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Capítulo 7 Conclusões e Recomendações

7.3 Limitações do Trabalho

O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de monitoramento da qualidade especificamente no processo de fracionamento do sangue, através do uso das ferramentas de controle estatístico do processo (CEP). O estudo foi desenvolvido, junto em um Hemocentro, porém com algumas limitações.

Pelo fato do setor de controle de qualidade ainda ser recente na instituição, desde sua implementação em 2004 ocorreram algumas mudanças na forma como as amostras são retiradas para análise, nos anos de 2004 e 2005 as análises eram feitas semanalmente, de 2006 até hoje são feitas mensalmente. Também não é registrada a marca da bolsa em análise, o que impede de analisar se há diferença em relação ao material, já que para cada

marca de bolsa existe um extrator específico. Tudo isso dificultou a coleta de amostras para a realização dos cálculos estatísticos e consequentemente a aplicação das ferramentas básicas do CEP, principalmente os gráficos de controle, devido ao tempo disponível até o término do trabalho.

Possuirmos somente a quantidade aproximada da produção dos hemocomponentes, ou seja, apenas a quantidade da produção dos produtos que foram avaliados no controle de qualidade. Por este motivo estimamos a produção considerando que tenha sido seguido o critério de se analisar 1% da produção.

As limitações acima citadas dificultaram um pouco o trabalho, pois tivemos que retirar as amostras num tempo mais espaçado e ainda assim, em alguns casos, obter um número pequeno de amostras para a construção dos gráficos de controle.

Os resultados do trabalho desenvolvido foram satisfatórios, pois além de evidenciar a necessidade de utilização de técnicas preventivas à ocorrência de descartes, apontaram que melhorias no processo produtivo e no produto final precisam ser realizadas para evitar o retrabalho e o desperdício.

7.4 Direções de Pesquisa

A partir deste trabalho pode ser desenvolvido um estudo de todas as etapas do ciclo do sangue no hemocentro, deste a triagem até a liberação do hemocomponente. Para descobrir as necessidades de melhoria do processo desenvolvido em cada setor. Aplicando as ferramentas básicas do CEP.

7.5 Recomendações

O assunto discutido nesta tese ainda pode ser explorado dando um direcionamento diferente do que foi efetuado aqui. Vários pontos que não puderam ser examinados, seja porque não faziam parte do escopo da tese ou porque ainda demandam um esforço maior de pesquisa para poderem ser concretizados, podem fazer parte de novos trabalhos de pesquisa.

Que o controle de qualidade dos produtos sejam realizados de maneira sistemática, preferencialmente por semana, como era realizado no ano de 2004.

Ao se fazer a análise das bolsas no controle de qualidade, seja registrado também o tipo de bolsa (marca), para verificar se há diferença com relação ao fabricante.

Fazer uma proposta de implementação de CEP em tempo real no processo de produção dos hemocomponentes, para a intervenção imediata em problemas que possam interferir negativamente no percentual de perdas durante o processo. Enfatizar a importância do comprometimento e envolvimento da gerência bem como a criação dos grupos de melhoria que serão treinados na utilização das ferramentas estatísticas. Deve ser feito um programa de redução da variabilidade em base semanal, trimestral e anual.

Avaliar por meio do CEP, tal e qual feito nesse trabalho, o processo produtivo dos demais hemocomponentes, verificando se os mesmos encontram-se sob controle e se são capazes.

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Anexo 1 – Tabela

Anexo 2 – Artigo

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

A UTILIZAÇÃO DO CONTROLE

ESTATÍSTICO DO PROCESSO PARA O

MONITORAMENTO DO SANGUE:

ESTUDO DE CASO NO HEMONORTE

Luciana Maria de Oliveira (UFRN)

luciana_oliveira658@hotmail.com

Pledson Guedes de Medeiros (UFRN)

pledson@ccet.ufrn.br

Paula de Oliveira Ferreira (UFRN)

paulaproducao@hotmail.com

MARIA ALDILENE DANTAS (UFRN)

ALDI_DANTAS@YAHOO.COM.BR

Silene Telma Lima de Santana (HEMONORTE)

silenetelma@hotmail.com

Este artigo apresenta a utilização do controle estatístico do processo (CEP) como ferramenta de monitoramento da qualidade do sangue em um Hemocentro, a partir de um estudo de caso dos volumes dos concentrados de hemácias convencionais conssiderando- se três tipos de anti-coagulantes. Para este estudo, foram construídos os gráficos de controle e R e os índices de capacidade para as bolsas que contém o anti-coagulante CPDA-1 e para o monitoramento das bolsas com anticoagulante ADSOL e SAG-M foi construído o gráfico EWMA em função de serem observações individuais. Em todos os gráficos construídos o processo mostrou-se estável, porém, o processo encontra-se incapaz de atender as especificações, o que sugere uma necessidade de melhoria do mesmo.

Palavras-chaves: Controle Estatístico do Processo, Hemocomponentes, Concentrado de

1. Introdução

Para Moraes, Ferreira e Balestrassi (2005) o Controle Estatístico de Processo (CEP) pode ser definido como um conjunto de ferramentas que tem o propósito de indicar se um processo está funcionando de forma ideal, quando apenas causas comuns de variação estão presentes, ou se este processo está desordenado, e necessita de algum tipo de ação corretiva, ou seja, quando existem causas especiais de variação. Para Werkema (1995), as causas especiais provocam mudanças nas diversas características da qualidade, originando produtos defeituosos.

Logo, a utilização de técnicas e métodos para o controle e redução da variabilidade torna-se extremamente importante para a geração de ações de otimização dos processos. Neste contexto os gráficos de controle são ferramentas muito utilizadas no Controle Estatístico do processo (CEP) e têm como objetivo detectar desvios de parâmetros representativos do processo reduzindo dessa forma sua variabilidade (FERREIRA ET. AL, 2007).

Atualmente, no Brasil, os serviços de hemoterapia são regidos pelas normas técnicas contidas na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n.º 153, de 4 de junho de 2004. Segundo esta resolução as variáveis a serem avaliadas pela divisão do controle de qualidade nos hemocentros, para os concentrados de hemácias convencionais, objeto de estudo deste artigo, são: volume, hematócrito, hemoglobina, grau de hemólise e microbiologia. Um trabalho pioneiro utilizando o controle estatístico do processo (CEP) na área de hemoterapia está apresentado em SOUZA, SILVA E BARRETO, 1998.

O objetivo deste artigo é apresentar a utilização dos gráficos de controle de Shewhart, especificamente os gráficos de controle para médias, gráficos de controle para amplitudes e de gráficos da Média Móvel Ponderada Exponencialmente (EWMA), como ferramenta de monitoramento do volume do concentrado de hemácias presentes em cada bolsa de sangue obtida através de doações realizadas no Hemocentro do Rio Grande do Norte, no período de 2004 a 2007. Este monitoramento ajudará a identificar as causas das variações especiais ocorridas no processo auxiliando ao controle de qualidade do Hemocentro a desenvolver ações corretivas que visem evitar as não conformidades que geram o descarte das escassas bolsas de sangue.

2. Procedimentos para o monitoramento do processo

O gráfico de controle representa um meio para monitorar variações nas características de um produto ou serviço, focalizando a dimensão de tempo no qual o processo produz bens ou serviços, e estudando a natureza da variabilidade no processo (LEVINE, et al, 2005). É utilizado para implementação efetiva do controle de processo, determinando se a variação na qualidade é relevante para uma mudança nas condições do processo ou trata-se de causas aleatórias. O gráfico é composto por uma linha central (LC) e limites de controle superior e inferior (LSC e LIC), os quais são determinados com base no comportamento do processo de produção. Se os valores da característica fixados no gráfico estiverem entre os limites de controle superior e inferior, e livres das tendências anormais, o processo será considerado como sob controle.

Medeiros (2008), ressalta que para construir os gráficos de controle é preciso estimar o desvio-padrão e a média durante o período em que o processo está isento de causas especiais; e avaliar se a estimativa da média está próximo do valor alvo.

Medeiros (2008), ainda enfatiza que o processo de construção dos gráficos de controle é composto de duas fases, das quais são:

Fase 1 (fase de estimação dos parâmetros): Esta fase só deve encerrar-se quando tivermos certeza de que, com respeito à dispersão e à centralidade, o processo encontra-se estável e ajustado. Com isso, saberemos que as estimativas obtidas para µ e

σ

condizem com a realidade. A partir destas estimativas determinamos os limites de controle que serão usados na segunda fase;

Fase 2 (fase de monitoramento do processo): Nesta fase utilizamos os limites de controle obtidos na fase 1 para monitorar o processo.

2.1 Gráfico de controle para ___X e R

Segundo Montgomery (2004), os gráficos das médias e os gráficos para amplitudes estão entre as mais importantes técnicas de controle e monitoramento de processos, no entanto, deve-se ter muito cuidado em interpretar o gráfico da média antes de verificar se o gráfico R está sob controle, pois os limites de controle de____X dependem da variabilidade

A construção dos gráficos ____X e R presupõem a normalidade da distribuição.

Porém, estudos deste afastamento de normalidade sobre os gráficos de controle mostram robustez, mesmo quando empregados em populações que não sejam extremamente não- normais (NOMELINI, 2007).

Montgomery (2004) fala, que o gráfico ____X monitora o nível médio da qualidade em um processo, ou seja a variabilidade entre amostras (variabilidade do processo ao longo do tempo). Já o gráfico R mede a variabilidade dentro da amostra ou, ainda, a variabilidade instantânea do processo em um dado instante de tempo.

Costa, Epprecht e Carpinetti (2004) afirmam que esses gráficos da média amostral, para monitorar a centralidade, e o gráfico da amplitude, para monitorar a dispersão da variável, são utilizados se a variável a ser controlada for uma variável contínua.

Para estabelecer o valor central e os limites de controle do gráfico da média amostral, com três desvios-padrão, são utilizadas as expressões a seguir:

0 0 ˆ ˆ 3 n ˆ LMC ˆ ˆ 3 n 0 X 0 X 0 X LSC = LIC = σ µ µ σ µ + = − onde, ˆ m i i=1 0 X μ = X = m

e ˆ m i i=1 0 D 2 2 R R m σ = S = d d =

Os limites de controle do gráfico da amplitude amostral também são situados geralmente a tres desvios-padrão de afastamento da média de R, como é mostrado na expressão abaixo:

0 0 0 0 0 LM ^ ^ R 2 3 ^ R 2 ^ ^ R 2 3 LSC = d + 3d C d LIC = d - 3d σ σ σ σ σ = onde, ˆ m i i=1 0 D 2 2 R R m σ = S = d d =

onde as constantes d2 e d3 , são constantes tabeladas que dependem apenas do tamanho da amostra n e podem ser obtidos em montgomery (2004) ou calculados atráves do programa R disponível (RAFAEL e MEDEIROS, 2008).

Após a construção dos gráficos, observar se o processo está sob controle estatístico, e adotar o gráfico de controle para monitorar as observações atuais e futuras; caso contrário, conduzir ações de melhoria até que seja atingido o nível de qualidade desejado ao processo, em que os limites de controle são recalculados, e os pontos que ultrapassarem tais limites, descartados.

É importante resaltar que, deve-se iniciar a construção dos gráficos de controle pelo da amplitude amostral, por este ser afetado apenas pela dispersão do processo, ao invés do gráfico da média amostral que é afetado, tando pelo deslocamento da média, quanto pela dispersão do processo (COSTA, EPPRECHT e CARPINETTI, 2004).

2.2 Índices de Capacidade

Basicamente o estudo da capacidade do processo visa verificar se o processo consegue atender as especificações, ou não. (RAMOS, 2003).

Keller (2001) afirma que para calcular os índices de capacidade o processo deve estar sob controle estatístico, pois dessa forma ele apresenta previsibilidade.

Segundo Costa, Epprecht e Carpinetti (2004), os índices de capacidade do processo

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