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ART. 24. – Haverá no Asylo uma sala de lavôr, onde se applicaráõ as educandas a todos os trabalhos de agulha, e outros necessarios e proprios da vida domestica.

ART. 25. – A acquisição da materia prima necessaria para os trabalhos, de que trata o artigo antecedente, ficará á cargo da Commissão Protectora, e na falta de meios para a sua acquisição, será adiantada a sua importancia por conta do subsidio para as despezas do Asylo, para ser depois indemnisada pelo producto dos mesmos trabalhos.

ART. 26. – As obras fabricadas, ou feitas pelas educandas serão vendidas pela Commissão Protectora, e a sua importancia, dedusidos os gastos de producção, fará parte de seu peculio.

ART. 27. – Os dinheiros e valores, que por qualquer titulo, ou origem constituirem o peculio de cada uma educanda, serão apurados e recolhidos a um dos Bancos desta Provincia, ou a alguma caixa economica, ou convertidos em titulos de divida publica, e seus rendimentos accumulados para lhe serem entregues na occasião de sua sahida ou despedida.

No caso de seu fallecimento, reverterá tudo em beneficio do Asylo. CAPITULO VI.

Dos premios e castigos.

ART. 28. – Os nomes das educandas, que se distinguirem por seu comportamento, adiantamento, e pelo seu amor ao trabalho, serão inscriptos em uma lista de honra, que será semanalmente collocada em um quadro, designando-se á margem dos seus nomes a materia em que se distinguirão. Além desta recompensa, serão dadas as que a Regente, as professoras, e a Commissão Protectora julgarem convenientes para crear a emulação entre as educandas.

ART. 29. – A Regente, e as mestras, unicamente poderáõ impôr ás pensionistas e alumnas as seguintes penas:

1ª. A leitura em alta vóz da maxima, preceito moral, ou dever violado. 2ª. A privação da companhia das collegas até 10 minutos nas aulas, nas horas do recreio, ou no trabalho, e preces.

3ª. A posição em pé, ou de joelhos, em quanto as collegas estão assentadas. 4ª. A privação das horas de recreio.

6ª. Eliminação do nome da delinquente da lista de honra.

Ficão inteiramente prohibidos os castigos corporaes; e qualquer pena, que por sua natureza tenda a enfraquecer, ou destruir o sentimento de honra.

CAPITULO VII.

Das mestras, ou professoras do Asylo. ART. 30. – Todas as mestras ou professoras serão internas.

Em quanto, porém, o Asylo não tiver pessoal idoneo, poderáõ ser admittidos professoras externas, inclusive a actual de instrucção primaria.

ART. 31. – É do dever da professora externa, ou interna:

§ 1º. Dar aula no Asylo ás horas, que forem marcadas pela Regente. § 2º. Cumprir, no regimen interno da escola, todas as disposições do Regulamento da instrucção publica, que não forem de encontro ao que é neste determinado.

§ 3º. Concorrer para que entre si, e a Regente, haja a maior harmonia no reciproco cumprimento de seus deveres.

ART. 32. – As mestras, ou professoras externas ficão sugeitas ao regimem do Estabelecimento, e á fiscalisação da Regente, e da Commissão Protectora, que darão parte ao Governo de quaesquer actos, ou pratica que contrariem o fim, e boa marcha do Estabelecimento.

CAPITULO VIII. Do Capellão. ART. 33. – Haverá no Asylo um Capellão.

§ 1º. Sua nomeação será feita pelo Governo Provincial.

§ 2º. Ao Capellão compete, além das funcções religiosas, inherentes á sua missão, a explicação dos Santos Evangelhos ás educandas, em todos os domingos e dias Santos de guarda, antes, ou depois da missa.

CAPITULO IX.

Do regimen interno, policia do Asylo, e das attribuições da Regente. ART. 34. – A direcção e policia interna do Asylo será confiada ás religiosas da invocação do – Sagrado Coração de Maria – , actualmente existentes nesta Capital, ou á outras pessoas, ou corporações, que, na falta destas, ou em qualquer outra circunstancia, o Governo designar. D’entre as mesmas religiosas, uma será a Regente.

ART. 35. – Compete á Regente: § 1º. Toda a policia interna do Asylo.

§ 2º. Advertir, e reprehender ás suas subordinadas, sempre que deixarem de cumprir seus deveres, empregando os meios correctivos necessarios, para que os desempenhem regularmente; e dando parte á Commissão Protectora, nos casos de maior gravidade, do que occorrer, para se providenciar como convier. § 3º. Fazer os pedidos do que fôr indispensavel ao provimento do Asylo, de fórma que não haja falta; e com especialidade do que fôr necessario para o tratamento das pensionistas.

§ 4º. Guardar em seu poder as chaves dos guardas-roupas, e as da dispensa, em que se devem recolher os comestiveis, que forem fornecidos; e fazer distribuição do que fôr preciso para o sustento diario.

§ 5º. Fazer que se conserve o edificio sempre limpo, e aceiado, mandando- o lavar ao menos uma vez por semana, e cuidar igualmente na limpeza e boa conservação de todos os moveis, roupas, e utensis, que lhe forem entregues para o ensino, e especialmente as camas, e vestuario das pensionistas.

§ 6º. Velar no aceio das pensionistas, na sua saude, conservação, e adiantamento.

§ 7º. Fiscalisar o ensino das aulas; dando conta ao Governo, ou á Commissão Protectora, do que achar inconveniente.

§ 8º. Admittir, e despedir, de accordo com a Commissão Protectora, os serventes, e as serventes internas, ou externas, que forem contractadas para o serviço do Asylo. Os mesmos serventes lhe serão immediatamente subordinados, e venceráõ o salario mensal, que pelo Conselho Administrativo, com approvação do Presidente da Provincia, lhes fôr marcado.

ART. 36. – Ninguem poderá entrar no interior do Asylo, ou na escola, sem faculdade da Regente. Exceptuão-se;

1º. O Presidente da Provincia.

2º. A Commissão Protectora, ou algum de seus membros, que terão entrada franca a toda hora do dia.

3º. O Conselho Administrativo, sendo acompanhado da senhora assistente, ou mordoma de semana, ou de mez.

4º. As Commissões que a Assembléa Legislativa Provincial nomear, para examinar o Estabelecimento.

ART. 37. – Nos domingos a Regente facilitará em hora certa, a visita do Asylo, ás pessoas decentes, e conhecidas, e aos parentes, ou protectores das educandas.

ART. 38. – A Regente terá a seu cargo:

§ 1º. Um registro, no qual se inscreveráõ os nomes, idades, filiação, e naturalidade das educandas, e a data do dia da sua admissão.

§ 2º. Um registro, no qual se inscreveráõ diariamente, e debaixo de uma mesma serie de numeros, os nomes por inteiro das pensionistas, e meio- pensionistas, suas idades, naturalidade, e qualidade; os nomes, morada, e profissão de seus pais, parentes, ou tutores, e as condições relativas á sua admissão.

§ 3º. Um registro no qual a mordoma de semana, ou a Commissão Protectora, e os Inspectores nomeados pelo Governo, escrevão suas observações, sobre o estado do estabelecimento, no momento de sua visita.

§ 4º. Um registro em que se notará a presença das meio-pensionistas. ART. 39. – Fica prohibido ás professoras, e á Regente, e do mesmo modo ás serventes, aceitarem qualquer especie de presente dos parentes das pensionistas, ou meio-pensionistas, ou de qualquer outra pessoa estranha.

ART. 40. – No Asylo não poderá morar, ou conservar-se pessoa alguma, além da Regente, professoras internas, educandas, e pessoas empregadas no serviço interno do Estabelecimento.

ART. 41. – Na entrada do Asylo será collocado um pequeno cofre, sob o titulo de – Tronco de beneficencia –, com as condições necessarias para nelle se recolherem esmolas.

§ 1º. As chaves desse cofre ficaráõ á cargo da Commissão Protectora, que verificará mensalmente o seu producto, entregando-o logo ao Conselho Administrativo.

§ 2º. O producto do – Tronco de beneficencia – será com igualdade distribuido pelas educandas gratuitas, e a quota de cada uma será levada á sua conta, para augmento de seu peculio, e posta á juros.

CAPITULO X.

Attribuições do Conselho Administrativo. ART. 42. – Ao Conselho Administrativo compete:

§ 1º. Deliberar sobre tudo que fôr relativo á receita, e despeza, e haveres do Asylo, e sobre a guarda, conservação, e emprego de todos os valores, e objectos.

§ 2º. Arrecadar, e pôr em boa guarda os rendimentos do Asylo, e dar-lhes a competente applicação, ou emprego.

§ 3º. Receber quaesquer dons, legados, ou esmolas, pertencentes ás educandas.

§ 4º. Administrar o peculio de cada uma das mesmas educandas, e promover o seu augmento, dando-lhe util applicação na fórma do artigo 43 § 4º.

§ 5º. Fiscalisar o emprego das quantias applicadas ao consumo do Asylo. § 6º. Fazer escripturar a receita, e despeza do Estabelecimento, e o livro da matricula das educandas; bem como quaesquer outros, que forem necessarios á administração do Estabelecimento.

§ 7º. Apresentar no fim de cada semestre ao Governo da Provincia uma exposição circunstanciada do estado do Estabelecimento, seus empregados, ordenados que estes vencem, e numero das educandas, quer orfãs desvallidas, quer expostas da Santa Casa; e os mappas estatisticos das que entraráõ, ou sahirão, ou infelizmente tenhão fallecido; e annualmente o orçamento da receita e despeza do Estabelecimento.

§ 8º. Representar ao Governo da Provincia sobre tudo que julgar conveniente, para a boa fiscalisação das rendas, e despezas do Asylo, e sua boa direcção.

CAPITULO XI.

Attribuições da Commissão Protectora.

ART. 43. – Compete á Commissão Protectora do Asylo de Santa Leopoldina: § 1º. Velar sobre a manutenção, conservação, e prosperidade do Asylo. § 2º. Promover o adiantamento das educandas, e seu futuro destino; fiscalisar seu ensino, tratamento e emprego.

§ 3º. Ter a seu cargo o sustento, vestuario das educandas, e as despezas respectivas; recebendo mensalmente do Conselho Administrativo uma consignação, que será calculada previamente pelo termo medio dos tres mezes anteriores.

§ 4º. Adquirir a materia prima necessaria para os trabalhos das educandas; promover a venda destes, e arrecadação do seu producto, que será logo entregue ao Conselho Administrativo, depois de deduzidas as despezas da materia prima, com declaração da quota que pertencer a cada educanda, para ter o destino marcado no artigo 27.

§ 5º. Agenciar subscripções, solicitar e colher esmolas, e dons á beneficio do Asylo, ou particularmente do peculio de cada uma educanda; entregando logo o que receber ao Conselho Administrativo, para lhe dar o devido destino. § 6º. Dar conta ao Governo, ou ao Conselho Administrativo de tudo que encontrar de nocivo, ou de irregular, na direcção, e economia do Asylo, e suas aulas.

§ 7º. A guarda do Tronco de beneficencia, na fórma do § 1º do artigo 41. ART. 44. – As senhoras que compuzerem a Commissão Protectora do Asylo de Santa Leopoldina, se revesaráõ, segundo o accordo que tornarem, semanal, ou mensalmente, no serviço á cargo da mesma Commissão; devendo pelo menos haver em cada semana, ou mez, uma senhora, que por elle responda, como assistente, ou mordoma. Os membros adjuntos da Commissão Protectora, se revesaráõ nos trabalhos á seu cargo, acompanhando cada adjunto á respectiva mordoma.

CAPITULO XII. Disposições geraes.

ART. 45. – As educandas reclamadas por seus pais, ou parentes, lhes serão logo entregues, indemnisada a despeza que houverem feito no Asylo, com a sua educação, e sustento até a data de sua sahida.

ART. 46. – Ao tempo em que as educandas estiverem promptas nos seus estudos, e trabalhos, serão entregues á Santa Casa de Caridade, para lhes dar o destino mais idoneo.

ART. 47. – Ficão revogadas as disposições em contrario. Palacio da Presidencia em Porto Alegre 27 de Agosto de 1858.

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LLecionarem Pecionarem Pecionarem Pecionarem Pecionarem Primeiras Lrimeiras Lrimeiras Letras dentro das Colonias Primeiras Lrimeiras Letras dentro das Colonias Petras dentro das Colonias Petras dentro das Colonias Petras dentro das Colonias Provinciais –rovinciais –rovinciais –rovinciais –rovinciais – 1864

Fonte: Collecção das leis e resoluções da província de S. Pedro do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Typ. Do Correio do Sul, Tomo XX, 1864 ( p. 69-70)

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LLEIEIEIEIEI NNNNN. 579 . 579 . 579 . 579 . 579 DEDEDEDEDE 17 17 17 17 17 DEDEDEDEDE M M M M MAIOAIOAIOAIOAIO DEDEDEDEDE 1864. 1864. 1864. 1864. 1864.

Autorisa a Presidencia da Provincia a contratar professores particulares, quer nacionaes, quer estrangeiros, para leccionarem primeiras lettras dentro das coloniaes provinciaes.

João Marcellino de Souza Gonzaga, Presidente da Provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul etc etc.

Faço saber a todos os seus habitantes, que a Assembléa Legislativa Provincial Decretou e eu sanccionei a Lei seguinte:

ARTIGO 1º. – Fica o Presidente da Provincia autorisado a contratar professores particulares, quer nacionaes, quer estrangeiros para leccionarem primeiras lettras dentro das coloniaes provinciaes, devendo o professor saber o idioma predominante na colonia.

ART. 2º. – Serão preferidos para estes contratos aquelles que se acharem habilitados para ensinar a lingua nacional a seus alumnos; porém na falta destes

poderão ser engajados mestres que leccionem na lingua que predominar no districto em que a aula houver de funccionar.

ART. 3º. – As remunerações pecuniáreas arbitradas nos referidos contratos deverão ser proporcionadas ao numero de alumnos gratuitos que houverem de frequentar a escola; porém nunca maior de dous terços dos vencimentos designados aos professores publicos do 1º gráo, podendo ser arbitrado até um conto de réis annual o vencimento dos professores que ensinarem tambem a lingua nacional.

ART. 4º. – A Presidencia poderá formar tantos destes contratos, quantos forem precisos nas colonias de Santa Cruz, Mont’Alverne, Santo Angelo, Nova Petropolis, Santa Maria da Soledade e S. Lourenço, ou que para o futuro se fundarem com emigrantes, com tanto que o seu total em cada colonia se ache na razão de um para cada cem menores de ambos os sexos.

ART. 5º. – Esta despeza ficará pertencendo á verba – colonisação. ART. 6º. – Ficão revogadas as disposições em contrario.

Mando por tanto a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumprão e fação cumprir tão inteiramente como nella se contém.

O Secretario desta Provincia a faça imprimir, publicar e correr.

Palacio do Governo na Leal e Valorosa Cidade de Porto Alegre aos desesete dias do mez de Maio de mil oitocentos e sessenta e quatro, quadragesimo terceiro da Indepedencia e do Imperio.

(L. S.)

João Marcellino de Souza Gonzaga. Nesta Secretaria do Governo foi sellada e publicada a presente Lei aos 17 de Maio de 1864.

Augusto Cesar de Padua Fleury. Secretario do Governo.

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Regulamento do Curso de Estudos das Escolas Normal – 1872 Regulamento do Curso de Estudos das Escolas Normal – 1872Regulamento do Curso de Estudos das Escolas Normal – 1872 Regulamento do Curso de Estudos das Escolas Normal – 1872 Regulamento do Curso de Estudos das Escolas Normal – 1872

Fonte: Apêndice ao Regulamento do Atheneo Rio-grandense. Porto Alegre, Typ. Do Constitucional, 1872 ( p. 82-91)

CAPITULO 1º. Da Escola Normal e Matrícula.

Artigo 1º. – Haverá no edificio do Athenéo uma Escola Normal em a qual se prepararáõ professores de ambos os sexos para a instrucção primaria, cujo curso será de tres annos.

Art. 2º. – O caracter desta escola será principalmente pratico, e o Director por isso mesmo terá sempre em vista a sciencia das escolas; e o seu curso é obrigatorio a todos os que pretenderem o magisterio effectivo do 1º e 2º gráos. Art. 3º. – O ensino na Escola Normal será dividido em 3 annos, e as materias serão distribuidas por cinco cadeiras do modo seguinte:

1º. Instrucção moral e religiosa, leitura, calligraphia, lingoa nacional e pedagogia.

2º. Arithmetica, algebra até equações do 2º gráo exclusivamente, geometria pratica e escripturação mercantil.

3º. Dezenho.

4º. Elementos de geographia e historia universal, historia e geographia do Brazil, e especialmente da provincia.

5º. Noções geraes das sciencias phisicas e naturaes applicaveis aos uzos da vida.

Art. 4º. – Estas materias serão leccionadas em tres annos pelo modo seguinte:

1º ANNO.

1º. Leitura, regras de calligraphia, historia sagrada e da Igreja, grammatica e analyse grammatical.

2º. Arithmetica e suas applicações.

3º. Elementos de geographia (geographia politica e phisica). 4º. Dezenho linear.

2º ANNO. 1º. Analyse grammatical e logica, e pedagogia.

2º. Continuação da arithmetica, e algebra até equações do 2º gráo. 3º. Geographia mathematica, historia antiga e média.

4º. Dezenho figurado e de paisagem.

5º. Principios elementares de phisica e chimica. 3º ANNO.

1º. Continuação da analyse grammatical e logica de autores difficeis, recitação, composição e pedagogia.

2º. Geometria pratica e escripturação mercantil.

3º. Historia moderna, especialmente do Brazil e da provincia. 4º. Geographia do Brazil e da provincia.

5º. Dezenho topographico e d’architectura.

6º. Elementos da historia natural dos tres reinos e geologia.

Art. 5º. – O estudo da algebra e da escripturação mercantil será substituido, para o sexo feminino, pelo de principios theoricos dos trabalhos de agulha, o qual será leccionado pelo professor da 1ª cadeira.

Art. 6º. – A matricula começará no dia 2 de Janeiro e terminará a 31 do mesmo mez, podendo o Inspector geral prorogar este praso por mais trinta dias, para aquelles que provarem não o ter feito antes por motivo justo.

Art. 7º. – Oito dias antes deste praso o Inspector geral fará annunciar a abertura da matricula pelos jornaes da capital.

Art. 8º. – A pessoa que se quizer matricular, deverá apresentar previamente em requerimento ao Inspector geral:

§ 1º. Certidão de baptismo, ou justificação pelo juizo competente com que prove ter idade maior de 16 annos.

§ 2º. Attestado do medico com que prove haver sido vaccinado, ou ter tido bexigas, e que não padece enfermidade ou vicio de conformação que o torne improprio para o ensino.

§ 3º. Attestado do parocho respectivo, com que prove boa conducta moral e religiosa.

§ 4º. Attestado da autoridade policial do districto, com que prove ter tido sempre bom comportamento civil.

Art. 9º. – No requerimento em que pedir matricula, declarará o pretendente o nome, estado, filiação, emprego, residencia e naturalidade. O Inspector geral, verificando a legalidade destes documentos e depois de uma severa syndicancia a respeito das qualidades moraes para exercer o magisterio, admittirá ou não o candidato.

Art. 10. – Admittido o candidato, lhe será marcado dia em que deve mostrar- se habilitado nas materias que constituem o ensino primario do 1º gráo, perante dous examinadores nomeados pelo Inspector geral: este acto será presidido por elle ou por algum dos membros do conselho por elle designado.

Art. 11. – Sendo considerados habilitados os pretendentes, o Inspector geral os mandará matricular.

Art. 12. – A’ vista do despacho do Inspector geral, o director exigirá que lhe seja apresentado o conhecimento da repartição competente, com que prove ter satisfeito a taxa da matricula.

Art. 13. – Nenhuma pessoa poderá ser admittida sem pagar annualmente 30$000 rs., em tres prestações: a 1ª na occasião da matricula, a 2ª no 1º de Junho e a 3ª no 1º de Outubro: exceptuão-se os orphãos ou filhos de professores pobres, a quem a Presidencia da Provincia poderá mandar admitir com a metade da contribuição ou sem esta.

Art. 14. – Haverá tres livros, um para matricula de cada um dos annos do curso, todos abertos, numerados, rubricados e encerrados pelo director da Escola. Art. 15. – A despeza com o material da escola correrá por conta dos cofres publicos.

CAPITULO 2º. Do Director.

Art. 16. – Para exercer o cargo de Director, o Presidente da Provincia nomeará d’entre os professores da Escola o que lhe merecer mais confiança pelas condicções moraes, illustração, e experiencia precisas a o exercicio do cargo.

Art. 17. – São obrigações do director:

§ 1º. Apresentar-se na Escola um quarto antes da hora designada, e n’ella demorar-se todo o tempo em que funccionarem as aulas; e no caso de impedimento participar com antecedencia ao Inspector geral para providenciar a respeito.

§ 2º. Leccionar as materias do anno que lhe pertencer como professor. § 3º. Remetter ao Inspector geral, no ultimo dia de cada mez, uma nota sobre o comportamento, applicação e assiduidade dos professores e alumnos, especificando o numero de suas faltas.

§ 4º. Satisfazer as requisições que lhe forem feitas a bem do ensino ou esclarecimentos das autoridades superiores.

§ 5º. Cumprir as ordens que lhe forem transmittidas, relativas ao ensino, disciplina e policia da Escola.

§ 6º. Inspeccionar e syndicar sobre a conducta dos alumnos dentro e fóra da Escola, o que será objecto de sua particular attenção.

§ 7º. Dar parte immediatamente ao Inspector geral de qualquer occurencia que se dê na Escola, para este tomar as providencias.

§ 8º. Enviar ao Inspector geral até o dia 20 de Dezembro um relatorio circunstanciado do estado e necessidades da Escola, acompanhado de um mappa geral de todos os alumnos que se matricularão, com o numero, nome, frequencia, aproveitamento e resultados dos exames.

§ 9º. Apresentar ao Inspector geral, dous mezes antes da reunião ordinaria da Assembléa Legislativa Provincial, um relatorio circumstanciado do estado litterario e economia da Escola, indicando os melhoramentos que julgar convenientes.

§ 10. Dar a cada professor, no principio do anno lectivo, uma lista dos alumnos matriculados na respectiva aula.

§ 11. Rubricar mensalmente a folha do pagamento, a qual deve organisar, notando na mesma os pontos dos professores para o competente desconto nas gratificações.

§ 12. Organisar o regimento interno da Escola para ser presente ao Presidente da Provincia, depois de approvado pelo Conselho Director.

§ 13. Remetter ao Inspector geral, no principio do anno lectivo, uma lista de todos os alumnos matriculados em qualquer das aulas do curso.

§ 14. Encerrar todos os dias, com sua rubrica, o livro do ponto.

§ 15. O Director será substituido nos seus impedimentos até oito dias por quem o Inspector geral designar; e por maior espaço de tempo, por quem o Presidente da Provincia, á requisição do Inspector geral, designar.

Por cada falta que dér, excedente a tres dias, soffrerá na sua gratificação o