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Magistra A “Escola da Escola” e a formação docente

4.7 Outros sujeitos, outras referências

4.7.1 Magistra A “Escola da Escola” e a formação docente

A primeira das referências, mencionada sobretudo pelos professores que atuaram no REM, a Magistra31, evidenciou, antes de mais nada, a disposição e o anseio docente por informação, conhecimento e orientação pedagógica para aprimoramento de seu desempenho no Projeto. Criada paralelamente ao REM, a Magistra ganhou notoriedade entre os professores em todos os três anos de vigência do Projeto. A Magistra foi criada com o objetivo de agregar as formações continuadas do Governo do Estado que aconteciam pulverizadas. Como o REM necessitava de formações continuadas, o diálogo se tornou quase

31 Escola de Formação e desenvolvimento profissional de educadores de Minas Gerais criada pela Lei delegada nº 180, de 20 de janeiro de 2011. Tem co mo objetivo pro mover a formação e a capacitação de educadores, de gestores e demais profissionais da Secretaria Estadual de Educação (SEE), nas diversas áreas do conhecimento e em gestão pública e pedagógica. Cf. Magistra. A escola da escola. Página Inicial. Institucional. O que é a Magistra. Disponível em: <http://mag istra.educacao.mg.gov.br/index.php/ institucional/o-que-e-a-magistra>. Acesso em: 15 de z. 2014.

que obrigatório, não significando, entretanto, que sua criação tenha se dado em função do Projeto.

Portanto, como instância formativa para professores, a Magistraé também citada como “instância geradora de cursos e receptora de demandas das escolas...”, (Caderno do REM, P. 8) o que nos leva a pesquisar sobre sua função na preparação e formação docente, pouco explicitada nas limitadas publicações do REM, mas é assim referenciada:

[...] desempenhando um papel fundamental no Projeto Reinventando, seja enquanto proponente direta de cursos, seja como enquanto escuta qualificada das demandas de formação provenientes da rede de profissionais da educação no Estado de Minas Gerais, no campo do conteúdo e no campo das estratégias inovadoras de ensino. (Caderno do REM, P.8)

Além de se propor a “Garantir aos professores, gestores e demais profissionais da educação instâncias de formação permanente” (Caderno do REM, P.8), a Magistra é apresentada como instrumento que viabiliza a efetivação do Projeto REM de forma pluralizada e participativa. É entendida, inclusive, como a única maneira de realizar a expansão e universalização do REM de maneira qualificada.

A preparação docente para o entendimento do Projeto, mais especificamente ainda para a ideia de inovação posta como empregabilidade, não fica evidente, nas falas dos professores, ao ser relacionada à Escola de Formação e Desenvolvimento Profissionais dos Educadores – Magistra.

A partir de tais referências, tomamos como campo de pesquisa os arquivos do prédio da Magistra, na Av. Amazonas, 6.000, no bairro da Gameleira, em Belo Horizonte e como sujeito no processo de formação docente, a partir dessa instância, sua diretora.

Uma entrevista gravada e transcrita foi o que tornou possível conhecer, por meio das palavras da diretora da Magistra, o papel da instituição na formação dos professores do REM.

A formulação dessa entrevista foi baseada nas dúvidas acumuladas no percurso da pesquisa, decorrentes das falas dos professores. Sem perder de vista que, como professora do REM, vivi as mesmas incertezas e dúvidas quanto à função da Magistra na nossa formação em serviço para atuação no Projeto.

A professora Ângela Dalben, foi diretora da “Escola da Escola” durante sua existência, por ela contada em dias, mais precisamente 1000. Do propósito de sua criação à sua relação com o Projeto, a professora me informou sobre o incentivo dado pelo Governo Federal,

através do Ministério da Educação para a criação de centros de formação pelos estados, a partir do PDE32.

Segundo ela, o REM e a Magistra foram projetos que surgiram paralelamente e foram idealizados por equipes distintas. Sua função era atender aos educadores da Rede Estadual e, de maneira especial, efetivou o trabalho do REM de duas formas: com o acompanhamento de grupos focais nas três áreas da empregabilidade implementadas na primeira fase e na segunda fase através de discussões sobre materiais produzidos por essas áreas.

Menciona a dificuldade de realização desse trabalho considerando que o Projeto era concebido e implementado simultaneamente. Especificamente se ligava ao REM nos assuntos referentes às áreas da empregabilidade para o qual estabeleceu parceria com a UFMG para o trabalho que conhecemos na escola pesquisada “Presidente Tancredo Neves”, como tutoria, com a finalidade de dar apoio à criação das bases curriculares por área.

Outra relação da Magistra com o REM foi estabelecida através da realização do que chamou de “eventos de imersão” dos professores do Projeto. Aqui compreendido, pela fala dos professores, como os encontros formativos ocorridos no Hotel Tauá. Além de oferecer duas modalidades de formação: presencial e a distância.

Menciona a equipe de apenas 30 pessoas integrantes da Magistra. Desse contingente, 20 estariam aptas a tomar frente nos trabalhos de formação. Todos trabalhando em regime de colaboração para atender às demandas de todo o estado, não apenas às demandas do REM.

No que dizia respeito aos professores das escolas inseridas no REM, enfatiza sua participação ativa especialmente nesses eventos de imersão, em que professores das diversas escolas compartilhavam experiências de sala de aula. Essa ação também era oportunizada virtualmente, através dos fóruns cuja responsabilidade estava a cargo dos coordenadores das áreas, e explica que a precariedade no uso dessa ferramenta foi resultado da falta de recursos para a contratação de pessoal capacitado para o trabalho de tutoria.

Outro fato complicador para o uso adequado dessa tecnologia de ensino e trabalho a distância foi a falta de uma cultura entre os docentes de se utilizarem dessas ferramentas, a falta de habilidade. E capacitar para esse acesso demanda tempo.

32 O Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola) é u ma ferramenta gerencial que au xilia a escola a realizar melhor o seu trabalho: focalizar sua energia, assegurar que sua equipe trabalhe para atingir os mes mos objetivos e avaliar e adequar sua direção em resposta a um amb iente em constante mudança.

O ritmo acelerado dos trabalhos, a adequação aos tempos da escola e do próprio docente foram fatores que dificultaram a proposição de alternativas para melhor funcionamento dos fóruns virtuais.

A Magistra ganhou destaque em todas as entrevistas dessa pesquisa, trazendo à tona as dúvidas e necessidades dos docentes do REM de uma orientação pedagógica. As áreas da empregabilidade foram o alvo da Magistra nas discussões e estudos, junto a pesquisadores da UFMG e da PUC-MG, para a produção de material formativo, tanto para professores quanto para alunos. Esse movimento aconteceu efetivamente durante os dois primeiros anos do REM, com as 11 escolas da chamada fase de implantação e as 122 da fase de expansão.