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3 PERCURSO METODOLÓGICO

3.2 Lócus: Caracterização da Universidade de Brasília (UnB)

A Fundação Universidade de Brasília (FUB) foi instituída nos termos da Lei n. 3.998, de 15 de dezembro de 1961 para criar e manter a Universidade de Brasília (UnB), instituição de ensino superior. Embora entidade não governamental, administrativa e financeiramente autônoma, a Fundação é vinculada ao Ministério da Educação (MEC) inserida, portanto, na estrutura da Administração Pública e, como tal, acolhida nos termos dos Decretos de diretrizes de capacitação.

A autorização de criação da Universidade de Brasília (UnB) foi sancionada pela Lei número 3.998, de 15 de dezembro de 1961, pelo então presidente da República João Goulart. Inaugurada em 21 de abril de 1962, a UnB funcionou originalmente nas dependências do Ministério da Saúde, na Esplanada dos Ministérios, para 413 alunos aprovados em seu primeiro vestibular.

O antropólogo Darcy Ribeiro - idealizador, fundador e primeiro reitor da UnB - sonhava com uma instituição voltada para as transformações da sociedade e diferente do modelo tradicional de 1930. No Brasil, a UnB foi a primeira universidade a ser dividida em institutos centrais e faculdades. Nessa perspectiva, cursos-tronco foram criados, nos quais os alunos obtinham a formação básica e, depois de dois anos, seguiam para os institutos e faculdades. Os três primeiros “cursos-tronco” eram: Direito, Administração e Economia; Letras Brasileiras; e Arquitetura e Urbanismo.

A comunidade universitária da UnB soma atualmente 32.120 alunos de graduação, 8.558 alunos de pós-graduação, 2.279 docentes e 2.629 servidores técnico-administrativos. Na última década a UnB iniciou processo de expansão de seus quadros e espaços físicos (UnB, 2015).

Em 1995 foi criado o Programa de Avaliação Seriada (PAS) como alternativa ao vestibular, que contemplava uma proposta de interação da UnB com as escolas da Educação Básica e a seleção de estudantes a partir de uma avaliação processual, feita em três etapas, com provas aplicadas ao término de cada uma das séries do Ensino Médio. Os primeiros alunos do PAS entraram para a universidade no primeiro semestre de 1996.

O segundo vestibular de 2004 foi o primeiro a adotar o sistema de cotas para negros. Projeto amplamente discutido e cercado de polêmicas por parte da comunidade universitária e sociedade, foi aprovado em junho de 2003 pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE). Esse sistema diferenciado de ingresso também contemplou a seleção de estudantes indígenas. Cerca de 10 vagas são destinadas semestralmente a estudantes de comunidades indígenas enquanto que o sistema de cotas para negros prevê a reserva de 20% das vagas do vestibular para estudantes que se declararem negros no ato da inscrição.

O projeto de expansão da UnB em seu Plano Básico foi primeiramente publicado em 2005 e previu a construção dos novos campi: Ceilândia, Gama dispostos em localidades escolhidas por meio de características econômicas e geográficas das regiões administrativas do DF. Além dos novos campi, a UnB oferta cursos na modalidade de ensino de graduação à distância, em 31 municípios/polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB).

No início da década de 2000, iniciou-se no Ministério do Planejamento um movimento de revitalização dos desenhos administrativos dos órgãos a ele vinculados. Esse movimento decorreu de uma série de eventos. O principal foi oriundo de uma agenda internacional estabelecida e perseguida pelo Governo brasileiro ainda nos anos 90. Outro determinante foi a necessidade de responder às pressões dos órgãos fiscalizadores e reguladores em seus pareceres, recomendações e determinações de modernização das estruturas a fim de garantir maior fluidez nas rotinas e assim entregar um serviço de melhor qualidade. Reconhecia-se, ainda, que a estrutura administrativa vigente, com seus modelos oriundos do DASP (1936 – 1986) encontrava-se, se não totalmente obsoletos, pelo menos inadequados ao que se esperava da Administração Pública.

Coube, portanto ao Ministério da Educação (MEC), a tarefa de fomentar no âmbito das Instituições de Ensino Superior (IFES) a reestruturação de seus organogramas, de modo a fortalecer as atividades de desenvolvimento de suas forças de trabalho. Das 59 Instituições Federais de Ensino Superior, a Universidade de Brasília foi a 28ª a implantar em sua estrutura um Decanato de Gestão de Pessoas. Por meio da Resolução do Conselho Universitário n. 29, de 7 de dezembro de 2010, então presidido pelo Professor Doutor José Geraldo de Sousa Júnior, foi autorizada a criação de dois novos decanatos: o Decanato de Gestão de Pessoas (DGP) e o

Decanato de Planejamento e Orçamento (DPO) e extinguida a Secretaria de Recursos Humanos e a Secretaria de Planejamento da estrutura organizacional da UnB

Em 26 de dezembro de 2013, o atual Reitor, Professor Doutor Ivan Marques de Toledo Camargo, por meio do Ato da Reitoria n. 1.089 (Anexo 2), no Artigo 1º, delegou quinze competências ao ocupante do cargo de Decano de Gestão de Pessoas. A 11ª competência trata do “incentivo à qualificação de servidores técnico-administrativos”. Nota-se que o termo “incentivo à qualificação” é bastante genérico e carece de regulamentação de uma Política de Capacitação (ou Qualificação). Outro ponto para reflexão é o fato de o Ato restringir o incentivo à qualificação dos servidores técnico-administrativos, excluindo a categoria dos servidores docentes.

Dentro da estrutura do Decanato de Gestão de Pessoas (Anexo 3), foi criada a Diretoria de Capacitação, Desenvolvimento e Educação (DCADE), na qual atua a Coordenadoria de Capacitação (PROCAP), lócus onde se desenvolveu a fase de imersão no campo desta pesquisa. Integrante da estrutura orçamentária do MEC no que tange à distribuição dos recursos financeiros e vinculada à estrutura administrativa do Ministério do Planejamento na lotação de pessoal, a Fundação Universidade de Brasília (FUB) teve, seguramente, que se adaptar às normatizações de investimentos em capacitação de sua força de trabalho, que envolvem servidores docentes, técnico-administrativos, estagiários e até recentemente, prestadores de serviço com situação de contrato irregular.