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2.2 2 2 Baião 2 Baião Baião — Baião —— — Maciço Antigo Indiferenciado Maciço Antigo Indiferenciado Maciço Antigo Indiferenciado Maciço Antigo Indiferenciado 2.

No documento Arsénio em águas subterrâneas em Portugal (páginas 87-110)

No que respeita ao tipo de paisagem, a zona de estudo caracteriza-se por ser do tipo meia encosta nordestina e policultura na terra quente transmontana (Atlas do Ambiente, 2004 — W 20). Da observação das cartas 1:25000 com o tipo de coberto vegetal dos solos fornecidas pelo Sistema Nacional de Informação Geográfica (SNIG, 2004 — W 21) podemos verificar que para a zona de Vila Flor verifica-se que predominam zonas de floresta com pinheiro bravo e sobreiro, bem como outros tipos de resinosas e folhosas. Manchas de olival e vegetação arbustiva baixa (matas) também estão presentes. Em termos de território agrícola, mistos de pomares, culturas anuais de sequeiro e vinha são os mais comuns. Zonas de tecido urbano (contínuo e descontínuo) são bastantes escassas mas ainda assim presentes (Atlas do Ambiente , 2004 — W 22).

2.

2.2.

2.222. . . . Baião 2

Baião Baião —Baião ——— Maciço Antigo Indiferenciado Maciço Antigo Indiferenciado Maciço Antigo Indiferenciado Maciço Antigo Indiferenciado

2.

2.2.

2.2222.1. Geologia.1. Geologia.1. Geologia.1. Geologia

Na área agora em estudo, o Maciço Antigo Indiferenciado caracteriza-se pela

presença de rochas eruptivas e, de acordo com Teixeira

et al.

(1967a), a zona de Baião

compreende as seguintes unidades (Figura 2.3):

• Granito porfiróide de grão grosseiro;

• Granito porfiróide de grão médio a fino;

• Pequenas manchas de granito porfiróide de grão fino; • Granodiorito; • Filões de quartzo. 2 4km 0 0 2 4 N 4000 6000 8000 2000 10000 12000 mE 162000 164000 166000 mN # Y # Y # Y # Y # Y # Y # Y 2000 2000 4000 4000 6000 6000 8000 8000 10000 10000 12000 12000 # Y #Y # Y # Y # Y # Y # Y Baião Baião Baião Baião Soalhães

Mesquinhata Grilo Pousada

Sta. Cruz do Douro Amarelhe RIO RIO RIO RIO OVIL OVIL OVIL OVIL

Granito porfiróide de grão grosseiro

Granito porfiróide de grão fino

Granito alcalino de grão fino Granodiorito

Filões de quartzo

Granito porfiróide de grão médio a fino #YLocalidades

Figura Figura Figura

Figura 2.3 2.3 2.3 2.3 ———— Esboço geológico doEsboço geológico doEsboço geológico do Maciço Antigo Indiferenciado na zona de BaiãoEsboço geológico do Maciço Antigo Indiferenciado na zona de Baião Maciço Antigo Indiferenciado na zona de Baião Maciço Antigo Indiferenciado na zona de Baião (adaptado da Carta Geológica 1:50000, Folha 1

(adaptado da Carta Geológica 1:50000, Folha 1(adaptado da Carta Geológica 1:50000, Folha 1

(adaptado da Carta Geológica 1:50000, Folha 10 0 0 —0 ——— CCC, , , , Peso da Régua. TC Peso da Régua. TPeso da Régua. TPeso da Régua. Teixeira eixeira eixeira eixeira et alet alet alet al., 1967., 1967., 1967., 1967bbbb).).). ).

O granito porfiróide de grão grosseiro, de duas micas, mas predominantemente com biotite, ocupa quase toda a área estudada. Esta foi a litologia amostrada para este estudo e quando fresca esta rocha é leucomesocrática, possuindo uma cor azulada, observando-se muitos megacristais de feldspato. A biotite é abundante e ocorre em palhetas dispersas ou em pequenas concentrações. A rocha encontra-se, regra geral, muito alterada. A análise óptica indica que a rocha se pode classificar como um granito monzonítico com textura porfiróide, de base hipidiomórfica granular grosseira. É um

granito de duas micas, com predominância da biotite, com andaluzite, silimanite e turmalina. De entre os minerais mais abundantes encontram-se o quarzto, a microclina- pertite, a oligoclase e oligoclase-andesina, a biotite e a moscovite. Com menor frequência aparecem a micropertite, a albite ou albite-oligoclase e a microclina não pertitizada

(Teixeira

et al.

, 1967a).

Segundo os mesmos autores, a alteração da biotite em clorite, rútilo acicular e esfena é frequente, sendo de assinalar, também, a transformação da biotite em moscovite. O quartzo e os feldspatos formam com frequência inter crescimentos mirmequíticos e micropegmatíticos.

Teixeira

et al.

(1967a) mencionam ainda que de entre os minerais acessórios

figuram a apatite (o mais abundante), a alanite, o zircão, a andaluzite, a silimanite, o rútilo acicular, a turmalina (o menos abundante) e minerais metálicos (como por exemplo a magnetite.). No grupo dos minerais secundários encontram-se a caulinite, a sericite, a clorite, o rútilo acicular, ilmenite castanha, esfena e óxidos e hidróxidos de ferro.

Como o próprio nome sugere, o granito porfiróide de grão médio a fino é uma rocha de granularidade menor do que o granito porfiróide de grão grosseiro. É uma rocha leucomesocrática e os megacristais de feldspato são menos abundantes e em muitos

pontos a rocha parece tectonizada, estando muito alterada (Teixeira

et al.

, 1967a).

Quanto ao granito porfiróide de grão fino, e segundo os mesmos autores, este é biotítico com megacristais que, regra geral, são pequenos e alongados. A composição mineralógica é calco-alcalina (monzonítica), mas nalguns casos evidencia-se tipicamente alcalina.

O granito alcalino de grão fino aparece como manchas no seio do granito porfiróide de grão grosseiro. É um granito de duas micas, muito pertítico e microclínico,

considerando-se um granito alcalino-potássico (Teixeira

et al.

, 1967a).

A Oeste de Amarelhe pode observar-se uma pequena mancha de granodiorito, mais precisamente um tonalito (quartzo-diorito biotítico). É uma rocha escura, de grão médio a

Quanto às rochas filonianas, na área representada na figura 2.3 só se observam

filões de quartzo. Teixeira

et al.

(1967a) referem que o quartzo é leitoso e frequentemente

apresenta mineralizações de volframite, pirite, calcopirite, arsenopirite, entre outros. Relativamente à tectónica da área seleccionada, pouco há a mencionar. Refira-se apenas a ocorrência de alguns filões de quartzo mais ou menos contínuos que se orientam segundo as direcções NE — SW ou ENE — WSW e que estão associados a falhas. Os fenómenos de granitização que metamorfizaram as rochas do Ordovícico e do Silúrico do Marão e outras regiões mais antigas (não representadas na figura 2.3) e que deram origem ao grande maciço granítico do Minho e do Douro têm origem nos movimentos

hercínicos. Mais tarde, a orogenia alpina também se vez sentir na região (Teixeira

et al.

,

1967a).

2.

2.

2.

2.222....22222. . . . HidrogeologiaHidrogeologiaHidrogeologiaHidrogeologia

Tal como para o caso de Vila Flor, a descrição/caracterização do contexto hidrogeológico da zona agora em estudo será realizada de um modo mais geral, pois a quantidade de dados disponíveis é insuficiente para se caracterizar com algum pormenor a região em causa.

A movimentação de água subterrânea existente na envolvente de Baião faz-se essencialmente em dois níveis: (a) um mais superficial, onde as rochas estão alteradas e onde a permeabilidade é do tipo intergranular podendo, contudo, existir circulação fissural; e (b) outro intermédio onde a rocha cristalina se encontra cortada por diversas descontinuidades abertas (falhas, fracturas, diaclases ou filões). A condutividade hidráulica é muito baixa e, regra geral, a produtividade é bastante reduzida, variando entre

1 e 3 l.s-1. As captações mais produtivas são aquelas realizadas em poços, minas ou

nascentes (PBH Douro, 2001 — W 11).

Um trabalho de Marques da Silva

et al.

(1996), realizado sobre os dados de 44

captações em granitos na região do Porto evidenciou um caudal máximo de 333 l.s-1 e um

granitos e as rochas granitóides afins apresentam uma transmissividade que varia entre

0,6 e 54,0 m2.dia-1, enquanto que para o caudal de exploração foi obtido um valor mínimo

de 0,0 l.s-1 e um máximo de 5,1 l.s-1.

Alencoão & Portugal Ferreira (1997), num estudo realizado na bacia hidrográfica do rio Pinhão em maciços graníticos e metamórficos, determinaram uma taxa de

infiltração de 53 mm.ano-1, cerca de 6% do total da precipitação média anual, que na bacia

em questão foi de 908 mm para o período 1981/82 a 1989/90. Estes valores implicam um

escoamento subterrâneo médio que varia entre 1,7 l.s-1

.km2

no Verão e 4,1 l.s-1

.km2

para o período de Inverno.

No Quadro 2.4 apresenta-se um resumo dos parâmetros hidráulicos para o Maciço Antigo em Baião.

Quadro Quadro Quadro

Quadro 2. 2. 2.4 2.444 ———— Resumo dos parâmetros hidráulicos do Maciço Antigo Resumo dos parâmetros hidráulicos do Maciço Antigo Resumo dos parâmetros hidráulicos do Maciço Antigo Resumo dos parâmetros hidráulicos do Maciço Antigo Indiferenciado em

Indiferenciado em Indiferenciado em Indiferenciado em Baião.Baião.Baião.Baião.

Parâmetro Parâmetro Parâmetro

Parâmetro hhhhidráulicoidráulicoidráulicoidráulico ValoresValores ValoresValores 4,8 a 333 l.s-1a Caudal Caudal Caudal Caudal 0,0 a 5,1 l.s-1b

Taxa de infiltração média Taxa de infiltração média Taxa de infiltração média

Taxa de infiltração média 53 mm.ano-1 (6%)c

1,7 l.s-1.km2d Escoamento subterrâneo m

Escoamento subterrâneo mEscoamento subterrâneo m Escoamento subterrâneo médioédioédioédio

4,1 l.s-1.km2e

a

Marques da Silva et al. (1996); bCarvalho et al. (2004); cAlencoão e Portugal Ferreira (1997); dNo Verão; eNo Inverno.

2.

2.2.

2.2222.3. Fisiografia.3. Fisiografia.3. Fisiografia.3. Fisiografia

A região em estudo, com um carácter granítico, apresenta um aspecto geomorfológico diferente daquele originado pelas litologias do Paleozóico e Ante — Ordovícico (não representadas na figura 2.3) e que se caracteriza pela existência da Serra do Marão e outras cristas de menor altitude, bem como de depressões onde se

podem referir os vales dos rios Douro e Corgo (Teixeira

et al.

, 1967a).

Na área coberta pela figura 2.3 destaca-se uma paisagem de penedos arredondados e de caos de blocos de granito porfiróide onde os vales são mais abertos,

embora quase sempre sinuosos. A localidade de Baião situa-se entre duas serras (da

Aboboreira e do Castelo) separadas pelo rio Ovil (

ibidem

).

2.2 2.2 2.2

2.2.3.1. Bacia H.3.1. Bacia H.3.1. Bacia H.3.1. Bacia Hiiiidrográficadrográficadrográfica drográfica

A zona de estudo está inserida na bacia hidrográfica do rio Douro, que está delimitada a Ocidente pelo oceano Atlântico, a Noroeste pela faixa litoral e também pelas bacias hidrográficas dos rios Leça, Ave e Cávado, a Norte e a Este por Espanha e a Sul pelas bacias hidrográficas dos rios Vouga, Mondego e Tejo.

Baião localiza-se no Vale do Douro, que abrange uma área de cerca de 2589,2 km2

e apresenta um escoamento anual médio de 1058,4 hm3. Em termos de precipitação o

Vale do Douro apresenta uma variação mais ou menos gradual com o distanciamento do oceano, mas o valor médio anual é um pouco superior a 1000 mm (1017 mm). A evapotranspiração potencial apresenta um valor médio anual que ultrapassa ligeiramente os 1000 mm, mais precisamente 1010 mm (PBH Douro, 2001 — W 11).

2.2 2.2 2.2

2.2.3.2. Dados Climáticos.3.2. Dados Climáticos.3.2. Dados Climáticos.3.2. Dados Climáticos

As características climáticas da zona de Baião são consequência da sua localização. A presença das serras do Marão, Alvão e Padrela a Norte e das serras da Arada e de Montemuro a Sul diferencia a bacia hidrográfica do rio Douro em dois sectores. A zona em estudo localiza-se no sector Oeste da bacia hidrográfica em questão e espelha de forma mais aproximada as características associadas aos climas marítimos (PBH Douro, 2001 — W 11).

• Precipitação, evapotranspiração real e humidade do ar

Os dados relativos aos valores de precipitação são os associados à estação de Vila Real (M — 33118 m; P — 181656 m) e que já foram apresentados no Quadro 2.2. Esses são disponibilizados pelo Instituto de Meteorologia (2004, W 12), e comparando-os com o mapa de superfície do Atlas do Ambiente (2004, W 13) da precipitação total (Anexo I, Fig. A 1.1 a) verifica-se que existem semelhanças. Segundo os dados do Instituto de Meteorologia (2004, W 12), no ano hidrológico de 2002/03 a precipitação total anual atingiu os 1390 mm, enquanto que os dados fornecidos no Atlas do Ambiente (2004, W

13) indicam precipitações médias anuais, entre 1931 e 1960, em torno dos 1200 — 1400 mm.

Quanto à evapotranspiração real e à humidade do ar, as respectivas cartas de superfície podem também ser observadas no Anexo I (Figs. A1.1 c e d). Relativamente ao primeiro parâmetro, verificamos que a zona de estudo localiza-se numa área onde os valores médios anuais, para o período entre 1931 e 1960, variam entre os 600 e 700 mm. No que respeita ao segundo parâmetro, os valores médios anuais calculados para o mesmo espaço temporal variaram entre 75 e 80%.

• Temperatura do ar

No Quadro 2.3 estão representados os valores de temperatura para a estação meteorológica de Vila Real (Instituto de Meteorologia, 2004 — W 16), enquanto que no Anexo I (Fig. A 1.1 d) é disponibilizada a carta de superfície relativa a este parâmetro (Atlas do Ambiente, 2004 — W 17). Comparando os dados do referido quadro com aqueles da carta mencionada, verifica-se que novamente não existem diferenças significativas. No ano hidrológico de 2002/03 a temperatura média anual foi de 13 ºC (o mesmo valor obtido para a média anual normalizada para o período entre 1961 e 1990), enquanto que no período entre 1931 e 1960 Baião situa-se numa zona cujos valores médios para a temperatura anual são abrangidos pela isotérmica 12,5 a 15,0 ºC.

• Vento

No que respeita à frequência e intensidade do vento, para o caso de Baião a caracterização deste descritor será realizada com base nos dados da estação meteorológica de Vila Real, que são disponibilizados pelo Atlas do Ambiente (2004, W 18).

Para o período entre 1951 e 1960, os ventos provenientes dos quadrantes Sudoeste e Oeste foram os mais frequentes, com 19 e 17%. De entre os ventos do quadrante Sudoeste, 80% sopraram com velocidades entre 6 e 21 km/h e os restantes 20% distribuem-se equitativamente por ventos com velocidades entre os 2 e 6 e 21 e 51 km/h. Quanto aos ventos do quadrante Oeste, a maioria (83%) também apresentou

velocidades entre 6 e 21 km/h seguindo-se depois ventos que sopram entre os 21 e 51 km/h (15%) e entre 2 e 6 km/h (2%).

Os ventos dos quadrantes Noroeste, Norte, Nordeste e Sul têm um peso semelhante na sua frequência (entre 8 e 11%) e para estes casos os ventos com velocidades entre 6 e 21 km/h são mais habituais.

Dos quadrantes Este e Sudeste sopram ventos com menor frequência (6 e 3%, respectivamente), enquanto que cerca de 17% dos casos caracterizaram-se por períodos de calma.

• Solos e vegetação

Na zona de estudo em causa os solos são do tipo cambissolos húmicos designados para serem utilizados para fins agrícolas (com condicionantes) e florestais, bem como para áreas de tecido urbano descontínuo (Atlas do Ambiente, 2004 — W 19).

Relativamente ao tipo de paisagem, e segundo o mesmo Atlas (2004, W 20), a zona de estudo caracteriza-se por estar localizada numa área denominada por Gândara (tojal, sub-serra nordestina) e por montanhas de granito e xisto (nível pastoril).

A carta 1:25000 que apresenta as características do coberto vegetal (fornecida pelo SNIG, 2004 — W 21) indica diferentes tipos de coberto vegetal, que vão desde culturas anuais mais florestas de folhosas com grau de cobertura inferior a 10% a culturas anuais mais vinhas, passando por florestas de carvalhos cujo grau de cobertura é superior a 50% e vegetação arbustiva alta mais floresta degradada ou de transição.

2.

2.

2.

2.3333. . . . AveiroAveiroAveiroAveiro////CaciaCacia —CaciaCacia

——— Sedimentos do Sedimentos do Sedimentos do Sedimentos do NeogénicoNeogénicoNeogénicoNeogénico

2.

2.

2.

2.333.1. Geologia3.1. Geologia.1. Geologia.1. Geologia

Como parte integrante da Orla Ocidental, este sistema aquífero localiza-se no NW de Portugal. De acordo com Peixinho de Cristo (1985), o Neogénico de Aveiro ocupa uma

de natureza detrítica que podem ser individualizadas em três grandes unidades: terraços fluviais e praias antigas (idade Pliocénica), uma sequência granodecrescente, cascalhenta e quase sempre coberta por uma ou mais camadas de lodos orgânicos (formação de base do Neogénico) e, finalmente, um manto dunar e aluviões modernos.

A unidade escolhida para este trabalho foi a formação do Plio — Plistocénico constituída por depósitos de praias antigas e de terraços fluviais na zona de Cacia. Esta escolha deveu-se o facto de este sub-aquífero ter um papel relativamente importante no abastecimento doméstico e para pequenos regadios. Além disso, e apesar do abastecimento público ser assegurado pelo sistema municipal do Carvoeiro e pela exploração do sistema multi-aquífero Cretácico de Aveiro, o multi-aquífero Neogénico de Aveiro tem um papel estratégico em termos de recursos hídricos a nível regional

(Condesso de Melo

et al.

, 2002).

Na região coberta pelo esboço geológico da envolvente ao Neogénico de Aveiro na zona de Cacia (Figura 2.4) estão representadas as diversas unidades geológicas (Teixeira & Zbyszewski, 1976):

• Depósitos modernosDepósitos modernos — Aluviões actuais, areias de praia, areias de duna; Depósitos modernosDepósitos modernos

• PlistocénicoPlistocénico, representado pelas seguintes formações: PlistocénicoPlistocénico

o Depósitos de praias antigas e de terraços fluviais (5 a 8m);

o Depósitos de praias antigas e de terraços fluviais (15 a 20m);

• Cretácico:Cretácico: Cretácico:Cretácico:

o Arenitos e argilas de Aveiro;

o Arenitos de Mamodeiro.

Os Depósitos Modernos caracterizam-se por serem formados por depósitos de aluvião e areias de dunas. Na orla litoral acumulam-se areias de dunas parcialmente fixadas pela vegetação. É possível encontrar ainda lodos cinzentos mais ou menos arenosos e micáceos e areias acastanhadas/amareladas com maior ou menor presença de conchas ou seixos rolados (Teixeira & Zbyszewski, 1976).

0 1 2km 0 1 2 N -42000 -40500 -39000 mE 111000 112500 114000 mN # Y # Y # Y # Y # Y -42000 -42000 -40500 -40500 -39000 -39000 RIO RIORIO

RIO VOUGAVOUGA VOUGAVOUGA

Cacia Cacia Cacia Cacia Sarrazola Quinta do Loureiro Póvoa do Paço Vilarinho # Y # Y # Y # Y # Y Aluviões actuais

Depósitos de praias antigas e de terraços fluviais — 5 a 8m Depósitos de praias antigas e de terraços fluviais — 15 a 20m

Arenitos de Mamodeiro Arenitos e argilas de Aveiro

#

YLocalidades

Figura Figura Figura

Figura 2.2.2.42.444 ---- Esboço geológico da envolvente Esboço geológico da envolvente Esboço geológico da envolvente Esboço geológico da envolvente ao Neogénico de Aveiro na zona de Caciaao Neogénico de Aveiro na zona de Caciaao Neogénico de Aveiro na zona de Caciaao Neogénico de Aveiro na zona de Cacia (ada

(ada (ada

(adapppptado da Carta Geológica 1:tado da Carta Geológica 1:tado da Carta Geológica 1:tado da Carta Geológica 1:50505050000, Folha 000, Folha 000, Folha 000, Folha 1616 —1616——— AAAA, , , , AveiroAveiroAveiroAveiro.... Teixeira, 1975Teixeira, 1975Teixeira, 1975Teixeira, 1975).).). ).

De acordo com os mesmos autores, os depósitos de praias antigas e de terraços do Plistocénico (as litologias suporte do aquífero em questão), são essencialmente formados por leitos de areias e cascalheiras de calhaus rolados, no primeiro caso, e por cascalheiras de burgaus mais grosseiros do que os de praia, no segundo. Nos depósitos de praias antigas o rolamento dos elementos é quase sempre muito acentuado, mesmo nos de pequeno tamanho. As areias podem ser finas ou grosseiras e habitualmente claras. O nível de 5 a 8m desenvolve-se na região de Ílhavo, Aveiro e Cacia e as cascalheiras e areias repousam sobre os terrenos do Cretácico Superior. Quanto ao nível de 15 a 20m, ele é muito desenvolvido na região entre Vagos e Cacia e assenta sobre os terrenos

Cretácicos. Em certos pontos parece haver a transição gradual para o nível anterior. Por vezes, além dos leitos de burgau e de areias de diferentes calibres, observam-se lentículas carbonosas negras com restos de vegetais.

No que respeita à mineralogia, estudos realizados por Rocha & Gomes (1993) nas fracções <38µm e <2µm (argilosa) dos sedimentos deste sistema multiaquífero indicaram que aqueles são essencialmente compostos por quartzo, plagioclase, feldspato potássico, calcite e dolomite. Como minerais secundários foram identificados o gesso, a opala, os zeólitos, a pirite e a anidrite, enquanto que a ilite, a esmectite e a caulinite são os minerais de argila mais abundantes.

Os terrenos do Cretácico têm uma representatividade importante na região de Aveiro, sendo formados essencialmente por arenitos, argilas e alguns calcários que constituem uma série bastante espessa (Teixeira & Zbyszewski, 1976).

A formação dos depósitos neogénicos está intimamente ligada às diferentes fases

regressivas posteriores à transgressão

calabriana

. Como consequência de um movimento

regressivo não contínuo, houve formação de distintos níveis de praias marinhas (de composição essencialmente arenosa, por vezes conglomerática) e terraços fluviais associados (de textura mais fina que os anteriores), sucessivamente mais baixos e de idades correspondentes mais modernas. As praias antigas estão em paralelo com os terraços fluviais que, por vezes, se encontram em continuidade lateral, principalmente nas zonas vestibulares dos rios (Ferreira, 1995).

Segundo Cabral (1993), após o Miocénico a tectónica do território português apresentou uma actividade intensa, seguindo-se um período de acalmia durante o Pliocénico. Retomada no final do Pliocénico, essa actividade tectónica prolongou-se pelo Plistocénico e pelo Holocénico.

Cabral & Ribeiro (1989) mencionam que durante o Neogénico o território português sofreu essencialmente levantamentos com diferentes velocidades em diferentes áreas, sendo este fenómeno visível no litoral pela presença de plataformas de abrasão marinha e de sedimentos litorais elevados. Uma estimativa realizada por Cabral (1993) no que

respeita às velocidades médias de elevação indicou valores da ordem dos 0,1 e 0,2

mm.ano-1.

2.

2.

2.

2.333....23222. . . . HidrogeologiaHidrogeologiaHidrogeologiaHidrogeologia

Este subsistema estende-se de Norte para Sul, paralelamente à costa, e a única descontinuidade existente é a foz do rio Vouga. Não existem muitos trabalhos de hidrogeologia realizados nesta unidade do sistema multiaquífero em questão, mas podem- se destacar os realizados por Peixinho de Cristo (1985), pela PROT (1992) e os de

Condesso de Melo (2002) e Condesso de Melo

et al

. (2002).

Condesso de Melo

et al.

(2002) referem que as permeabilidades variam entre 5 e

10 m.dia-1, enquanto que Peixinho de Cristo (1985) refere valores entre 15 e 20 m.dia-1,

dependendo do tipo de formações. Por sua vez, a recarga é realizada directamente pela água da chuva e pela água excedente do regadio. A área de recarga corresponde à área total coberta por este sub-sistema aquífero, pelo que, tendo em conta uma precipitação média anual de 1000 mm, se estima que o volume de recarga estimado varie entre 200 e

250 hm3

.ano-1

. O gradiente natural apresentado por esta unidade é da ordem dos 0,004, de Oeste para Este, descarregando nos cursos de água superficiais. Esta descarga efectua-se principalmente em períodos de águas baixas e, eventualmente, para o sistema multiaquífero Cretácico de Aveiro que lhe está subjacente (Peixinho de Cristo, 1985). No estudo realizado no âmbito do PNA (2002, W 23) menciona-se ainda a existência de drenância entre camadas.

Peixinho de Cristo (1985), baseando-se em dados numéricos de 23 ensaios de

bombagem, definiu um valor para a transmissividade que varia entre 250 e 600 m2

.dia-1

. Os furos de captação de água localizados nos depósitos de praias antigas e de terraços

No documento Arsénio em águas subterrâneas em Portugal (páginas 87-110)