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na lagoa formosa, o banho me aprazia, e desde a infância doce e cheia de poesia,

No documento Revista do IHGRN 1989-1990-1991 (páginas 95-98)

nunca mais esqueci nossa várzea do Assu. ”

Senhores, agora coloquemos em evidência, pelo grato transcurso do seu centenário de nascimento, a singular figura do Senador Georgino Avelino, subordmando-nos ao tema: o homem e a sua dimensão política.

Do DICIONÁRIO BIOGRÁ FICO BR A SIL E IR O , que peremza, pelo alto merecimento, as pessoas com as circunstâncias que as envolveram, extraem- se relevos das estações da vida de José Georgino Alves de Souza Avelino:

José Georgino Alves de Souza Avelino nasceu em São José de Angicos no dia 31 de julho de 1888, filho do jornalista Pedro Avelmo, fundador dos jornais A Gazeta do Comércio e Diário da Tarde, e de Maria das Neves Alves de Souza Avelino

Fez os estudos primários na Escola Modejo de Natal. Seguiu o curso de humanidades no Atheneu norte-no-grandense, prestando alguns exames finais no Liceu Paraibano. Em 1911, diplomou-se como bacharel em ciências jurídi­ cas e sociais pela Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro. Em 1912, exerceu as funções de adido consular na cidade de Gênova. Em 1924, elegeu- se deputado federal pelo Rio Grande do Norte (12a legislatura federal) até 1926. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, lutou ao lado dos paulistas Após a derrota das forças paulistas, veio para o Rio, onde retomou a atividade jornalística, escrevendo editoriais para diversos jornais da capital federal. Em 1937-1941, foi secretário-geral da Universidade do Distrito Fede­ ral e diretor de Turismo e Propaganda da Prefeitura do Distrito Federal. Foi nomeado interventor federal do Rio Grande do Norte, em agosto de 1945. Elegeu-se Senador à Assembléia Nacional Constituinte pelo PSD. Empossado em fevereiro de 1946, ocupou o cargo de primeiro-secretário da Constituinte. Com a promulgação da nova Carta (18/09/46) e a transformação da Constitu­ inte em Congresso ordinário, exerceu seu mandato até janeiro de 1955. Foi primeiro-secretário do Senado em 1948 e em 1950, tendo chefiado por três anos a comissão de Relações Exteriores, e foi líder do Governo no Senado Integrou por duas vezes - 1952 e 1954, a delegação brasileira aos trabalhos da Assembléia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

Foi reeleito senador pelo PSD em outubro de 1954, iniciando o seu segundo mandato em fevereiro de 1955. Fundou e dingiu o Rio Jornal com Inácio Azevedo e João do Rio, colaborando com a Gazeta de Notícias e o Diário Carioca. Fundou a Rádio Cabugí e foi redator-chefe de O País. Foi ainda presidente do Banco Industrial Brasileiro e escrivão do Io Ofício da 2a Vara da Fazenda Pública. Além da obra intitulada Caxias para a juventude, publicou palestras e conferências. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 02 de abril de 1959. Foi casado com Maria Giovana Margherita Astengo Avelino, de nacionalida­ de italiana. Deixou cinco filhos.”

Há cem anos, como seria a terra ou o chão a que se denominou de São José de Angicos?

Tem-se essa imagem, projetada pela ótica do escritor Aluízio Alves, in ob. A PRIM EIRA CAMPANHA POPULAR NO RIO GRANDE DO N ORTE, à pág. 10:

“A posse de terra para criação de gado adquirida nos idos de 1700 por Antônio Lopes Viegas, o arruado pequeno e triste em tomo da capela católica, uma pequena população lutando para fazer progredir a vila humilde, era, em

1875, a hoje cidade de Angicos”.

Sob o sol do sertão profundo, entre a harmonia das águas correndo nos amplos lajedos e o alongar-se feliz do olhar do gado sobre a vastidão do verde, nasceu o futuro constituinte de 1946, o Senador da República.

E, de certo, cresceu ouvindo a bela história do seu povo, nas lutas pela reconquista da condição de Vila de Angicos - em 1836, até o definitivo tremu­ lar da bandeira da sua emancipação, conquistada em 1850.

Repergunto-me: a terra, o chão onde se nasce, teria influência no dimensionamento da inteligência humana? E a terra não seria o coração da vida, posto que

“o coração estremece por formas invísveis

”, na conceituação genial de Tobias Barreto?

Angicos, induvidosamente, floresceu na doação de inteligências poderosas. E são angicanos:

- AFONSO BEZERRA . Desaparecido aos 22 anos de idade, à semelhança de estrela que correu, rapidamente, nos céus da noite, edificando, antes, ensai­ os e contos definitivos e constituia-se na mais bela esperança de alto defensor do verbo de Deus.

- Capitão JO S É DA PENHA (tio do Senador). Impetuoso e valente, trazia, no braço, a inexpugnável resistência do cacto, no coração, a sonoridade domi-

nante dos campos, na cabeça, o vigor das novas idéias, e, na voz, o esplendor do Cabugi sob relâmpagos.

Queria, com a argúcia penetrante, a força dos punhos indomáveis e o mag­ netismo da eloquência, mudar o curso da geografia política do Estado, bus­ cando consolidar o império da compostura pública e impor o regime da serie­ dade dos superiores princípios de que se devem nutrir os governos. Morreu lutando pelo ideal em que cria, apaixonadamente.

- PEDRO AVELINO. O notável jornalista. Onde estivesse, fundava jornal, mstrumentando-o com a exata informação e a perfectibilidade dos conceitos. Portador de invejável estilo, primava pela propriedade certa e rica da palavra. Combativo, vibrante, exímio espadachim da pena, enfrentou, no Estado, o ódio e os desmandos de uma oligarquia repulsiva. Fez jornalismo no sul do País e nivelou-se às maiores expressões da grande imprensa brasileira.

- EM ÍDIO AVELINO (irmão de Pedro). Altamente dotado de inteligência, herdando do pai, o amor à ciência do Direito, e autodidata como ele, não lhe foi impossível, pelo pertmaz estudo, o seu relativo domínio, visto que não lhe faleciam, também, obstinação, esforço, luta e fé.

Era um vocacionado para o árduo embate forense, e, irresistivelmente, pre­ destinado à liderança política maior.

Os seus mandatos de Deputado Estadual obedeceram à seguinte cronolo­ gia:

5a Legislatura (1904-1906); 6a Legislatura (1907-1909); 8a Legislatura (1913-1915); e

11a Legislatura (1921-1923).

- ALUÍZIO ALVES. Ex-Deputado Federal e ex-governador do Estado. Atualmente, Ministro de Estado. Jornalista, escritor, corajoso. Magnífico ora­ dor - arquiteto do verbo incandescente junto às esperanças do povo. Depois do Capitão José da Penha, ninguém o suplantou, até agora, no conduzimento das multidões em delírio cívico. Lúcido e irremovível vocação de homem público.

Voltemos a Georgmo Avelino.

Além

“da seiva produzida na bravura orgânica

", como diría, mais tarde, o saber de Dioclécio Dantas Duarte, cresceu também, debruçando-se sobre a fecundidade das várzeas ou sobre a aridez dos vastos ariscos, na soberana visão trazendo a luminosidade do sol da sua terra.

Após o tenaz combate à oligarquia dominante no Estado, ele emigrou, acom­ panhado do seu pai, o jornalista Pedro Avelino.

A oligarquia Maranhão fechou-lhes o espaço no Rio Grande do Norte. Eis o canto de protesto e em homenagem, construído pelo poeta Edinor, ao seu tio Pedro Avelino, cujo jornal fora arrebentado pelas botas dos esbirros policiais da época:

"PEDRO AVELINO

Denodado, investiu contra o governo, quando

No documento Revista do IHGRN 1989-1990-1991 (páginas 95-98)