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Os métodos de ensino são as formas através das quais os professores irão trabalhar os diversos conteúdos com a finalidade de atingirem os objetivos propostos. Compreende as estratégias e procedimentos adotados no ensino por professores e alunos. Os métodos se caracterizam por ações conscientes, planejadas e controladas, e visam atingir, além dos objetivos gerais e específicos propostos, algum nível de generalização.

A definição de método de ensino acima colocada compreende o método em suas duas dimensões: como plano ideal de ação, a ser executado por professores e alunos no processo de ensino-aprendizagem, e como as próprias atividades efetivamente desenvolvidas por professores e alunos para atingir os objetivos propostos. Estas duas dimensões geralmente não são coincidentes numa avaliação final do processo, mas revelam-se etapas inseparáveis de um mesmo sistema.

O método não diz respeito aos vários saberes que são transmitidos, mas sim, ao modo como se realiza a sua transmissão. Pode-se definir um método pedagógico como uma forma específica de organização dos conhecimentos, tendo com conta os objetivos do programa de formação, as características dos formandos e os recursos disponíveis.

Todavia, um método de ensino, por si só, não garante o sucesso de uma aula, sendo este apenas um suporte, um recurso ou uma ferramenta à disposição do professor. A criatividade, a didática, o domínio do assunto, dentre outros atributos, devem ser permanentemente cultivados pelo professor, sem os

quais, não há técnica ou metodologia que resolva o problema de uma aula desinteressante e às vezes até enfadonha.

Extensa é a lista de denominações de metodologias, métodos, técnicas e práticas de ensino. Existem diversos enfoques ou diretrizes, no entanto, que permitem classificar os métodos possíveis de serem empregados em sala de aula, todos eles baseados em teorias comprovadas por pesquisas de campo. Cada técnica utilizada, em função dos procedimentos a serem explorados, proporciona um estímulo específico ao aluno e exige deste um correspondente comportamento.

De uma forma geral, pode-se classificar os métodos de ensino da seguinte forma:

a) Métodos Verbais

A transmissão oral dos saberes, continua a ser a mais clássica, mas também a mais moderna foi de comunicação pedagógica. A sua enorme diversidade decorre obviamente da própria multiplicidade de formas a que podemos recorrer para expor ou interrogar os alunos sobre um dado tema.

Um exemplo de métodos verbais de ensino é a aula expositiva. Essa metodologia de aula, segundo GIL (1997, p. 76) é adequada para:

“- transmitir conhecimentos;

- apresentar um assunto de forma organizada; - introduzir os alunos em determinado assunto; - despertar a atenção em relação ao assunto;

- transmitir experiências e observações pessoais não disponíveis sob outras formas de comunicação e ;

- sintetizar ou concluir uma unidade de ensino ou um curso.”

O que constitui a aula expositiva, entretanto, não é tão claro quanto parece ser; além disso muitos professores não param para considerar as vantagens e desvantagens do método de exposição antes de adotá-lo ou rejeitá-lo.

Na utilização desse método deve-se entender a palavra exposição no sentido de ensinar pela palavra falada: o professor fala e os alunos ouvem e (espera-se) aprendem. O principal meio de ensino é a comunicação de mão única. Por extensão, exposições podem incluir a utilização de muitos meios, como transparências, slides e fitas de vídeo; mas a comunicação ainda é, primariamente, de mão única (TEIXEIRA, 2004).

Aulas expositivas também podem compreender materiais ou assuntos não disponíveis por outros meios. Muitas vezes, por exemplo, professores desenvolvem apresentações com uma variedade de recursos. Ao invés de exigir que os participantes comprem e leiam material de diversas fontes, o expositor pode apresentar o conteúdo de uma forma econômica, direta e integrada. Também é possível apresentar novos conteúdos que ainda não apareceram em livros ou artigos. Um expositor competente pode utilizar várias centenas de páginas de informações, resumi-las e apresentar todas as idéias principais em questão de algumas poucas horas.

Segundo TEIXEIRA (2004), as aulas expositivas apresentam uma ameaça mínima para o aprendiz. Em aulas de discussão, por exemplo, as pessoas freqüentemente se sentem intimidadas pela possibilidade de que possam ser solicitadas a falar. Quando percebem que tudo o que tem a fazer é ouvir, podem relaxar e prestar mais atenção no que está sendo dito.

Vendo sob outro prisma, o método expositivo apresenta várias limitações. Talvez a sua deficiência mais significativa seja a falta de feedback que geralmente acompanha as aulas expositivas. Aulas expositivas também falham ao não considerar as diferenças individuais de habilidade e experiência. O expositor tem que delimitar a apresentação no que pode ser considerado um nível médio de dificuldades para aquela audiência em particular. Conseqüentemente, existirão alguns na platéia para os quais a apresentação provavelmente seja muito simples e alguns para os quais deverá estar sendo muito complexa. Aulas expositivas são inadequadas para certas formas elevadas de aprendizado. Por exemplo, exposições podem efetivamente ensinar fatos, definições e conceitos. Entretanto, elas não podem ensinar, análises, diagnósticos ou desenvolvimento de habilidades motoras.

Aulas expositivas também são menos eficazes no ensino das habilidades de raciocínio e de escrita (TEIXEIRA, 2004).

b) Métodos Intuitivos

Trata-se de mostrar algo a alguém de forma a que possa intuir, apreender ou perceber o que se pretende transmitir. Como exemplo desse método de ensino pode-se citar a simulação, que é um tipo de estratégia de ensino em que

“os alunos assumem papéis existentes na vida real e comportam-se de acordo com eles. As conseqüências do desempenho desses papéis são percebidas pelos alunos, que são solicitados a refletir a esse respeito. São, portanto, estratégias que colocam o aluno bem próximo de situações reais e que possibilitam um feedback imediato acerca das conseqüências de seus comportamentos, atitudes e decisões.”

(GIL, 1997, p. 87).

As simulações tendem a ser bem aceitas pelos alunos, pois, de modo geral, trazem certo grau de satisfação aos participantes. Entretanto, sua utilização no ensino superior nem sempre se faz da forma adequada, muitas vezes sua escolha por parte do professor se dá mais em virtude do clima que se cria em sala de aula do que por qualquer outra razão de ordem pedagógica.

Dentre os tipos de simulação que de alguma forma podem ser aplicáveis ao ensino superior tem-se o estudo de caso, que segundo ROJAS (1995, p. 15) “consiste em apresentar sucintamente a descrição de uma determinada situação real ou fictícia para sua discussão no grupo.” Os casos devem ser reais,

dando assim um contato maior com a realidade, com casos de jornais, revistas ou até mesmo da experiência do professor. O estudo de caso pode ser de dois tipos: “o

caso análise que objetiva o desenvolvimento da capacidade analítica do aluno, e o caso problema, que visa chegar a uma solução, a melhor possível, com os dados fornecidos pelo caso” (ROJAS, 1995, p. 17).

c) Métodos Ativos

Um dos primeiros grandes teóricos deste tipo de métodos foi Pestalozzi (1746-1827). Influenciado pelas idéias de Rousseau defendeu que a educação deveria preparar os homens para certos desempenhos na sociedade. A educação devia apresentar-se como um desenvolvimento natural, espontâneo e harmônico das disposições humanas mais originais, na sua tríplice dimensão: a vida intelectual, moral e artística e técnica.

No final do século XIX, foram finalmente consagradas as bases filosóficas da pedagogia contemporânea. William James (1842-1910), concebeu a educação como um processo vivo que permite ao homem reagir adequadamente face às mais diferentes circunstâncias. John Dewey (1859-1952), concebeu a educação baseada na ação. A sua pedagogia ativa assenta nos seguintes princípios:

1. O aluno só aprende bem quando o faz por observação, reflexão e experimentação (auto-formação);

2. O ensino dever ser adaptado à natureza própria de cada aluno (ensino- diferenciado);

3. Deve desenvolver, não apenas a sua formação intelectual, mas também as suas aptidões manuais, assim como a sua energia criadora (educação integral);

4. A matéria de ensino deve ser organizada de uma forma que produza um efeito global na formação do aluno (ensino global);

5. O ensino deve contribuir para a socialização do aluno, por meio de trabalhos em grupo, respeitando e fortalecendo sempre a individualidade dos alunos. A educação é vida e educar é preparar para a vida (ensino socializado).

Ao longo do século XX a pedagogia ativa, conheceu inúmeros avanços teóricos e práticos, influenciando todos os outros métodos de ensino. Estes métodos têm vindo a impor-se devido a cinco razões essenciais: a) a crescente importância dada às vivências individuais; b) o aumento da motivação ligada a atividades que

envolvem diretamente o formando; c) a necessidade incrementar os hábitos de trabalho em grupo, para o aperfeiçoamento das relações humanas; d) a mudança do papel do formador, este deixou de ser visto como o detentor do saber, para ser encarado como um facilitador e animador; f) a evolução dos métodos de controle, que passaram de um sistema de autoritário, para outros baseados no auto-controle, auto-avaliação dos indivíduos e do grupo.

Por este método, os estudantes tornam-se ativos do processo de aprendizagem e são encorajados a aprender de forma mais descontraída, distanciando-os dos processos de simples memorização de regras, definições e procedimentos. Como exemplo desse método de ensino tem-se o seminário. Segundo NÉRICI (1993, p. 156) “o seminário é um procedimento didático que

consiste em levar o educando a pesquisar a respeito de um tema a fim de apresentá-lo e discuti-lo cientificamente.”

O mais importante no seminário não é a apresentação do tema, e sim, criar condições para a discussão, levar os acadêmicos ao debate, identificar e/ou reformular conceitos ou problemas e avaliar pesquisas. Muitas vezes o aluno não gosta deste método. Ele tem a impressão que trabalha muito e o professor pouco. Por isso é necessário que o professor mostre as vantagens deste método para o aluno que terá que exercitá-lo por muitas vezes na sua vida profissional.

Convém ressaltar que na escolha de um método pedagógico, o professor deverá ter em conta quatro fatores essenciais: as características dos educandos; as características do saber; o condicionamento e os recursos inerentes à situação de formação; e, o seu estilo pessoal.

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