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O método desenvolvido e aplicado no trabalho consistiu numa seqüência de operações orientadas para atingir os objetivos da pesquisa. A descrição do método foi dividida em etapas (Figura 22) para facilitar a organização do trabalho e permitir ao leitor melhor compreensão. Uma breve descrição das principais etapas da pesquisa será apresentada na seqüência.

A partir da 3ª Etapa - Análise de requisitos do BDG, diversas análises foram realizadas, bem como, resultados do desenvolvimento da pesquisa foram apresentados e discutidos, configurando o Capítulo 4 (Pré-análise, Resultados e Análise). Dessa forma, não ocorreu durante a pesquisa uma etapa específica para apresentação e discussão dos resultados e análises da pesquisa.

3.2.1 1ª Etapa – Fundamentação teórica e prática

Para diagnosticar o cenário que cerca o tema central da pesquisa realizou-se levantamento bibliográfico em livros, dissertações e teses acadêmicas, artigos de revistas científicas, anais e apresentações de eventos, normas e padrões e demais trabalhos publicados; conforme apresentado no Capítulo 2 e nos apêndices A, B, C e D deste trabalho.

No intuito de conhecer as práticas de gestão de dados geográficos e cadastrais empregadas nos ambientes corporativos, contatou-se via email empresas, principalmente do setor elétrico, e organizações públicas que têm iniciativas de compartilhamento e publicação de dados e informações geográficas.

Com base na fundamentação teórica e prática (pesquisa bibliográfica e questionários) foi definido o método a ser adotada na pesquisa.

3.2.2 2ª Etapa – Definição do método de pesquisa

Definiu-se o processo de modelagem conceitual de BDG e sua documentação como método padronizado de gestão de dados cadastrais a ser aplicado na pesquisa.

A partir de uma parceria de pesquisa já estabelecida entre o orientador deste trabalho e a ELETROSUL, a gestão sócio-patrimonial foi definida como tema de aplicação do projeto de BDG a ser modelado.

Em conjunto com o Setor de Geoprocessamento e Cadastro Topográfico (SEGEO), vinculado à Divisão de Indenização, Avaliação e Cadastro de Imóveis (DIAC) do Departamento de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente (DPM) da ELETROSUL, selecionou-se como estudo de caso a UHE PSJ, empreendimento de geração de energia hidrelétrica em fase de implantação.

3.2.3 3ª Etapa – Análise de requisitos do BDG a ser modelado

A análise de requisitos do BDG consiste em identificar como a realidade a ser modelada conceitualmente é abstraída pelos usuários. Requisitos são objetivos ou restrições estabelecidas pelos usuários do BDG que definem as suas diversas propriedades. Os requisitos do BDG são estabelecidos em função da maneira como o usuário visualiza as interações entre fenômenos do mundo real (ISSMAEL, LUNARDI e

CARVALHO, 2007).

Por intermédio da etapa de análise de requisitos teve-se contato com as variáveis do mundo real relacionadas à gestão sócio-patrimonial de empreendimentos de geração de energia hidrelétrica em fase de implantação, bem como, com os detalhes que o BDG deveria abranger para atender as necessidades dos usuários. Todas as possíveis variáveis e a correlação entre as mesmas para que o BDG respondesse a questões de gestão sócio-patrimonial foram identificadas através de pesquisa bibliográfica direcionada (ANEEL) e do diagnóstico do escopo geoinformacional do CT do estudo de caso.

Foram fundamentais para a etapa de análise de requisitos os materiais não bibliográficos listados no 0 e as diversas reuniões com funcionários da ELETROSUL diretamente envolvidos na gestão sócio- patrimonial de empreendimentos de geração de energia hidrelétrica.

Na análise de requisitos de um BDG multiusuário a unificação de conceitos é muito importante, porém durante esta etapa da pesquisa, foram encontradas algumas dificuldades, que estão descritas no 0. 3.2.4 4ª Etapa – Modelagem conceitual do projeto de BDG

Conforme Bertini e Neto (2004, p. 34) “as atuais metodologias de desenvolvimento de sistemas, inclusive SIG, consideram a modelagem conceitual uma etapa importante. Em particular, a modelagem orientada a objetos constitui-se em um dos métodos mais utilizados”. Borges (1997) afirma que a orientação a objetos é uma tendência em termos de modelos para representação de aplicações geográficas. Sendo assim, a revisão da literatura neste trabalho foi direcionada ao estudo de modelos conceituais oriundos deste formalismo, no intuito de selecionar um modelo conceitual para realização da pesquisa.

A partir da pesquisa bibliográfica foram estudados dois modelos conceituais orientados a objeto mais utilizados no Brasil, o OMT-G e o UML-Geoframe. Ambos os modelos estudados atendem os requisitos mínimos para aplicações geográficas, porém com suas especificidades, conforme apresentado no Capítulo 2.

Um fator determinante para a escolha do modelo conceitual UML-Geoframe para a modelagem realizada na pesquisa foi o fato de existir uma ferramenta CASE free (ArgoCASEGEO) baseada neste modelo, que transforma esquemas conceituais em esquemas lógicos e

gera arquivos no formato XMI88, permitindo o intercâmbio de esquemas de dados.

Escolhido o modelo conceitual de dados UML-GeoFrame, partiu- se para a elaboração do diagrama de temas e dos diagramas de classes que fazem parte do processo de modelagem conceitual do BDG.

O diagrama de temas serve para agregar objetos de mesmas características no esquema conceitual. Para elaborá-lo foi necessária uma análise minuciosa do comportamento e dos atributos das variáveis geográficas e não geográficas do mundo real relacionadas à gestão sócio-patrimonial de empreendimentos de geração de energia hidrelétrica em fase de implantação. O diagrama de temas foi subdividido em subtemas para facilitar a modelagem conceitual do BDG.

Elaborado o diagrama de temas, o passo seguinte foi desenvolver o diagrama de classes para cada tema (pacote) e subtema (subpacote). O diagrama de classes descreve e fixa regras conceitualmente para a estrutura e o conteúdo de um BDG, em especial sobre a representação das classes de objetos e seus relacionamentos (BERTINI e NETO, 2004; ISSMAEL, LUNARDI e CARVALHO, 2007).

Para a confecção dos digramas de classes foram realizados diversos procedimentos seqüenciais, descritos no item 0, resultando no 1º produto da pesquisa, o esquema conceitual espaço-temporal.

3.2.5 5ª Etapa – Elaboração do dicionário de dados

Através do dicionário de dados documentou-se a modelagem conceitual do BDG, configurando o 2º produto da pesquisa, a documentação do esquema conceitual espaço-temporal.

Esta etapa da pesquisa envolveu analisar e descrever espacialmente e semanticamente as classes modeladas e seus atributos, com base na unificação de conceitos realizada na etapa de análise de requisitos do BDG.

Para o dicionário de dados foi elaborada uma codificação para cada classe de objeto modelada. Os códigos das classes foram definidos com base em características das classes como, o tema e subtema ao qual pertencem, o tipo de objetos que agrupam e as primitivas geométricas de

88 O formato XMI ou XML Metadata Interchange é um padrão para troca de informações baseado em XML (eXtensible Markup Language). Destaca-se que alguns softwares SIG, como o ArcGIS (ESRI) importa esquemas de dados no formato XMI.

representação cartográfica, no caso de classes geográficas.

Além disso, nesta etapa da pesquisa, um estudo sobre representação cartográfica das classes geográficas foi necessário, no intuito de documentar sua padronização no dicionário de dados. A representação cartográfica sugerida foi baseada na análise de três trabalhos acadêmicos, três normas oficiais no nível nacional, uma norma oficial para o nível estadual, uma recomendação para o nível de agência reguladora e uma especificação de órgão responsável pela cartografia nacional. Os elementos considerados para a representação das classes geográficas modeladas foram o sistema RGB (256 cores), o Estilo (forma do traço da linha) e a Espessura da Pena (espessura da linha em milímetros).

3.2.6 6ª Etapa – Conclusões da pesquisa e recomendações

A etapa final da pesquisa consistiu na apresentação das conclusões quanto ao alcance dos objetivos da dissertação e demais considerações sobre a temática que envolveu o trabalho. Além de recomendações para pesquisas futuras, ao setor elétrico e à ELETROSUL.