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A primeira loja que analisaremos é A Legítima Super 10, localizada na Rua Dr. Bozano, no bairro Centro. Comercializa tanto artigos de vestuário (requisito para a participação em nossa análise) quanto de cama, mesa e banho, utensílios

domésticos, decoração

doméstica, etc.

Como forma de

reconhecimento, A Legítima Super 10 utiliza um anúncio de identificação que se estende por toda a parte superior da fachada, um outro lateral e dois anúncios verticalizados que pendem da parte superior da fachada.

Fachada da loja A Legítima Super 10.

A cor predominante em todos esses anúncios é o vermelho, considerado uma cor excitante e que, segundo Kandinsky (1996), além de transmitir a energia e a intensidade, possui uma potência inigualável. Entre as cores primárias fundamentais propostas por Arnheim (2005), o vermelho é a que mais proporciona destaque às imagens, devido à sua capacidade de “avançar” no sentido do espectador - ao contrário do azul, por exemplo, que realiza um movimento contrário a esse.

Observando os anúncios de identificação, podemos ver que o fundo vermelho proporciona destaque tanto às bordas brancas utilizadas nos textos quanto no entorno das imagens. “Em se tratando da cor, não nos surpreendemos em descobrir que um vermelho saturado favorece a figura mais fortemente que um azul saturado; isto corresponde à tendência geral do vermelho de avançar e do azul de se retrair” (ARNHEIM, 2005, p. 221).

Outra cor bastante utilizada é o branco, existente no fundo das imagens dos produtos que estão aplicados na fachada e nas bordas dos textos que identificam e descrevem a loja. Há também a presença de preto nos textos, o que nos permite perceber que o criador da fachada buscou equilibrar o fundo vermelho (que poderia ser até mesmo invasivo) com outros tons mais neutros.

É na “mascote” da empresa, utilizado em todos os anúncios de identificação, que encontramos o amarelo - outra cor primária fundamental e que segue o princípio convocativo. Segundo Kandinsky (1996), o amarelo é um matiz que excita o homem coercitivamente, não possuindo muita profundidade - justamente contrário a isso. Diante da dimensão do boneco em relação tamanho do anúncio principal e nos demais, podemos acreditar que sua presença cria um ponto de cor na imagem, chamando a atenção para si e buscando atenção para a mascote da empresa.

Ao observarmos as formas utilizadas, podemos perceber que a maioria das linhas é reta, criando uma configuração visual simples e bastante linear. Isso ocorre tanto nos textos, que utilizam fontes com ângulos mais retos e linhas alongadas, configurados no plano de forma horizontal e reta. Isso caracteriza o que Arnheim

(2005) determina de Lei da Simplicidade, cujos elementos se configuram na direção horizontal no plano visual.

Além disso, as linhas horizontais “espalham” movimento por toda a imagem, ocupando-a e transmitindo a sensação de ir e vir num mesmo sentido. Nesse sentido, Kandinsky (1997) afirma que as linhas são um dos principais elementos que adicionam dinâmica às imagens planas.

Seguindo o padrão anterior, as imagens utilizadas também são configuradas na forma retangular, e têm como função demonstrar ao público-alvo os artigos comercializados ali antes mesmo de sua entrada na loja. A única presença que “quebra” essa linearidade total é a circunferência em torno do algarismo 10 no nome do estabelecimento que, mesmo em tese sendo uma forma equilibrada, é aplicada de forma oblíqua.

Sobre a obliquidade, Arnheim (2005) afirma que "a orientação oblíqua é provavelmente o recurso mais elementar e efetivo para se obter tensão dirigida" (ARNHEIM, 2005, p. 417). Em meio às tantas linhas retas utilizadas no anúncio, a configuração do círculo em orientação oblíqua cria um ponto dinâmico na imagem e quebra a linearidade da leitura.

Destacamos, por fim, o uso da nota de R$10,00 (dez reais) junto a mascote da empresa. Essa é uma prática proibida pelo Banco Central do Brasil, segundo divulgado em sua Cartilha de Treinamento. A Lei nº 4.511, artigo 13, estabelece que imagens impressas que se assemelham ao dinheiro brasileiro precisam de aprovação do Banco Central do Brasil para sua veiculação. Isso, segundo a instituição, é uma forma de garantir a integridade da imagem da moeda brasileira como um símbolo de identidade nacional.

Quanto à tensão, podemos avaliá-la nessa fachada em seus três aspectos: proporção, forma e orientação, segundo Villafañe (2006). Quanto à proporção, podemos dizer que os elementos visuais são proporcionais entre si, mantendo tamanhos adequados diante do plano visual, mantendo espaços de intervalo razoáveis, sem que a imagem fique poluída com tantos elementos. As imagens dos produtos também são todas proporcionais entre si e proporcionais ao tamanho do plano; isso tem variação no anúncio verticalizado, onde as imagens ficam mais “apertadas” para que todas possam se adequar ao espaço.

As formas em sua maioria são bastante lineares e equilibradas; isso só é alterado no caso do elemento circular ao redor do número 10, um círculo irregular -

que provoca mais dinamicidade ao plano visual, pois quebra a monotonia das linhas e ângulos retos. A mascote, com suas curvas e irregularidades, também acrescenta mais dinamicidade ao quadro.

Outro ângulo da fachada da loja A Legítima Super 10.

Por fim, a orientação, segundo Arnheim (2005), predominantemente horizontal do plano visual está ligada ao repouso, enquanto o contraponto provocado pelo círculo em orientação oblíqua foge ao eixo horizontal-vertical, agregando mais dinâmica ao anúncio de identificação e “quebrando” sua monotonia.

Como último elemento da Teoria da Imagem em análise nessa pesquisa, verificaremos a dimensão dos elementos visuais do plano. O nome da loja, sua marca, é o maior elemento em todos os anúncios de identificação utilizados pelo comércio; em seguida, vem a “mascote” da empresa, o boneco, que é utilizado em

uma dimensão pequena no

anúncio principal,

porém tem tamanho

destacado nos demais

anúncios que são menores.

Por último, as imagens dos

produtos são os menores

elementos: por serem

muitas, a maneira de

encontrada foi de utilizá-las em tamanho menor e igual, demonstrando que todas possuem a mesma importância para o estabelecimento.

Além dos anúncios de identificação, A Legítima Super 10 faz uso de adesivação em ambas as portas frontais, seguindo o padrão visual dos anúncios de identificação, e também de adesivos identificando as bandeiras de cartões de crédito e débito ali aceitas. Destacamos, também, como elementos extra-fachada a presença de um poste com uma infinidade de fios a ele conectados bem em frente ao estabelecimento, e também de um container de lixo próximo à calçada.

Em suma, a fachada da loja A Legítima Super 10 tem como predominantes dois aspectos: a cor, que aparece apenas no fundo, deixando os demais elementos em tons neutros; e a fonte escolhida, composta por linhas retas e alongadas e que utiliza linhas de contorno para se destacar diante do fundo. A marca da empresa também não recebe grande destaque, ficando restrita ao nome da loja em tamanho grande e com sua “mascote” símbolo ao lado.

É uma fachada que utiliza poucos elementos visuais diferenciados, tornando a cor vermelha protagonista do anúncio de identificação, demonstrando que os esforços de captar a atenção do público e comunicar-se com ele se focaram nesse aspecto visual. Dessa forma, composições visuais mais ousadas - como as de alta dinamicidade, por exemplo - não foram utilizadas pelo comércio em questão, mantendo um anúncio equilibrado, com predomínio da linearidade e da Simplicidade proposta por Arnheim (2005).

3.2 ALTERNATIVA ECONÔMICA

A “Alternativa Econômica”, loja que comercializa essencialmente itens de vestuário feminino, está localizada na esquina das Rua Venâncio Aires e Rua Floriano Peixoto, num ponto central do comércio de Santa Maria.

O estabelecimento possui apenas um grande anúncio de identificação, que se estende por toda a fachada da loja, seguindo suas faces laterais e a parte central da esquina. O restante da fachada possui “listras” largas na cor amarela, alternando com as paredes brancas e as portas e vitrines de vidro.

Fachada da loja Alternativa Econômica.

As

duas cores

predominantes nessa fachada são o amarelo, presente nas faixas coloridas e no anúncio de identificação, e o rosa, matiz principal utilizada no anúncio. Sobre o amarelo, conforme já abordamos acima, podemos afirmar que é utilizado para chamar a atenção do público que, segundo Kandinsky (1996), irradia luz, na captação do olhar do espectador de forma - até mesmo - coercitiva.

Já o cor-de-rosa, mais conhecido popularmente apenas como rosa, é ligado à essência feminina, sempre próximo dos conceitos de particularidades da mulher. Portanto, justifica-se seu uso nesse anúncio já que essa é uma loja voltada para o público feminino, a quem corresponde tradicionalmente os itens de vestuário ali comercializados. O preto também está presente nesse anúncio, e carrega consigo a responsabilidade de identificar o nome da loja e os números a que se referem os preços praticados - contrastando a sua sobriedade com a saturação das cores utilizadas no restante da composição.

Para fins desse estudo, a utilização do preto não possui outra justificativa que senão dar evidência aos textos diante do fundo amarelo, já que o uso de outras

cores poderia confundir a leitura – e, assim, a mensagem não ser compreendida integralmente pelos transeuntes.

Sobre as formas utilizadas, não há muita variação: o anúncio de identificação, com seu fundo rosa, é retangular e se estende com igual largura por toda a fachada. Isso transmite ao olhar a sensação de continuidade, um movimento próprio das linhas retas; também atribui equilíbrio, além da noção de direção explicada por Arnheim (2005).

A outra forma utilizada é o círculo, tanto em sua forma tradicional, o “círculo perfeito”, quanto na versão mais alongada horizontalmente, utilizada no elemento que compreende o nome da empresa. Esse círculo perfeito, considerado por Arnheim (2005) o padrão visual mais simples, dada sua total simetria que parte do centro, não opta por nenhuma direção: mantém-se neutro. “A perfeição da forma circular atrai a atenção” (ARNHEIM, 2005, p. 165).

Já no caso do círculo "achatado" da marca, podemos ver que a forma assume uma direção: a horizontal; por isso, acrescenta-se mais dinâmica à imagem, visto que o padrão tradicional é rompido. Quanto à fonte utilizada, não há muita emoção: a tipografia escolhida mistura linhas retas com ângulos mais curvados - o que foge da seriedade transmitida pelos ângulos retos sem ser uma escolha ousada.

No que diz respeito à tensão do quadro, analisaremos novamente proporção, forma e orientação, conforme a definição de Villafañe (2006). As proporções dos elementos visuais podem ser consideradas equilibradas: os círculos com os números, por estarem presentes em número superior, são menores; o símbolo da marca é maior e recebe mais destaque na composição. A única proporção levemente distorcida ocorre no texto dentro dos círculos, cujos números "tocam" as linhas - o que dá uma impressão visual de aperto, de acúmulo de elementos no mesmo espaço.

Quanto às formas, o padrão circular “perfeito” é o mais utilizado, com espaços iguais entre si e intercalando as distâncias verticais e horizontais, o que proporciona uma interpretação visual mais dinâmica. Além disso, a inserção da marca entre a continuidade de círculos quebra o padrão visual, aumentando a dinamicidade dentro do possível.

Por último, podemos concluir que a orientação da imagem é estritamente horizontal, com linhas horizontais de círculos, um círculo “achatado” horizontalmente e um anúncio linear e horizontal.

No que diz respeito à dimensão dos elementos, podemos concebê-la como hierarquizadora da sua importância para o anúncio. A marca, composta pelo nome e o círculo “achatado”, é o elemento de maior dimensão, ocupando para si um espaço considerável na fachada. Os outros círculos e seus textos são o segundo maior elemento (devido à importância atribuída à divulgação dos preços para esse tipo de negócio), e ocupam um espaço simétrico na fachada.

A fachada conta também com manequins, que são expostos nas vitrines de vidro, e alguns “cartazes”, componentes efêmeros compostos por folhas de papel branco A4 e impressão preta, divulgando as promoções da loja naquele período. Além disso, há vários spots de iluminação acima do anúncio de identificação.

Como elementos extra-fachada, temos a presença de uma placa de identificação das ruas, dada que essa é uma esquina, de um lixeiro utilizado pelos pedestres e de um poste. Ambos os três encontram-se na calçada do empreendimento, além de rampas de acesso para cadeirantes.

Em linhas gerais, é uma fachada bastante convocativa ao público-alvo, pois une a energia do amarelo com a cor rosa que, em tese, gera identificação com o público feminino pretendido pela loja. A dinamicidade do anúncio fica por conta da irregularidade na forma da marca, e com o alinhamento diferenciado dos círculos que contém os preços.

Através da fachada, a empresa busca captar a atenção do público através do “argumento” financeiro, já que utiliza para isso uma configuração visual mais dinâmica e tensionada – através dos círculos com numerais que se referem aos preços, posicionados de forma dinâmica. Ainda assim, conferindo maior dimensão ao nome do comércio, deseja que o público-alvo conheça e reconheça sua marca.

3.3 ATACADO 10

Como terceiro objeto de nossa análise, temos o “Atacado 10”, loja localizada na Rua do Acampamento - uma das áreas centrais de comércio mais conhecidas em

Santa Maria. O estabelecimento comercializa artigos de vestuário no geral, voltados tanto para o público adulto quanto infanto-juvenil.

Sua fachada possui dois anúncios de identificação, instalados na parte superior da instalação: um retangular horizontal, cobrindo toda a parte superior e outro retangular verticalizado, instalado sobre a porta. Em aspectos gerais, essa é a mais simples entre as fachadas que iremos analisar, já que é composta por apenas três elementos visuais.

Fachada da loja Atacado 10.

As cores utilizadas não

diferem das vistas até agora: o amarelo é utilizado no fundo, devido à sua potência instantânea de captar a atenção dos espectadores, aproximando-se quase que visivelmente deles, segundo o que afirma Kandinsky (1996). Por ser uma cor essencialmente quente, é estimulante dos sentidos, e por isso possui esse poder de atração tão característico.

O vermelho, sendo também uma cor quente, possui em si, segundo Kandinsky (1996), tudo o que há de mais intenso: uma energia sem limites, transbordante. No caso desse anúncio de identificação, o vermelho é utilizado para chamar a atenção para o texto inferior - já que, por ser menor do que o superior, poderia passar despercebido; desconsiderado como informação relevante pelo leitor. A última cor utilizada é o preto: mais favorável para fins de leitura diante do fundo amarelo, o texto em preto é inconfundível - principalmente por conta do

contraste com o fundo amarelo. Devido ao seu caráter imóvel, conforme Kandinsky (1996), o preto é uma cor sem muitas possibilidades, um tanto “insensível”, que acaba conferindo à fachada um peso visual.

Quanto às formas, não há muito para abordar além da fonte utilizada, que mistura linhas e ângulos retos com círculos perfeitos nos números ovalados. Sobre os ângulos retos, Arnheim (2005) define-os como simétricos - e por isso se tornam os mais simples entre os ângulos -, pois decorrem da estruturação vertical e horizontal, as primeiras por nós reconhecidas em um espaço. Assim, todos as formas seguem um padrão visual estritamente linear, com ausência de grandes emoções - a simplicidade reina absoluta nesse anúncio.

A tensão desses anúncios de identificação segue novamente o esquema proposto por Villafañe (2006): proporção, forma e orientação. As proporções do anúncio são bastante equilibradas, pois o nome da loja configura-se como o maior elemento; enquanto o texto de apoio (o que descreve o tipo de comércio) é caracterizado pelo tamanho menor - dada a relevância de cada um para a fachada. O tamanho de ambos os textos também é proporcional ao do anúncio - e da fachada, que possui tamanho reduzido diante das demais.

Sobre a dinamicidade das formas, podemos considerar que esse é um anúncio de formas pouco dinâmicas. Tudo é bastante linear e simples, com ângulos retos, linhas idem e com poucos círculos perfeitos - tudo extremamente equilibrado. Por último, ao observarmos a orientação visual, podemos rapidamente concluir que é horizontal, dada a linearidade do anúncio e a orientação que seus textos seguem - que acabam por ditar a orientação visual, dado que são os únicos elementos além do fundo.

Quando tratamos o último tópico analisado, a dimensão, temos facilidade na análise: o elemento com maior dimensão é o nome da empresa; essa enfatização demonstra interesse para que o público memorize o nome da loja. O elemento de menor dimensão é o texto de apoio, que explica a faixa de preços ali praticada - algo muito importante para o estabelecimento, considerando que o comércio em questão é voltado para as classes populares.

Além disso, nos elementos extra-identificação, podemos visualizar a presença de manequins infantis e adultos, que demonstram uma amostra dos produtos que são comercializados, instigando o consumidor a entrar no estabelecimento. Fora

isso, a outra presença é de uma árvore em frente ao local que, mesmo pequena, “atrapalha” visualmente quem transita pelo outro lado da calçada e visualiza a loja.

Em termos gerais, esse anúncio adota um modelo bastante simples: fundo colorido, nome da loja em destaque e texto de apoio menor, sem ornamentos ou demais artefatos estéticos. É uma fachada um tanto monótona visualmente, pois não possui elementos dinâmicos e resume-se em poucos aspectos visuais… Porém, podemos dizer que cumpre seu papel informacional, pois a leitura do anúncio proporciona uma pronta identificação do nome da loja e para qual público-alvo é voltada - identificando-se ou não com esse tipo de comércio.

3.4 BIG 10

Com uma das aparências mais marcantes em nosso estudo, a loja Big 10 fica localizada na Rua Venâncio Aires, área de comércio central em Santa Maria. Comercializa uma infinidade de itens de vestuário, calçados, acessórios e cama, mesa e banho.

O estabelecimento possui dois anúncios de identificação, ambos localizados na parte superior da fachada: um deles angular, se projeta para frente - tornando-se, assim, visível para quem transita a pé em ambos os sentidos; atrás desse, encontra- se outro grande anúncio, que fica visível somente para quem está próximo da loja. Analisaremos, portanto, apenas o anúncio exterior, já que ele pode ser visto pelos transeuntes de qualquer posição - sendo, provavelmente, visto antes do anúncio “interior”.

A composição de cores do anúncio, à primeira vista, já nos remete aos estudos de Arnheim (2005), quando o autor reforça o conceito de cores primárias fundamentais, consideradas puras e indivisíveis: amarelo, azul e vermelho.

Fachada da loja Big 10.

Uma vez que as três primárias fundamentais são indivisivelmente puras, elas não podem se relacionar reciprocamente com base em um denominador comum. Cada uma delas exclui completamente as outras duas. A única maneira na qual se pode dizer que se atraem reciprocamente é por seus desempenhos como membros de uma tríade complementar (ARNHEIM, 2005, p. 341).

Ou seja, a combinação das três cores poderia ser considerada, na visão de Arnheim (2005), uma composição equilibrada - já que o autor afirma que quando apenas duas são utilizadas, a presença da terceira é mentalmente requisitada para equilibrar o peso visual.

Dada a presença do amarelo e vermelho em outras fachadas, e de suas descrições até então, nos atentaremos ao elemento novo: o azul. Considerado por Kandinsky (1996) o extremo oposto do amarelo, é dado como uma cor distanciadora, retraída, muito mais profunda - num movimento interiorizado e dirigido a si mesma. Diante dessas características, podemos considerá-la uma cor calma, ligada ao espiritual, até mesmo sobrenatural.

Para esse estudo, consideraremos também a opinião de Arnheim (2005), quando argumenta que o azul é uma cor muito menos pesada do que o vermelho; sendo, muitas vezes, “refrescante” para os olhos… E é esse uso do azul que nosso estudo abarca: diante de toda intensidade da combinação de amarelo + vermelho, é ideal que haja uma terceira cor para que o quadro tenha um contraponto e,

principalmente, equilíbrio. É aqui que esse matiz entra: acalmando e agregando mais leveza ao anúncio.

Além disso, desde a infância nosso conhecimento acerca do universo das cores inicia na tríade amarelo, azul e vermelho: as cores primárias, de onde surgem as combinações que tornam possíveis todas as outras cores. Talvez, por isso, sejam cores às quais estamos mais acostumados - até mesmo quem não teve uma educação aprimorada quanto ao estudo das artes. Esse pode ser considerado um dos motivos pelos quais o comércio popular utiliza as cores primárias em suas composições.

O branco, última cor a compor o anúncio, é utilizado para destacar os textos; tanto no fundo azul, com a utilização da borda vermelha para promover um destaque

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