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Muitas pessoas se perguntam: Quanto vale uma floresta tropical? Quanto vale uma tartaruga? Respostas a essas perguntas envolvem várias questões éticas, morais e culturais e são um grande desafio, pois não existe um valor de mercado pré-definido para esses bens naturais e ambientais. Agora quando se pergunta sobre o valor do metro cúbico de uma madeira, mais especificamente sobre quanto vale um m³ de mogno, muitas pessoas sabem responder, pois se trata de um bem de consumo que está valorado pelo mercado. Porém, o mogno é um recurso natural que se não for preservado pode acabar. Então, como valorar o m3 de mogno na floresta?

Existem vários métodos de valoração ambiental, onde são aplicados métodos e técnicas em que se estima um valor monetário para os recursos naturais. Os métodos de valoração buscam suprir a inexistência de mercados e preços para as externalidades derivadas de bens públicos constituídos por recursos naturais.

Segundo Mattos (2006), as técnicas visam medir as preferências individuais em relação às mudanças na qualidade ou quantidade ofertada do recurso ambiental, segundo o qual essas preferências correspondem às medidas de bem estar, que são obtidas através da disposição a pagar pela melhoria de um recurso, ou pela disposição a receber pela piora ou diminuição da oferta de um recurso. Os resultados dos métodos de valoração ambiental são expressos em valores monetários e seguem técnicas com enfoques diretos e indiretos.

Os métodos diretos, que relacionam-se a preços de mercado e à produtividade (HILDEBRAND et al., 2002), são possíveis de se aplicar quando uma mudança, na qualidade ambiental ou na quantidade de recursos naturais, afeta a produção ou capacidade produtiva do processo econômico (MÉRICO, 1996, apud HILDEBRAND et al., 2002). São exemplos de métodos diretos de valoração ambiental: preço líquido, mudança na produtividade, custo de oportunidade, custo de doença, custo de reposição, entre outros.

Já no enfoque indireto os benefícios não são possíveis de serem valorados, mesmo que indiretamente, por causa do comportamento de mercado. Neste caso

49 simula-se o mercado através do julgamento das pessoas, ou seja, baseados em avaliações subjetivas a respeito do comportamento do mercado, ou pela construção de mercados hipotéticos (HILDEBRAND et al., 2002).

Quando não é possível valorar os impactos ambientais indiretamente, por intermédio do comportamento de mercado, a alternativa é construir mercados hipotéticos para diferentes cenários e perguntar diretamente a disposição a pagar de um indivíduo por um recurso ambiental (MOTTA, 1998). Os métodos indiretos são usados quando a variação na quantidade ou qualidade do recurso ambiental afeta a produção ou o consumo de bens ou serviços ambientais. O valor dessas mudanças, usando-se preço de mercado, são as medidas do benefício ou perda decorrentes da mudança no recurso ambiental. Neste caso são analisadas as preferências dos indivíduos por meio da compra de certos bens de mercado associados ao uso e consumo do recurso ambiental (MATTOS, 2006). Os principais métodos indiretos são: valoração contingente, custo de viagem e preços hedônicos.

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3.1.1 – MÉTODO DE CUSTOS DE VIAGEM (MCV)

A ideia básica deste método é a de que os gastos realizados pelos indivíduos para se deslocarem a um lugar, geralmente para recreação, podem ser utilizados para mensurar os bens ou serviços ambientais geradores dos benefícios proporcionados por esta recreação. Assim utiliza-se o comportamento do consumidor em mercados relacionados para avaliar bens e serviços para os quais não existem mercados explícitos (HANLEY e SPASH, 1993, apud ABAD, 2002).

Quanto mais longe do sítio natural os seus visitantes vivem, menos uso deste (menor número de visitas) é esperado que ocorresse porque aumenta o custo de viagem para visitação. Aqueles que vivem mais próximos ao sítio tenderão a usá-lo mais (maior número de visitas), na medida em que o preço implícito de utilizá-lo, o custo de viagem, será menor (MOTTA, 1998).

O método do custo de viagem foi proposto inicialmente em 1949 pelo economista inglês Harold Hotteling, que sugeriu ao Serviço de Parques Nacionais dos Estados Unidos, uma metodologia para aferir os benefícios proporcionados pelos locais de recreação. O método só veio a ser publicado em 1958 por Wood e Trice e, posteriormente, por Clawson e Knetsch em 1966 (GAZONI, 2006).

Através de uma pesquisa de questionários realizadas no próprio sítio natural é possível levantar informações em uma amostra de visitantes. Assim, cada entrevistado informa seu número de visitas ao local, o custo de viagem, a zona residencial onde mora e outras informações socioeconômicas. Com base nesse levantamento de campo estima-se a taxa de visitação de cada zona da amostra que pode ser correlacionada estatisticamente com dados amostrais de custo médio de viagem da zona e outras variáveis socioeconômicas (MOTTA, 1998).

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3.1.2 – MÉTODO DE PREÇOS HEDÔNICOS (MPH)

Hedônico é relativo a Hedonismo. Segundo Houais (2007), hedonismo é “cada uma das doutrinas que concordam na determinação do prazer como o bem supremo, finalidade e fundamento da vida moral, embora se afastem no momento de explicitar o conteúdo e as características da plena fruição, assim como os meios para obtê-la”. Portanto, é na percepção do prazer ou da busca pelo prazer que se fundamenta tal valoração indireta.

Esse método pode ser usado para valorar qualquer bem que possua um leque de características diferentes, inclusive ambientais. Os chamados preços hedônicos tentam, precisamente, descobrir todos os atributos do bem que explicam o seu preço e discriminar a importância quantitativa de cada um deles (SANTANA, 2002).

A ideia básica do método reside na identificação de atributos ambientais que podem estar associados e, portanto, serem captados do preço de bens e serviços privados. Estima-se o valor dos atributos ambientais implícitos no valor de um bem privado por meio de uma função denominada, função hedônica de preço (TOLMASQUIM et al., 2000).

A aplicabilidade deste método, neste caso, para a valoração ambiental, está substancialmente relacionada a preços de propriedade. Atributos ambientais como: qualidade do ar, proximidade de áreas naturais, entre outras, são determinantes na diferença de preços de distintas propriedades de mesmas características (número de quartos, tamanho, material de construção etc.). Portanto, a diferença de preços de propriedades em função de diferentes níveis de atributos ambientais, deve refletir a disposição a pagar por variação desses atributos (ABAD, 2000).

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3.1.3 – MÉTODO DE CUSTOS DE VIAGEM HEDÔNICO (MCVH)

O método de custo de viagem hedônico pressupõe que as pessoas escolhem seus locais de recreação não somente pela recreação, mas também pelo bem-estar proporcionado pela contemplação da paisagem e outros recursos naturais. É um híbrido do custo de viagem com o preço hedônico. O método estima uma função do custo de viagem em razão de características socioeconômicas dos visitantes e características do local da visita (MOTA, 2000).

Esse método prevê que o custo de viagem per capita é uma função de dois vetores; o primeiro, representado pelas características socioeconômicas dos visitantes, e o segundo, representado pelas características do local de visita. Esse método é aplicado pro meio de um survey de pesquisa, necessitando de grandes amostras, uma vez que os visitantes residem em diferentes regiões (MOTA, 2000).

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3.1.4 – MÉTODO DE DOSE - RESPOSTA (MDR)

O método de Dose-Resposta pertence aos métodos de funções de produção, ou seja, métodos que valoram o recurso ambiental pela sua contribuição como insumo na produção de outro bem final. Este método para ser empregado exige a possibilidade de se obter preços de mercado para variações do produto final ou de seus substitutos (MOTTA, 1998).

Quando se faz referência ao MDR, deve-se pensar que o ar, a água ou a terra constitui um insumo produtivo na produção de alguns bens privados. A qualidade do ar, por exemplo, influi sobre a produtividade da terra, tanto diretamente, como indiretamente, através do efeito que tem sobre a qualidade da água da chuva. Assim temos os elementos necessários para analisar os custos e benefícios gerados pela mudança na quantidade ou qualidade, ou seja, sua relação com uma série de bens privados (produtos agrícolas e insumos) que possuem mercado (OYARZUN, 1997,

apud SANTANA, 2002).

Dentre as dificuldades apresentadas na operacionalização do MDR, as relações causais em ecologia, ainda pouco conhecidas e de estimação bastante complexas, ocupam lugar de destaque, embora a sua limitação mais importante encontra-se na não cobertura de valores de opção e existência, subestimando o valor econômico total do recurso ambiental (ABAD, 2002).

Santana (2002) apud Hanley e Spash (1993), define que o MDR busca uma relação entre as variáveis de qualidade ambiental e o nível de produção do bem comercializado. A produção pode ser definida pela quantidade (metros cúbicos de madeira produzidos em uma floresta) ou pela qualidade (pelo crescimento da acidez).

Cada método de valoração ambiental tem suas limitações na captação dos valores, portanto, a escolha de um determinado método depende do objetivo da valoração, das hipóteses consideradas, da base de dados e dos conhecimentos científicos a respeito da dinâmica tecnológica que envolve o objeto de estudo (MOTTA, 1998).

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3.1.5 – MÉTODO DE VALORAÇÃO CONTINGENTE (MVC)

O método de valoração contingente (MVC) é aplicável em situações nas quais não existem preços de mercado disponíveis e sua abordagem baseia-se na premissa de que os consumidores podem e irão revelar sua verdadeira disposição a pagar - DAP por bens não comercializados em mercado, por meio da construção um mercado hipotético (SANTANA, 2002).

O método de valoração contingente consiste em se estimar o valor da disposição a pagar dos usuários de recursos naturais por meio de surveys, em que as pessoas revelam suas preferências pelo recurso natural, construindo, assim, um mercado hipotético para o bem ou serviço natural. A mensuração dos benefícios proporcionados por esses recursos são captados por meio de entrevistas a pessoas sobre a sua disposição a pagar para assegurar um benefício; disposição a aceitar abrir mão de um benefício; disposição a pagar para evitar a perda e a disposição a aceitar uma perda (PEARCE e TURNER, 1990).

O survey tem a finalidade de captar os desejos, as preocupações, as percepções, os comportamentos e as atitudes das pessoas em relação a preservação ou a conservação de um recurso natural, ou ainda uma mudança ambiental. O survey permite simular a construção de um mercado, utilizando-se da amostra da população de usuários de um recurso natural, e fazer interferências a partir de suas preferências (MOTA, 2000).

Esse método está alicerçado na teoria neoclássica e do bem-estar, parte do princípio de que o indivíduo é racional no processo de escolha, maximizando sua satisfação, dados os preços do recurso natural a sua restrição orçamentária. Então, a disposição a pagar de um indivíduo por um recurso natural é uma função de fatores socioeconômicos, ou seja, DAP = f(R,I,G,S), onde: DAP = disposição a pagar, R = renda do usuário, I = idade, G = grau de instrução e S = sexo do usuário (MOTA, 2000).

No método de valoração contingente, os questionários julgam o papel de um mercado hipotético, em que a oferta vem representada pela pessoa entrevistadora e a demanda pelo entrevistado (RIERA, 1994).

55 Os questionários são empregados para obter a máxima DAP para ter esse benefício, a mínima compensação de ficar sem ele ou, ainda, a DAR disponibilidade a receber por algum malefício.

Para Riera (1994), um trabalho de valoração contingente é dividido nas seguintes fases: Definir com precisão do que se deseja valorar em unidades monetárias; definição da amostra relevante; concretizar os elementos de simulação de mercado; decidir a modalidade de entrevista; selecionar a amostra, redação do questionário; realização das entrevistas; explorar estatisticamente as respostas e por último apresentar e interpretar os resultados.

Segundo Hanley et al. (1997 apud MOTA, 2000), o método de valoração contingente desenvolve-se por meio de cinco estágios:

1. Criação do mercado hipotético: que consiste em descrever por meio de um survey de pesquisa, o fluxo de serviços que se deseja avaliar, indicando-se as qualidades do bem ou serviço natural, suas características e variáveis a serem mensuradas pelos usuários; o instrumento de pesquisa deve ser construído de modo a neutralizar os efeitos dos vieses do método; assim deve ser indicada a forma de pagamento e a magnitude da amostra.

2. Obtenção de dados: neste estágio o survey é administrado de modo a captar as atitudes das pessoas em relação ao recurso natural em análise a equipe de pesquisa deve ser treinada; o instrumento de pesquisa é simulado em teste de campo; a coleta de dados pode ser feita por meio de entrevista pessoal ou outro mecanismo, por meio de questões abertas ou questões de referendum.

3. Estimação da disposição a pagar: estabelece-se uma função utilidade Para cada pessoa: assim , onde Q é o vetor de variáveis que expressa a qualidade ambiental, Y é o vetor renda e X é o vetor características socioeconômicas dos usuários do recurso natural; escolhe-se então, o mesmo mecanismo tipológico da disposição a pagar.

4. Investigação da função estocástica da disposição apagar: a disposição a pagar é a partir de um conjunto de variáveis explanatórias, ou seja, , onde: a matriz é formada pelas variáveis socioeconômicas e a matriz é formada pelas variáveis que refletem as atitudes dos usuários em relação ao recurso natural; analisa-se a equação de variáveis independentes à disposição a pagar por meio de testes paramétricos para os modelos estatísticos selecionados.

5. Dedução do valor da disposição a pagar: com base no modelo

escolhido, infere-se para a população, objeto de estudo, o valor médio da disposição a pagar.

O MVC não apresenta um caminho único de construção do mercado hipotético e de estimativas do valor do meio ambiente. Este pode variar em função

56 do modo que se propõe captar as preferências dos consumidores e o valor que eles atribuem ao meio ambiente, ou seja, o MVC pode variar de acordo com o formato do

survey da pesquisa, o que pode ser dividido em dois grandes grupos: os métodos

diretos e indiretos. No primeiro, estão os formatos do openended, bidding game e cartões de pagamento (payment card). No segundo, estão os modelos conhecidos por referendum, referendum com follow-up, contingent ranking e contingent activity.

Os métodos indiretos são aqueles que fornecem apenas uma indicação da verdadeira DAP do indivíduo. A forma como as questões são desenhadas produzem um conjunto de valores que não representa, diretamente, a máxima disposição a pagar. A interpretação das respostas do survey requer, portanto, um tratamento adicional aos dados com a finalidade de se obter a verdade DAP (FARIA, 1998).

Já as variações do grupo métodos diretos têm em comum a forma de se obter a DAP nos procedimentos de survey. Da maneira como é abordada a questão, a resposta do indivíduo é um valor monetário que já representa a sua máxima disposição a pagar pela melhora do parâmetro ambiental estabelecido e, consequentemente, a medida de bem-estar (FARIA, 1998).

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3.1.5.1 – Formato Aberto ou Lances Livres (open-ended)

Este é o mecanismo pioneiro do MVC e se caracteriza pela forma direta de se obter a DAP do consumidor. A pergunta típica feita ao entrevistado é: Quanto você estaria disposto a pagar por...? Pode-se também perguntar: Quanto você estaria disposto a receber...(para suportar um dano ambiental ou deixar de obter uma melhora na qualidade ambiental) (ABAD, 2002)? A resposta à essa segunda questão corresponde ao valor do Excedente Equivalente (EE), isto é, o beneficio auferido pelo indivíduo que é equivalente à suposta melhora ambiental.

Esse valor que o indivíduo estaria, pelo menos em tese, disposto a pagar por uma melhora ambiental ou para eliminar um dano ambiental específico pode ser interpretado como o Excedente Compensatório (EC). Então, se o questionário conseguir captar essas respostas, assim como outras variáveis socioeconômicas como renda, grau de instrução, etc., pode-se estimar uma curva de demanda pelo ativo ambiental em questão e, com isso, o benefício auferido pelo indivíduo devido à mudança ambiental, através do cálculo do EC (FARIA, 1998).

No caso de questão aberta, não há muito mais o que fazer após a realização da pesquisa, restando basicamente a interpretação dos dados. Esses questionários geram uma série de valores que são, na realidade, as medidas de bem-estar desses indivíduos, definidas a partir dos conceitos de (EC) ou (EE), dependendo do formato da questão. Assim, para estimar o valor total da mudança ambiental pode-se, por exemplo, calcular a média da DAP/DAC auferida na amostra e multiplicar pela população total. Outra alternativa, um pouco mais sofisticada, seria usar um modelo de regressão para estimar o valor ofertado pelo indivíduo como função de sua renda e de outras variáveis sócioeconômicas (FARIA, 1998).

3.1.5.2 – Jogos de Leilão (bidding games)

Critério criado por DAVIS em 1963 para mensurar os benefícios de uma área de recreação (RANDALL, IVES, EASTMAN, 1993 apud MOTA, 2000), pelo qual o entrevistador oferece ao usuário um determinado valor de disposição a pagar; caso

58 o usuário responda “sim”, o entrevistador oferece um valor maior, até que o usuário revele a sua máxima disposição a pagar (MOTA, 2000).

Desse conjunto de valores, apresenta-se, primeiramente, um valor médio ou mediano ao indivíduo e questiona-se se ele estaria disposto a pagar, digamos, R$ X para preservar ou prover uma determinada melhora na qualidade ambiental. Caso ele responda “sim”, o valor é aumentado até o ponto em que se obtém uma resposta negativa, sendo, portanto, o último valor com resposta positiva a disposição máxima a pagar. Caso contrário, se o primeiro valor apresentado ao indivíduo gerar uma resposta negativa, são apresentados novos valores sucessivamente inferiores até se obter uma resposta positiva. A disposição máxima pagar seria, então, esse último valor apresentado (FARIA, 1998).

3.1.5.3 – Cartões de Pagamento (payment card)

O método de cartões de pagamento difere muito pouco do bidding game e foi desenvolvido por Mitchell e Carson (MITCHELL & CARSON, 1989 apud FARIA, 1998). A única diferença substancial é que são apresentados cartões com diferentes valores, onde o indivíduo é solicitado a escolher aquele que representa sua disposição máxima a pagar. A interpretação dos resultados é, portanto, a mesma para o caso do bidding game e open-ended. O ganho que pode existir nesse tipo de procedimento é a eliminação do viés do ponto inicial, pois o indivíduo não é influenciado pelo primeiro valor apresentado (FARIA, 1998).

3.1.5.4 – Referendum

Esse método assemelha-se a um processo de votação para escolha de uma política ambiental, com resposta dicotômica, isto é, escolha entre “sim” e “não” (MOTA, 2000).

Foi introduzido por Bishop e Herbelin (1979) e inicia-se com a criação de um conjunto de valores possíveis que podem representar a disposição máxima do

59 indivíduo a pagar. Desse conjunto de valores, o entrevistador escolhe, de forma aleatória, um valor e o apresenta ao entrevistado com uma pergunta do tipo: “Você estaria disposto a pagar R$ X para obter uma melhora na qualidade ambiental?” Esse tipo de questionário leva a um conjunto de respostas binárias que podem ser representadas por 0 e 1. Caso o indivíduo responda sim, esta pode ser representada pelo número 1 (FARIA, 1998).

Ao contrário, se o indivíduo não está disposto a pagar o valor que lhe foi apresentado, a resposta seria 0. Uma resposta com um número 1 significa, portanto, que a disposição máxima do indivíduo pagar pelo bem em questão é maior ou igual ao valor que lhe foi apresentado na entrevista. Por outro lado, caso a resposta seja 0, significa que a disposição máxima do indivíduo a pagar é inferior ao valor que lhe foi apresentado (FARIA, 1998).

Essa técnica difere do método bidding game, uma vez que não se oferece ao usuário um segundo valor.

3.1.5.5 – Referendum com Follow-up

Foi introduzido por Carson, Hanemam e Mitchell (1986). A proposta é melhorar o procedimento anterior oferecendo um segundo valor de maneira similar ao formato bidding game. No entanto, agora o valor é selecionado aleatoriamente. Apesar de oferecer certo ganho em termos de eficiência, apresenta os mesmos problemas do referendum tradicional (FARIA, 1998).

3.1.5.6 – Contingent Ranking

O método de contingent ranking solicita ao indivíduo colocar em ordem de preferência um conjunto de alternativas a ele apresentado. Cada alternativa contem diferentes atributos e para cada atributo, geralmente, é conferido um determinado preço.

60 Uma primeira aplicação desse modelo foi realizada por Beggs, Cardell e Hausman (1981). Eles usaram o método para estimar o valor das características de modelos alternativos de veículos automotores. Posteriormente, Smith e Descouges (1986) utilizaram a metodologia para estimar o valor da qualidade da água. Então, foi apresentado aos entrevistados 4 alternativas com 2 atributos cada, que era a qualidade da água e uma taxa anual a ser cobrada por essa qualidade (FARIA, 1998).

Uma questão que se coloca é se esse tipo de metodologia é suficientemente simples para permitir o ordenamento das alternativas por parte dos entrevistados. Um conjunto de alternativas pode-se configurar em um processo demasiadamente complicado, dado o grande volume de informações apresentado. Nesse sentido, um ranking com poucas alternativas e poucos atributos seria preferível à aquela que

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