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EQUIPAMENTOS

A partir de uma revisão sistemática da literatura sobre o tema de avaliação da performance operacional foi possível identificar algumas propostas de indicadores que buscam complementar ou substituir o OEE. Das ferramentas de medição de desempenho apresentadas no Quadro 4, apenas o PEE, o EPR e a CUB são comparáveis ao OEE em relação à unidade de produção medida, ou seja, ambos são utilizados para medir o desempenho individual de equipamentos. As demais ferramentas fazem medições de células de produção ou de todo o processo fabril, e portanto, apresentam características distintas do OEE.

Essas propostas apresentadas no Quadro 4, a exemplo do OEE, não consideram elementos importantes para a avaliação da performance operacional das operações, como matérias-primas, gastos com manutenção, estoque de peças para reposição, entre outros, nas suas bases de cálculos. Todos baseiam-se na relação da produtividade realizada com a capacidade teórica desses equipamentos ou das unidades tomadoras de decisão avaliadas.

Da mesma forma, nenhum dos indicadores encontrados na revisão sistemática da literatura realizada para esta pesquisa utilizaram a DEA como técnica complementar para fazer as análises de desempenho em sistemas produtivos. Esses indicadores buscam medir o relacionamento entre diferentes equipamentos, buscam identificar possíveis gargalos nas fábricas, procuram medir o sistema produtivo de uma fábrica considerando todos os seus processos ou mesmo as atividades de uma célula de produção. Analisando os indicadores dispostos no Quadro 4, nenhum deles utiliza a DEA como medida complementar ou integrada para mensuração da eficiência.

Quadro 4: Indicadores alternativos propostos em substituição ao OEE INDICADOR / MEDIDA AUTORES UNIDADE DE ANÁLISE O QUE É O INDICADOR OFE - Overall Factory Effectiveness OECHSNER,et al, 2002. Células de Produção

Mede atividades combinadas onde há o relacionamento entre diferentes máquinas e equipamentos. OTE - Overall Throughput Effectiveness MUTHIAH e HUANG, 2007. Fábrica

Utilizado para medir a performance da fábrica e identificar gargalos e capacidades ocultas. GPE - Global Production Effectiveness LANZA et al, 2013 Fábrica

Utiliza uma sequência de medidas individuais combinadas para determinar a performance do sistema após cada integração entre os processos.

PEE – Production Equipment

Effectiveness RAOUF, 1994

Fábrica

Utiliza os mesmos indicadores do OEE, porém, atribui pesos diferentes para cada um deles, de acordo com a importância de cada um no processo em que está sendo medido.

OPE – Overall

Plant Effectiveness SCOTT e PISA,

1998

Fábrica

Propõe medir os outputs reais da fábrica em relação aos outputs teóricos.

OAE – Overall Asset

Effectiveness NEELY, 1995

Fábrica

Propõe medir os outputs reais da fábrica em relação aos outputs teóricos. EPR - Equipment Performance Reliability MUCHIRI e PINTELON, 2008 Equipamento Mede a confiabilidade do equipamento, relacionada à sua condição de atender às características técnicas para as quais foi projetado.

INDICADOR / MEDIDA AUTORES UNIDADE DE ANÁLISE O QUE É O INDICADOR CUB - Capacity Utilization Bottleneck KONOPKA, 1995. Equipamento

Mede as saídas do gargalo em relação à produção teórica que o mesmo deveria estar

realizando.

Fonte: Elaborado pelo autor

Segundo Campos (1994) todas as empresas devem medir e melhorar os seus índices de desempenho, sob a pena de perderem clientes, mercados e mesmo falirem. Da Hora e Viera (2014) afirmam que medindo a performance operacional adequadamente, as empresas podem produzir melhor que os concorrentes e com isso oferecer vantagens aos seus consumidores e garantir a manutenção das vendas. Conforme Figueiredo et al (2005), um sistema de medição de desempenho adequado deve permitir aos tomadores de decisão nas empresas perceberem não somente se as estratégias estão sendo alcançadas, mas também se as mesmas continuam sendo viáveis para as empresas. As melhorias de performance operacional é uma das questões centrais desde a década de 1990 para que as empresas possam manter-se competitivas, conforme afirma Bititci et al (1997). A performance dos sistemas de medição é o processo central de um sistema de gerenciamento do desempenho das empresas e também um processo de verificação e alinhamento entre o desempenho real e as estratégias de uma organização.

Nesse sentido, Genovese et al (2014) afirmam que é fundamental que as empresas desenvolvam e tenham um método para guiá-las na definição e na implantação dos sistemas de medição de desempenho, bem como tenham um processo definido de análise das informações obtidas para tomadas de decisão. A adoção de sistemas para medição de desempenho torna-se cada vez mais importante para as organizações. De acordo com Gimzauskiene e Kloviene (2015) as mudanças no ambiente econômico levam à mudanças de comportamento constantes e na tentativa de se adaptarem e reduzirem as incertezas quanto às decisões que precisam ser tomadas, as empresas precisam fazer escolhas sobre quais métricas irão adotar. Essas escolhas, segundo Parmenter (2015), precisam seguir alguns procedimentos

básicos e não serem adotadas as métricas para imediatamente utilizar seus resultados.

Ainda segundo Parmenter (2015) existem sete princípios fundamentais para o sucesso da implementação das métricas de performance, que são: formar parcerias envolvendo as equipes que participarão do projeto; dar autonomia para as pessoas que estiverem na linha de frente; medir e reportar somente o que importa; obter os indicadores a partir dos fatores críticos de sucesso; abandonar os processos que não entregam resultados esperados; nomear um gestor chefe para as medições que tenha crescido internamente na organização; a organização precisa conhecer os ganhos reais com a definição das métricas corretas para a performance. Conforme Bennett, Lance e Woehr (2014), os problemas envolvendo a definição das métricas corretas para avaliação da performance operacional continuam sendo objeto de estudos na área acadêmica. Na próxima seção serão apresentados os conceitos sobre o OEE.