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4 CAPÍTULO III: PESQUISAS NO ENSINO DE QUÍMICA E AS

4.1 Levantamento de trabalhos na área de ensino de química

Inicialmente foi realizado levantamento dos trabalhos realizados, por assunto na base de dados da CAPES, referente ao ensino de química para alunos com DV, no âmbito da educação de alunos com e sem DV. Por não ser o foco principal desse trabalho, serão abordados o que tem sido feito por pesquisadores.

Ao realizar a pesquisa com as palavras chaves: ensino de química e deficiência visual, foram encontrados 17 trabalhos que continham as duas frases exatas concomitantemente e são trabalhos publicados a partir de 2017 até maio de 2018. Portanto, não foi feita a delimitação do tempo, já que não há trabalhos publicados em períodos anteriores.

Dos 17 trabalhos encontrados, três deles não estavam disponíveis para acesso, sendo que em um deles não tivemos acesso nem ao título do trabalho. Portanto, foram acessados apenas 14 trabalhos e os mais relevantes para a área serão discutidos brevemente a seguir. De todos os trabalhos acessados, três deles foram publicados em 2018 e os demais são referente ao ano de 2017.

É possível destacar que mesmo os trabalhos sendo selecionados por estarem abordando o assunto sobre ensino de química e deficiência/deficiente visual, nada garante que eles foram elaborados em uma perspectiva inclusiva ou no âmbito da inclusão marginal, pois não trazem tais informações e apenas a inserção dos alunos com DV na sala de aula comum não é garantia de inclusão.

Os trabalhos publicados nesse período são divididos em diversas categorias, sendo elas: dissertação, trabalho de conclusão de curso, artigo em revista e resumo em congresso, conforme descrito na tabela 1, a seguir:

Tabela 1 - Categoria de trabalhos e números de acordo com o ano de publicação Tipo de trabalho Ano de Publicação Quantidade

Dissertação 2017 2

Trabalho de conclusão de curso 2017 2

2018 1

Artigo em revista 2017 4

2018 2

Resumo em Congresso 2017 2

Fonte: Elaborado pela autora.

Em relação ao número de trabalhos encontrados, pode-se dizer que ainda é um tema pouco pesquisado ou se isso vem sendo feito, a divulgação ainda é escassa, quando comparada com outras áreas, ou também, por ser um tema recente, as pesquisas podem estar em andamento. No entanto, com o passar dos anos esse tema está sendo mais recorrente no banco de dados da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Nas dissertações são abordados temas sobre: desenvolvimento de materiais pedagógicos referente a representação molecular das estruturas orgânicas, por meio de representação em braile, em alto relevo e tridimensional (LIMA, 2017); e a outra foi análise da prática inclusiva nas escolas regulares a partir do ensino de Química para alunos com deficiência visual, buscando dados a partir de observações da prática da professora na sala de aula regular e em um Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Especiais, durante a aplicação de uma metodologia de ensino em Química Orgânica (SILVA, 2017).

Ambas as dissertações abordam o ensino de química orgânica para alunos com DV, mas com perspectivas diferentes, em que em uma o objetivo é desenvolver materiais didáticos sobre essa temática (LIMA, 2017), e enquanto o outro trabalho analisa como uma proposta metodológica pode contribuir para a inclusão desses alunos (SILVA, 2017).

Os trabalhos de conclusão de curso são de alunos que estavam concluindo o curso de Licenciatura em química, e tiveram como objetivo: investigar como estão as condições de inclusão e acessibilidade nos cursos de Química em uma Instituição de Ensino Superior em relação a legislação em vigência (AZEVEDO, 2017); elaborar e apresentar experimentos sobre os estados físicos da matéria (RODRIGUES, 2017); e apresentar alguns protótipos, sobre modelos atômicos e estrutura molecular, e a experimentação, referente ao processo de osmose,

como ferramenta para o processo de ensino-aprendizagem de Química para alunos com DV (MACHADO, 2018).

Em relação aos artigos completos que foram publicados em revistas, totalizando seis trabalhos, o tema mais abordado foi sobre o desenvolvimento de material didático para o ensino da tabela periódica (BATOS, DANTAS, TEIXEIRA; PATROCÍNIO, FERNADES, REIS; 2017; SOUZA, et al., 2018).

Outro tema em destaque ainda nesse tópico é sobre formação de professores, no qual um dos trabalhos teve como objetivo discutir as necessidades formativas de professores de Química, por meio de entrevistas com pesquisadores da área do Ensino de Ciências e mediante a análise dos currículos dos cursos de licenciatura em Química (PAULA; GUIMARÃES; SILVA, 2017) e o outro artigo faz um levantamento das produções nacionais e realiza entrevistas com pesquisadores, que têm produções voltadas para a Educação Inclusiva, da área de Educação em Ciências do Brasil (PAULA; GUIMARÃES; SILVA, 2018).

Além dos dois temas citados anteriormente, possui um artigo que abordou sobre o desenvolvimento de uma sequência de experimentos sobre reações químicas com enfoque multissensorial (FERNANDES, HUSSEIN, RIZZO, 2017).

E por último, está a categoria de resumos publicados em congressos e outros eventos, tendo encontrado dois trabalhos, no qual um trata de um trabalho em andamento e aborda a formação de professores como uma falha na educação (SILVA, et al., 2017); e o outro trata da construção de uma tabela adaptada em braile para os alunos cegos.

Nessa breve abordagem dos trabalhos que foram encontrados, é perceptível que o grande foco dos pesquisadores é desenvolver e aplicar materiais didáticos para auxiliar os professores na abordagem de alguns conceitos, mas ainda são trabalhos com muita semelhança em relação ao conteúdo, já que quatro trabalhos trataram sobre a tabela periódica.

Há uma representatividade dos trabalhos direcionados tanto para a formação de professores, como também para a experimentação, totalizando três trabalhos para cada abordagem. Mas, mesmo tento trabalhos que foram desenvolvidos, existem muitos conceitos e fenômenos que ainda precisam de desenvolvimento de metodologias que atendam às necessidades dos alunos.

4.2

A especificidade do conhecimento químico e seu ensino: dificuldades