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Lei da Inovação

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4. A INOVAÇÃO NO CENÁRIO NACIONAL

4.1.1 Lei da Inovação

Com o surgimento das necessidades de inovação pelas empresas em decorrência da competição de mercado, o governo também se mobilizou criando a Lei de Inovação n° 10.973, de 02 de dezembro de 2004. Esta lei foi regulamentada pelo Decreto n° 5.563, de 11 de outubro de 2005, que dispõe sobre os incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo com vistas à capacitação e ao alcance da autonomia tecnológica e ao desenvolvimento industrial do País, nos termos dos arts. 218 e 219 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas.

§ 1º - A pesquisa científica básica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o progresso das ciências.

§ 2º - A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.

§ 3º - O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa e tecnologia, e concederá aos que delas se ocupem meios e condições especiais de trabalho.

§ 4º - A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho.

§ 5º - É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.

Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem- estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.

De acordo com esta Lei considera-se inovação: introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou serviços. A Lei da Inovação veio contribuir com o delineamento de um cenário nacional favorável ao desenvolvimento científico e tecnológico.

A Lei da Inovação foi um marco para os pesquisadores que há anos aguardavam uma Lei que regulasse o setor de inovação. Esta Lei promove estímulos à construção de ambientes especializados e cooperativos de inovação.

Art. 3o A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as

respectivas agências de fomento poderão estimular e apoiar a constituição de alianças estratégicas e o desenvolvimento de projetos de cooperação envolvendo empresas nacionais, ICT e organizações de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento, que objetivem a geração de produtos e processos inovadores. (BRASIL, LEI 10.973 de 02 de dezembro de 2004).

Faz-se a constituição de um ambiente propício às parcerias estratégicas entre universidades, institutos tecnológicos e empresas. Essa vertente regulariza os contratos de parceria entre a universidade e a empresa e pode trazer para o laboratório farmacêutico IQUEGO uma possibilidade de consolidação do setor de PD&I criando a tríade Empresa/Governo/Universidade reunindo as competências necessárias em inovação.

Esta Lei serve de estímulo à participação de instituições de ciência e tecnologia no processo de inovação. Essa vertente faz jus aos pesquisadores,

mestres e doutores que fazem consultoria a empresas na área de desenvolvimento tecnológico e inovação nas empresas.

Art. 10. Os acordos e contratos firmados entre as ICT, as instituições de apoio, agências de fomento e as entidades nacionais de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa, cujo objeto seja compatível com a finalidade desta Lei, poderão prever recursos para cobertura de despesas operacionais e administrativas incorridos na execução destes acordos e contratos observados os critérios do regulamento. (BRASIL, LEI n°10.973 de 02 de dezembro de 2004).

Na mesma linha, a Lei faculta os servidores públicos das instituições de ciência e tecnologia (ICT) receberem, como estímulo de inovação, bolsa diretamente de instituição de apoio ou de agência de fomento, envolvida nas atividades empreendidas em parceria com sua instituição.

O incentivo à inovação na empresa é fundamental para a concretização do projeto de PD&I, através de incentivos tais como: recursos financeiros e humanos, infraestrutura, oriundos da União, das ICT e das agências de fomento, subvenção econômica, financiamento, participação societária. Mediante contratos ou convênios entre as partes, observando as particularidades de cada caso.

[....] O descompasso entre os indicadores de ciência e de inovação promoveram uma importante mudança de foco no que se refere a políticas públicas. Autoridades e especialistas chegaram à conclusão de que não adianta apenas dar impulso à pesquisa dentro da academia se as empresas não arregaçarem as mangas e investirem pesadamente em pesquisa e desenvolvimento. Cerca de 80% dos pesquisadores brasileiros trabalham em instituições de pesquisa, ao contrário dos sistemas de inovação mais amadurecidos, nos quais a maioria dos pesquisadores trabalha diretamente no setor produtivo, gerando desenvolvimento tecnológico prático. Gerando inovação (VLADIMIR, 2006 p.28).

A Lei da Inovação promove transparência aos contratos de parceria que poderiam ficar obscuros diante da falta de uma Lei que os regulasse, quanto à transferência de tecnologia e PD&I. À possibilidade de estabelecer parceria com o governo veio somar os investimentos atribuídos à inovação, que ainda são considerados exacerbados para a realidade das indústrias brasileiras. A disposição de mecanismos para financiamento de empresas inovadoras e parcerias com universidades cria estímulos para enfrentar os desafios da pesquisa científica na procura de medicamentos novos para a cura das doenças ou para dar mais qualidade de vida aos doentes.

[....] Hoje, de acordo com a realidade brasileira, a inovação, segundo pesquisa incremental, apresenta-se como instrumento de competitividade efetiva, com possibilidades de alavancar o ranking de pesquisa na indústria farmacêutica, desde que haja vontade política manifesta. Esta tem que ter em vista os fatores limitadores internos para gerar novos investimentos em P&D, em tecnologia e recursos humanos altamente qualificados. Não se desenvolve pesquisa sem o investimento em competências técnicas e organizacionais produtivas, com o respaldo de uma legislação apropriada para alcançar a resposta estratégica requerida. Em vista disso, invocamos o ideal de legitimação e o respaldo legal das autoridades do país para o processo de inovação.

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