Mestre Marçal foi sem dúvida uma grande influência para muitos percussionistas, ritmistas e até cantores brasileiros. O objetivo deste capítulo é fazer um breve relato de alguns dos grandes ritmistas/percussionistas que tinham relação próxima ao Mestre Marçal, seja através do convívio próximo, tocando ou gravando, seja por conhecê-lo somente através de gravações que serviram de influência e inspiração. Essa influência será demonstrada através da identificação de traços idiomáticos da performance de Mestre Marçal ao tamborim encontrados na execução dos músicos citados a seguir.
A primeira música é de autoria do cantor e compositor João Bosco, artista que teve em suas gravações a presença constante de Mestre Marçal. O título da música é
De Mamadeira do CD Malabarista do sinal vermelho, do ano de 2003, lançado pela
Sony Music. Nessa faixa os tamborins são tocados por Marçalzinho e também por Robertinho Silva.
A influência de Mestre Marçal está aqui sintetizada em alguns poucos compassos, valorizando a entrada dos tamborins, que ocorre no terceiro compasso da volta da parte A, excluindo-se assim a introdução do violão e voz, que na partitura foi adaptada para trombone. O violão aparece numa levada que sugere batida de partido alto e, neste caso, mantém a regularidade da levada transcrita. Logo na primeira parte da letra A aparece o primeiro instrumento de percussão, que é o Tantã44.
Na sequência aparecem os dois tamborins, cada qual com sua própria levada, acompanhando a melodia e o violão. A levada do tamborim da linha superior indica que este ficará mais constante, ou seja, uma forma mais padronizada em cima da levada do teleco-teco como ilustrada nos compassos de números 5 a 8, como mostra a Figura 123.
44 ³'HDILQDomRJUDYHHOHWHPDIXQomRGHPDUFDURULWPRGDPHVPDIRUPDTXHRVXUGRQRVFRQMXQWRV de VDPEDWUDGLFLRQDLV´%2/2S
Já no tamborim da linha inferior, observamos maior liberdade em relação à interpretação ± que, no curto trecho mostrado na Figura 122 remete em uma das variações utilizadas pelo trio Luna, Elizeu e Mestre Marçal.
Figura 124: Variação de tamborins utilizadas por Luna, Elizeu e Marçal.
Nota-se que no compasso de número 9 aparece a haste com x, que denota o
rim-shot (pele e aro tocados simultaneamente), outro elemento característico do toque
de Mestre Marçal.
Figura 125: De Mamadeira, tamborins. 0:49-0:59 (faixa 51 do CD).
Percussionista profissional desde 1976, Humberto Cazes (ou, como é conhecido artisticamente, Beto Cazes) tem uma carreira bastante sólida, seja em estúdio de gravação, seja nos palcos, tocando com grandes nomes da música popular brasileira.
O próximo exemplo é uma gravação de 1996 do CD Zé Keti: 75 anos de
samba (último antes da morte do compositor), produzido por Henrique Cazes e lançado
pela gravadora Rio Arte Musical. A música que iremos ilustrar é Leviana, com participação especial do cantor e compositor Wilson Moreira. Somente a introdução será mencionada aqui, apesar de a levada reaparecer no final da música. Optamos pela introdução devido à interação de outros instrumentos com os tamborins ser menor e de melhor compreensão.
Beto nos confidenciou tempos atrás, em conversa informal, que aprendeu essas levadas com o Mestre Marçal durante um período em que estavam gravando juntos.
E o meu interesse e minha admiração pelo trabalho do Marçal, Nilton Delfino Marçal, Mestre Marçal, começou mais ou menos em 1986. Minha aproximação com ele foi quando comecei a produzir com um pesquisador japonês, Katsunori Tanaka, que eu havia conhecido no Japão em 1985. Em 86 a gente começou a fazer uns discos de samba aqui no Rio. Fizemos um disco do Wilson Moreira, um do Nelson Sargento e outro da Velha Guarda da Portela. Nos discos do Wilson Moreira e Nelson Sargento, nós gravamos, eu gravava de pandeiro as bases e chamávamos sempre o trio dos grandes percussionistas de samba da época, Luna, Marçal e Elizeu, o trio mítico da percussão de samba, e eles botavam os complementos de percussão, tamborins, cuíca, agogô, etc. A gente gravava a base, eu de pandeiro, o gordinho de surdo e depois eles botavam as percussões. E eu ficava muito no estúdio olhando o trabalho deles, e tinha uma determinada batida que os três faziam que se completavam e dava pra perceber, ouvindo de uma gravação que eles tinham feito com o cantor Monarco na década de 70. (CAZES, 2015)
Os tamborins da gravação de Leviana foram usados com diferentes afinações, o primeiro com a afinação bastante alta, enquanto o segundo tamborim tem afinação média, ambos com pele de couro animal. Ouvindo a gravação em estéreo, em 2 canais separados, são perceptíveis as diferenças e a junções entre ambos.
Figura 126: Tamborins, Beto Cazes, Leviana. 0:01-0:09 (faixa 52 do CD).
Cazes descreve sobre a estrutura do trio de tamborins:
Eu percebi nas gravações e na convivência com Marçal, Luna e Elizeu (os três tamborins mais clássicos do samba) que eles faziam uma célula. Geralmente dois desses tamborins faziam uma célula que era repetida e que era deslocada dentro do compasso. Elas começam em lugar diferentes essas células, que juntas se completavam espetacularmente [...] Uma iniciava no tempo e a outra no contratempo. Eles faziam isso instintivamente mas que dava um resultado muito incrível. Em termos de polirritmia e de complemento dentro do samba principalmente na gravação do samba enredo. [...] Fazer a introdução com essa rítmica e eu gravei com dois tamborins de couro, mas com afinações um pouquinho diferentes e gravando no estéreo em 2 canais bem separados para notar mesmo essa diferença dos dois e a junção. Tanto no começo da música como no final acaba fazendo essa composição rítmica, que, embora sendo com a mesma célula, ela deslocada dentro do compasso dá uma impressão espetacular. Eles faziam instintivamente, isso era uma coisa que o Mestre Marçal devia fazer desde que ele existia (CAZES, 2015).
Figura 127: Beto Cazes e Mestre Marçal gravando em 1986. Fonte: Arquivo Beto Cazes.
Marcos Esguleba e Mestre Trambique tocaram juntos na banda que acompanhava Mestre Marçal. Músicos sempre presentes nas gravações de estúdios, esses dois fazem dobradinha na percussão do Grupo Semente, cujo primeiro CD homônimo foi lançado recentemente, e que com frequência acompanha a cantora de samba Teresa Cristina. Neste CD do Grupo Semente aparece uma composição do
Mestre Trambique em parceria com Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro. O nome da música rende homenagem ao mestre ± titulo da música: Mestre Marçal.
Tomaremos como exemplo Nas asas da canção, composição de Dona Ivone Lara e Nelson Sargento. A gravação é de 2001, do álbum Nasci pra sonhar e cantar, de Dona Ivone Lara, para o selo Natasha Records. A participação de Esguleba e Trambique aparece logo na introdução instrumental, onde há um diálogo entre os dois tamborins, ambos utilizando pele de couro animal. O diálogo reaparecerá na entrada da voz de Dona Ivone Lara. Ilustraremos o trecho em que somente estão presentes os tamborins, juntamente com o surdo, a melodia e o acompanhamento do violão. Os tamborins neste trecho são bastante perceptíveis, assim como em Leviana, pois a quantidade reduzida de outros instrumentos ajuda no entendimento da execução.
Figura 128: Transcrição de melodia e tamborins, Nas Asas da Canção. 1:13-2:07 (faixa 53 do CD).
Na transcrição ilustrada na Figura 126 é importante ressaltar que os tamborins transcritos se referem somente ao primeiro retorno, ou seja, casa 1 na forma
da canção. O que seria a repetição da letra A (começo da música) não está transcrito e, portanto, os tamborins foram omitidos, somente retornando no segundo pentagrama da segunda página (casa 2). Observa-se aqui que somente no início e no final os tamborins estão convencionados com a mesma frase.
Na zona leste da cidade de São Paulo, mais precisamente no bairro de São Mateus, reduto de grandes sambistas e ritmistas, foi criado na década de 1990 o Trio de Tamborins de São Mateus por Jorge Bernardino da Cruz (Jorge Neguinho), Gerson Martins Dias (Gerson da banda) e Ivisson José Pessoa Bezerra (Ivisson Casca). Este trio de tamborins pode ser ouvido nos discos do Quinteto Branco e Preto (grupo que ao longo dos anos virou referência do samba em São Paulo, do qual Ivisson foi um dos fundadores) e também do Berço do Samba de São Mateus e da cantora Beth Carvalho, entre outros.
Gravado em 2001, Nome Sagrado é o CD da cantora Beth Carvalho, lançado pela gravadora Jam Music em homenagem ao cantor e compositor Nelson Cavaquinho. Dentre os ilustres convidados, está o Trio de Tamborins de São Mateus, que Beth compara com a formação clássica, integrada por Luna, Elizeu e Mestre Marçal45.
'LDVUHODWD³$JHQWHWHYHDKRQUDGHWHQWDUUHSURGX]LUDOJXPD coisa dentro daquela ideia que o trio fazia. Foi um marco na vida da gente de cada um de nós como músicos´ Também sobre o convite de Beth Carvalho para gravar, Bezerra (2015) GHFODUD ³&ODUR TXH QXQFD YDL VHU D PHVPD FRLVD TXH HOHV ID]LDP LPSRVVtYHO SHOo talento e genialidade que eles tinham. A gente tentou da nossa maneira aqui reproduzir e até hoje tenta fazer o trabalho que eles faziam. No caso do ritmo a gente se inspira muito neles´.
Durante uma sessão de gravação que participei com o Trio de Tamborins de São Mateus, solicitei ao trio que reproduzisse as três inspiradoras levadas que eles
45Disponível em:
<http://cultura.estadao.com.br/noticias/musica,beth-carvalho-canta-nelson-cavaquinho,20011009p6271>. Acesso em: 26 mai. 2015.
utilizaram em gravações. No vídeo registrado, Ivisson tocou a primeira linha, mais aguda, Jorge tocou a segunda, média, e Gerson, a terceira, no grave. A transcrição do trecho se encontra na Figura 127.
Figura 129: Tamborins de São Mateus.
Bezerra relata claramente a influência musical que Mestre Marçal tem em sua formação:
Mestre Marçal foi importantíssimo na minha vida, porque os discos dele influenciaram muito minha carreira musical, aprendi a escutar muito nos discos dele, aprender os sambas, as levadas, também a época do Carnaval quando ele era mestre de bateria, que via os desfiles pela Rede Manchete das baterias que ele comandava e a gente ficava maravilhado com a postura do Mestre Marçal e o respeito que todo mundo tinha. Então, é... Tenho um agradecimento a esse mestre porque ele foi essencial na minha vida e inspirou como sambista e como artista (BEZERRA, 2015).
Registramos aqui a admiração de Gerson, que sempre elogiou Mestre Marçal informalmente:
Grande importância na minha vida, na minha formação como músico. Eu que desde criança já venho escutando aquelas gravações do Mestre Marçal. Ora tocando pandeiro, ora tocando cuíca, enfim, era um multi- ritmista (sic). E um bom gosto nas frases, e tudo que tocava, tocava bem. Eu cresci nessa atmosfera do samba, ouvindo o Mestre Marçal. Quando eu tive o contato com o trio Luna, Marçal e Elizeu, através dos tamborins do disco do Partido em 5 e em várias outras gravações, fiquei encantado (DIAS, 2015).
Um grupo de jovens músicos de São Paulo resolveu formar em 2011 o grupo Cadeira de Balanço, cuja finalidade era desenvolver uma maneira diferente de tocar o choro com roupagem mais moderna, segundo um dos membros do grupo, o percussionista Rafael Toledo. No ano seguinte, gravaram o primeiro CD, com o nome de Bagunça Generalizada.
Além de Rafael, o grupo conta com dois outros grandes talentos na percussão: Léo Rodrigues e Douglas Alonso. Este trio é bastante requisitado para os mais diversificados projetos musicais da cena paulistana. Completam o grupo o flautista Enrique Menezes, o violão de sete cordas Gian Correa e Henrique Araújo, cavaco/bandolim. Segundo Toledo:
Escutando no samba, não tem como você não se identificar com o que Mestre Marçal fazia, não se emocionar com o que ele fazia, tocando tamborim, cuíca, diversos instrumentos de percussão [...] Sempre que escutava eu ficava atento, tentando tirar o que ele fazia, as levadas que ele tocava, às vezes só com tamborim, ou com o trio com Luna e Elizeu. E isso é o que eu carrego na minha musicalidade. Daí pra frente eu tentei colocar no máximo possível das gravações que eu fazia e uma delas é num grupo chamado Cadeira de Balanço [...] Dentro desse disco, eu e os outros dois percussionistas, Léo Rodrigues e Douglas Alonso, resolvemos citar o trio de tamborim glorioso que foi Luna, Mestre Marçal e Elizeu, fazendo uma levada que eles costumavam fazer muito (TOLEDO, 2015).
A música a ser tratada aqui é O Mancebo, composta pelo acordeonista Toninho Ferragutti. Após os oito primeiros compassos de introdução, os três tamborins aparecem junto da primeira exposição da melodia, em uníssono com cavaquinho e flauta. Rafael relata que foram definidas as afinações de acordo com a levada de cada tamborim, como transcrito abaixo: o primeiro agudo, o segundo médio, e o terceiro grave. A levada de carreteiro é encontrada na parte do segundo tamborim, na qual é assinalado por um retângulo, e uma seta indicativa ց, o para o momento em que o tamborim ³vira´.
Figura 130: Tamborins, Grupo Cadeira de Balanço. 0:10-0:26 (faixa 54 do CD).
Como mostrado na Figura 129, nos compassos sete e oito, observa-se que os tamborins tocam em uníssono como se fossem uma chamada para retornar ao tema.
Figura 131: Tamborins, chamada, Cadeira de Balanço. 0:45-0:49 (faixa 55 do CD).
Na volta ao tema dessa música identifica-se outra influência de Mestre Marçal. Observa-se que dois dos três tamborins continuam mantendo uma das levadas, enquanto o terceiro tamborim fica mais livre improvisando.
Como podemos observar nesses cinco pequenos exemplos, o legado deixado pelo Mestre Marçal se estendeu por várias gerações: a geração de Mestre Trambique e Robertinho Silva, nascidos na década de 1940, passando por Marçalzinho, Beto Cazes e Marcos Esguleba. Todos esses tiveram convívio direto com o Mestre Marçal, no Rio de Janeiro. Gerações posteriores receberam a influência indiretamente (através de discos ou vídeos), como os paulistas da geração da década de 1970 do Trio de Tamborins de
São Mateus, a juventude da década de 1980, bem como os percussionistas do grupo Cadeira de Balanço.
Considerações Finais
O presente trabalho teve como principal questionamento o possível legado da atuação de Mestre Marçal para sua geração posterior. Ao desenvolver a tarefa principal dessa pesquisa, outros objetivos secundários foram se apresentando. Um levantamento da trajetória profissional de Mestre Marçal de forma mais sistemática, algo inédito até o momento, assim como um estudo sobre os principais tamborinistas do eixo Rio-São Paulo, se mostraram pertinentes e se traduzem em uma importante contribuição desse trabalho.
Concluímos, ao final da pesquisa, que através da análise musical comparativa entre o período anterior à atuação de Mestre Marçal e a geração contemporânea e posterior, que essa influência e importância se confirmam.
Podemos perceber que Mestre Marçal exerceu um papel fundamental e foi um elo entre as gerações de ritmistas aos quais esteve ligado. Exemplo importante são seus antecessores, como seu pai e Bide, e seus contemporâneos Luna, Elizeu, Doutor e Wilson das Neves, dentre outros. Posteriormente, ao utilizar em suas gravações os ritmistas inovadores do Cacique de Ramos como Ubirany Felix Nascimento, Sereno e Bira Presidente, Mestre Marçal alcançou uma nova geração de ritmistas, dentre os quais se inclui Marcos Esguleba.
Esse elo, como pode ser observado, não nos remete a nenhum outro ritmista, até mesmo aos seus contemporâneos. Uma evidência dessa influência única é uma comparação entre a primeira gravação de Mestre Marçal como cantor e sua terceira gravação. Enquanto na primeira estavam seus contemporâneos, como Doutor no repique de anel, na terceira já estava o repique de mão de Ubirany Felix Nascimento.
Qual seria o diferencial entre Mestre Marçal e seus contemporâneos? Além de ter desenvolvido uma maneira peculiar de tocar tamborim, sua visão ampla da atuação musical e sua abertura para participar de diferentes projetos, fez com que ele atingisse os diretores de bateria, os cuiqueiros e os ritmistas que viraram cantores.
Considerações Finais No final deste trabalho, observa-se que o papel de Mestre Marçal no samba foi de fundamental importância, principalmente por ter vivido com várias gerações de sambistas e ter desenvolvido uma maneira peculiar de tocar. Ao longo desta dissertação, procuramos mostrar a extensão da sua influência e seu campo de atuação.
Mestre Marçal tocou com Luciano Perrone em rádio e gravações. Foi cantor em bailes, mestre de bateria e comentarista de carnaval em televisão. De ritmista a interprete de música inclusa em novela da Rede Globo. De passista e ritmista a intérprete com Chico Buarque.
Classificar Mestre Marçal como um elo entre os músicos na história do samba significa que ele se apropriou dos padrões de execução comuns até os anos de 1950, desenvolvendo-os com requinte e originalidade, e posteriormente seu idiomatismo ao tamborim serviu de referência para a geração posterior.
As transcrições que fizemos sobre sua performance nos serviram de ferramenta para compreender e retratar a virtuosidade e originalidade de Mestre Marçal. Algumas delas, utilizadas na dissertação, elucidam minuciosos pontos técnicos, outras proporcionam uma idéia mais ampla de conceitos musicais empregados por Mestre Marçal.
Ao longo da dissertação, foi possível fazer uma análise compreensiva, partindo das performances e primeiras gravações e relacionando-as com o legado que seus traços idiomáticos característicos deixaram para gerações seguintes. É nítida a contribuição de Mestre Marçal para o que ocorre hoje em dia na utilização do tamborim como complemento melódico RXOLYUHSDUD³VRODU´MXQWRFRPDPHORGLD
O envolvimento com esse traço característico de Mestre Marçal já foi assimilado, ultrapassando o samba e atingindo outros ritmos, em trabalhos que podem ser encontrados no mercado.
Considerações Finais O tamborim de Mestre Marçal também aparece em duo e em trio com seus parceiros Luna e Elizeu, que tanto sucesso fizeram dentro das centenas de gravações. As gravações desse trio também nos influenciaram na maneira de pensar diferentes linhas para outros instrumentos e compreender a função que cumpriam em relação à composição.
A utilização dos toques de aro com pele simultânea e as adaptações das linhas de tamborins passaram com frequência a fazer parte do vocabulário musical, independentemente do estilo, ajudando-nos a inseri-las em novos contextos criativos.
Gostaríamos de salientar que não tivemos a pretensão de obter conclusões definitivas e nem de esgotar o assunto. Pretendemos, isto sim, que a pesquisa realizada seja entendida como uma contribuição para a discussão dos problemas relativos à percussão brasileira.
Temos certeza de que muitos outros trabalhos virão oportunamente para enriquecer ainda mais o debate, acrescentando outras informações, abordagens e até mesmo pontos de vista diferentes e contributivos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Fontes Primárias
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NEVES, Wilson das. Entrevista realizada pelo autor em 17/02/2014, São Paulo. Registro em áudio pelo autor.
NUNES, Hércules Pereira. Entrevista realizada pelo autor em 17/05/2015, São Paulo. Registro em áudio pelo autor.
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REFOSCO, Mauro. Entrevista realizada pelo autor via correio eletrônico em 07/04/2014.
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