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Área do deslizamento

(%) 10 Limpeza bacia

sanitária

Infiltração em fossas Infiltração pontual 11,11 6 Preparo de alimentos Infiltração Evaporação Infiltrada em sulcos Evaporada pontual desprezível 6,67

2 Bebida Retorno para a fossa

Perda

Infiltração pontual Não gera lâmina

2,22 0,00 24 Lavagem de roupa e utensílios Evaporação Escoamento Infiltração

Evaporada de modo distribuído Infiltrada de modo distribuído

8,89 8,89 8,89 35 Banho e abluções Evaporação

Escoamento Infiltração

Evaporada de modo distribuído Infiltrada de modo distribuído

12,96 12,96 12,96 13 Total:90 Perdas Evaporação Escoamento Infiltração

Evaporada de modo distribuído Infiltrada de modo distribuído

4,81 4,81 4,81

Tendo em vista a simplificação adotada por Assunção (2005) em estimar em valores iguais as frações de água que infiltram, evaporam e escoam, referentes à lavagem de roupas e utensílios, banhos, abluções e perdas; resolveu-se na presente pesquisa obter a medida da vazão antrópica “in situ” e, conseqüentemente, obter o coeficiente de redução K. A medida da vazão “in situ” foi realizada através de um vertedor de dimensões 30 x 13 x 0,1cm. A Figura 5.5 ilustra o vertedor utilizado.

Figura 5.5. Vertedor para cálculo das vazões referentes ao descarte antrópico “in situ”.

H

Alguns cuidados foram levados em consideração quando na realização da medição da vazão: primeiramente, definiu-se o local de descarte máximo para instalação do vertedor. Este local situa-se no topo do trecho da encosta onde ocorreu o deslizamento. Durante a cravação do vertedor tentou-se manter sua verticalidade. Com o intuito da água não escoar pelas laterais do vertedor foi colocado um certo volume de solo do próprio local e um tijolo de modo a permitir a passagem da água apenas pelo vertedor. Esperou-se por um período de aproximadamente 15 minutos até estabilização do fluxo de água para início do ensaio. Com o fluxo estabilizado marcou-se no vertedor, com a ajuda de um lápis, a altura máxima que a água atingia no vertedor. A Figura 5.6 ilustra a instalação do vertedor in situ e o detalhe da medição.

(a) (b) Figura 5.6. Medição da vazão das precipitações antrópicas in situ (a) Instalação do

vertedor. (b) Detalhe da medição.

A vazão de 0,125 l/s foi obtida através da seguinte expressão, para vertedores triangulares de parede fina, com ângulo de abertura de 90° e medição de vazões de até 30 l/s (Porto, 2000):

Q = 0,014 x H 5/2 (Equação 5.4)

Onde:

Q = vazão (l/s)

A vazão de 0,125 l/s proveniente do descarte antrópico equivale a 10.800 l/dia. Dividindo-se a vazão obtida em l/dia pela área ocupada em m2, obtém-se o valor de 0,7mm/dia (l/m2.dia) equivalente a lâmina diária descarregada na área de estudo.

De posse da vazão que escoa medida in situ e através da equação 5.3, obteve-se o valor do coeficiente de redução (K) para a encosta em estudo de 0,33; significando que 33% da lâmina antrópica da encosta em estudo escoa. Assunção (2005) alerta que este coeficiente pode vir a variar a depender das características dos solos, condições climáticas, entre outros fatores.

Uma estimativa para determinação do percentual que infiltra da lâmina antrópica referente a encosta em estudo também foi realizado in situ. Inicialmente, determinou-se a velocidade da água que escoa referente ao descarte antrópico, através da seguinte equação:

V = Q / A (Equação 5.5) Onde:

V = velocidade da água (m/s)

Q = vazão antrópica medida in situ (0,125 l/s)

A = área aproximada da seção da vala onde foi realizada a medição in situ da vazão antrópica (0,0345m2).

Determinou-se a velocidade 0,0365 m/s da água que escoa. Considerando-se a extensão do talvegue de 75,69m (este talvegue refere-se ao da ocupação antrópica), obteve-se um tempo de 35 minutos correspondente ao tempo que a água levou para escoar do início ao final do talvegue. Vale ressaltar que as águas antrópicas escoam diretamente no solo.

Baseado nos resultados de permeabilidade in situ (ensaio “guelph”) realizados a profundidade de 0,5m próximo à área de estimativa das vazões (Kfs = 1,2x10-6m/s), do

comprimento do talvegue (75,69m) e da largura da vala (0,2m), estimou-se uma “taxa de infiltração” - TI de 0,0181 l/s para a área de estudo através da seguinte expressão: TI = 1,2x10-6m/s x 75,69m x 0,2m = 1,81 x 10-5 m3/s = 0,0181 l/s

Multiplicando-se o valor de TI pelo tempo de 35 minutos (equivalente a 2.100s) determinado anteriormente, obteve-se o valor aproximado de 38,01 litros referente à quantidade da água que infiltra devido ao descarte antrópico. Esse volume em litros representa aproximadamente 42% da lâmina antrópica que infiltra na encosta, isto tomando-se por base a fração total em litros apresentada na Tabela 5.3.

Pode-se concluir por aproximação que 33% da lâmina antrópica da encosta em estudo escoa, 42% infiltra e 25% evapora. Esta modificação na metodologia de Assunção (2005) para cálculo das vazões decorrentes do descarte antrópico, gera resultados mais realistas, já que as medidas foram realizadas “in situ” na área de estudo. Outra observação diz respeito à simplificação assumida por Assunção (2005) com relação aos percentuais que infiltram, evaporam e escoam referentes a lavagens de roupas e utensílios, banho e abluções e perdas em partes iguais; o que na prática não condiz com a realidade.

5.3.5. Cálculo das vazões decorrentes das precipitações pluviométricas

A vazão de escoamento referente a precipitações pluviométricas foi calculada no presente trabalho com o objetivo de comparação com a vazão obtida referente ao descarte antrópico (item 5.3.4). A vazão a escoar foi calculada pelo Método Racional, que oferece estimativa satisfatória para bacias urbanas com áreas inferiores a 5 km2, através da seguinte expressão:

Q = C x I x A (Equação 5.6)

Onde:

Q = vazão, expressa em l/seg;

C = coeficiente de escoamento – adimensional associado a natureza da superfície; I = intensidade média da precipitação na área, expressa em l/s.ha (0,36mm/h); A = área contribuinte expressa em hectares.

Utilizando a equação IDF (intensidade, duração e freqüência) para o Recife (Equação 5.7), elaborada pelo Plano Diretor de Macro-drenagem da Região Metropolitana do