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Métodos para a avaliação de investimentos

No documento Planejamento e Controladoria Financeira (páginas 44-50)

Caro aluno, como você já aprendeu, a decisão de investimentos compreende a realização de diversas análises e, nestas análises, deve-se levar em consideração algumas variáveis. E quais são estas variáveis? No processo de avaliação de investimentos, deve-se considerar o valor que será investido ou o valor que está investido atualmente, os fluxos de caixa futuros, a quantidade de tempo de ocorrência desses fluxos e o custo do dinheiro no tempo.

Um investimento é realizado com a intenção de que se obtenha um resultado que supere o valor investido e também compense o risco de deixar neste investimento. Este resultado é a rentabilidade do investimento e pode ser considerada o prêmio por investir.

SAIBA MAIS

Você sabe o que significa custo de oportunidade? Imagine que você queira investir o seu dinheiro e você começa avaliar as diversas possibilidades de investimento. Ao optar por um tipo de investimento, você deixará de obter as rentabilidades de outros, neste sentido, você percebe que o parâmetro utilizado para a sua escolha é a rentabilidade, portanto o custo de oportunidade é o benefício que você perdeu devido a uma determina escolha.

A ideia por traz de todos estes cálculos é conhecer a viabilidade econômica de um projeto de investimento antes de sua implementação.

Vamos, então, conhecer os métodos utilizados para estes cálculos, primeiramente você vai conhecer mais detalhes a respeito do Fluxo de Caixa Descontado, ele é o elemento básico para toda avaliação e projeções apropriadas e pode ser construído tanto com foco no acionista ou foco geral da empresa, sendo possível trabalhar tanto com um como com outro, podendo-se chegar ao mesmo resultado.

A partir dos dados históricos são realizadas projeções de fluxos de caixa, um dos principais instrumentos de são os modelos de regressão utilizando os dados passados disponíveis.

EXPLICANDO MELHOR

O método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD) é utilizado para avaliar uma proposta de investimento comparando os fluxos de caixa futuros que serão obtidos durante toda a vida do investimento ao seu valor presente, realizando esta comparação ficará mais fácil calcular a taxa de retorno do investimento (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 2008).

Você está lembrado da incerteza? Então, nas projeções de fluxo de caixa a incerteza é um fator impactante, portanto é essencial que ela seja considerada, incorporando na análise os modelos de simulações e cenários, auxiliando na visualização das diversas possibilidades de alterações dos resultados, e um dos métodos comumente utilizado para esta finalidade é o Método de Monte Carlo.

Veja o exemplo de Fluxo de Caixa, no Quadro 1 estão os dados dos investimentos realizado pela empresa ABC. Na Figura 7, você tem o fluxo de caixa projetado com base nas informações disponíveis.

Quadro 1 – Dados para elaboração do Fluxo de Caixa

Investimento total R$ 50.000,00 (imobilizado = R$40.000,00 e capital de giro = R$10.000

Financiamento 60% do valor investido / taxa de juros de 15%

pelo sistema de amortização constantes

Receitas anuais estimadas R$35.000,00

Custos fixos e variáveis

anuais R$ 5.000,00

Alíquota de Imposto de

Renda 30%

Depreciação anual dos ativos R$10.000,00 Receita operacional extra

no quarto ano R$15.000,00

Fonte: Abreu Filho et al. (2008) Quadro 2 – Fluxo de caixa da empresa ABC

Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

+ Receitas 35.000 35.000 35.000 50.000

- custos fixos e variáreis -5000 -5000 -5000 -5000

Depreciação -10.000 -10.000 -10.000 -10.000

= Lair (lucro antes do IR)

= Ebt 20.000 20.000 20.000 35.000

- Imposto de Renda -6.000 -6.000 -6.000 -10.500

= lucro operacional após IR 14.000 14.000 14.000 24.500

+ depreciação 10.000 10.000 10.000 10.000

- investimento no

Imobi-lizado -40.000

- investimento no capital

de giro -10.000

= fluxo de caixa da

empre-sa (FCE) -50.000 24.000 24.000 24.000 34.500

- despesas financeiras

(descontado IR) -3.150 2.363 1.575 -788

- amortização de dívidas -7.500 -7.500 -7.500 -7.500 + financiamentos 30.000

= fluxo de caixa do

acionis-ta (FCA) -20.000 13.350 14.138 14.925 26.213

Fonte: Abreu Filho et al. (2008, p. 52)

IMPORTANTE

A avaliação de investimentos realizada pelo Fluxo de Caixa Descontado exige da empresa o cálculo do custo do capital. O custo médio do capital, obtido pela proporção de participação de capital próprio e capital de terceiros, pode representar para a empresa a taxa de retorno mínima exigida.

Outro ponto a ser observado é a inflação, as estimativas de fluxo de caixa devem ser ajustadas às variações de preço.

Outro modelo básico para a decisão de investimentos é o Valor Presente Líquido (VPL).O fundamento do VPL é o valor do dinheiro ao longo do tempo. Para você entender melhor, se você tem uma determinada quantidade de dinheiro hoje, esta mesma quantidade no próximo ano não terá o mesmo valor, portanto para que esse valor tenha valor no futuro, é necessário que sejam aplicadas taxas de juros.

Mas ainda é importante que você considere um outro fator que você já conhece: o risco. Quanto maior o tempo necessário para se obter o retorno de um investimento, maior será a taxa de juros que deve ser incorporada no modelo, pois deverá ser o suficiente para cobrir estes ricos que são decorrentes do alongamento do tempo. Portanto, o cálculo do VPL compreende as seguintes variáveis: o valor do investimento, os fluxos de caixa futuros, a quantidade de períodos em que haverá fluxos de caixas provenientes do investimento e a taxa de juros.

DEFINIÇÃO

Valor Presente Líquido (VPL) significa trazer ao valor presente ou atual os fluxos de caixa futuro, descontando determinadas taxas de juros. O valor atual do investimento deve ser confrontado com o valor futuro, se o valor futuro for igual ou superior ao valor presente, o investimento é aceito, se for inferior o investimento não deverá ser aceito.

Vamos considerar o exemplo: Uma empresa faz um investimento (ano 0 ou T0) no valor de R$ 10.000 a uma taxa de juros de 12% ano e os fluxos de caixa são: ano 1 (T1) – R$5000,00; ano 2 (T2) –R$5000,00 e ano 3 (T3) – R$ 5000,00. Na Tabela 1, são apresentados os cálculos.

De acordo com os cálculos, a decisão deve ser tomada, pois o valor presente dos fluxos de caixa futuros é de R$ 12.009,16 excedendo o valor do investimento inicial que foi de R$ 10.000,00.

O outro método utilizado é a Taxa Interna de Retorno (TIR). Este método consiste em encontrar a taxa de juros utilizada para o desconto, que, aplicada anula o VPL, em outras palavras, a TIR é a taxa onde valor presente líquido é igual a zero. Existe somete um problema, não existe uma forma para calcular a TIR, mas você pode utilizar uma calculadora financeira ou através do Excel.

Tabela 1 – Cálculo do Valor Presente Líquido

Ano Fluxo de caixa

futuro Índice Valor atual do Fluxo de caixa futuro

1 5.000,00 1,12 4.464,29

2 5.000,00 1,2544 3.985,97

3 5.000,00 1,404928 3.558,90

15.000,00 12.009,16

Fonte: Adaptado de Padoveze (2009, p. 476)

Como exemplo para o cálculo da TIR vamos utilizar o mesmo exemplo anterior. Veja na Figura 8, que para este exemplo foi utilizada a planilha de Excel para o cálculo da TIR, a formula utilizada é =TIR(B9;B13), neste casoas células utilizadas foram de B9 a B13 e taxa interna de retorno encontrada foi de 23,38%, está é a taxa onde o VPL é igual a zero

Quadro 3 – Cálculo da TIR no Excel

Investimento (T=0) - 10.000,00

T=1 5.000,00

T=2 5.000,00

T=3 5.000,00

Taxa Interna de Retorno 23,3752%

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

Aplicando a taxa encontrada, você pode perceber que o valor presente do fluxo de caixa ficou em R$10.000,00, o mesmo que o valor do investimento, portanto um retorno igual a zero. Mas o que significa este resultado?

EXPLICANDO MELHOR

Conforme o exemplo, no valor presente líquido do investimento foi utilizada uma taxa de juros de 12% e a taxa interna de retorno para o projeto foi de 23,38%. Neste caso, o gestor pode tomar a decisão de investir neste projeto, pois a taxa de juro é menor que a TIR. Portanto, considerando alguns inerentes a este método, o gestor deve tomar a decisão de investimento quando o custo do capital for menor que a TIR.

Tabela 2 – Valor presente líquido do fluxo de caixa futuro com a taxa de 23,3752%

Ano Fluxo de caixa

futuro Índice Valor atual do Fluxo de caixa futuro

1 5.000,00 1,233752 4.052,68

2 5.000,00 1,5221438 3.284,84

3 5.000,00 1,8779479 2.662,48

15.000,00 10.000,00

Fonte: Adaptado de Padoveze (2009, p. 477)

Agora você vai conhecer outro método utilizado, que é o período de payback. É um instrumento que fornece informações complementares ao processo decisório, ele é importante quando o tempo de recuperação também for importante e não somente o retorno do investimento. Para o cálculo do payback, vamos continuar com nosso exemplo. A Tabela 3, contém esses dados.

Veja bem, o saldo do investimento somente será recuperado no terceiro mês. O saldo de R$1.549,74 corresponde a 43% de R$3.558,90, que representa 5,2 meses (1.549,74/3.558,90 x 12 = 5,2 meses).Acrescentando os dois primeiros anos, o período necessário para o retorno do capital investido será de 2 anos e 5,2 meses.

Tabela 3 – Valor presente líquido dos fluxos futuros a 12% a.a

Ano Fluxo de

caixa futuro Índice Valor atual do Flu-xo de caixa futuro

Saldo a recuperar do Investimento inicial de

R$10.000,00

1 5.000,00 1,12 4.464,29 5.535,71

2 5.000,00 1,2544 3.985,97 1.549,74

3 5.000,00 1,404928 3.558,90

15.000,00 12.009,16

Fonte: Adaptado de Padoveze (2009, p. 478)

DEFINIÇÃO

O payback é uma metodologia que tem por finalidade projetar o período necessário para que os fluxos de caixa paguem os desembolsos realizados no investimento, de um modo simples, pode se dizer que o payback irá calcular o tempo necessário para pagar de volta o investimento inicial que foi realizado pela empresa.

Realmente muitas informações! Até agora você aprendeu sobre as metodologias de planejamento financeiro de longo prazo, no próximo tópico deste capítulo, você vai conhecer sobre um instrumento de medida de desempenho não financeiro, chamado Balanced Scorecard.

No documento Planejamento e Controladoria Financeira (páginas 44-50)

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