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UM BREVE HISTÓRICO DA LINGUA ITALIANA

No documento – PósGraduação em Letras Neolatinas (páginas 32-47)

3.1 A situação política italiana e a língua.

A história da língua italiana é de uma riqueza única e sua evolução e consolidação não foi um processo tão simples. Nesta seção faremos um breve panorama da história linguistica italiana.

Segundo Tullio de Mauro em Storia Linguística dell’Italia Unita, a questão da variedade da língua italiana - os dialetos - já era observada por Dante, em sua obra De Vulgar Eloquentia. A pluralidade da língua era verificada em varias obras literárias.

“Soltanto un ridotto grado di svilupo degli studi di linguistica italiana può spiegare come mai, considerando la situazione linguistica della peninsola dal punto di vista della lingua letteraria, più d’una volta si sia quasi dimenticata l’esistenza dei dialetti: il vigore e la molteplicità di questi erano già presenti a Dante e, si può dire, non c’è manuale di filologia romanza in cui non si sottolinei, con una sorta di compiacimento populistico la vitalità.”5

A situação linguística italiana em 1870 posta em relação ao curso dos eventos históricos anteriores foi entendida perfeitamente por um contemporâneo, Ascoli. No “Proemio archivio glottologico” o linguísta italiano deu provas de que o fato que na Itália, entre a conquista romana dos séculos IV e III a.C e a unificação política em 1861, não tinham agido forças capazes de

5Apenas o reduzido grau de desenvolvimento dos estudos de linguística italiana pode explicar

como pode, considerando a situação linguística da Península, do ponto de vista da língua literária, mais de uma vez que seja esquecida a existência dos dialetos: o vigor e a multiplicidade destes eram já bem presentes em Dante e, pode-se dizer, não existe manual de

acrescentar ou pelo menos salvaguardar a homogeneidade linguística das diversas regiões. Segundo Ascoli, estariam, então, faltando forças centrípetas, reduzíveis em última análise na centralização demográfica, econômica, política e intelectual, resultado de um estado unitário e de uma cidade capital, que tinham, ao contrario, operado na França, Espanha e Inglaterra, induzindo a província a orientar-se, também linguisticamente, segundo o modelo das respectivas capitais. Por outro lado, observava Ascoli, que também faltava na Itália um movimento que difundisse largamente a instrução elementar e a leitura dos textos sacros, como acontecia nas cidades alemãs.

A ausência de forças centrípetas na história italiana nos séculos antes da unificação, dá conta somente em parte da situação linguística do país na metade do século XIV: aquela ausência não correspondia nos séculos a simples inerte continuação do estado de homogeneidade linguística criado pela romanização; correspondia, pelo contrario, a ação de poderosas forças centrífugas.

Sobre o fundo de todos os acontecimentos históricos italianos está, não necessariamente obrigatória, mas fortemente condicionante, uma realidade geográfica descontinua, também históricas e linguísticas inclinadas a desvalorizar geralmente a importância dos aspectos e dos confins geográficos em relação aos confins políticos e administrativos. A paisagem criada pelo homem, antes da descontinuidade territorial da península, leva a admitir que essa favoreceu de maneira decisiva as caracteristicas regionais. Graças a essa localização geográfica, na idade pré-românica pôde surgir e manter uma

filologia romana no qual não se destaque com uma espécie de complacência populista , a sua

fragmentação étnico-linguística que não tem comparação, não só na Europa, mas considerando áreas de dimensões iguais àquelas italianas, mas também fora dela. Apenas na Índia, com um território muito maior, se verifica uma mistura parecida de etnias e línguas.

Entre os séculos IV e III a.C liguri, celtas, venetos, picenos, umbros, oscos e sannitos, gregos, messapos, sicanos e siculos foram unificados sob a direção política da república romana. Mas o temor político não comportou a alienação ou a rápida assimilação das etinias pré-românicas, que como eles, se renunciavam às próprias autonomias políticas e administrativa, estavam livres para o restante, podiam conservar costumes, institutos e idiomas tradicionais. Em relação a estes últimos, sabe-se que, como a completa assimilação política realizada através da inclusão dos povos sujeitos na civitas romana, era uma concessão honorária, assim o uso do latim, longe de ser imposto, estava e ficou invocado e concedido como um direito cobiçado. De tal modo a romanização, que antes da unificação política do século XIX foi o maior, se não o único processo capaz de tornar homogêneo a península italiana, que alcançou em parte este resultado ainda no tempo de Augusto. As distinções étnicas Pré-romanas, também porque se apoiavam, como foi dito, sobre distinções criadas pelos confins naturais, resistiam ao ponto de serem tomadas por base das regiões então estabelecidas.

Dois séculos mais tarde, a reorganização do Império envolve a separação da Itália em duas diversas circunscrições: a setentrional, com o centro em Milão, e a centro-meridional, com o centro em Roma. Mas ainda com mais carga de consequências para história da Península deveria revelar-se um outro evento, aparentemente independente: a aceitação por parte do conselho

de Nice do principio da continuidade. Por causa de tais princípios as partições administrativas romanas, agora em ruínas pelo enfraquecer-se do poder central, puderam, ao contrario, sobreviver tomados como base pelas divisões entre as várias circunscrições eclesiásticas. E não foi apenas deste modo que as organizações da igreja de Roma intervieram para reforçar particularidades e divisões: com a criação e reforço entre Tirreno e Adriático do Patrimonium Sancti Petri, desde a Idade Média fenômenos de cada ordem não podiam expandir-se pelas planícies mais ao sul da Toscana e de Roma.

Garantida pelas lutas e pelo equilíbrio conduzido pelos grandes estados nacionais europeus entre o XVI e o XVIII, a divisão da península italiana em unidades políticas diversas e profundamente diferenciadas pelo ponto de vista de estrutura demográfica e social durou pouco afetada no período napoleônico, até o século XIX. Ou melhor, nos primeiros cinquenta anos daquele século, para aumentar as diferenciações existentes veio a revolução industrial. Esta agiu, nos outros estados europeus, no sentido da sempre mais acentuada unificação das organizações econômicas e sociais .Na área alemã , como foi dito, favoreceu a formação da união alfandegária entre os diversos estados que lá existiam. Na Itália, ao contrário, a revolução veio da refração contra as variadas e estagnadas sociedades do tempo e operou diferenciando-a ainda mais: a falta dos mercados, a escassez dos capitais e o atraso tecnológico forçou cada estado da Península a iniciar as primeiras tímidas tentativas de industrialização importando capitais e técnicas estrangeiras, mas por outro lado, estabelecendo barreiras protecionistas bem mais rígidas que no passado, nos confrontos dos outros estados da península.

No plano linguístico, em consequência das vicissitudes históricas surgiram e prosperaram uma selva de idiomas fortemente diferentes um do outro, que são conhecidos como os dialetos italianos. Para entendermos essa realidade, apresentaremos a seguir um estudo histórico sobre os dialetos italianos.

3.2 Os Dialetos e a língua italiana.

Os dialetos italianos são ainda hoje separados em pelo menos três grandes grupos: os setentrionais, o galoitalico, limitado ao sul da linha La Spezia – Rimini ; o grupo toscano, com os assim ditos dialetos de transição; e , finalmente, o grupo meridional.

Fortemente isolados aos três grupos estão o sardo e o ladino, ambos considerados como formações autônomas em relação à complexidade dos dialetos ítalo-românicos.

A variedade e diferença dos dialetos é resultado das diferentes correntes inovadoras que investiram o latim em diversas regiões.

Nell’area settentrionale italiana hanno potuto operare le stesse correnti innovatrici che oltre le Alpi hanno determinato Il sorgere degli idiomi galloromanzi; solo sporadicamente qualcuna delle tendenze fonetiche <<celtiche>> e qualche isolato elemento lessicale sono riusciti a infiltrarsi e a diffondersi, più a sud della linea La Spezia-Rimini, nel lessico del toscano e nel fonetismo dei dialetti marchigiani e umbri. Nel loro aspetto fonologico i dialetti meridionali sono restati in complesso immuni da tali innovazioni , e quindi vicini al tipo linguistico latino, al quale sono restati anche e specialmente fedeli nel lessico. Invece i dialetti meriodionali presentano diverse concordanze , nei loro sviluppi, con il neogreco, concordanze ignote più a nord. Un forte conservatorismo fonetico è la caratteristica dei dialetti toscani , che, nella fase

arcaica, sono, con il sardo, la varietà romanza fonologicamente più vicina al latino. (Storia linguistica dell’italia

unita, Tullio de Mauro, p. 24) 6

Uma vez constituídos, os dialetos por séculos se desenvolveram em direções diversas e a sua variedade foi limitada apenas pelo fato que em todas as regiões foi adotado o latim no uso jurídico até o século XV ou XVI, e no uso eclesiástico por mais tempo ainda. Entre os séculos XIV e XVI as classes mais cultas começavam a usar com mais freqüência, nas escrituras públicas e privadas, o fiorentino, nas formas fixadas por Dante, Petrarca e Bocaccio, enriquecidas depois , por elementos lexicais e estruturas sintáticas latinas. Junto com o fiorentino se popularizaram com o tempo alguns dialetos como o veneziano no norte, o romanesco na Itália central, o napolitano e o siciliano no Sul.

Não surpreende o fato que, desde o século XIV, a adoção de uma língua nacional comum não tenha atenuado mais a adversidade dos dialetos. As mesmas razões que consentiram e favoreceram a formação e sobrevivência de várias tradições dialetais foram obstáculos na difusão de um idioma comum a toda península. Como foi dito, na França, na Alemanha, na Espanha e na Inglaterra, motivos de ordem política, econômica, social e cultural operaram ativamente já antes do século XVI

6 Na área setentrional da Itália, puderam operar as mesmas correntes inovadoras sobre os Alpes que determinaram o surgimento dos idiomas galloromanzi; apenas esporadicamente algumas das tendências fonéticas <<celtiche>> e alguns elementos lexicais isolados conseguiram infiltrar-se e difundir-se mais para cima da linha La Spezia Rimini no léxico do toscano e na fonética dos dialetos marchigiani e umbros. No aspectos fonológicos dos dialetos meridionais ficaram imunes a tais inovações , e então perto ao tipo lingüístico latino ao qual ficaram também e especialmente fiéis ao léxico. Ao contrario, os dialetos meridionais apresentam diversas concordâncias , no seu desenvolvimento, com o neo-grego , concordâncias desconhecidas mais ao norte. Um forte conservadorismo fonético é a característica dos dialetos toscanos, que, na fase arcaica, são, com o sardo, a variedade romana mais próxima ao latim.

para que o latim medieval fosse substituído por um idioma vulgar e assim o idioma pré-selecionado, uma vez assumido como língua nacional, se difundisse em todas as regiões e em todas as classes sociais. Entre os séculos XIV e XVI a Itália também tinha uma língua nacional: o toscano (mais precisamente o fiorentino), mas este tinha apenas prestígio literário, prestígio que foi confirmado mais tarde graças ao petrarquismo e aos gramáticos.

Embora não seja negligenciada a influência que as necessidades do comércio tiveram em manter vivas formas inter-regionais do italiano (o italiano itinerário do qual falava Foscolo), a existência do italiano comum durante três séculos foi, fora da Toscana, essencialmente garantida pelo uso que, de geração em geração, continuaram a fazer os escritores e estudiosos, com a única exceção de Roma. Em Roma, por vários fatores, o italiano foi língua usada pelas classes mais altas e, então, em uma ampla gama de relações da vida pública e privada. A crise de despovoamento da cidade depois do saque de 1527 e o sucessivo e lento repovoamento, graças ao afluxo de imigrantes do conselho, colocaram em crise o vernáculo local, de origem notavelmente longe do toscano. Por outro lado, a corte pontífica era o único centro político na Itália que era composto por indivíduos de todas as regiões forçadas assim a usar um idioma unitário; os prelados, forçados no interior da corte a falar italiano, transferiam este hábito nas suas relações quotidianas com os locais, que foram realizadas sempre mais longe do uso do vernáculo ou o usaram em formas mais sutil. Mas, tirando Roma, e obviamente a Toscana, o sistema linguístico italiano comum era usado

somente nos documentos escritos e nas ocasiões mais solenes. Por séculos, a língua italiana, única entre as línguas européias de cultura, viveu apenas ou quase somente como língua dos cultos. O patriótico afeto nutrido por ela pelos escritores foi, e se vê agora bem o porquê, a principal razão da sua sobrevivência através dos séculos.

Na próxima seção apresentaremos o percurso da língua italiana e dos dialetos até a unificação.

3.3. Língua e dialetos: a unificação

Segundo Tullio de Mauro, o fato que a língua italiana tenha sido usada por séculos somente em círculos restritos e em ocasiões de solenidades particulares, influenciou não apenas nas atitudes estilísticas individuais dos poetas e prosadores, mas afetou também as estruturas fonológicas, morfológicas, lexicais e sintáticas, na forma interna da língua e na evolução histórica.

Un carattere che, da un punto di vista diacrônico , individua l’italiano rispetto alle altre lingue nazionali europee e rispetto agli stessi dialetti italiani, ivi compreso Il Fiorentino, è la staticità che, come osservò l’Ascoli, è tale da rasentare l’immobilità: un francese o uno spagnolo , un tedesco o un ingelse del’Ottocento, anche colti, non intendono i testi antichi della loro lingua; un italiano , anche di mediocre cultura, non ha difficoltà a intendere il Novellino. I fonemi dell’italiano e quasi tutte le loro varianti di realizzazione erano, a metà, Ottocento, le stesse del fiorentino arcaico; i morfemi e le parole <<grammaticali>> (pronomi, preposizioni, articoli) del Trecento sopravvivevano altresì tutte; il lessico dei trecentisti era ancora

in gran parte vivo ed era quasi tutto ancora perfettamente trasparente. (p.26) 7

Isto é bem claro se pensarmos que os fenômenos de transformação fonética, ligados ao uso falado da língua, ficaram necessariamente estranhos a uma língua de tradição principalmente escrita, e que os processos de individualização funcional das formas gramaticais e lexicais, e as inovações semânticas, nem mesmo podiam verificar-se em uma língua que pela tradição, através do tempo era confiada a uma minoria de doutrinados, que a usavam apenas em documentos.

Uma tradição linguística como essa, explica como apenas as notáveis inovações fonológicas verificadas no italiano entre o séc. XIV e o séc. XIX estão relacionadas diretamente com a grafia; quanto às inovações lexicais e morfológicas, essas consistem em adições de novos elementos aos antigos, mais que em substituições e ou transformações. E a fonte de tais inovações, é obvio que não fossem populares, mas aprendidas; não dialetais, mas latinas. A influência latina no léxico e na sintaxe italiana é o fenômeno diacrônico mais importante na história linguística da Itália antes da unificação. Isso foi levado a tal ponto que na idade da Arcádia os poetas italianos podiam se deliciar nas composições de versos ambivalentes.

7 Um caráter que, de um ponto de vista diacrônico, individua o italiano em relação ás outras línguas nacionais européias em relação aos mesmos dialetos italianos, incluindo o Fiorentino, é a estaticidade que como observou Ascoli é de molde à beira da imobilidade: um Frances ou um espanhol , um alemão ou um inglês do século XIX, inclusive cultos , não entendem os textos antigos na própria língua; um italiano, mesmo sem cultura, não tem dificuldades para entender o Novellino. Os fonemas do italiano e quase todas as suas variedades de construção eram, na metade do séc XIX , as mesmas do Fiorentino arcaico; os morfemas e as palavras << gramaticais>> (pronomes, preposições, artigos) do século XIX sobreviveram todos; o léxico do século XIV estava em grande parte vivo e era quase todo ainda transparente.

Nicola Capasso, Il grande giurista napoletano del primo Settecento , quando metteva da parte lo scintillante dialetto delle Alluccate contra li Petrarchiste o di altri suoi sonetti, scriveva versi come questi: << In mare irato, in subita procella / Te adoro maria, benigna stella>>. Erano versi che potevano essere letti sia come latini sia come italiani a parità di senso e di pronuncia (tenendo presente la pronuncia latina del V secolo d.C., restata canonica nella scuola italiana). Si tratta di giochi: ma il fatto che fra tutte le lingue neolatine, a parte alcune varietá dialettali sarde, soltanto l’italiano li consenta, è significativo della profonda latinizzazione. (p.27) 8

Outros reflexos estruturais do uso, principalmente escrito e pouco frequente, do italiano são aparentes na mesma poliformia morfológica e lexical. Quando uma mesma forma flexional se apresentava em duas variantes, estas vinham ambas conservadas por séculos na tradição italiana, na qual não podiam interferir as tendências seletivas, econômicas, operantes nas línguas submetidas a um uso mais amplo: é o caso, por exemplo, de esto e questo, gito e andato, alma e anima. Enquanto para alguns significantes o francês e o espanhol têm uma só palavra, o italiano do ottocento tem duas, três, quatro, perfeitamente equivalentes quanto ao significado.

Essa angustia no âmbito de uso do italiano levava Carlo Gozzi e Ugo Foscolo a definir o italiano como “língua morta”; Leopardi a detectar a aridez e Manzoni a negar que os escritores italianos tinham uma “língua viva e verdadeira”. E nisto estava a raiz antes da secular “questão da língua”: a

8 Nicola Capasso, o grande jurista napolitano da primeira metade do século XIX, quando colocava de lado o cintilante dialeto das Alluccate contra os Petrarchiste ou outros sonetos seus escrevia versos como: << No mar bravo sofreu com a tempestade / te adoro Maria estrela benigna>>. Eram versos que podiam ser lidos seja como latinos, seja como italianos, tendo em vista o mesmo significado e pronuncia (tendo em vista que a pronuncia latina do século V d.C , manteve-se canônica na escola italiana). Trata-se de jogos: mas o fato que entre todas as línguas neolatinas com exceção de algumas variedades dialetais sardas, somente o italiano permitirá isso, é significativo da profunda romanização.

conservação de uma forma, a aceitação de alguns inevitáveis neologismos, fenômenos ligados ao consenso espontâneo da coletividade dos falantes, que na tradição linguística italiana podiam ser resolvidos apenas por vias doutrinal, ajustando por razões filológicas, conforme este ou àquele modelo ideal.

Diante deste uso restrito da língua nacional, era inevitável que o uso dos dialetos progredisse sempre mais. Nas décadas que precederam a unificação, em toda a península era atribuída aos dialetos uma grande dignidade social. Os dialetos eram usados pelas classes populares e também pelas classes cultas, pela aristocracia e por fim pelos intelectuais, não apenas na vida privada, mas também sempre na vida pública e em ocasiões solenes:

In Piemonte si predicava in dialetto; il dialetto era d’uso nei salotti della borghesia e dell’aristocrazia milanese; a Venezia , il dialetto si affaciava e dominava perfino nelle orazioni politiche e giudiziarie; anche a Napoli il dialetto era d’uso normale nella corte (meno, invece, nella borghesia); il primo re d’Italia , Vittorio Emanuele, usava abitualmente il dialetto anche nelle riunioni con i suoi ministri. A Venezia , a Milano, a Napoli, a Palermo, si costruirono delle koinài dialettali illustri , entro cui si inalvearono tradizioni leterarie che con Meli, Porta, Goldoni raggiunsero elevati livelli poetici. Alle soglie dell’unità , praticamente assente dall’uso parlato, l’italiano pareva dunque minacciato persino del suo dominio dell’uso scritto. (p.29) 9

9 Em Piemonte se rezava em dialeto; o dialeto era usado nos salões da burguesia e da aristocracia milanesa; em Veneza o dialeto debruçava e dominava nas orações políticas e judiciais; também em Nápoles era usado normalmente na corte (menos, ao contrario, na burguesia); o primeiro rei da Itália, Vittorio Emanuele, usava habitualmente o dialeto também nas reuniões com os seus ministros. Em Veneza, em Milão, em Nápoles, em Palermo foram construídos os Koinài dialetais ilustres, dentro do quais se canalizaram tradições literárias que com Meli, Porta, Goldoni, alcançaram elevados níveis poéticos. No limiar da unificação praticamente ausente do uso falado, o italiano parecia então ameaçado mesmo em seu

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