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Levantamento de ações de fomento a Conselhos realizadas por empresas

5 FOMENTO EMPRESARIAL AOS CONSELHOS DOS DIREITOS DA

5.2 Levantamento de ações de fomento a Conselhos realizadas por empresas

Realizou-se um levantamento de ações de empresas junto a Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente mediante consulta a duas entidades de origem empresarial: a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente33 e o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas –GIFE.

A Fundação Abrinq indicou 21 empresas (Anexo A) que participavam do “Programa Empresa Amiga da Criança”. O Programa propõe às empresas a adesão a um conjunto de 10 compromissos com a causa da criança e do adolescente, abaixo enumerados:

1. Dizer não ao trabalho infantil, não empregando menores de 16 anos, exceto na condição de aprendizes e só a partir dos 14 anos.

2. Respeitar o jovem trabalhador, não empregando menores de 18 anos em atividades noturnas, perigosas ou insalubres.

3. Alertar seus fornecedores, por meio de cláusula contratual ou outros instrumentos, que uma denúncia comprovada de trabalho infantil pode causar rompimento da relação comercial.

33 A Fundação Abrinq congrega um ramo das indústrias de bem de consumo (fabricantes de brinquedo) que se engajou na causa da infância e da juventude, participando ativamente do movimento que resultou na edição do ECA. Financia publicações e promove programas relativos à causa.

4. Fornecer creche ou auxílio-creche para os filhos de funcionários.

5. Assegurar que os funcionários matriculem seus filhos menores de 18 anos no ensino fundamental e empreender esforços para que todos freqüentem a escola.

6. Incentivar e auxiliar as funcionárias gestantes a realizar o pré-natal e orientar todas as funcionárias sobre a importância dessa medida.

7. Estimular a amamentação, dando condições para que as funcionárias possam amamentar seus filhos até no mínimo os seis meses de idade.

8. Orientar seus funcionários a fazer o registro de nascimento dos seus filhos.

9. Fazer investimento social na criança ou adolescente compatível com o porte da empresa, conforme estabelecido pela Fundação Abrinq.

10. Contribuir para Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, com o equivalente a 1% do imposto de renda devido, conforme estimativa de lucro tributável da empresa no exercício.

Assim, de acordo com o compromisso nº 10 do Programa Empresa Amiga da Criança, toda empresa tributada com base no lucro real deve anualmente destinar 1% do Imposto de Renda devido a um Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente. Salienta-se que a doação de 1% do Imposto de Renda não é destinada a entidades sociais, mas aos Fundos da Infância e da Adolescência.

A Fundação Abrinq indicou 21 empresas que, além de doação aos Fundos, a que estão comprometidas como parceiras no Programa Empresa Amiga da Criança, teriam “outras atuações” - não especificadas pela Fundação Abrinq – junto a Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente. Dessas 21 empresas, cinco autorizaram entrevista para identificação das ações por elas desenvolvidas junto aos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, a saber: Unilever, ABN Amro Real, Banco Itaú (que indicou a Fundação Itaú Social),Grupo Camargo Correa (que indicou o Instituto Camargo Correa) e Telefônica S/A (que indicou a Fundação Telefônica). Realizaram-se entrevistas preliminares com pessoas indicadas por estas instituições que eram responsáveis pela condução das ações. Verificou-se que todos os entrevistados (com exceção da Unilever) eram parceiros do GIFE.

Tendo em vista a limitação de informações sobre demais empresas parceiras da Fundação Abrinq, bem como a superposição entre as entidades parceiras da Fundação Abrinq que autorizaram entrevista com o universo de associados do GIFE, a identificação de ações no levantamento exploratório acabou por se restringir ao universo de associados do GIFE.

O GIFE, fundado em 1995, contava em 2007 com 106 associados (Anexo B). Segundo o último Censo realizado entre os associados do GIFE, estes investiram cerca de R$ 1,15 bilhão para projetos sociais, culturais e ambientais feitos de forma planejada, monitorada e sistematizada. Isso equivale a cerca de 20% do que o setor privado nacional destina à área social - cerca de R$ 4,7 bilhões, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2006). A área priorizada pelos associados do GIFE para o investimento social privado é a Educação, somando cerca de R$ 124 milhões em 200534.

No período de março a maio de 2007, enviou-se uma consulta por e-mail a cada um dos associados do GIFE. Indagava-se se a empresa destinava recursos aos Fundos da Infância e da Adolescência, e se a empresa, instituto ou fundação desenvolvia alguma outra ação junto a Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente. Solicitava-se breve descrição da ação desenvolvida, se fosse o caso.

Obteve-se resposta de 51 dos 106 associados do GIFE. Duas empresas indicaram que não respondem a este tipo de pesquisa35. Outros 16 associados responderam que não destinam recursos aos Fundos e não atuam junto a Conselhos, em sua maior parte por terem outro foco36. As empresas, institutos ou fundações que declararam atuar junto a Conselhos (33) indicaram o tipo de ação realizada, que serviram de base para a elaboração de uma tipologia de ações.

Os “sites” dos 106 associados do GIFE foram visitados. Não constava nos “sites” das 55 organizações que não responderam à pesquisa informações sobre destinação de recursos aos Fundos ou atuação junto a Conselhos. As empresas, institutos ou fundações que declararam

34

Informação disponível em www.gife.org.br . Acesso em fevereiro de 2009. 35 IBM; Coca Cola.

36 Instituto Paulo Montenegro; Bovespa; Bridgestone Faristone; Instituto Arcor Brasil; Fundação José Silveira; Instituto Ayrton Senna; Fundação Lemann; Citigroup; Fundação O Boticário; Instituto O Boticário; Microsoft; Instituto Rogério Steinberg; Fundação Ford; Fundação Victor Civita; Instituto Vivo, Instituto Sadia de Sustentabilidade.

atuar junto a Conselhos (33) indicaram o tipo de ação realizada, que serviram de base para a elaboração de uma tipologia de ações. Sintetiza-se abaixo o número de respondentes:

Tabela 2 – Atuação de Associados do GIFE junto a Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente

Tipos de Resposta Nº de Respondentes

Atuam junto a Conselhos 33

Não atuam junto a Conselhos 16

Não respondem a este tipo de

pesquisa 2

Sem resposta 55

Total 106

Fonte: elaboração do autor

Apresentam-se, a seguir, os tipos de ações de empresas, institutos e fundações associadas ao GIFE junto a Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente.

5.3Tipos de ações empresariais de fomento aos Conselhos dos Direitos da Criança e do