variedade alta é empregada para quase todos os fins (i) escritos e (ii) falas formais; i) a variedade alta não é usada por nenhum setor da comunidade para a conversa normal.

15 Haiti, com francês variedade alta (A) e crioulo variedade baixa (B); Suíça alemã ,

com o alemão Hochsprache (Schriftsprache) A e alemão suíço (Schwyzertutsch) B; países árabes , como árabe clássico A e variedades árabes locais B; e Grécia moderna , com

Katharévousa A e dhimotiki B. Ferguson observa também que a diglossia é diferente , apesar

das semelhanças superficiais , daquela bem conhecida na Europa, de co-presença de uma língua padrão com os seus dialetos: a diferença fundamental (Ferguson 1959:336-37) está no fato que na situação de diglossia nenhum segmento da comunidade falante usa A para o uso quotidiano , e também o eventual uso de A neste é visto como pedante e artificial , e em certos casos como desleal perante à sociedade.

questione della delimitazione delle varietà. Partendo dalla constatazione che ciò che conta per la difinizione di diglossia sono fondamentalmente la distribuizione e i valori valori sociali connessi ai sitemi linguistici , e non gli aspetti della struttura linguistica, si è estesa facilmente la nozione anche ai casi in cui vi è compresenza socio-funzionalmente differenziata di due lingue chiaramente diverse, creando quindi una sovrapposzione parziale tra diglossia e bilinguismo. Fishman (1967; 1975) estende addiritura su questo punto la nozione in due sensi opposti, da un lato allargandola a ricoprire, appunto, anche i casi di bilinguismo sociale funzionalmente differenziato , dall’altro , con un indebito allentamento dei criteri, riferendola a ogni società che conosca l’impiego di registri diversi per gli usi formali e informali. Mentre questa seconda estensione pare chiaramente inaccettabile , la prima è stata largamente accolta in SL e appare ampiamente sostenibile , dato appunto che la mera distanza linguistica non è il discrimine più rilevante. Kloss (1976) ha teorizzato a questo proposito un’utile sotto categorizzazione , distinguendo una in-diglossia , quando i due codici A e B appartengono allo stesso (dia) sistema, e una out- diglossia , quando i due codici sono chiaramente lingue diverse. A parte il caso evidente della compresenza di lingue senza dubbio autonome e diverse (tanto per dire, italiano e francese, italiano e cinese, francese e tesdesco,ecc.) il problema della distanza linguistcia fra le varietá di lingua è lungi dall’essere difinitivamente risolto e accantonabile. (p.193)

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Em segundo lugar, é problemática a distribuição complementar nas funções e nos usos alegados por Ferguson:

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Um primeiro ponto é aquele que diz respeito ao pertencer das variedade A e B ao mesmo sistema, que nos leva à delicada questão da delimitação das variedades. Partindo da constatação que o que conta para a definição de diglossia são fundamentalmente a distribuição e os valores sociais ligados aos sistemas linguisticos, e não aos aspectos da estrutura linguística, se estende também facilmente a noção aos casos os quais se há co-presença sócio-funcionalmente de duas línguas claramente diferentes , criando então uma sobreposição parcial entre diglossia e bilinguismo. Fishman (1967;1975) estende até mesmo sobre este ponto a noção em dois sentidos opostos, de um lado alargando-a para cobrir , justamente, mesmo que os casos de bilinguismos sociais funcionalmente diferenciados , pelo outro, com um indevido afrouxamento dos critérios, referindo-se a cada sociedade que conheça o emprego de registros diversos para os usos formais e informais. Enquanto esta segunda extensão parece claramente inaceitável, a primeira foi largamente aceita pela sociolinguística e aparece amplamente sustentável, visto que a mera distância linguística não é a distinção mais relevante. Kloss (1976) teorizou com este propósito uma útil sub-caracterização distinguindo uma in-diglossia quando os dois códigos A e B pertencem ao mesmo (dia)sistema , e uma out-

diglossia , quando os dois códigos são claramente línguas diferentes. A parte o caso evidente

È difficile che vi sia una separazione sempre netta, e sociolinguisticamente obbligatoria, fra gli ambiti d’impiego delle varietà A e B; talché si acceta ora che nella situazione di diglossia la distribuzione possa essere complementare solo in alcuni ambiti particolari, per i quali A e B (o tutt’e due nei loro domini rispettivi) sono per così dire specializzate , mentre in altri ambiti è solamente preferenziale. Una griglia esemplificativa così netta come quella proposta da Ferguson (1959:329), che veda l’impiego normale di A in omelie in luoghi religiosi, discorsi politici, lezioni universitarie, notiziari radiofonici e televisivi, articoli e didascalie sui giornali, poesie,

No documento – PósGraduação em Letras Neolatinas (páginas 47-91)