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Capítulo II 2 Revisão de Literatura

4. O estado da arte da energia eólica no Brasil

5.1. Legislação para promoção das energias renováveis

Como forma de melhor analisar a legislação do setor elétrico brasileiro é apresentado no Quadro 5.1 os fatores impulsionadores das energias renováveis (FIR) – que se definem como os atos legislativos, que apresentem uma descrição ou ponderações que norteia a participação/abertura ou promovem o avanço das energias renováveis, sendo os mesmos: P&D (Pesquisa e Desenvolvimento ou Avanços Tecnológicos) – atos que corroboram para a evolução tecnológica das fontes renováveis; I (Incentivos) - atos caracterizados por estímulo ou instigadores das políticas energéticas; F (Flexibilização) – atos de contribuição ou facilitadores dentro do cenário energético brasileiro e RA (Responsabilidade Ambiental) – atos contemplados pela política de responsabilidade com o meio ambiente e seu uso racional. Estabelecendo esses fatores como os principais indicadores do grau de valorização da política energética para a expansão das fontes renováveis, cada um dos atos legislativos foi identificado e classificado conforme exibido no Quadro 5.1.

A inovação tecnológica tem exercido um papel central para a evolução e o avanço do setor energético (SAGAR e HOLDREN, 2002). De fato, ainda continuam a necessidade de maiores avanços científicos e tecnológicos para enfrentar o desafio energético (ANDERSON, 2000), social (REDDY, 2000), ambiental (HOLDREN e SMITH, 2000), presente e futuro, como resultado do paradigma tecnológico das últimas três décadas. O desafio é garantir o suprimento adequado de energia a baixo custo e, ao mesmo tempo, reduzir os impactos ambientais negativos locais, regionais e globais. No entanto, é preciso ter em mente os limites existentes do papel do conhecimento da legislação para a solução dos desafios energéticos. No tocante a energia eólica, basicamente destaca-se a criação e as regras do PROINFA e do PROEÓLICA. Dentre os demais atos, encontram-se aberturas para o campo de desenvolvimento da energia eólica no Brasil, a partir da figura do autoprodutor e do produtor independente.

Origem dos Atos Ano Descrição da legislação FIR

Constituição Art. 155 1988 Veda tributos I

Constituição Art. 175 1988 Responsabilidade do poder público RA Constituição Art. 176 1988 Condições para aproveitamento F Constituição Art. 225 1988 Meio ambiente eco-equilibrado RA Leis específicas SE 1995 Prestação de serviços públicos F

Leis específicas SE 1995 Normas para a outorga F

Leis específicas SE 1996 Institui a ANELL F

Leis específicas SE 2000 P&D em eficiência energética P&D Leis específicas SE 2001 Política de uso racional de energia elétrica RA

Leis específicas SE 2002 Cria o PROINFA e o CDE I

Leis específicas SE 2003 Apoio aos serviços de distribuição de energia elétrica F Leis específicas SE 2004 Comercialização de energia elétrica F

Leis específicas SE 2004 Criação da EPE I

Decretos específicos SE 1991 Programa de conservação de energia RA

Decretos específicos SE 1994 Cria o PRODEEM I

Decretos específicos SE 1996 Produtor independente e Autoprodutor F

Decretos específicos SE 1998 Regras da ONS I

Decretos específicos SE 2001 P&D em eficiência energética P&D

Decretos específicos SE 2001 Cria a CBEE I

Decretos específicos SE 2001 Política de conservação e uso racional de energia RA Decretos específicos SE 2002 Tarifação às empresas concessionárias F

Decretos específicos SE 2002 Estrutura da CNPE I

Decretos específicos SE 2002 Cria o PROINFA e CDE I

Decretos específicos SE 2002 Dispõe sobre a compra de energia elétrica F Decretos específicos SE 2003 Universalização do acesso e uso da energia elétrica I

Decretos específicos SE 2003 Competência da ANEEL F

Decretos específicos SE 2004 Competência da ANEEL F

Decretos específicos SE 2004 Dispõem sobre o PROINFA I Decretos específicos SE 2004 Regulamenta a comercialização da energia elétrica I Decretos específicos SE 2004 Criação da Câmara CCEE I Decretos específicos SE 2005 Acesso do consumidor livre às redes de transmissão F

Portarias (PRT-MME) 2001 Cria a CAMEC I

Portarias (PRT-MME) 2002 Plano decenal 2001-2010 RA

Portarias (PRT-MME) 2005 Projeto ESTAL I

Portarias (PRT-MME) 2005 Comitê gestor do PNUD-039 I Resoluções (REN-ANEEL) 2001 Contratação temporária ao STD energia elétrica F Resoluções (REN-ANEEL) 2001 Manual dos programas de pesquisas F Resoluções (REN-ANEEL) 2003 Encargo para aquisição de energia elétrica emergencial F

Resoluções (REN-ANEEL) 2003 Regras do PUEE F

Resoluções (REN-ANEEL) 2004 Rateio dos custos do PROINFA F Resoluções (REN-ANEEL) 2004 Quotas anuais referentes ao PROINFA I Resoluções (REN-ANEEL) 2004 Procedimento de redução das tarifas do STDEE I Resoluções (REN-ANEEL) 2004 Procedimentos de acesso da CG participantes do PROINFA I Resoluções (REN-ANEEL) 2005 Critérios para aplicação de recursos em PEE P&D Resoluções (REN-ANEEL) 2005 Apuração e repasse do TUSD F Resoluções (REH-ANEEL) 2005 Quotas de custeio para 2006 do PROINFA F Resoluções (REO-ANEEL) 2002 Adiantamento de contratos I Resoluções (REO-ANEEL) 2004 Suprimento aplicável aos estudos do SE interligado I Quadro 5.1. Resumo dos atos legislativos e os fatores impulsionadores para a promoção das energias renováveis (FIR).

Após análise de 48 atos legislativos, entre a Constituição de 1988 e a REM- ANEEL de 2005 das leis relacionadas com o setor elétrico brasileiro tem-se como resultados que a política energética no Brasil é voltada principalmente para a Flexibilização (41%) e políticas de Incentivo (40%). Essa realidade oriunda da leitura da legislação e da aplicação do FIR na análise. Constatou-se, também, na legislação, que esses parâmetros evidenciados (Flexibilização e Incentivo) desecandeou a relevância da institucionalidade, ou do arcabouço regulatório da política nacional no tocante a instigar uma matriz renovável. E que essa consideração pode ser observada na Figura 5.1 na abrangência dos atos legislativos e da aplicação do FIR como leitura para o incentivo das energias renováveis.

Figura 5.1 – Variação estatística dos FIR na avaliação da legislação brasileira sobre energias renováveis

Conseqüência desse marco regulatório foi à criação de um ambiente facilitador a configuração de novos agentes no mercado brasileiro de energia elétrica (81%; Flexibilização (41%) e Incentivo (40%), iniciando com a Lei n˚ 9.074 de 1995 e, por conseqüência, a entrada de novas tecnologias e aproveitamento de fontes renováveis de energia. Nela é criada a figura do Produtor independente de energia, definido como: Artigo II – Considera-se produtor independente de energia a pessoa jurídica ou empresas reunidas em consórcio que recebam concessão ou autorização do poder concedente, para produzir energia elétrica destinada ao comércio de toda ou parte da energia produzida, por sua conta e risco. O decreto n˚ 2003/1996, que regulamenta a referida lei, fixa regras que dá forma à figura do produtor independente de energia,

41%

13%

40%

6%