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O desenvolvimento da pesquisa desde a fase de obtenção dos dados até o tratamento das informações coletadas foi executado em três etapas.

Na primeira etapa explorou-se o ambiente de análise por meio de uma pesquisa bibliográfica, com o intuito de verificar as publicações sobre o tema a fim de estabelecer um referencial teórico dos assuntos relevantes de serem aprofundados e conduzidos para discussão.

As fontes pesquisadas foram artigos científicos, dissertações de mestrado, teses de doutorado, livros, reportagens, textos de anais de congressos, sendo estes nos idiomas português, inglês ou espanhol.

Ademais, também foi realizada uma pesquisa documental através de informações da FPV, CBV e equipes desportivas participantes da pesquisa, seja in loco ou através de conteúdo disponibilizado on line, como forma de encontrar subsídios para entender se e como esses locais, de maneira direta ou indireta exercem influência no processo de detecção de talentos dentro da modalidade.

A segunda etapa consistiu na pesquisa de campo propriamente dita. A mesma começou por meio do contato com técnicos (voluntários) de equipes femininas de voleibol no Estado de São Paulo que possuíam histórico de participação no campeonato promovido pela FPV.

Esse primeiro contato foi realizado mediante e-mail ou telefone e, após conversa inicial, confirmado o interesse para participação na pesquisa, foi enviado um arquivo (Apêndice A) com a finalidade de verificar informações básicas sobre a equipe em que trabalham e para avaliar se as mesmas realmente se enquadravam no requisito necessário – possuir categorias de base, o que inclui equipes do sub 14 ao sub 19, disputando o campeonato organizado pela FPV. Em outros termos, uma equipe sub 14 se enquadraria no chamado pré-mirim; sub 15, mirim; sub 17, infantil e sub 19, infanto-juvenil.

Além dessa verificação inicial também foi enviada uma ficha de identificação (Apêndice B) com perguntas abertas que visavam descobrir o perfil de cada técnico abordado.

Por fim, de acordo com a prontidão para contribuição com a pesquisa e analisadas as informações disponibilizadas, prosseguiu-se para a última etapa, a entrevista, a qual foi agendada com os nove sujeitos que se voluntariaram a participar.

Foi aplicada uma entrevista semiestruturada, cujo roteiro está apresentado no Apêndice C, na qual a intenção foi elucidar como acontece a detecção e seleção dos talentos que se apresentavam diante dos técnicos.

Em referência a entrevista, de acordo com Bardin (2011), existem diversas maneiras de usar este método de investigação, sendo que, tradicionalmente, são classificadas segundo seu grau de diretividade ou não diretividade.

A entrevista semiestruturada se caracteriza por apresentar um roteiro com perguntas previamente elaboradas pela pesquisadora, o que permite liberdade para serem acrescentadas novas perguntas no decorrer da pesquisa, de acordo com as respostas dos sujeitos.

Essa forma de entrevista também é nomeada como semidiretiva, com plano, com esquemas, focalizadas (BARDIN, 2011). Aproxima-se também da denominada entrevista guiada, na qual o pesquisador conhece previamente os aspectos que deseja pesquisar e, com base neles, formula alguns pontos a tratar na entrevista. (RICHARDSON et al, 1999).

As entrevistas foram efetuadas pessoalmente ou por Skype, em local, data e horário de preferência dos sujeitos. As informações foram obtidas através de um gravador de áudio e

posteriormente transcritas na íntegra para a realização das análises. A transcrição das entrevistas está apresentada no Apêndice E.

O Skype é um software disponibilizado para download gratuito e uma ferramenta em que é possível realizar chamadas de voz e de vídeo para outro usuário Skype ou para telefones. Além disso, dispõe de chat que permite o envio de arquivos e conversas em formato de texto que ficam gravadas no perfil do usuário. Basta um computador ou smartphone, uma webcam e uma conexão de internet para ser possível contatar pessoas de diversos lugares do mundo. Usuários que se comunicam por chamada de voz ou vídeo pelo Skype tem a possibilidade de conversar por tempo ilimitado e com uma qualidade boa, dependendo da qualidade de internet que se tem.12

O Skype proporciona uma alternativa ou funciona como escolha suplementar, encorajando entrevistadores que possuem limitações de tempo, lugar e financeiras. Além disso, as entrevistas acabam ocorrendo em condições mais convenientes para os participantes. (JANGHORBAN; ROUDSARI; TAGUIPOUR, 2014)

Embora a entrevista por Skype não seja pessoalmente, ainda assim ela permite uma interação face-a-face, quando feita por vídeo. (BRAGA; GASTALDO, 2012)

Tendo em vista a facilidade de comunicação por meio desta ferramenta, somada com a dificuldade para conciliar os horários disponíveis dos técnicos para a entrevista, além da necessidade de otimização do tempo, o Skype mostrou-se como uma eficaz solução.

Além disso, não precisar executar a entrevista nos curtos intervalos entre os trabalhos dos técnicos ao longo da semana, o que dificultaria o cumprimento do roteiro previsto e poderia comprometê-lo, a possibilidade da entrevista ser feita com os sujeitos estando em suas casas, num ambiente tranquilo e disponível justifica o uso do Skype.

Todos os técnicos não residentes na cidade de Campinas foram entrevistados por meio de chamadas de voz ou vídeo através do Skype. Predominantemente as chamadas foram efetuadas com imagem, não ocorrendo apenas em ocasiões raras de problemas com a conexão.

O mecanismo escolhido para a análise das mensagens transcritas foi a análise de conteúdo, a qual será explicitada detalhadamente no capítulo subsequente.