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PARTE II – CORPOS BELOS

2. Métodos embelezadores

Os métodos embelezadores e todas as formas para tornar bela a aparência, apareciam a todo o momento entre os artigos, colunas e propagandas da Revista

Feminina. Cremes, loções, tônicos, e pomadas, deveriam ser adquiridos em farmácias,

drogarias, ou ainda feitos em casa. Alguns destes compostos eram anunciados na

Revista e remetidos às leitoras após um prévio envio de dinheiro.

A cada artigo que abordava a importância da beleza e da aparência, existia também uma receita embelezadora, o que tornaria viável às leitoras adquirirem tal visual. Normalmente os artigos sobre beleza da Revista Feminina traziam receitas, com medidas e componentes estipulados, que poderiam ser comprados pelas leitoras, e feitos em casa. A mulher leitora da Revista deveria possuir um grande conhecimento sobre medidas, pesos e até componentes químicos para conseguir realizar com êxito as receitas embelezadoras. Interessante notar que apesar das receitas embelezadoras contidas na Revista, sempre tratarem sobre os mesmos problemas como infecções na pele do rosto, rugas ou cabelos brancos, a cada matéria, seria fornecido uma alternativa para curá-los. O que nos leva a duvidar da qualidade, ou mesmo da eficácia de tais métodos.

Muitos componentes contidos nessas receitas seriam perigosos ao serem aplicados no corpo da mulher, como querosene, benzina e ácidos. Todos esses são extremamente perigosos, podendo levar até a morte se caso fossem inalados ou ingeridos. Em muitos momentos a Revista Feminina abordava o tema sobre alguns “elixires da beleza” que seriam extremamente venenosos, o que levava a um efeito totalmente diferente do proposto. Isto seria muito visível nas propagandas veiculadas na

Revista. É comum um composto se auto-intitular uma preparação conscenciosa como é

o caso do creme para sardas, espinhas e manchas na pele Creme do Harém durante o ano de 1917. Neste mesmo ano, a propaganda da loção Orvalho da Belleza abordaria o mesmo tema.

Não contem drogas causticas. Com o seu uso a pelle torna-se macia e de uma brancura invejável. Não Pinta a Cútis. Defende a pelle de seus parazitas, dá vida e expressão ao rosto. Uma pelle aveludada e

esmeradamente tratada; tributo da belleza de cujo cultivo depende o mais das vezes a felicidade da mulher. 127

Nas palavras dos publicitários da loção Orvalho da Belleza notamos a preocupação em explicar a qualidade e a inocuidade do produto. Além de garantir que o produto não utilizaria compostos perigosos e agressivos para a pele, ainda traz a questão de que não “pinta” a cútis. Muitos destes perigosos componentes de cremes embelezadores, em contato com a pele poderiam causar grandes danos como manchas e irritações, algumas vezes irreversíveis.

Não seriam apenas os cremes para a pele do rosto e do corpo que teriam tal problema, mas também os produtos para o cabelo.

Além de dar brilho aos cabellos e de tornal-os macios e crespos, essa loção é infallivel para combater a Caspa e evitar a Queda dos Cabellos. Preparado com kerozene e não com benzina ou essências similares... 128

A loção Petróleo Americano se vangloriava por não utilizar o componente benzina, mas sim o querosene. Entretanto, sabemos que ambos são extremamente tóxicos e cancerígenos, sendo o querosene até inflamável. Com certeza uma loção capilar com esta substância causaria um grande mal à saúde da mulher. Além disso, esta loção abordava uma questão muito presente em grande parte dos métodos embelezadores da Revista Feminina: juntar várias funções para cada creme cosmético. Isso significa que cada uma das composições veiculadas pela Revista, teria várias funções como no caso do Petróleo Americano que além de dar maciez ao cabelo, evitava a caspa e a queda.

Nos artigos da Revista há também a presença de muitas citações sobre a periculosidade de alguns tratamentos embelezadores.

Há outros, porem, perigosos por violentos e que nenhuma mulher devia adoptar sem previa consulta a um especialista [...] ter-se o maximo cuidado quer a dosagem

127

Propaganda “Orvalho da Belleza”, em Revista Feminina de janeiro de 1917.

128

dos ingredientes, quer na procedencia e boa qualidade dos mesmos. 129

No artigo referido, percebemos o pedido de cautela às leitoras sobre alguns métodos para se tratar as rugas e os cabelos brancos. A Revista ainda lembra a necessidade e a importância de se consultar um especialista antes de utilizar algum tratamento estético, e ainda do cuidado ao manusear os componentes. Afinal grande parte dos cremes e loções aconselhados pela Revista Feminina deveriam ser todos feitos em casa pela própria mulher. Na intimidade e até solidão do penteador, caberia à mulher preparar seu corpo utilizando todos os mecanismos necessários.

Mas não seriam apenas os cremes cosméticos os apontados como perigosos.

O problema alimentar – segundo o parecer d’uma especialista em alimentação, é preciso um bom pequeno almoço. O perigo de certas “dietas para emmagrecer”.

130

São muitos os momentos em que a Revista Feminina abordaria o problema de algumas dietas e até pílulas emagrecedoras. Sendo encarados como inimigos da saúde e da beleza, tais métodos seriam banidos pela Revista, e por isso em tantos momentos eram trazidos artigos em que se explicavam às leitoras os métodos corretos para emagrecer. Apesar de tudo isso, algumas cartas de leitoras sugerem a utilização de alguns métodos perigosos para se alcançar a silhueta desejada.

Espero que me dem, também a mim, um pouco de attenção e me forneçam os conselhos de que estou necessitando. Sou moça, tenho vinte annos apenas, e apezar da minha magreza, tenho o ventre um pouco crescido. Não é muito crescido, e uma simples cinta basta para fazel-o desapparecer, mas como sou magra, não sei porque o tenho tão desenvolvido. A principio, cuidei que fosse excesso de nutrição, e tratei de me alimentar o

129

“Rugas e cabellos brancos”, anônimo, em Revista Feminina de novembro de 1924.

130

menos possível. O resultado foi emmagrecer mais, mas nem por isso o meu ventre diminuiu de volume. Se alguma das collaboradoras conhece o meu caso, queira indicar- me o remédio por esta secção, que lhe ficará muito grata a amiguinha. 131

A leitora comentava em sua carta sobre a dificuldade de emagrecer, ou de pelo menos diminuir o tamanho do abdômen. Ressaltamos o trecho em que a leitora apelidada “Sertaneja” escreveu que para atenuar seu ventre, teria se alimentado o menos possível. Além do perigo das pílulas emagrecedoras e dietas milagrosas, existia também o perigo das próprias mulheres tão preocupadas com a magreza do corpo, se sujeitarem à métodos que colocassem em risco sua saúde, como por exemplo, a anorexia. A veiculação de imagens de mulheres esbeltas pela Revista Feminina e pela mídia em geral, poderia causar um grande desconforto entre as mulheres em relação ao próprio corpo, levando a manifestação de enfermidades.

Para evitar que suas leitoras utilizassem métodos embelezadores perigosos que ameaçassem sua beleza, a Revista Feminina trazia em suas páginas, artigos que procurariam ensiná-las métodos confiáveis. Além desses artigos, durante seus 21 anos de existência a Revista teria dois momentos em que veiculariam seções e colunas específicas para métodos embelezadores: Arte da Belleza – curso completo de

conservação e cultivo da belleza: entre junho de 1920 até junho de 1921; Consultório da Belleza - entre os meses de abril e junho de 1929.

A coluna Arte da Belleza perdurou durante um ano na Revista Feminina. Durante toda a existência desta coluna, nunca houve uma referência a quem seria seu autor. Apesar do anonimato, as explicações extremamente técnicas acerca do corpo feminino nos fazem crer que seja um médico o seu principal responsável. Possivelmente poderia ser o Dr. Cláudio de Souza devido a sua grande influência como co-autor da

Revista. Em suas 12 matérias, seriam abordados problemas e soluções sobre a beleza

feminina, seus assuntos foram: a pele, as mãos e os braços, afecções da pele, a cabeça e sua fisionomia, a testa e os olhos, o nariz, os dentes, o cabelo e a calvície.

131

Não é demais repetir ás nossas leitoras que a maior parte dos preparados que se annunciam como excelentes para a pelle são perigosos [...] No decurso destes artigos, em que procuramos compediar tudo o que diz respeito a cultura e arte da belleza, offerecendo fórmulas efficazes para a conservação e belleza da pelle.132

No número inicial da coluna Arte da Belleza já seria explicado às leitoras o caráter científico e confiável das informações lá contidas. Neste primeiro número, de forma simples era abordado todo o funcionamento da pele, suas várias camadas como a derme e a epiderme. O conhecimento prévio de todo o mecanismo da pele teria grande importância para as mulheres, uma vez que estariam mais preparadas para cuidá-la, evitando o uso de técnicas prejudiciais.

O número três da coluna Arte da Belleza continuaria a tratar as questões sobre a pele, porém desta vez seria explorado seus problemas, afecções e infecções. Os problemas diagnosticados eram: a coloração da pele, como tratar manchas, a influência

de raios solares, sardas, mofo, verrugas, manchas de nascença133. Todos esses

problemas seriam tratados com cuidado, explicados às leitoras suas causas, e formas de tratamento.

Os demais números tratariam de partes do corpo como mão, braço, testa, olhos e nariz. Em cada um desses seria explicado minuciosamente como estes alcançariam a beleza, alguns pelo simples uso de métodos embelezadores, outros já pela própria boa formação física de cada parte.

São raríssimos os narizes bem conformados, isto é, que reúne a harmonia das proporções com o resto da cara. Eis aqui, segundo as regras da arte, as condições de belleza que esse órgão exige. 134

A descrição sobre como deveria ser um belo nariz, é apenas mais uma dentro da coluna. Afinal a cada número seriam descritas como cada parte do corpo feminino devia

132

“Arte da belleza I – a pelle”, anônimo, em Revista Feminina de junho de 1920. 133

“Arte da belleza III – affecções da pelle”, anônimo, em Revista Feminina de setembro de 1920.

134

ser verdadeiramente bela. A higiene era fortemente valorizada como mais uma forma de embelezar o corpo.

O corpo póde tornar-se bello mercê da hygiene, da nutrição perfeita e dos exercícios adequados. 135

Principalmente nos números que tratariam os dentes e os cabelos, a higiene seria extremamente valorizada. Problemas como o mau hálito e a caspa eram tratados pela coluna como os grandes problemas de tais partes do corpo, e por isso seria incentivado toda a higiene bucal e a lavagem dos cabelos constantemente.

Em 1929 surgiria na Revista Feminina o Consultório da Belleza. Uma seção de respostas às perguntas das leitoras acerca da beleza e do tratamento da aparência. A coluna durou três meses – abril, maio e junho – e era assinada por Mme. Campos, diretora da Academia Scientifica de Belleza, sediada no Rio de Janeiro136. As perguntas das leitoras não eram publicadas, na Revista estaria apenas a resposta de Mme Campos sobre a forma correta para se alcançar a beleza tão desejada. As perguntas deveriam ser encaminhadas por cartas à sede da Revista.

A maioria das leitoras que buscavam no Consultório uma solução para seus problemas, seria de cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. E de forma secundária ainda apareceriam leitoras do Rio Grande do Sul, Paraíba e Alagoas. A maioria das questões era sobre a pele da face e seus problemas, principalmente as rugas, as espinhas e os poros sujos. Sobre esses problemas o Consultório falava às mulheres de forma ríspida e um tanto dramática.

As rugas são o túmulo do amor [...] A espinha é o peor defeito que transforma horrivelmente um rosto, não só

135

“Arte da belleza V – a cabeça e a physionomia”, anônimo, em Revista Feminina de outubro de 1920. 136

No artigo “História da cirurgia plástica brasileira” escrito pelo Dr. Lybio Martire Jr. é apontado que a Academia Científica de Beleza foi fundada pelo Dr. Antonio Pires Rebelo, grande médico da década de 30, precursor da cirurgia plástica no Brasil. Essas informações nos levam a crer que o Dr. Antonio Pires Rebelo seja o Dr. Pires, responsável pelo livro A Arte de Ser Bela de 1933, e por propagandas de suas habilidades estéticas, em revistas da época como a própria Revista Feminina. Apesar de não encontrarmos

fontes que comprovem que sejam a mesma pessoa, especulamos que sendo a cirurgia plástica uma modalidade tão recente no Brasil, dificilmente existiriam dois médicos com nomes similares desenvolvendo-a. Isso nos leva a crer que possivelmente Mme Campos possa ser o próprio Dr. Pires, utilizando de um pseudônimo feminino e afrancesado, para passar maior credibilidade e confiança às leitoras da Revista.

por tornar a pelle estragada, como também por dar á

pessoa uma impressão desagradável. 137

Além dos problemas de pele, os assuntos mais tratados pela coluna seriam sobre os seios, as mãos, as unhas, os dentes e a transpiração. Para cada um desses problemas seria dirigida uma solução. Diferente das soluções contidas na própria Revista que usualmente passavam receitas caseiras através da mistura de componentes, o

Consultório da Beleza iria sempre indicar produtos já manipulados, fornecendo o nome

da marca às leitoras. Indicar um produto já existente nos faz pensar que possivelmente o

Consultório seria mais uma forma de publicidade do que exatamente uma coluna da Revista Feminina, até mesmo por sua existência tão rápida.

Além dos métodos embelezadores trazidos pela própria Revista, alguns seriam oferecidos por artistas da época, o poder de sedução de estrelas do cinema marcou toda

a geração de mulheres, servindo de modelo para a imagem que queriam delas

mesmas138. Muitas dessas dicas seriam passadas de forma indireta, ou seja, não

exatamente pela “diva” dizendo seus truques embelezadores. O primeiro artigo que faz tal relação, seria o “Escola do Cinema” em dezembro de 1921, com fotos de divas do cinema mudo americano e com o seguinte comentário:

Cintilante contellação de “Reabart”. Da esquerda para a direita: Mary Mac Avoy, Mary Winter, Alice Brady, Contance Binney e Bebé Daniels. Reparem as leitoras na graça desses penteados. 139

O momento em que a relação entre a beleza e as estrelas de cinema se tornaria mais explícito, aconteceria com a cantora lírica e atriz Lina Cavallieri em 1920.

A mulher que deseja ser verdadeiramente bella, deve agarrar-se desesperadamente á sua mocidade, e para se conservar moça, deve, em tudo quanto fizer evitar a fadiga. Repouso, muito repouso! E´a pedra angular do

137

“Consultório da Belleza”, por Mme Campos, em Revista Feminina de abril de 1929. 138

Priore, May del. op. cit. P. 75. 139

monumento da belleza! Não deve nem trabalhar nem estudar muito, nem se entregar a sports violentos. Deve fazer apenas os exercícios necessários para evitar a gordura. O ar livre é salutar para a belleza; mas com a condição de não ser áspero. A ventania só nos póde fazer mal. Não se devem receiar os perfumes no quarto de dormir. Empregados discretamente e de boa qualidade, tem acção feliz de calmante para os nervos e facilitam o repouso, condição absolutamente indispensável á belleza.140

Seguindo este artigo, a atriz ainda dava conselhos de alimentação saudável e pouco gordurosa, e ainda como evitar rugas. Durante os demais anos da edição da

Revista Feminina foi apenas por volta dos anos 30 que ficaria mais forte a relação entre

beleza e as estrelas de cinema. Como o artigo “Elegância natural” de Sylvia Accioly que trazia fotos de atrizes com belos vestidos em poses majestosas de 1935. Ou ainda “Praticas de Bellezas – alguns segredos da arte da maquillagem segundo os especialistas de Hollywood”, anônimo, de 1936. Com o passar do tempo, tornaria-se cada vez mais natural às leitoras da Revista ter como modelos de beleza pessoas do meio artístico.

Como um método embelezador totalmente inovador e moderno, a cirurgia plástica já começava a aparecer como meio para se adquirir uma aparência bela. Após a Primeira Guerra Mundial em 1918, teríamos uma grande evolução desta parte da medicina responsável pela estética141. A Revista Feminina sempre preocupada por informar suas leitoras daquilo que de mais novo existia para o aprimoramento do corpo, traria tal novidade.

Dr. Voronoff da Academia de Sciencia de Paris apresentou uma communicação que merece ser tomada ao serio [...] chegou á convicção de que é possível a renovação do homem, não pelos processos empíricos da

140

“Modelos de belleza – Lina Cavallieri”, anônimo, em Revista Feminina de dezembro de 1920.

141

Informações retiradas de Jr. Martite, Lybio. “História da cirurgia plástica brasileira”. Disponível em: http://www.sbhm.org.br/index.asp?p=especialidades_view&codigo=48. Acessado em 10 de fevereiro de 2008.

medicina, como o elixir da longa vida, nem pelos processos da magia medieval, mas pelo processo scientifico da intervenção cirúrgica, ou mais precisamente, da enxertia humana. Voltar attarz na vida, mantendo a experiência adquirida nos longos annos do encanecimento, ao mesmo tempo que se deitou ás ortigas das rugas, os emperramentos, as “brancas”, todos os signaes que exteriormente davam ao homem, ao fim de largos annos a patina do tempo, deve parecer uma coisa admirável, principalmente se o homem adquire, com o aspecto da mocidade, a correspondente elasticidade de músculos, vibratilidade dos nervos, estuamento de sangue, alegria de viver, a graça, o riso, a despreoccupação, a fé, o conjuncto sem o qual não há verdadeira mocidade. Há duas mocidades e duas velhices. A mocidade e a velhice do corpo, e a mocidade e a velhice da alma. 142

Além de apresentar às leitoras a nova capacidade da medicina de rejuvenescer o corpo através da cirurgia, o artigo abordava a questão sobre o resultado da cirurgia na velhice. Afirmavam a existência de duas velhices: uma da alma e outra do corpo. Assim discutiriam sobre a possibilidade de um rejuvenescimento também da alma com tal intervenção cirúrgica, e quais as vantagens que esta traria para a sociedade. Notamos a forte presença da relação entre beleza física e espiritual explorada anteriormente, e ainda uma visão mistificada do que seria a cirurgia plástica, naquele momento chamada de enxerto.

Em 1928 a Revista Feminina abordaria novamente a questão sobre a cirurgia plástica.

Madame A. Noel, casada com um médico, afirma ter, desde estudante, idéa fixa de dedicar-se á especialização esthetica [...] Mostrou Mme A. Noel sua habilidade

142

engenhosa nesta interessante arte operatória, em dezenas de casos em que se transmudou quasi totalmente a physionomia engelhada numa physionomia fresca, viva, expressiva [...] Assim, as rugas da testa, as pregas do ângulo externo dos olhos, a flacidez da pelle na vizinhança da pálpebra inferior,a deformidade da face, o pronunciado sulco naso-labial, a desharmonia dos lábios, a papada mentoniana, o acabanado das orelhas, todos esses traços de velhice precoce, são corrigidos com o bisturi-pincel da Dra. A. Noel. 143

De uma forma muito mais científica este novo artigo trabalhava a questão da cirurgia estética. Ressaltamos a grande valorização da cirurgia como meio de se driblar a velhice, corrigindo todos os sinais da idade. Além disso, a cirurgiã citada Dra. A. Noel seria vista como uma artista, que redesenha os traços da fisionomia. Seu bisturi-pincel era capaz em dar um ar mais jovial e por isso mais feliz a quem necessitasse.

A presença deste artigo logo no final dos anos 20, teria uma grande importância. Afinal neste momento a cirurgia plástica não era apenas uma realidade para países do exterior, mas também aqui em terras brasileiras. No final dos anos 20, a cirurgia plástica já era uma realidade também no Brasil144.

O corpo feminino deveria estar a todo tempo conectado às novas tendências e tecnologias a serviço da beleza.

143

“A cirurgia esthetica da dra. A. Noel” por Alfredo Pinheiro, em Revista Feminina de novembro de 1928.

144

O referido Dr. Pires estaria no início da década de 30 já rejuvenescendo principalmente mulheres em seu consultório no Rio de Janeiro. Em seu livro A Arte de Ser Bela, já teria fotos de antes e depois de

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