• Nenhum resultado encontrado

Un figlio di puttana sciupafemmine, alto , snello, abbronzato, le braccia lunghe e venose, vestito sportivo ma tutto di marca , i capelli biondicci scalat

No documento – PósGraduação em Letras Neolatinas (páginas 127-140)

_ I marrochini so’ gente ‘e mmerda e po’ so’ tutti tal’ e

15- Un figlio di puttana sciupafemmine, alto , snello, abbronzato, le braccia lunghe e venose, vestito sportivo ma tutto di marca , i capelli biondicci scalat

98 Olha Ramra, que faz somente o que lhe interessa, que se esquece do italiano quando lhe pedem algo que não quer fazer.

99 Rosário, junto à dor que lhe revoltava as vísceras, se sentia inflar as calças. Piranha, cadela. Piranha, cadela. E apertava seu pau que se lamentava.

100 Rosário pensou no quanto que parecia impassível a sua cara enquanto comia Caterina no furgão. 101 Dizia em voz alta << não, não vou>> Levantava a sua camisa, apertava um seio, duas, três vezes , cada vez mais, quase ate doer, depois virava-se para o seu lado puxando os joelhes para o seu peito, sabendo muito bem que nunca teria tido coragem de renunciar a ocasião de rever Caterina, aquela puta.

102 Quisera agarrá-la pelo braço, até machucar, arrastá-la para fora daquela procissão de Cristos Marcados levá-la a um beco e comê-la contra parede para acertar as contas.

sulle orecchie e più lunghi davanti. p.144 104

A forte presença de palavrões

“Palavrão” é uma forma depreciativa do termo “palavra”. O Palavrão serve para falar, de maneira ofensiva dos instintos humanos básicos: o sexo, o metabolismo, a agressividade, a religião. Os palavrões tornaram-se uma linguagem especializada para exprimir emoções primarias do homem como a raiva, a surpresa, o desgosto, o medo, a diversão, etc. e são sempre objetos de tabus linguísticos. Embora o uso de palavrões tenha sido disseminado em todas as línguas, o italiano é talvez uma das línguas em que eles são mais recheados e esses, muitas vezes, tem uma derivação regional . Na linguagem adolescente, eles desempenham um papel importante e quase todos os discursos compreendem um ou mais palavrões. Os mais comuns são cazzo e vaffanculo.

No romance Certi Bambini existe uma forte presença de palavrões e gírias. Como já foi visto anteriormente, podemos observar nos diálogos apresentados, a presença de muitos palavrões e palavras de baixo calão na voz das personagens, principalmente de Rosario e seus amigos, que pertencem ao mesmo grupo: sexo masculino, mesma faixa etária (em media 11 anos de idade), moram na mesma região (neste caso a periferia de Nápoles), alguns estudaram apenas até a terceira série do ensino fundamental ( terza elemmentare ), já fazem parte de organizações criminosas ( a camorra),

vivem de pequenos furtos e frequentam lugares como bares, casas de jogos,etc.

Nos diálogos apresentados e em algumas partes na narrativa foram repetidas diversas vezes palavrões e palavras de baixo calão como: incazzano (p. 16), rotto le palle (p. 22), vafangulovafangulo (p. 35), posto di merda (p.38), ricchione (p.81e 17), figlio di puttana (p.81 e p.144), gente di merda (p.90), i cazzi suoi (p.92), puttana (p.7 e, p.107), zoccola (p.97), fotteva (p.105), fotterla (p.112), pisciando per terra (p.122), cazzo (p.84), strunzo ‘e merda (p.121), chill’omm’ e merda (p.84), chiatton ‘e merda, gente ‘e mmerda (p.87) scasst’ ‘o cazzo (p.84), ecc.

A voz do narrador

Uma última observação bastante relevante, também é em relação à narrativa. Observamos que o romance é narrado em terceira pessoa. Quanto ao tempo verbal, algumas passagens são narradas no presente do indicativo e outras no passado remoto, enquanto nos diálogos o que prevalece é o passado próximo. A seguir apresentaremos dois exemplos da narrativa no presente, dois no passado remoto e dois exemplos do passado próximo presente em um diálogo, respectivamente.

de marca, os cabelos alourados escalados nas orelhas e mais longos na frente.

• La testa tocca terra per prima. Le braccia arrivano subito dopo, è un momento ma è un tempo che passa, perfettamente percepibile. (p.37) 105

• Sente ancora il sapore del sangue, ma almeno la bocca è fresca. (39)106

• Immediatamente dopo lo sparo , non si sentì quasi niente. (p.72)107

• Rosario capì che non c’era più niene da dire. (p.84)108

• _ Com’è che non sei venuto questi giorni? Rosario ebbe un principio di capogiro.

_ Aggio tenuto nu poco che ffa’. 109

105

A cabeça toca o chão primeiro. Os braços chegam depois, é um momento, mas é um tempo que passa perfeitamente perceptível.

106 Sente ainda o sabor do sangue, mas pelo menos esta com a boca fresca. 107 Imediatamente após o disparo, não se ouviu quase nada.

108 Rosario entendeu que não tinha mais nada a dizer. 109 _Por que você não veio esses dias?

Rosário teve um principio de vertigem. _Estive um pouco ocupado.

6- CONCLUSÃO

Principiei esta Dissertação contando a minha experiência pessoal e o momento em que despertou em mim o desejo de estudar a realidade linguística italiana contemporânea com foco nos dialetos, o napolitano em especial. Como já declarei na introdução, o curso de Especialização em Língua e Literatura Italiana realizado na Faculdade de Letras/UFRJ foi fundamental nessa decisão, pois tive acesso ao romance Certi Bambini, o qual me chamou muito a atenção primeiramente pela capa do livro (em anexo) e principalmente pela sua linguagem rica e fascinante. Desde então comecei a fazer questionamentos e iniciei a desenvolver estudo sobre a variação e usos da língua italiana através desta obra. A partir desse estudo, outros questionamentos foram construídos e junto a eles novos desafios foram surgindo.

O caminho percorrido foi muito importante porque me proporcionou um grande crescimento acadêmico. Vale lembrar que no período em que fazia a pesquisa tive oportunidade de viajar para a Itália para um curso de atualização em língua e cultura italiana na Universidade per Stranieri di Perugia, ocasião em que pude constatar “ao vivo” a diversidade linguística e cultural italiana. Considero esta experiência ímpar e espero que este estudo possa ser um “norte” para outros pesquisadores desenvolverem grandes pesquisas no campo linguístico e identitário italiano.

Sabe-se que todas as línguas têm as suas próprias histórias e evoluções particulares, porém, no caso da língua italiana, este percurso é de uma riqueza única. Ainda nos dias de hoje se utilizam línguas que remontam a milhares de anos de história e quando se trata da língua italiana atual, não é possível

esquecer que sua evolução e escolha, de uma dentre tantas outras línguas existentes no território italiano, não foi um processo tão simples.

Uma das características histórica e cultural italiana é a presença dos dialetos. A primeira classificação dos dialetos está na obra de Dante. Pode-se ver nos capítulos IX-XV do tratado De Vulgar Eloquência (1304) uma subdivisão de quatorze “vulgares”, e aquilo que disse Dante, foi confirmado por diversos linguistas, dentre eles Tullio de Mauro: “não existe país de língua românica o qual ao lado do dialeto eleito como língua nacional não coexistam e persistem outros tantos dialetos diversos”.

Atualmente a presença dos dialetos é ainda muito viva na Itália e é uma das características histórica e social italiana. Essa marcante expressão dialetal pode ser observada em várias obras literárias. Pudemos concluir com o presente estudo que, em Certi Bambini, o autor passa do italiano standard ao dialeto napolitano e do dialeto à língua da malavita, refletindo assim a relação diglossica da língua.

Na obra, o dialeto napolitano aparece na voz das personagens, enquanto que na narrativa propriamente dita, escrita em terceira pessoa, predomina o italiano standard. De acordo com cada grupo, cada personagem e cada situação apresentada, Diego de Silva reproduz nos diálogos uma língua mais ou menos dialetal, respeitando a voz das personagens, contando àquela estória com a língua mais próxima de seus personagens. Este registro faz parte do esforço do autor em não apenas escrever em dialeto napolitano, mas em trazer mais realismo para o romance. É uma maneira de apresentar ao leitor uma visão mais próxima da plural realidade italiana.

Para chegar a tal conclusão o arcabouço teórico utilizado (DE MAURO, BERRUTO, SOBRERO E COVERI) foi o leme norteador, mas vale ressaltar que se outra pessoa tivesse usado outros teóricos poderiam ter chegado a outras conclusões.

Termino afirmando que realizei este trabalho com grande satisfação e tentei dar conta do que eu me propus a fazer dentro do prazo, porém este é muito curto e peço desculpas aos leitores por eventuais equívocos, pois acredito que muitos questionamentos ainda podem ser levantados e respondidos. Anseio que outras pessoas se inspirem neste trabalho e que possam desenvolver mais estudos no campo linguístico e identitário italiano e espero, também, ter oferecido aos interessados nesta pesquisa uma visão ampla para novos estudos na área de língua e identidade italiana.

8 – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FONTE PRIMÁRIA:

DE SILVA, Diego. Certi Bambini. Torino: Einaudi, 2001 e 2004.

FONTES SECUNDÁRIAS:

ARCANGELI, M., Língua e identità, Roma, Meltemi,2007.

BALDELLI, I., SCIVOLETTO, N. Origine ed evoluzione della lingua italiana. Firenze: Giunti Marzocco, 1979.

BAGNO, Marcos. Linguística da Norma. São Paulo: Edições Loyola, 2004.

BAGNO, Marcos. Norma Lingüística. São Paulo: Edições Loyola, 2001.

BAGNO, Marcos. Português ou brasileiro? Um convite à pesquisa. 4 ed. São Paulo: Parábola, 2004.

BERRUTO, Gaetano. “Língua, língua standard, varietà di língua, dialetto” in Fondamenti di sociolingüística , p 181-190. Roma: Laterza & Figli, 2006.

BERRUTO, Gaetano. Sociolinguistica dell'italiano contemporaneo. Roma: La Nuova Italia, 1994.

BRUNI, Francesco. L’italiano. Elementi di storia della lingua e della cultura.Torino: UTET,1987.

COVERI, L., BENUCCI, A. e DIADORI, P. Le varietà del repertorio linguistico italiano,2 voll., Siena, Università per Stranieri, 1992.

____________ e Trifone, P. La lingua italiana.Bolgna: Zanichelli, 1985.

D’ACHILE, P., L’italiano contemporaneo, Bologna, il Mulino, 2006.

DARDANO, Maurizio e TRIFONE , Pietro. Grammatica italiana con nozioni di Linguistica . Terza Edizione. Bologna: Zanichelli Editore, 1995.

DE MAURO, Tullio. Storia lingüistica dell’Italia unita. Roma: Laterza, 1993.

LANUZZA, Stefano. Storia della lingua italiana. Roma: Newton Campton, 1994.

MARAZZINI, C. La lingua Italiana. Profilo Storico. Bologna, Il Mulino, 1994.

MARCATO, C. Dialetto, dialetti e italiano. Bologna, il Mulino. 2002.

MIGLIORINI, B. Breve storia della lingua italiana, Firenze: Samsoni, 1965.

MIGLIORINI,B. Storia della lingua italiana, Firenze: Sansoni, 1960.

SABATINI, Francesco. La comunicazione e gli usi della lingua. Torino: Loescher editore, 1998

SABATINI, Francesco. L’italiano nella tempesta delle lingue, “Lingua e stile”, 43.1, 2008, pp. 3-20

SABBATUCCI, G. e Vidotto, V. Storia D’Italia. Volume: 6 - L’Italia Contemporanea - Dal 1963 a Oggi. Editori Laterza, 1999.

SANTOS, Ana Cristina Ribeiro dos. “Io speriamo che me la cavo”: considerações sobre o registro infantil napolitano. / Ana Cristina Ribeiro dos Santos, Rio de Janeiro, UFRJ 2007. Dissertação de Mestrado em Letras Neolatinas.

SAPEGNO, Natalino. Disegno storico della letteratura italiana. 13ª ristampa: aprile 1988: la nuova Italia - Firenze

SERIANNI, Lucca & TRIFONE, Pietro. Storia della lingua Italiana. Torino:Einaudi, 1993.

SOBRERO, A. Introduzione all'italiano contemporaneo.Le varietà e gli usi. Bari: Laterza, 1998.

__________ Introduzione all’italiano contemporaneo. Le strutture.Bari:Laterza, 2003.

SIGNORINI, I. Linga(gem) e Identidade. São Paulo: Mercado das Letras, 2002.

SPITZER, L., Língua italiana del dialogo, a cura di C. Caffi e C. Segre, Milano, Il Saggiatore, 2007.

TOSO, A., Le minoranze linguistiche in Itália, Bologna, Il Milino, 2008, pp. 203- 254

TRIFONE, Pietro. Lingua e identità . una storia sociale dell’italiano.Roma, Carocci,2006.

TRIFONE, Pietro & PALERMO, Massimo. Grammatica italiana di base. Milano, Zanichelli,2007.

SITES CONSULTADOS:

http://www.torreomnia.com/testi/argenziano/dizionario/grammatica1.htm Pesquisa em 20/12/2007. http://www.sololibri.net/Certi-bambini-di-Diego-De-Silva.html pesquisa em 20/12/2007. http://www.cafebabel.it/article/31401/diego-de-silva-camorra-letteratura- napoli.html pesquisa em 20/10/2010 http://gl-es.facebook.com/topic.php?uid=55383623541&topic=7822 pesquisa em 05/05/2011. http://amoitaliano.com/tag/napoletano/ pesquisa em 5/05/2011. http://www.vesuvioweb.com/new/IMG/pdf/02.PILLOLE_LINGUISTICHE_NAPO LETANE.pdf pesquisa em 29/05/2011. http://www.vesuvioweb.com/new/IMG/pdf/03.PILLOLE_LINGUISTICHE_NAPO LETANE_2.pdf pesquisa em 29/05/2011. http://www.scrittoriperunanno.rai.it/scrittori.asp?videoId=248&currentId=71 pesquisa em 06/07/2011.

Intervista con Diego de Silva

De Silva, Lei è stato avvocato penalista. Come ha comminciato a scrivere? La Sua esperienza professionale come avvocato ha in alcun modo infuenzato la Sua scrittura?

Cominciato, come quasi tutto quello che m’è capitato nella vita, un po’ per caso. Quando ho capito che mi veniva naturale, e c’era chi aveva voglia di leggermi, ho provato a investirci sul serio. Quanto alla mia precedente esperienza avvocatesca, diciamo che la mattina mi sembrava di mandare in tribunale la mia controfigura: volevo scrivere, dunque ero, almeno tendenzialmente, spinto da un’esigenza di sincerità (se non altro con me stesso), e questo mio desiderio cozzava contro la necessità di sposare la difesa di una causa, che un buon avvocato assume anche quando è consapevole di non star lavorando perché trionfi la verità.

Certi Bambini è un romanzo il quale mostra un’Italia poco conosciuta da noi stranieiri. Com’ è nato il questo romanzo?

Essenzialmente dall’idea di raccontare il più grave dei delitti che la camorra abbia scelto di commettere, lo scippo dell’infanzia. Mi coinvolgeva molto, letterariamente parlando, l’idea di un bambino programmato come una sorta di elettrodomestico, utilizzabile seguendo le istruzioni di un manuale

criminoso; del tutto privo di senso etico e quindi capace di compiere il bene e il male senza avvertire alcuna differenza fra l’uno e l’altro.

Certi Bambini è un’ opera in cui possiamo vedere una scelta linguistica molto interessante, dove la narrativa è in italiano, ma i dialoghi sono in napolitano. Come Lei ha scritto questi dialoghi? So che Lei è napoletano e sicuramente conosce la lingua, ma voglio dire la lingua dei bambini, la lingua della malavita.

Questo dipende da un gesto d’immedesimazione linguistica, che riesce anche piuttosto semplicemente se lo scrittore non sovrasta i suoi personaggi ma cerca di rispettare la loro voce.

Che obbiettivo avrebbe la Sua scelta linguistica in Certi Bambini?

Raccontare quella storia con la sua lingua: dando una traduzione non alta, ma quasi letterale del dialetto.

Ho osservato che in Certi Bambini Lei non nomina la città, che secondo me sarebbe Napoli, più precisamente la periferia di Napoli, come possiamo dedurre anche dall’uso della lingua dai personaggi. Però si può anche interpretare che la storia si passa nella periferia di un’altra città qualsiasi. Direi ancora, che se io leggessi quest’ opera in portoghese, sarei sicura che la storia fosse ambientata nelle favelas di Rio de Janeiro.

Questo mi fa particolarmente piacere, perché era mia intenzione scrivere un romanzo che potesse trovare accoglienza nell’immaginazione di un qualsiasi lettore del mondo. Non mi piace ambientare i romanzi in luoghi precisi, e a maggior ragione un romanzo come Certi bambini, che racconta una tragedia che non riguarda solo Napoli.

La ringrazio tantissimo per l’attenzione, la cordialità e l’aiuto nella mia ricerca, che potrà mostrare qui in Brasile un po’ di più della cultura italiana e la presenza viva dei dialetti, in questo caso il napoletano, nella letteratura italiana.

No documento – PósGraduação em Letras Neolatinas (páginas 127-140)