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Segundo Hilda Santos (apud MECHELN, 1997) a aprendizagem é um processo que dura a vida toda e por meio do qual o aprendiz, motivado frente a uma situação-problema, resolve-a atingindo sua meta e modifica-se de forma duradoura.

Isto significa que desde o nascimento o processo de aprendizagem é constante e permanente.

Assim, é preciso ter em mente que a questão ensino/aprendizagem/ motivação/satisfação deve ser trabalhada constantemente, no sentido de se buscar metodologias alternativas que estimulem o aluno ao aprendizado, motive-o para com o curso e leve o futuro profissional a gostar da profissão.

A literatura tem enfatizado que a metodologia de ensino considerada tradicional, aquela em que o professor se centra à frente dos alunos e expõe a matéria tem sido uma das causas do desinteresse geral do aluno pelas aulas e o conseqüente baixo nível de aprendizado em contabilidade, verificado numa grande quantidade de cursos de graduação. Por esta metodologia o aluno é visto como um agente passivo no processo de aprendizagem. O aluno fica numa posição passiva e professor na ativa, no sentido de transmitir conhecimentos e apontar erros cometidos.

De uma forma geral, os métodos tradicionais de ensino/aprendizagem são centrados no professor e que este se torna o responsável pela aprendizagem do aluno. Para Rogers, renomado pesquisador educacional, no entanto, tanto o professor quanto o aluno devem ser os responsáveis pelo processo ensino/aprendizagem. Em sua proposta, o professor deve exercer o papel de facilitador da aprendizagem, enquanto o aluno deve ter a liberdade para escolher, expressar-se e agir. Aprender fazendo, aprender da experiência e aprender por tentativas e erros são as variáveis fundamentais propostas por Skinner, outro pesquisador educacional (MARION, 1994).

Dessa forma, cabe ao professor inverter essa posição até então considerada tradicional e mais simples, digamos assim. O professor deve centrar suas aulas no aluno e fazer com que ele (o aluno) descubra, com a sua ajuda (do professor), as respostas às suas indagações e curiosidades. É o aluno que deve ser o agente ativo no processo de aprendizagem. A idéia central desta postura é de que os alunos devem se comportar como "pensadores-críticos" e, assim, o processo de aprendizagem se torna mais dinâmico.

Todavia, motivar o aluno para a profissão que irá abraçar, mostrar a relevância do assunto e fazer com que ele "tome gosto" pelo curso parece não ser uma tarefa tão simples de se executar, a menos que o professor esteja disposto a utilizar de técnicas e metodologias de ensino mais dinâmicas do que as aulas expositivas tradicionais.

CONCLUSÃO

Com base no exposto ao longo do trabalho pode-se chegar as seguintes conclusões:

1. A eficiência da ação docente depende não só da consciência crítica da realidade, mas também do instrumental teórico que o professor recebe durante o seu processo de sua formação, que não cessa nunca. E é esse instrumental teórico, fundamentado nos vários campos do conhecimento que constitui a base do saber- fazer pedagógico. O professor se forma a partir de uma base sólida de conhecimentos da prática refletida, da consciência crítica da realidade e do papel da escola dentro do contexto social.

2. A problemática da “didática” continua, pois não se enfrentam as causas nem se busca conhecê-las para reverter o quadro da aula ineficaz e sem atrativo. Certamente falta-lhe vida. A grande preocupação, no entanto, está no fato de que muitos professores ainda tentam, sem conhecimento consistente e adaptação metodológica, aplicar os métodos didáticos em sala de aula. Chegam a utilizá-los como se fossem um método, com passos e seqüências a seguir, sem se preocuparem com o entendimento e explicação das teorias que envolvem o processo de construção do conhecimento. É preciso que os professores, em suas propostas educativas compreendam como se ensina e como se aprende, fundamentando essas idéias nas teorias que tratam da educação.

3. O professor universitário deve ter consciência de que não esta dentro da sala de aula com a mesma finalidade que um professor primário ou secundário. Nos níveis secundário e primário, a função do ensino é a aquisição de conhecimentos elementares básicos, que visam o desenvolvimento de determinadas habilidades, para que o aluno possa seguir aprendendo, por isso o ensino é geral, onde aprende-se um pouco de tudo. Já, no nível universitário, a função do ensino é o conhecimento específico, que se não for de forma auto-didática, será impossível de ser alcançado. Portanto, a função do professor não é somente ensinar, e sim

demonstrar e facilitar os meios para que o aluno possa desenvolver os seus estudos, através da bibliografia adotada. Esses meios, por conseqüência, se resumem aos métodos que devem ser adotados dentro da sala de aula e os meios didáticos e bibliográficos que a universidade deve colocar a disposição dos alunos.

4. Os alunos, por sua vez, procuram na escola o "saber", para, com ele, melhor se posicionarem frente a um problema ou a uma situação real. Isto significa que ele está a procura de "ferramentas" - o saber para ele é, sem dúvida, uma poderosa ferramenta- que lhe dê suporte para uma mudança de seu comportamento. Ao atingir este resultado, o processo de ensino terá conseguido atingir o seu objetivo.

5. Para que uma proposta metodológica possa se efetivar em sala de aula, o professor precisa ser tão ativo quanto seus alunos, tão criativo quanto eles, deve estar tão interessado em ajudá-los quanto eles em aprender coisas novas, os professores que começam a entender o seu mister como um processo falam menos e escutam mais. E escutar é infinitamente mais importante do que falar enquanto agente do processo educativo.

6. Aprendizagens significativas requerem ainda que o professor tenha bem claro o que o aluno aprende e como aprende, para que se estabeleça uma rede de significados que facilitem a sua interação com o mundo, a sua relação com o físico e o social. Por outro lado, o professor precisa ter competência – “saber” e “saber fazer” de modo que propicie uma intervenção pedagógica eficaz no processo de ensino, para que o aluno aprenda a aprender.

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ÍNDICE

AGRADECIMENTOS... 03 DEDICATÒRIA... 04 RESUMO... 05 METODOLOGIA ... 06 SUMÁRIO... 07 INTRODUÇÃO... 08 CAPITULO I A FORMAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO... 10

1.1 Requisitos Básicos do Professor Universitário... 14

1.1.1 Requisitos legais... 14

1.1.2 Requisitos pessoais... 16

1.1.3 Requisitos técnicos... 17

1.2 Funções do professor universitário... 19

CAPÍTULO II OS PLANOS DE ENSINO... 21

2.1 O planejamento das atividades educacionais... 21

2.2 Níveis de planejamento... 22

2.2.1 Planejamento educacional... 22

2.2.2 Planejamento curricular... 23

2.2.3 Planejamento de ensino... 24

2.3 A elaboração de planos de ensino... 25

2.3.1 Plano de disciplina... 26

2.3.2 Plano de unidade... 28

CAPÍTULO III ESTRATÉGIAS DE ENSINO APRENDIZAGEM... 30

3.1 A noção de estratégia... 31

3.2 O professor e as estratégias de aprendizagem... 34

3.3 Os alunos e a estratégia: a relação com o processo de aprendizagem... 35

CAPÍTULO IV MÉTODOS DIDÁTICOS... 39

4.1 A metodologia do ensino superior... 39

4.1.1 A formação Didática do professor de ensino superior... 40

4.2 Os métodos de ensino... 43

CONCLUSÃO ... 51 BIBLIOGRAFIA ... 53 ÍNDICE ... 57

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Projeto A Vez do Mestre

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título da Monografia:

“PROFESSOR UNIVERSITÁRIO: DIDÁTICA X MOTIVAÇÃO”

Data da entrega: _______________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Avaliado por:_______________________________Grau______________. Rio de Janeiro_____de_______________de 2004.

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