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Leigos para o Desenvolvimento

No documento Guia das ONGD - 2014 (páginas 143-147)

A ONGD

A Associação o Leigos para o Desenvolvimento nasceu formalmente em Lisboa a 11 de Abril de 1986. A ideia nasce muito antes, com o P. António Vaz Pinto, ainda em Coimbra no Centro Universitário Manuel da Nóbrega (CUMN) e mais alguns universitários que reflectiam sobre “o que fazer depois de terminado o curso?” Nasce a ideia de pôr os talentos a render, ao serviço de povos tão ligados a Portugal e que vivem em situações difíceis. Em 1984 o P. António parte para Lisboa, onde fundou o Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV). Encontrou desde logo um conjunto de pessoas com o mesmo sonho e após muitas reuniões ganham forma os pilares: a perspectiva cristã e a dimensão comunitária, começando a selecção de locais para lançar a primeira missão. Após uma viagem exploratória, o P. António e o grupo fundador decidiram começar por São Tomé e Príncipe, onde estão até hoje.

No início os voluntários eram apenas alguns jovens ligados ao CUMN e ao CUPAV mas, com o passar do tempo e a conquista de alguma notoriedade, jovens de todos os quadrantes da sociedade começaram a mostrar-se interessados e assim dando uma dimensão nacional aos Leigos para o Desenvolvimento, sendo actualmente cerca de 380 pessoas.

Depois de missões nas Roças Vista Alegre, Água Izé e Neves/Santa Catarina, da criação na capital do IDF - Instituto Diocesano de Formação João Paulo II e da dinamização a nível nacional dos CAEB - Centros de Apoio Escolar e Bibliotecas, em S. Tomé e Príncipe os Leigos para o Desenvolvimento estão actualmente com programas de desenvolvimento comunitário na Roça de Porto Alegre e no Bairro da Boa Morte em São Tomé.

Os Leigos para o Desenvolvimento foram para o Malawi, entre 1991 e 1994, a convite do Jesuit Refugee Service (JRS), para os campos de refugiados moçambicanos apoiando deste modo as populações deslocadas pela guerra. Em 1992 dois missionários LD viajaram para uma primeira missão em Angola, Uíge, encerrada um ano depois devido à guerra civil. Só em 1996 regressam a Angola, desta vez abrindo uma missão em Benguela, tendo em 2003 regressado também ao Uíge. Estas duas missões permanecem em funcionamento até hoje.

Acabada a guerra civil em Moçambique, os Leigos para o Desenvolvimento instalaram-se na província do Niassa, em Lichinga de 1993 a 2010 e em Cuamba desde 1997. Em 1994 no planalto da Angónia, em Tete, instalaram-se e colaboraram na reabilitação da Missão de Lifidzi, onde permaneceram até 1999. Em Moçambique, seguiu-se Fonte Boa, onde permaneceram até 2006, ano em que faleceu a voluntária Idalina Gomes, resultando no encerramento dessa missão. Estiveram também na Beira entre 2008 e 2009. Actualmente, os Leigos para o Desenvolvimento continuam na província do Niassa com a missão de Cuamba.

A prolongada ocupação de Timor-Leste pela Indonésia, agravada pelos violentos acontecimentos de 1999 aquando do referendo para a independência, deixou o país com graves carências a todos os níveis. Tendo em conta a experiência dos Leigos para o Desenvolvimento, a Companhia de Jesus solicitou a sua presença no esforço de reconstrução do país, nomeadamente nas áreas da educação e da promoção social. Foi assim que, no ano 2000, abriu uma missão em Díli que durou até final de 2012.

Em Portugal, os Leigos para o Desenvolvimento abriram a sua missão em 1993 com o Centro S. Pedro Claver, centro activo até aos dias de hoje, e que tem por objectivo proporcionar apoio escolar a estudantes imigrantes e descendentes de imigrantes.

Missão

Os Leigos para o Desenvolvimento assumem como Missão promover o desenvolvimento integral e integrado de pessoas e comunidades de países em desenvolvimento e de Portugal, com vista à sua capacitação e autonomização, através do testemunho e da intervenção preferencial de voluntários missionários qualificados.

Metas e Objectivos

De 2011 a 2015, os Leigos para o Desenvolvimento prevêem um crescimento gradual e sustentado do número de missões, que variará em função dos recursos e fundos angariados. No caso de existirem condições humanas e financeiras suficientes, em 2015 o número de missões pode passar para dez missões, distribuídas por cinco ou seis países distintos, incluindo Portugal. Contudo, as previsões são feitas tendo em conta vários cenários, pelo que na hipótese actualmente mais realista existiriam no terreno apenas cinco missões.

Independentemente de os Leigos para o Desenvolvimento poderem diversificar o perfil dos agentes de desenvolvimento que enviará para os projectos e missões que têm em curso, os principais actores continuarão a ser voluntários. Por isso, o planeamento sobre o número de missões deverá ser acompanhado pela projecção do número de voluntários (mínimo e máximo) para cada ano.

Nos territórios de missão as relações com Dioceses, Paróquias e Congregações Religiosas são encaradas como parcerias privilegiadas, mas são também identificadas e envolvidas outras entidades que são uma mais-valia para o desenrolar dos projectos, é dada especial atenção a Organizações de Base Local como forma de reforçar a sociedade civil dos países de missão. Ao nível local, dada a intervenção de proximidade que os Leigos para o Desenvolvimento desenvolvem, a dinamização ou participação em redes territoriais ou grupos comunitários é uma das preocupações, capitalizando as relações privilegiadas que os Leigos para o Desenvolvimento têm com os diversos actores locais e a população em geral. As universidades e os centros de investigação serão importantes parceiros a envolver com vista à sistematização de práticas e produção de conhecimento.

Um dos principais desafios dos Leigos para o Desenvolvimento para os próximos anos prende-se com a sua sustentabilidade financeira, razão pela qual a gestão orçamental deve ser encarada ainda com mais rigor, eficiência e transparência. As decisões sobre o número de missões, de projectos, de voluntários, de elementos da equipa executiva, etc. devem ser tomadas tendo em conta a situação financeira a cada momento e a perspectiva de crescimento orçamental de forma sustentada e sustentável.

Nesse sentido, é prioritário encontrar um equilíbrio mais saudável e sustentável entre as diferentes categorias de financiadores e doadores, procurando uma Maior diversificação de fontes de receita, reduzindo o impacto de fundos públicos, aumentando os fundos mobilizados a partir das empresas e de benfeitores individuais. Uma aposta importante passará por reforçar a mobilização de apoios e de financiamentos a partir dos países de missão, rentabilizando a imagem de credibilidade dos Leigos para o Desenvolvimento no terreno e agregando novas parcerias empresariais. Também será testado o lançamento de serviços para o exterior numa perspectiva de negócio social e analisado o retorno dessas acções.

Outra das apostas importantes dos Leigos para o Desenvolvimento para o quinquénio 2011-2015 é afirmar a ‘marca LD’ de forma mais consistente e profissional. Isso implica a montagem de um dispositivo de comunicação externa, fundamentado em planos de comunicação anuais e na dinamização de parcerias com agências, empresas ou colaboradores externos. Divulgar o trabalho desenvolvido por esta ONGD, reforçar a credibilidade da Organização e alargar a notoriedade a novos públicos, são desafios a ter presente na definição da estratégia de comunicação externa.

Uma das forças vivas dos Leigos para o Desenvolvimento são o grupo de ex-voluntários (‘anciãos’) que, após o regresso de missão, mantêm, na sua Maioria, uma ligação forte e afectiva com a ONGD. Além do fomento de participação na dinâmica associativa formal, serão estimuladas condições para favorecer o âmbito de participação, envolvimento e compromisso dos ‘anciãos’ na vida da Associação.

Contactos

Sede: Estrada da Torre, 26, 1769-014 Lisboa Telefone: 21 7574278

E-mail: ongd.leigos@gmail.com * Skype: ongd_leigos

Website: www.leigos.org * Redes Sociais: facebook.com/leigosparaodesenvolvimento Dados Institucionais

Data da criação: 11 de Abril de 1986 Natureza Jurídica: Associação

Responsável máximo: Filipe Nuno Barros Pinto, Presidente da Direcção e Maria do Carmo de Sousa Matos Fernandes, Directora Executiva

Países de Actuação

Angola, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Áreas de Actuação

Cooperação para o Desenvolvimento.

Sectores de intervenção dos projectos e acções Cultura – São Tomé e Príncipe

Desenvolvimento Rural/Agricultura – Moçambique; São Tomé e Príncipe Desenvolvimento Urbano/Habitat – Angola; São Tomé e Príncipe

Desenvolvimento Económico – Angola; Moçambique; São Tomé e Príncipe Ecologia/Meio ambiente – São Tomé e Príncipe

Economia alternativa/ Microcrédito – São Tomé e Príncipe; Angola; Moçambique

Educação formal/Educação não formal/Alfabetização – Angola; São Tomé e Príncipe; Moçambique; Portugal

Migrações – Portugal

Questões de género – Angola; Moçambique

Reabilitação e construção de infraestruturas – São Tomé e Príncipe; Angola; Moçambique; Saúde – Angola

Capacitação Comunitária – Angola; Moçambique; São Tomé e Príncipe Tipo de recursos humanos que integram os projectos

Colaboradores em Portugal - 7 pessoas na sede dos Leigos para o Desenvolvimento em Lisboa Colaboradores locais - 80 pessoas

Voluntários - 3 na sede + 40 no projecto em Portugal + 16 expatriados + 241 mobilizados localmente nos países de actuação.

Filiação em Organizações e redes • Rede de Voluntariado Missionário

Publicações

Boletim Informativo (Bimestral)

Estudo ‘Vidas de Missão - 25 anos de voluntariado dos Leigos para o Desenvolvimento’ Livro ‘Estamos juntos - 25 anos 25 contos’

Revista Africana Studia – em parceria com CEAUP

No documento Guia das ONGD - 2014 (páginas 143-147)