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Labirinto ósseo

No documento Estudo biomecânico do ouvido médio (páginas 65-69)

Anatomia e fisiologia do ouvido

6) Anti-tragus: proeminência oposta ao tragus, na região inferior do anti-hélix e ocupa a parte posterior e inferior da concha.

2.4 Ouvido interno

2.4.1 Labirinto ósseo

O labirinto ósseo compreende o vestíbulo, os canais semicirculares (cavidades em forma de tubo) e a cóclea (cavidade também tubular, que se contorna sobre ela própria em forma de espiral). Estas diferentes cavidades comunicam, directa ou indirectamente, com o canal auditivo interno, através dos seus filamentos nervosos sensoriais.

c c d d l g i h i j e k

2.4.1.1 Vestíbulo ósseo

O vestíbulo, parte central do ouvido interno, com forma oval, é uma cavidade óssea, dentro da parte petrosa do osso temporal, que contém os órgãos otolíticos (utrículo e sáculo) (Figura 2.16). As dimensões do vestíbulo [7] são as seguintes: diâmetro antero-posterior, 6 mm; diâmetro vertical, 4 a 5 mm; diâmetro transversal, 3 mm.

Distinguem-se seis paredes no vestíbulo: externa, interna, anterior, posterior, superior e inferior. A parede externa separa o vestíbulo da caixa timpânica e é ocupada, na sua maior parte, pela janela oval. A parede interna corresponde ao fundo do canal auditivo interno, apresentando uma crista horizontal com três concavidades que se relacionam com o utrículo, com o sáculo e com a extremidade posterior da cóclea. A parede anterior é muito estreita (cerca de 2 mm) e representa a menor distância que separa a parede interna da parede externa. Ela relaciona-se em cima com o canal de Falópio, que a contorna, bem como o nervo facial contido neste canal. Em baixo relaciona-se com a parte correspondente à base da cóclea. A parede posterior é um pouco mais larga que a anterior e evidencia na sua parte inferior o orifício ampolar do canal semicircular posterior. A parede superior é ligeiramente côncava e apresenta quatro orifícios circulares: dois posteriores, em que um é externo (orifício não ampolar do canal semicircular externo) e outro é interno (orifício comum aos canais semicirculares superior e posterior); os dois orifícios anteriores, situados um pouco acima da extremidade anterior da janela oval, distinguem-se em externo (orifício ampolar do canal semicircular externo) e interno (orifício ampolar do canal semicircular superior). A parede inferior, ou pavimento do vestíbulo, está situada 8 a 9 mm acima do pavimento da caixa timpânica e apresenta na sua parte externa uma fina lamela óssea, disposta horizontalmente, a lamela espiral.

2.4.1.2 Canais semicirculares ósseos

Os canais semicirculares, importantes na manutenção do equilíbrio do corpo, estão situados atrás e acima do vestíbulo (Figura 2.16). Cada um destes canais tem forma tubular, em arco, com 0,8 mm de diâmetro, apresentando duas extremidades: uma ligeiramente dilatada, chamada ampola (dobro do diâmetro do tubo) que contém a crista ampolar e outra que conserva as mesmas dimensões do tubo, orifício não ampolar. A crista ampolar contém o mesmo tipo de células sensoriais do sáculo e do utrículo – células de suporte e os dois tipos de células ciliadas.

Os orifícios não ampolares dos canais posterior e superior abrem-se no vestíbulo por um orifício comum. Assim, os três canais semicirculares comunicam com o vestíbulo por cinco orifícios. O canal comum (cruz comum), dos canais semicirculares superior e posterior é muito curto, medindo, em média 4 mm (Figura 2.16).

c: CSS d: CSL e: CSP f: Ampola do CSS g: Ampola do CSL h: Ampola do CSP i: Cruz comum j: Utrículo k: Sáculo l: Canal endolinfático c f g j i k l d e h

Figura 2.16: Canais semicirculares, utrículo e sáculo [4].

Os canais semicirculares diferem entre si pela sua situação e direcção: O CSS, também conhecido por canal semicircular anterior é o mais elevado de todos. Mede, ao longo do seu bordo convexo, entre 15 e 20 mm. É vertical e desenvolve-se segundo um plano perpendicular ao eixo maior da porção petrosa do osso temporal; o CSP, o mais comprido dos 3 canais, está situado para fora e para baixo do superior. Mede, entre 18 e 22 mm. É também vertical, mas desenvolve-se segundo um plano paralelo ao eixo do rochedo, formando um ângulo de 90º com o canal superior; o CSL, também conhecido por canal semicircular externo, é o mais pequeno dos 3 canais. É horizontal, formando, com cada um dos outros dois, um ângulo de 90º. A sua convexidade dirige-se para fora e mede entre 12 e 15 mm.

2.4.1.3 Cóclea óssea

A cóclea, com forma cónica (Figura 2.17) encontra-se na parte anterior do labirinto ósseo, sendo o seu eixo maior quase perpendicular ao eixo do rochedo. Dirige-se obliquamente de trás para a frente e de dentro para fora. A sua base, voltada para trás, está situada no fundo do canal auditivo interno; o seu ápice, voltado para a frente, corresponde à parte anterior da caixa timpânica. Mede cerca de 5 mm da base até ao ápice e a largura da base é aproximadamente 9 mm [7]. Do ponto de vista da sua constituição anatómica, a cóclea compõem-se, essencialmente, de três partes:

núcleo (modiolus), canal espiral ósseo e lâmina espiral. O núcleo ocupa a parte central e tem cerca de 3 mm de largura na base, diminuindo para o vértice, que não tem mais do que 1 mm ao nível da segunda volta da cóclea. O canal espiral ósseo é um tubo cavado que se enrola à volta do núcleo. O seu comprimento total varia entre 28 e 30 mm e o seu diâmetro de 2 mm na sua origem, diminuindo pouco a pouco até ao ápice. O canal espiral ósseo começa no lado interno do promontório, imediatamente acima da janela redonda. Daí, orienta-se para baixo e para dentro, até à parte inferior do núcleo, dirigindo-se para a parte superior do núcleo, descrevendo, de seguida, a primeira, segunda e terceira volta da espira. A lâmina espiral é uma lâmina óssea contida no canal ósseo coclear, da base ao ápice, terminando num orifício arredondado – helicotrema - onde se faz a comunicação entre as rampas vestibular e timpânica.

d

d d

c

c c

Figura 2.17: Cóclea óssea e membranosa (c: Base; d: Ápice) [12].

2.4.1.4 Canal auditivo interno

O canal auditivo interno é um canal ósseo que, se estende ao labirinto a partir da face posterior do rochedo. Este canal dá passagem a três cordões nervosos: auditivo, facial e intermédio de Wrisberg. O seu comprimento varia entre 8 e 10 mm e o seu diâmetro entre 4 e 5 mm. Quanto à sua orientação dirige-se obliquamente de dentro para fora e de trás para a frente, fazendo com o eixo do rochedo, um ângulo de cerca de 45º. Consideram-se duas extremidades neste canal: a interna e a externa. A interna, representada pelo orifício interno do canal, ocupa a parte postero- superior do rochedo. A externa é fechada por uma parede óssea que corresponde, por um lado, à parede interna do vestíbulo e, por outro, à base da cóclea.

No documento Estudo biomecânico do ouvido médio (páginas 65-69)

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