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CAPÍTULO 3: A MISSÃO DE ESTABILIZAÇÃO DAS

3.1 A MISSÃO

3.1.2 Mandato

Assim, em 30 de abril de 2004, por meio da Resolução 1542, o Conselho de Segurança estabeleceu a criação da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti, a MINUSTAH, por um período inicial se seis meses, com intenção de renovar por mais tempo, conforme necessidade. Determinou, ainda, que a MINUSTAH substituísse a MIF a partir de junho de 2004.

Segundo a Resolução, a MINUSTAH deveria ter componentes civis e militares e operar em coordenação com

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Do original:

(a) To contribute to a secure and stable environment in the Haitian capital and elsewhere in the country, as appropriate and as circumstances permit, in order to support Haitian President Alexandre’s request for international assistance to support the constitutional political process under way in Haiti;

(b) To facilitate the provision of humanitarian assistance and the access of international humanitarian workers to the Haitian people in need;

(c) To facilitate the provision of international assistance to the Haitian police and the Haitian Coast Guard in order to establish and maintain public safety and law and order and to promote and protect human rights;

(d) To support establishment of conditions for international and regional organizations, including the United Nations and the Organization of American States, to assist the Haitian people;

(e) To coordinate, as needed, with the OAS Special Mission and with the United Nations Special Adviser for Haiti, to prevent further deterioration of the humanitarian situation;

35 Authorizes the Member States participating in the Multinational Interim Force in Haiti

instituições como a OEA e o CARICOM. O Capítulo VII da Carta das Nações Unidas, que autoriza o uso da força, é mencionado no Artigo 7 (sete), reiterando a autorização, já presente na MIF, de utilização de todos os meios necessários para o cumprimento do mandato. Os objetivos da Missão foram definidos a partir de três princípios prioritários: segurança, democracia e direitos humanos. Abaixo, tradução do Artigo VII da Resolução, que dita as funções a serem exercidas pela MINUSTAH:

Atuando em virtude do Capítulo VII da Carta das Nações Unidas em relação com a seção I que figura abaixo, decide que a MINUSTAH tenha o seguinte mandato:

I. Assegurar um ambiente estável:

(a) apoiar o Governo de Transição, para assegurar um ambiente estável no qual o processo constitucional político do Haiti possa se desenvolver;

(b) ajudar o Governo de Transição na monitoração, reestruturação e reforma da Polícia Nacional Haitiana, em conformidade com os padrões democráticos de policiamento, inclusive inclusive através da habilitação e certificação de seu pessoal, orientação sobre sua reorganização e treinamento, bem como supervisão e treinamento de membros da Polícia Nacional do Haiti;

(c) ajudar para ajudar o Governo de transição, particularmente a Polícia Nacional Haitiana, com o desarmamento abrangente e sustentável, com a desmobilização e reintegração de todos os grupos armados, incluindo mulheres e crianças associados a tais grupos, bem como controle de armas e medidas de segurança pública;

(d) ajudar no restabelecimento e na manutenção do Estado de Direito,da segurança pública e da ordem pública no Haiti através da provisão, nomeadamente, de apoio operacional à Polícia Nacional do Haiti e à

Guarda Costeira do Haiti, bem como de seu fortalecimento institucional, incluindo o restabelecimento do sistema corretivo; (e) proteger os funcionários das Nações Unidas, suas instalações e equipamentos e garantir a segurança e a liberdade de circulação de seu pessoal, tendo em conta a responsabilidade do Governo de Transição, a este respeito;

(f) proteger civis sob ameaça iminente de violência física, dentro das suas possibilidades e áreas de implantação, sem prejuízo das responsabilidades do Governo de Transição e das autoridades policiais;

II. Processo Político:

(a) apoiar o processo constitucional e político em andamento no Haiti, inclusive por meio de bons ofícios, e promover os princípios de desenvolvimento institucional e de governança democrática;

(b) ajudar o Governo de Transição em seus esforços de reconciliação e diálogo políticos;

(c) apoiar o Governo de Transição em seus esforços para organizar, monitorar e realizar eleições livres e municipais, parlamentares e presidenciais, o mais rapidamente possível, particularmente através da prestação de assistência técnica, logística e administrativa e de segurança contínua , com o apoio adequado para um processo eleitoral com a participação de eleitorado representativa da demografia nacional, incluindo as mulheres;

(d) ajudar o Governo de transição a estender a autoridade do Estado em todo o Haiti e apoiar a boa governança a nível local; III. Direitos Humanos:

(a) apoiar o Governo de Transição do Haiti, bem como as instituições e grupos de

direitos humanos em seus esforços para promover e proteger os direitos humanos, especialmente de mulheres e crianças, a fim de garantir a responsabilidade individual por abusos de direitos humanos e a reparação às vítimas;

(b) monitorar e informar sobre a situação dos direitos humanos, em colaboração com o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, incluindo a situação de refugiados e pessoas deslocadas; (CONSELHO DE SEGURANÇA, 2004b, Art. 7)

Conforme previsto, em 30 de abril de 2004, as primeiras tropas, lideradas pelo Brasil, chegaram a Porto Príncipe para dar início à recém-criada Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti. Muito se discorre acerca das motivações políticas que levaram o governo brasileiro a assumir o comando militar da Missão. Entretanto, não se pretende discutir aqui os porquês de tais decisões, que dizem respeito às estratégias de política externa de cada país. A MINUSTAH é, para fins desta pesquisa, considerada como um todo independente das nacionalidades que a compõem.