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Sistema biomecânico dos ossículos

No documento Estudo biomecânico do ouvido médio (páginas 59-62)

Anatomia e fisiologia do ouvido

6) Anti-tragus: proeminência oposta ao tragus, na região inferior do anti-hélix e ocupa a parte posterior e inferior da concha.

2.3 Ouvido médio

2.3.3 Ligação dos ossículos

2.3.3.3 Sistema biomecânico dos ossículos

A cadeia ossicular, do ponto de vista do seu movimento activo, está submetida à acção de dois músculos: um que se insere no martelo, o tensor do tímpano (Figura 2.13) e outro ligado ao estribo, o músculo estapediano (Figura 2.14). Os ossículos do ouvido médio estão articulados de tal modo que o deslocamento de um deles interfere indirectamente no deslocamento dos outros. Os dois músculos, anteriormente referidos, exercem a sua acção sobre duas condições importantes na audição: o estado de tensão da membrana do tímpano e a pressão intra-labiríntica. Na presença de sons fortes, o músculo tensor do tímpano estica a membrana timpânica e determina, ao mesmo tempo, um aumento de pressão no líquido labiríntico. O músculo estapediano relaxa a membrana e reduz a pressão no labirinto. Os dois músculos são reciprocamente antagonistas. Num estado de contracção do músculo tensor do tímpano, a membrana, fortemente esticada, vibra mais dificilmente, ao mesmo tempo que aumenta a pressão do líquido labiríntico, recebendo choques menos violentos. Quando o músculo estapediano se contrai, as condições físicas da membrana e do líquido labiríntico são inversas. É referido na literatura [7] que o músculo tensor do tímpano se contrai para sons mais fortes, para proteger o nervo auditivo, e que o músculo estapedi

percepção de sons baixos ou lo

Músculo tensor do tímpano

Este músculo (Figura 2.13) fusiforme, de 20 a 25 mm de comprimento, tem um percurso de 2,5 mm dentro da caixa timpânica e nasce na parede superior da porção cartilaginosa da trompa de Eustáquio. Daí, dirige-se obliquamente para trás, para fora e para cima, ao longo do lado

interna até à janela oval. Aqui dirige-se para trás, atravessa horizontalmente a caixa e vai ligar-se à extremidade superior do cabo do martelo, um pouco acima da sua apófise anterior.

c: Sulco timpânico d: Membrana timpânica e: Cabo do martelo

f: Longa apófise da bigorna g: Corpo da bigorna

h: Cabeça do martelo

i: Tendão do músculo tensor do tímpano j: Músculo tensor do tímpano

k: Corda do tímpano l: Trompa de Eustáquio j h i g

k

l f e c

k

d

Figura 2.13: Músculo tensor do tímpano, corda do tímpano e suas relações [4].

O músculo tensor do tímpano, tal como o canal ósseo que o protege, apresenta duas porções que são muito diferentes, tanto no que diz respeito à sua direcção e comprimento, como à sua estrutura: uma porção interna, mais longa, que corresponde ao corpo do músculo e que é, praticamente, paralela ao eixo do rochedo e uma porção externa, perpendicular à interna, relativamente forte e curta, constituída pelo seu tendão. O músculo tensor do tímpano, tendo na sua terminação uma direcção transversal, arrasta para dentro o ponto em que ele se insere, ou seja, a extremidade superior do cabo do martelo. Este balança ao nível do seu colo, de tal forma que a sua extremidade inferior se dirige para dentro, ao mesmo tempo que a extremidade superior - cabeça do martelo - se inclina para fora. O corpo da bigorna, articulada com a cabeça do martelo, segue o seu deslocamento à volta da apófise curta. Simultaneamente, a apófise longa da bigorna desloca-se para dentro, comprimindo o estribo contra a janela oval. A sua acção consiste em movimentar o cabo do martelo para dentro, perpendicularmente ao eixo de rotação do bloco martelo-bigorna, que aumentando desta forma a tensão da membrana timpânica, empurra o estribo para a janela oval [3].

Músculo estapediano

Este músculo (Figura 2.14) apresenta menor resistência que o músculo tensor do tímpano e está protegido dentro de um canal ósseo - canal da pirâmide - que se abre na parede posterior da caixa timpânica. O músculo estapediano, visto em corte longitudinal, tem a forma de pêra; num corte transversal tem a forma de prisma triangular com ângulos arredondados. O seu

comprimento é de 8 mm, sendo 6 mm referentes à sua porção intra-piramidal e 2 mm à sua porção livre ou intra-timpânica. Este músculo nasce na parede do canal da pirâmide e continua pelo seu tendão, que é pouco resistente, reflectindo-se em ângulo obtuso no vértice da pirâmide. Atravessa, horizontalmente, a parte da caixa que separa a pirâmide do estribo, ligando-se ao bordo posterior da cabeça do estribo. Este músculo, empurra para trás e para fora, num plano paralelo, o eixo de rotação do bloco martelo-bigorna. A apófise longa da bigorna é também empurrada para fora. Como resultado da sua contracção, há diminuição da tensão da membrana timpânica e da pressão do líquido labiríntico [5].

c: Platina do estribo

d: Rebordo anterior da janela oval e: Rebordo posterior da janela oval f: Porção anterior do ligamento anular g: Porção posterior do ligamento anular h: Pirâmide

i: Tendão do músculo estapediano

Figura 2.14: Músculo estapediano [7].

O músculo estapediano, depois da sua flexão, tem uma direcção postero-anterior. Quando se contrai, arrasta para trás, a cabeça do estribo, o que se reflecte nas duas extremidades da cadeia ossicular: do lado do estribo, a base deste osso executa um movimento de báscula, à volta dum eixo vertical, de tal modo que a sua extremidade posterior se vai encaixar na janela oval, enquanto que a sua extremidade anterior se afasta. Como o eixo de rotação está mais próximo da extremidade posterior do que da extremidade anterior resulta que o deslocamento para dentro da extremidade posterior do estribo é menor que o deslocamento para fora da sua extremidade anterior [7]. Este duplo deslocamento amplia a cavidade vestibular, resultando numa diminuição de pressão do líquido labiríntico. Do lado da bigorna, a sua apófise longa dirige-se para trás, tal como a cabeça do estribo, articulando-se com esta. Simultaneamente, o corpo da bigorna inclina- se para baixo e para dentro, arrastando consigo a cabeça do martelo, que executando sobre o seu colo, um movimento de báscula, provoca um deslocamento para fora do cabo do martelo. Este último movimento tem como consequência o afastamento do umbo do centro da caixa timpânica levando a um relaxamento da membrana timpânica.

c d e f g h i c

No documento Estudo biomecânico do ouvido médio (páginas 59-62)

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